domingo, 31 de julho de 2022

 

“LONGA JORNADA

NOITE ADENTRO”

ou

(O OCASO DE

UMA “FAMÍLIA”.)

ou

(A DEGRADAÇÃO

VISTA POR UMA

LENTE ESPECIAL.)

 


 





         Como nos faz falta ver, em 2022, quando passamos por “tempos bicudos”, por conta de uma pandemia, que virou o mundo de ponta-cabeça, e de um (DES)governo federal que odeia a ARTE e os ARTISTAS, uma produção da altíssima qualidade, como “LONGA JORNADA NOITE ADENTRO”. É digna de muitos aplausos a iniciativa, de SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE, ao produzir um dos clássicos da dramaturgia norte-americana, texto de EUGENE O’NEILL, em cartaz no espaço do Tucarena, em São Paulo (VER SERVIÇO.).



           Trata-se de um texto autobiográfico, por meio do qual, de maneira muito corajosa, o dramaturgo divide, com o seu público, uma verdadeira legião de admiradores, mundo afora, da qual faço parte (Ele e Tennessee Wiliams são meu dois preferidos dramaturgos norte-americanos.), as dores e os sofrimentos que passou dentro de uma família disfuncional, na qual dedos são apontados, de um para o outro de seus quatro membros, cobranças e acusações flutuam no ar, pairam num ambiente em que, entre outras mazelas, a droga encontrou abrigo e colaborou, ela, principalmente, para uma degradação familiar, se é que, algum dia, ali, o conceito de “família” tenha existido.



              Consta que, quando O’NEILL terminou de escrever a peça, considerada sua melhor obra - também penso assim -, em 1941, decidiu que ela não poderia ser lida nem montada, senão vinte e cinco anos após a sua morte. Quando indagado sobre as razões dessa exigência, ele teria respondido apenas que uma das personagens ainda vivia. Alguns amigos mais chegados saborearam o privilégio de ler os originais, antes de que eles fossem enviados para os cofres da Randon House, a editora que publicava seus textos, e para a Biblioteca da Universidade de Yale. A vontade do autor, entretanto, não foi cumprida, uma vez que, por necessidade de dinheiro, talvez, ou por outra razão, em 1956, três anos depois de sua morte, sua viúva, Carlotta Monterey, liberou a publicação e a montagem da peça. Foi desfeito, então, o grande mistério e tornou-se público o motivo pelo qual o dramaturgo não desejava que a peça fosse a público tão logo ele entregasse alma a Deus. Era porque, com essa autobiografia dramática, como tantos a chamariam, ele, também considerado, por muitos, o “pai da tragédia moderna” ou o “introdutor do moderno TEATRO norte-americano”, “ressuscitava seus mortos - o pai, a mãe e o irmão”, traçando um comovente retrato da família O’NEILL, no qual o autor se identificava com o personagem EDMUND, o caçula da família. “Família”?!





       Em 1941, ao concluir a peça, apenas EDMUND-EUGENE estava vivo. Apesar de seu caráter autobiográfico, “o texto nos mostra muito mais do que um retrato do artista quando jovem”. O’NEILL reproduziu, na peça, apenas parte de sua vida. Alguns fatos reais, segundo seus biógrafos, não foram revelados. e algumas coisas, no texto, pertencem ao campo da ficção. O certo, porém, é que EUGENE O’NEILL está “vivo”, nesta obra, tuberculoso na juventude, dominado pelo medo de se tornar um alcoólatra, como o irmão, filho de uma mulher que se deixou cair no vício das drogas, ou foi empurrada, involuntariamente, para ele, e de um ator famoso, “que aviltou seu talento em peças de sucesso comercial”. “Mas esse destino particular, ao ser recriado por meio do TEATRO, ganhou dimensão maior — graças, precisamente, ao caráter inconfundível das experiências pessoais do autor —, transfigurando-se e revestindo-se de um sentido comum e universal”. Depois que termina a peça e permitimos que nossas mentes procurem explicações e justificativas para tudo o que se viu em cena, fica - para mim, pelo menos, ficou – a sensação de que o texto foi escrito com um único propósito, da parte de O’NEILL: perdoar sua família e a si mesmo, expurgar a “sujidade” de tudo o que marcou a sua vida e expulsar os “fantamas” que ainda o atormentavam. 


