“HAIRSPRAY”
ou
(E VIVA
A
GERAÇÃO LAQUÊ!)
ou
(UM MUSICAL PARA
TODA A FAMÍLIA.)
Assisti, duas vezes, à
atual montagem do musical “HAIRSPRAY”,
em cartaz no Teatro Riachuelo – Rio, até o dia 18 de agosto próximo (VER SERVIÇO.).
A primeira foi numa sessão vespertina de um sábado, 07 de julho, na semana de
estreia da peça. Fiquei encantado com o que vi e voltei para casa com um desejo
enorme de escrever logo sobre o espetáculo. No dia seguinte, fui ao meu
computador, para dar início à minha modesta apreciação crítica, mas, num
determinado momento, senti que teria que parar e rever o musical, uma vez que
não havia levado um bloquinho, para anotações, e percebi que era muita
informação para o meu cérebro cansado, e que, certamente, deixaria de falar de aspectos
importantes, os quais se perderiam no meio daquele “tsunâmi” de coisas
maravilhosas. Sendo assim, voltei ao Riachuelo no último domingo
(21/07/2024), munido de minha “cadernetinha de estimação” e não
parei de fazer anotações pontuais, para servirem de base a estes escritos.
Quando uma pessoa decide
assistir a um musical, via de regra, vai com o objetivo primeiro de se divertir,
além de alimentar seus olhos com o belo, que, normalmente, encontram neles,
principalmente naqueles que vieram da Broadway, grandes superproduções,
como é o caso de “HAIRSPRAY”, porém,
por mais que eles pareçam existir apenas para isso, sempre há alguma coisa mais
importante, alguma mensagem construtiva nas entrelinhas, mesmo que esteja abissalmente
localizada. No caso deste - Estreou, na “Meca dos Musicais”, em 15 de
agosto de 2002, com grande sucesso de público e de crítica; no
ano seguinte, ganhou 8 prêmios "Tony", incluindo o de "Melhor Musical", das 13 indicações que recebeu; mais
de 2.500 apresentações; 6 anos e meio em cartaz; turnês nacionais; uma produção em West End, inúmeras produções
estrangeiras -, a maior mensagem que traz,
sem dúvida, é sobre a força do coletivo, da diversidade, do
orgulho e da coragem de a pessoa ser quem ela é. A versão para as
tábuas foi adaptada do um filme musical do mesmo nome, de 2007.
SINOPSE:
“HAIRSPRAY” é um
musical que se passa na icônica década de 1960, mais propriamente em
1962,
em Baltimore,
no estado de Maryland, Estados Unidos, e conta a história
de Tracy
Turnblad (VÂNIA CANTO), uma
jovem otimista e cheia de energia, que sonha em dançar num programa de TV local, “The
Corny Collins Show”.
Fora dos tradicionais padrões de
beleza, Tracy, uma “rechonchuda”, bem acima de seu
peso, tinha o sonho de dançar naquela atração televisiva, baseada no
real “Buddy Deane Show”.
Tracy enfrenta muitos
preconceitos, mas, ao ganhar um lugar no referido “show” e virar uma
celebridade instantânea, torna-se amiga de uma gama de personagens
negros e não-brancos e junta-se a eles, para lutar
contra a segregação racial e promover a inclusão de todos na cidade: brancos,
pretos, gordos, magros...
Tracy queria transformar o “show”,
tornando-o mais inclusivo.
As reflexões levantadas no espetáculo,
estilo comédia romântica, atravessam o tempo, chegando aos dias atuais,
como um convite para analisarmos o quanto ainda é preciso falar sobre equidade
e diversidade de gênero, raça e padrões estéticos.
De forma leve e irreverente, este musical
é uma celebração ao amor e à união, e emociona toda a família.
“HAIRSPRAY” é um recorte social e
crítico sobre as injustiças da sociedade americana na década de 1960,
no que tange à segregação racial, principalmente, não tão distante, no tempo,
quando nos voltamos para esse absurdo, ainda nos dias atuais. Além da importância
do texto e da beleza plástica do espetáculo, ainda somos brindados com lindas e
alegres canções, que incluem o estilo de música, dança e “rhyyhm and blues” daquela riquíssima
década, em termos culturais. Sem dúvida, quando se trata de “setlist”,
em relação a musicais, estamos diante do que há de melhor.
