1ª “MARATONA” TEATRAL
EM SÃO PAULO / 2015
(CHAPLIN, O MUSICAL;
GALILEU GALILEI;
MAS POR QUÊ? A
HISTÓRIA DE ELVIS;
NINE;
MUDANÇA DE HÁBITO.)
Santa
semana a Semana Santa em São Paulo, com o objetivo de assistir a espetáculos de
TEATRO, principalmente musicais, que
têm nenhuma, ou pouca, chance de vir para o Rio de Janeiro. Cinco espetáculos em quatro dias.
Com
um mês de atraso, vou me ater a apenas alguns comentários sobre cada um deles,
aguardando a oportunidade de fazer uma crítica, completa e profunda, aos que
desembarcarem no Rio.
Por
questões técnicas, dividirei os comentários em cinco partes, separadamente.
PARTE
II
GALILEU GALILEI
(5/6/1015 – TEATRO
TUCA)
Começo
por dizer que não pretendo fazer nenhuma comparação com a inesquecível e
histórica montagem deste texto, uma das obras-primas de BERTOLD BRECHET, feita pelo Grupo
Oficina, em 1968, com direção de José
Celso Martinez Corrêa, que tanta polêmica causou e que deixou tanta
saudade. São, na verdade, dois
espetáculos completamente diferentes e, igualmente, maravilhosos.
Também
reafirmo que este texto não é uma crítica ao espetáculo, a qual será escrita,
em detalhes, quando estrear entre nós, o que espero seja logo após a brilhante
carreira que vem fazendo na capital paulista.
Eu
tinha vários motivos para, estando em São Paulo, não deixar de assistir a este
espetáculo, a começar pelo ótimo texto. Outro era a curiosidade de ver como seria essa
nova leitura da peça, arrojada, certamente, feita por uma diretora por quem eu
tenho o maior respeito e admiração, CIBELE
FORJAZ. Também seria uma
oportunidade de ver e reencontrar um grande ator amigo, RODRIGO PANDOLFO. E, mais
ainda, ver uma mulher, ótima atriz, DENISE
FRAGA, vivendo o personagem masculino, além de, mais uma vez, apreciar o
trabalho de alguns atores, como ARY
FRANÇA, LÚCIA ROMANO, VANDERLEI BERNARDINO e LUÍS MÁRMORA, e conhecer outros, que,
certamente, deveriam ser bons profissionais, já que estavam sendo dirigidos por
CIBELE.
E tudo
aconteceu como eu previra. Melhor
dizendo, superou as minhas expectativas e me proporcionou um prazer enorme por
ter assistido a um espetáculo digno de ser visto e prestigiado pelo número
maior possível de espectadores. A
lotação do Tuca, que é um teatro
grande, estava esgotada, com muita gente comprando ingressos para outros dias.
Este
GALILEU GALILEI é daqueles
espetáculos que nos provocam o desejo de que a cortina não feche. O tempo passa, sem que nos apercebamos disso,
tão forte é a cumplicidade criada entre palco e plateia, atores e
espectadores. Dinamismo e surpresas não
faltam a esta arrojada montagem.
Galileu, sempre tentando comprovar.
O
texto sofreu uma impressionante adaptação de CIBELE FORJAZ, CHRISTINE
RÖHRING, DENISE FRAGA e MARISTELA CHELALA. Ficou ótimo!
A
direção de CIBELE é fantástica! Mais um
golaço de placa, depois das goleadas com “O
Idiota” e “O Homem Elefante”, as
duas últimas direções dela a que tive a oportunidade e o prazer de assistir,
até mais de uma vez; a primeira, três vezes, na versão completa, de sete horas
de duração; a segunda, infelizmente, apenas duas, por falta de
oportunidade. CIBELE tem uma marca registrada, nas suas assinaturas, que me
agrada muito e sobre a qual falarei com mais detalhes, quando o espetáculo
estrear no Rio de Janeiro, “promessa” da idealizadora
do projeto, DENISE FRAGA. Se, de fato, vier até nós, DENISE poderá ser “comparada”, por
tamanha e ousada façanha, a D. João VI, ao transferir a Corte, de Lisboa para o
Rio, considerando-se a quantidade de material de cena, cenários e figurinos,
utilizados nesta montagem. Vai precisar
de uma infraestrutura invejável, de grande porte. Nada, porém, que uma grande vontade e um bom
patrocínio não possam resolver.
O ESPETÁCULO É MAGNÍFICO!
DENISE FRAGA desafiou a si própria,
quando decidiu ser GALILEU, e venceu
o desafio, com grande vantagem. Sua
atuação é digna de prêmios. Por enquanto
é só!
Denise Fraga, em seu melhor papel.
Ratificando: Denise Fraga, em seu melhor papel.
RODRIGO PANDOLFO dispensa
adjetivos. Um dos mais completos atores
de sua geração, também está impecável em cena.
Também falarei mais depois.
Rodrigo Pandolfo, confirmando seu talento.
ARY FRANÇA é responsável por momentos
de grande descontração, com seu humor ingênuo e inteligentemente construído,
seja quando está vivendo personagens diversos, o que faz neste espetáculo, seja
quando interage com a plateia, antes do início da peça.
VANDERLEI BERNARDINO e LUÍS MÁRMORA são outros dois excelentes
atores, que brilham neste espetáculo.
Os
demais que compõem o elenco estão à altura de contracenar com os nomes anteriormente
citados.
Tudo
é muito gigantesco, nesta superprodução, não no aspecto da riqueza material,
mas no que se refere às proporções dos cenários, à quantidade de figurinos e de
objetos de cena – nada menos que excelente – e à grandeza da criatividade de CIBELE FORJAZ e do elenco do
espetáculo, bastante homogêneo, diga-se de passagem.
Uma das melhores cenas do espetáculo, com destaque para a criatividade
nos figurinos.
DENISE FRAGA, cumpra a “promessa” que
você me fez! Você não me deu a certeza
de poder trazer o espetáculo para o Rio, já que não depende só de você, mas,
como boa carioca, demonstrou, com muita sinceridade, o desejo de se empenhar,
ao máximo, para mostrar esse magnífico trabalho aos seus conterrâneos, como é
costume fazer com todos os projetos nos quais se envolve. Vamos torcer muito para que possamos assistir
a uma longa e vitoriosa temporada de GALILEU
GALILEI na ex-Cidade Maravilhosa.
Mas isso é outra história...
(FOTOS:
PRODUÇÃO e DIVULGAÇÃO DA PEÇA.)
Só aguçando a nossa expectativa... :)
ResponderExcluir