 

 






SINOPSE:

“LONGA JORNADA NOITE ADENTRO” é um drama familiar, que se passa em 1912, e em um único dia, iniciando-se a ação logo após o café da manhã e terminando por volta da meia-noite.

A ação acontece na casa de veraneio dos TYRONE, em Groton, Connecticut.

O patriarca da família, JAMES (LUCIANO CHIROLLI), é um homem idoso, que, há muito, abandonou as aspirações de ser um grande ator, escolhendo viajar, apresentando sempre a mesma peça, que lhe rende um bom dinheiro.

Sua esposa, MARY (ANA LUCIA TORRE), a grande protagonista da trama, largou seus sonhos de menina, de se tornar atriz ou freira, para acompanhar o marido, nas constantes turnês.

Ela se tornou viciada em morfina, com pouco ou nenhum contato com a realidade, desde o nascimento do filho mais novo, que corresponde ao dramaturgo, na trama.

O texto pode ser considerado uma “radiografia” de uma “família”, TYRONE, destruída; ou melhor, autodestruída.

O casal tem dois filhos: o mais velho, JAMIE (GUSTAVO WABNER), é um ator fracassado, que foi “forçado” a seguir os passos do pai e se tornou um alcoólatra, visto que não era capaz de se manter em nenhum outro emprego.

JAMIE tem inveja do talento do irmão mais novo, EDMUND (BRUNO SIGRIST), um jovem que pretende se tornar escritor, mas pode ter sua carreira abreviada pela tuberculose.

EDMUND, influenciado pelo irmão mais velho, também se envereda pela bebida, pois se sente culpado pelo vício da mãe e não suporta vê-la em tal estado.

A criada da casa, CATHLEEN (MARIANA ROSA), acompanha a ação e, algumas vezes, tenta dar apoio a MARY, sem sucesso.

Enfrentamentos constantes acontecem durante esse dia, e o texto vai expondo, gradativamente, o passado turbulento da "família". 

A jornada de um longo dia termina numa noite infernal, na qual os três homens da família se embriagam, enquanto MARY, tomada pelos efeitos da morfina, fala, como se ainda fosse jovem, absolutamente desconectada da realidade.

Do lado de fora da casa, a neblina se torna cada vez mais densa e intensa, sugerindo que as feridas da família TYRONE são incuráveis. 

 





         É sempre um prazer indescritível poder assistir a uma montagem da envergadura de “LONGA JORNADA NOITE ADENTRO”, texto que estudei bastante, durante meu curso de Letras (Português/Inglês), na Universidade Federal do Rio de Janeiro, dentro de uma disciplina que dissecava textos de dramaturgos norte-americanos. Este texto, de EUGENE O’NEILL, ganhou o “Pulitzer Priz”, em 1957, porém nunca eu tinha tido, antes, a oportunidade de vê-lo encenado. Felizmente, embora tivesse de esperar tanto tempo, por falta de oportunidade, para ver o texto representado, esse dia chegou. Puno-me, por perder a chance, não por minha vontade, de não ter assistido à montagem de 2003, com Cleyde Yáconis e Sérgio Britto, por exemplo, representando o casal TYRONE.