Devemos, primeiramente, a TIAGO ABRAVANEL a sorte de assistir, agora, a este
excelente espetáculo, visto que montar “HAIRSPRAY” era, para ele, um
sonho, de há muito, alimentado. Na primeira montagem brasileira do “show”, em 2009, com direção de Miguel
Falabella, o talentoso ator e cantor esteve presente, no elenco, em
papéis secundários (Sr. Spritzer, Sr.Pinky e
o Guarda da Penitenciária Feminina), embora fosse o “sub” de Edson
Celulari, que interpretava Edna Turnblad, a mãe da
protagonista, personagem da qual, hoje, TIAGO
é titular absoluto. E que titular!!! Vale a pena lembrar
que, embora bastante ansioso para substituir Celulari, eventualmente,
jamais TIAGO conseguiu isso. Em
entrevista a um órgão de imprensa, assim ele se pronunciou: “Desde que eu conheci a história
fiquei muito envolvido, principalmente pela referência de ver uma menina gorda
como protagonista, um homem gordo fazendo uma mulher gorda, falando desse
assunto de uma maneira divertida, alegre. Eu vi ali uma oportunidade para falar
sobre isso.”.
Retirado do “release”, que me foi enviado por GABRIEL MATTOS (MNiemeyer Comunicação): “Conheci o espetáculo quando eu fazia curso de teatro
musical, no 'TeenBroadway', e vivi a Edna, de maneira amadora, quando eu era
super novo.”, diz TIAGO ABRAVANEL.
15 anos separam a primeira montagem da atual, no Brasil.
Seria motivo para nos perguntarmos: “Ainda faz sentido, hoje, montar esse
espetáculo, contar essa história?” E a resposta vem de imediato, num
átimo de tempo: “É claro que sim, já que todas as temáticas que o espetáculo
aborda ainda nos assombram e ameaçam e, também, pelo grave momento social que
nosso país está vivendo!
Em geral,
quando faço a minha análise crítica de um espetáculo teatral, reservo para o
final, as considerações sobre o elenco, entretanto vou fugir, agora,
a essa minha regra, encantado que fiquei pelo total equilíbrio e harmonia que
identifiquei no elenco de 30 atores / cantores / dançarinos.
Sem dúvida, salta aos nossos olhos, tanto os de um experiente crítico como os
de um leigo espectador, a estupenda qualidade artística de todos em cena; dos
que interpretam os principais personagens e daqueles aos quais foram reservados
os menos importantes na trama. Do grupo dos que “jogam na linha de frente”
(Refiro-me
aos personagens.), destaco TIAGO ABRAVANEL (Edna Turnblad, mãe da personagem
principal), sobre quem falarei adiante, com destaque, assim como de VÂNIA CANTO (Tracy Turblad); ALINE
CUNHA (Motormouth Maybelle); EMMY OLIVEIRA, (Pequena
Inez); GIOVANA ZOTTI (Prudy Pingleton); IVAN
PARENTE (Corny Collins); LIANE MAYA (Velma Von Tussle); LINDSAY
PAULINO, (Wilbur Turnblad); PÂMELA ROSSINI (Penny
Pingleton); RODRIGO GARCIA (Link Larkin); THALES
CESAR (Seaweed Stubbs); e VERÔNICA GOELDI (Amber
Von Tussle). Uma das qualidades que todos têm em comum, e que pode ser
ratificado por quem já assistiu ou ainda assistirá à peça, é a beleza e a potência
de suas vozes, o que é fundamental, num espetáculo de TEATRO MUSICAL, o que,
infelizmente, ainda não foi bem “digerido” por alguns atores que se
lançam nesses nicho de TEATRO, sem a menor condição de
fazê-lo, o que, em absoluto, não é o caso de nenhum
integrante deste elenco.
Em coro e,
principalmente, nos seus solos, todos arrancam muitos aplausos, merecidíssimos,
da plateia. ALINE CUNHA é uma
presença iluminada no palco. Uma excelente atriz e dona de uma voz celestial.
Cabe à atriz/personagem um dos solos mais lindos do espetáculo, ao fim do
qual, a plateia se manifesta em muitos aplausos e gritos de “Brava!”,
como os meus. EMMY OLIVEIRA
sustenta, de sua primeira aparição até o final, uma Pequena (GRANDE) Inez.