          A montagem em tela é uma das melhores coisas a que assisti nos últimos anos, pela felicidade de reunir tantos elementos que merecem o maior destaque, a começar pelo texto, que considero, sempre, a “espinha dorsal”, em qualquer encenação. É denso, é realista, é intenso, é pesado, é forte; é cruel. Toca, até mesmo, as pessoas menos sensíveis e aquelas que, procurando um “distanciamento”, até para evitar o sofrimento – é um texto dilacerador de corações, para os que sabem praticar a empatia - conseguem racionalizar: “O que estou vendo é TEATRO, não é nada de verdade.”. A construção dos diálogos é algo primoroso, muito pela excelente tradução de SERGIO MÓDENA, que também assina a brilhante direção, mais uma, na vitoriosa carreira do consagrado diretor. Eles são carregados de amor e ódio, de acusações e defesas, de culpas e arrependimentos, de arremedos de alegria e dores expressas. De acordo com o diretor da peça, “Os personagens se acorrentam em um círculo vicioso. Se punem e são punidos, julgam e são julgados, perdoam e são perdoados, tudo com o intuito de expurgar os próprios ressentimentos e as marcas deixadas pelo outro.”. Ainda, segundo MÓDENA, “o realismo de O’NEILL é permeado de fortes signos, metáforas e simbologias. É o que podemos chamar de realismo poético”.





               Uma vez captado tudo isso, por aquele que vai estabelecer a linha de conduta dos atores, foi iniciado um árduo e doloroso processo de criação e ensaios, para quase todos do elenco, os que conhecem, de perto, de certa forma, alguns dos sérios problemas que a peça aborda, que resultou, como já disse, num dos melhores e mais lindos espetáculos a que assisti, nos últimos anos, e, talvez, o melhor trabalho de direção, de SERGIO MÓDENA, até o presente momento, em mais de duas décadas de TEATRO, com dezenas de grandes sucessos, de público e de crítica, e a despeito de ser um diretor eclético, que tanto dirige, muito bem, COMÉDIAS, dramas e musicais. (Pelo respeito que tenho ao gênero “COMÉDIA” e por ele, via de regra, ser tão desprestigiado, de forma estúpida, no Brasil, sempre grafo o vocábulo, utilizando apenas letras maiúsculas. Detalhe: a peça aqui analisada passa a milhas e milhas de distância de ser uma COMÉDIA.).





        A escolha do elenco não poderia ser melhor e é um dos pontos mais altos desta montagem, e cada um dos cinco artistas que o compõem merece palavras de destaque, a começar por DONA ANA LUCIA TORRE (O “DONA” é um tratamento que tenho o hábito de empregar, como forma de uma merecida reverência às grandes damas do TEATRO BRASILEIRO, mesmo para as que são minhas amigas pessoais e com as quais tenho uma certa intimidade. Para os atores, “SENHOR”.). Considero-a pertencente à galeria de nossas maiores intérpretes. Jamais a reprovei, por qualquer de suas atuações anteriores, e tenho muita dificuldade em escolher a peça em que ela melhor atuou. E olha que foram muitas! Sempre é a mais recente, porque, logo, logo, DONA ANA vem com outro trabalho, para me confundir na escolha. Sua MARY TYRONE é irretocável. Para ela, assim como outras personagens (Esse finalzinho é acréscimo meu.) “MARY TYRONE é um turbilhão e um enorme desafio. Esse texto é o sonho de qualquer atriz. A melhor coisa na vida, e nessa profissão, é ter desafios e aprender a superá-los. Posso dizer que estou vivendo num inferno, com a MARY, e, ao mesmo tempo, nas nuvens”. A ação desastrosa da morfina, naquela mulher, vai se mostrando numa gradação, de destruição física e moral, a olhos vistos, no decorrer daquele único dia. A personagem é totalmente cônscia da sua doença, embora não pareça, uma vez que, para, talvez, não fazer adoecer os demais membros da família, já "enfermos", já apresentando suas “patologias”, ela tenta esconder o vício, para o que utiliza os mais diferentes artifícios, entretanto, de uma forma mais que visível, este é detectado pelos que a cercam, e um dos elementos “delatores” são suas mãos, que vão ficando tortas, num trabalho extremamente encantador da atriz.





             É deveras comovente e primorosa sua interpretação, na construção de sua personagem.  Ora se apresenta com as preocupações e o desvelo de uma mãe, ora demostra muita fragilidade e um comportamento próximo a um estado de loucura, ora se culpa por uma maternidade compulsória, ora age com brutal crueldade, em função, principalmente, creio eu, de uma abstinência, por querer resistir ao vício, adquirido por conta da imperícia de um médico, o qual lhe prescreveu a droga, para atenuar fortes dores. Esse seu comportamento rude também pode ser um mecanismo de defesa ou de autodestruição. MARY apresenta uma constante preocupação com sua aparência, aos olhos da “família”, mais concentrada na apresentação de seus cabelos, um comportamento metafórico, sem dúvida. Todos os aplausos do mundo merece DONA ANA LUCIA TORRE, por sua MARY, que já foi interpretada por ícones do TEATRO BRASILEIRO, como DONA Cacilda BeckerDONA Nathália Timberg DONA Cleyde Yáconis. É impressionante como a atriz vai se transformando, fisicamente, no decorrer de apenas um dia, como se fosse uma degradação ao longo de uma vida, representada por suas máscaras faciais, postura corporal, gestos e voz. A responsabilidade da atriz era muito grande, e ela correspondeu a isso, a ponto de ter sido, recentemente, indicada a melhor atriz, num destacado prêmio de TEATRO da cidade de São Paulo, pelo que a felicito.




       Não fica atrás, em importância e talento, LUCIANO CHIROLLI, um veterano ator de TEATRO, que nos emociona, com sua impecável interpretação de JAMES TYRONE, o patriarca daquela “família”. Que parceiro à altura da atriz lhe foi destinado! Admirador, de longa data, de seu trabalho, eu sempre aguardava, com muita expectativa, sua entrada em cena, porque sabia que, como ator, que também sou, teria a oportunidade de aprender muito com ele. O personagem de CHIROLLI assume comportamentos diversos, com cada um dos demais membros dos TYRONE, e faz isso com total maestria, marca do que pode ser considerado um ator de grandes possibilidades, um devoto de seu ofício.




          GUSTAVO WABNER e BRUNO SIGRIST são os dois filhos. O primeiro, desejado; o segundo, não. WABNER, um pouco afastado do palco, como ator, nos últimos tempos, dedicando-se mais a dirigir, volta a pisar as tábuas em grande estilo, como um JAMIE bastante convincente, provando que um personagem coadjuvante pode, e deve, ser percebido, pelo espectador, com a força de um personagem protagonista. O mesmo se aplica a SIGRIST, para mim, uma grande e agradabilíssima surpresa. Acompanho sua carreira desde quando o vi brilhando, ao lado de um homogêneo elenco, na montagem de “O Despertar da Primavera”, com direção de Charles Möeller e Claudio Botelho, em 2009. Nesses treze anos de carreira, BRUNO se dedicou a atuar em musicais, o que faz com bastante virtuosismo, já que domina as três habilidades que o TEATRO MUSICAL exige: interpretar, cantar e dançar. Se não me equivoco, é a primeira vez que o ator interpreta um personagem tão denso, num drama, a encarnação do dramaturgo. Ambos são merecedores de muitos aplausos.




              E o que dizer de MARIANA ROSA, que interpreta a serviçal CATHLEEN? Um pouco do mesmo que falei sobre GUSTAVO WABNER, e que também se aplica a BRUNO SIGRIST, com relação à importância de um ator ou atriz, na interpretação de um papel coadjuvante (Sempre gosto de reforçar que o personagem é coadjuvante; o ator ou a atriz nunca.). As intervenções da personagem são poucas, contudo, em todas, ela salta aos olhos do espectador, porque a atriz sabe muito bem como valorizar sua CATHLEEN. Ela defende a personagem, que, “no frigir dos ovos”, é a única, na condição de personagem, que aparenta um quê de sanidade mental. Digo “aparenta”, porque, vez por outra, parece também já ter sido contaminada pela insanidade dos demais. Afinal de contas, manter-se saudável, mentalmente, quando se é bombardeada por quatro – quatro contra um é “covardia” –, não é função lá muito fácil. Ela tenta, sem sucesso, contornar as situações conflituosas. É incrível como, com tão poucas entradas em cena, e com um texto limitado, quantitativamente falando, MARIANA consegue ser tão notada. Eu e os dois amigos que me acompanhavam, naquela inesquecível noite, falamos muito sobre o trabalho dessa extraordinária atriz, também merecedora de muitos aplausos.



         

              Detendo-me, um pouco mais, agora, no trabalho de direção, de SERGIO MÓDENA, há nele detalhes de finíssimo bom gosto e criatividade, que merecem destaque, como a escolha de uma arena para a encenação. O círculo pode ser considerado uma das várias metáforas sugeridas na encenação: o círculo da vida. Uma outra é o fato de todos os móveis do cenário estarem cobertos por um fino tecido branco, como se fosse a neblina, outra excelente metáfora da peça, que é removido, logo no início do espetáculo, pelo personagem EDMUND (O’NEILL), como que querendo mostrar, ao público, a sua família, um convite a que nos incorporemos àquele drama particular. A mais representativa de todas as metáforas me parece ser o fato da existência de uma perene neblina, do lado de fora da casa, como o desejo, paradoxal, no seu íntimo, do autor, e, talvez, medo também, de deixar que sua intimidade e da família sejam tornadas públicas. Ela vai se tornando, com o decorrer do dia, cada vez mais densa e presente. As entradas e saídas dos personagens em cena me pareceram milimetricamente pensadas. A ideia de iniciar o espetáculo com o personagem EDMUND lendo a dedicatória escrita no livro, com o texto da peça, para sua mulher, terminando com um “EUGENE O’NEILL”, é de extrema sagacidade e auxilia o público, em geral, a acompanhar a "jornada" daquela “família”. Trabalho primoroso e extremamente sensível de direção!


Sergio Módena


              Acompanhando, pelas redes sociais, chamadas para a estreia da peça, fiquei bastante interessado pelas imagens do cenário que eram publicadas. Muito curioso, porque, apenas pelas fotos, já o achava muito lindo e “misterioso”. Esse interesse e essa curiosidade em vê-lo à minha frente tomavam corpo, por ele, em si, e por ser assinado por um dos mais competentes cenógrafos deste país, ANDRE CORTEZ, que nunca perde a oportunidade de se fazer presente e importante numa montagem teatral. A simplicidade da cenografia concorre, no mesmo nível, com o que de muito ela representa, na concepção do diretor, ao querer romper com o realismo. A metáfora também está presente nessa linda cenografia, na qual entram móveis, com predominância de cadeiras e do branco, confundindo-se com a neblina, dispostos de forma meio aleatória, fora de uma construção “normal”, totalmente dentro do clima “caótico”, “desalinhado”, “fora da ordem”, como é a vida da “família” TYRONE. Mais um trabalho nota DEZ, para ANDRE CORTEZ.



        E como FABIO NAMATAME foi feliz na criação dos figurinos da peça, todos de finíssimo bom gosto e acerto! E com um detalhe que julgo bastante interessante: apesar de ser uma “peça de época”, passada em 1912, NAMATAME nos surpreende, com figurinos, de certa forma, atemporais, porque o texto também o é, talvez – é bem provável que eu tenha pegado o atalho certo – com a intenção de trazer, para os dias de hoje, aqueles conflitos, que podem estar presentes em famílias de alguns da plateia. Aplaudo, estusiasticamente, o trabalho do grande figurinista!




               Como é bela e precisa a iluminação de ALINE SANTINI! Não há uma cena que não merecesse a luz adequada, para auxiliar, com sua plasticidade, as intenções do dramaturgo e da direção. O seu desenho de luz é bem variado e “comme il faut”, põe em destaque o que merece maior evidência e, nos momentos certos, abre mão da intensidade, com o propósito de, talvez, ocultar um pouco do que é dolorido e para enfatizar o tom de mistério e de “embaçamento” que determinadas cenas requerem. A iluminação é um elemento de criação fundamental, numa montagem teatral, podendo valorizá-la ou destruí-la. Aqui, o dedo de ALINE entrou com o pressionamento mais que correto.




             Para finalizar os comentários sobre o trabalho de todos os artistas de criação, nesta montagem, faltava fazer uma alusão a MARCO FRANÇA, responsável pela trilha sonora da peça, criada com um viés intimista, sublinhando, com precisão, as cenas, como um importante elemento de apoio e colaboração, para alimentar os sentimentos que cada uma delas deve provocar no espectador.


 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Eugene O´Neill

Idealização, Tradução e Direção: Sergio Módena

Diretor Assistente: Lurryan Nascimento

Música Original: Marco França

 

Elenco: Ana Lucia Torre (Mary Tyrone), Luciano Chirolli (James Tyrone), Gustavo Wabner (Jamie Tyrone), Bruno Sigrist (Edmund Tyrone) e Mariana Rosa (Cathleen)

 

Cenário: Andre Cortez

Assistente de Cenário: Maristella Pinheiro

Cenotécnico: Tibúrcio Produções

Figurino: Fábio Namatame

Produção de Figurinos: Carolina Zilig

Iluminação: Aline Santini

Trilha Sonora: Marco França

Visagista: Dhiego Durso

Operador de Som: Pedro Moura

Operador de Luz: Marcos Fávero

Camareira: Verônica Moraes

Contrarregra e Camareiro: Ricardo Santana

Coordenação e Comunicação: Beth Gallo

Assessoria de Imprensa: Morente Forte – Thais Peres

Programação Visual: Vicka Suarez

Fotos: Priscila Prade

Filmagem: Jady Forte

Redes Sociais e Textos: Ana Paula Barbulho

Coordenação Administrativa: Dani Angelotti

Assistência Administrativa: Alcení Braz

Assistente de Produção: Rebecca Momo

Administradoras da Temporada: Magali Morente e Alcení Braz

Produção Executiva: Martha Lozano

Produtoras: Selma Morente e Célia Forte 

 


 



 

SERVIÇO:

Temporada: de 25 de junho até 28 de agosto de 2022.

Local: Teatro TUCARENA.

Endereço:  Rua Monte Alegre, nº 1024 – Perdizes - São Paulo.

Dias e Horários: sextas-feiras e sábados, às 20h30min; aos domingos, às 18h30min.

Valor dos Ingressos: R$80,00 (inteira) e R$40,00 (meia entrada).

VENDAS: Sympla ou nas bilheterias do TUCARENA.

Capacidade: 252 lugares.

Duração: 120 minutos.

Classificação Etária: 16 anos.

Gênero: Drama.

 




              Para encerrar esta já longa crítica, algumas coisas devem ficar bem patentes. Uma delas é que o texto, por mais doloroso, para qualquer espectador, e ser, como sempre é um texto teatral, uma ficção, é atemporal e retrata os dramas reais de muitas famílias, até hoje. E de outras que ainda virão a existir, porque a alma humana tem sempre duas faces, sendo que a negativa é a que menos é posta às vistas dos audientes. Outra é que, para assistir a uma encenação deste texto, o espectador – falo dos mais sensíveis – precisa estar preparado para “receber fortes socos na boca do estômago” e, pelo menos, esboçar uma reação a eles. Não é um TEATRO para entretenimento; é, isso sim, uma tragédia contemporânea, no seu sentido mais amplo.

 

 



 Os envolvidos no projeto.



FOTOS: PRISCILA PRADE

 

 

GALERIA PARTICULAR

(FOTOS: LEONARDO SOARES BRAGA.)


(Foto: Carlos Eduardo Sabbag Pereira)


(Foto: Célia Forte)

(Com Leonardo Soares Braga. Foto: Gilberto Bartholo)

(Com DONA Ana Lucia Torre e Sergio Módena)

(Com Luciano Chirolli)

(Com Gustavo Wabner)

(Com Bruno Sigrist)

 

E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

COMPARTILHEM ESTE TEXTO,

PARA QUE, JUNTOS,

POSSAMOS DIVULGAR

O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!