Idem para GIOVANA ZOTTI; IVAN PARENTE me pareceu estar em seu
melhor momento em cena, a despeito de tantos outros trabalhos encantadores que
o ator já executou. LIANE MAYA é uma
das nossas melhores “cantrizes” e, mais uma vez, como sempre faz, emendando um
musical no outro, é quem “manda no pedaço”, quando tem
oportunidade; merece aplausos múltiplos. LINDSAY
PAULINO, cujo trabalho, na TV, admiro bastante, pela primeira
vez visto por mim num palco, compõe um inimitável Wilbur Trurnblad. Vale a
pena dizer – Jamais me perdoaria, se não o fizesse. – que, no meu segundo
encontro com “HAIRSPRAY”, o
personagem foi interpretado por outro fascinante ator de musicais: BERNARDO BERRO, o qual, igualmente,
mereceu meus efusivos aplausos. Que grande acerto foi confiar a PÂMELA ROSSINI a personagem Penny
Pingleton! RODRIGO GARCIA é
um dos meus favoritos atores de musicais. Também está sempre emendando um
trabalho no outro, que nenhum produtor ou diretor gostaria de dispensar sua
valiosa contribuição num musical. É uma das mais fortes presenças em cena,
quando dança, canta ou interpreta. E o que dizer de THALES CESAR? Fico muito emocionado ao ver o ator em cena. O jovem
artista, que conheci, no ano passado, como Simba, o protagonista de “O
Rei Leão”, de onde saiu para interpretar o carismático personagem Seaweed
Stubbs, além de sua bela compleição física, canta uma enormidade, dança
da mesma forma e interpreta na mesma proporção. VERÔNICA GOELDI está perfeita, na medida certa, na “vilãzinha”,
que provoca amor e ódio no público. Por oportuno, faço um registro importante:
é excelente a química que há entre as duplas de “mães e filhas” do enredo.
Não sei se todos foram convidados ou se alguns destes se submeteram a audições,
todavia, com relação a estas, sei que o elenco passou por um rigoroso processo de
seleção com quase 3.000 inscritos, o que só vem a provar a importância
do
TEATRO MUSICAL BRASILEIRO.
Completam o harmônico elenco CAROL PITA, YASMIN CALBO e JULIA SANCHIS, as quais fazem parte do Ensemble e estão
disponíveis também como “cover” de Amber e Penny,
respectivamente, além de Eddy Norole. O mesmo acontece com MANU GIOIELI (“cover” de Tracy), DOUGLAS MOTTA e VITOR VEIGA (“covers” de Seaweed), TEO BRITO (“cover” de Link), ALVINHO DE PÁDUA (“cover” 2 de Link), PEDRO NAVARRO (“cover” de Corny). Como “swing”,
CLAUDIA ROSA (“cover” de Velma e Prudy), NICOLE
LUZ (“cover” da Pequena Inez), ANDRÉ
LUIZ ODIN (“cover” de Wilbur e Corny) e TIAGO DIAS (“cover” de Seaweed). As três Diamantes
são interpretadas por THAIS RIBEIRO, LARISSA NOEL e CAROL ROBERTO.
Como prometido, mais alguns focos de luz sobre TIAGO ABRAVANEL e VÂNIA
CANTO. TIAGO é um ator
camaleônico, de imensas possibilidades, que consegue ser Tim Maia, em “Tim Maia – Vale Tudo – O Musical”;
um cachorro (Snoopy), no musical “Meu Amigo Chalie Brown”; um caranguejo
(Sebastião),
em “A
PEQUENA SEREIA”; e uma mulher, dona de casa (Edna Turnblad), em “HAIRSPRAY”, com o mesmo nível de perfeição
interpretativa. No papel da mãe da protagonista, o ator se apresenta com muita
naturalidade e leveza, uma presença tão marcante, como, da mesma forma, se apresenta VÂNIA CANTO, um talento inconteste, já comprovado, anteriormente, em tantos musicais de sucesso, principalmente no recente “Funny Girl – A Garota Genial”. A “cantriz”
reúne, quando tem que cantar, afinação e potência vocal, indispensáveis a uma
boa cantora, e emoção, em diferentes matizes, inerente a uma boa atriz, dependendo
da cena e da situação em que sua personagem esteja envolvida, impressionando,
muito positivamente, a todos. É uma atriz completa - canta, dança e interpreta com a
mesma perfeição -, assim como TIAGO, carismática e atenta a todos os detalhes da
personagem Tracy Turnblad. Tanto TIAGO,
um homem interpretando uma personagem feminina, quanto VÂNIA, como uma adolescente, que a atriz já não é, convencem
totalmente em suas atuações, sem qualquer tipo de apelação histriônica e falsa.
“HAIRSPRAY” é uma superprodução que só pôde ser erguida graças à tenacidade de TIAGO ABRAVANEL, do empenho de seus
colaboradores e à importância e eficiência da Lei Rouanet, sobre a
qual, infelizmente, depois de tantas explicações de que não se trata de ninguém
“mamando
nas tetas da Nação”, ainda ouvimos as maiores barbaridades, fruto da
ignorância de quem não sabe como ela funciona ou da parte de pessoas
inescrupulosas e mentirosas, as quais a criticam, negativa e propositalmente.
Decidi agregar a esta crítica, a título de mais um esclarecimento sobre como
funcionas a referida Lei, antes agradecendo aos
patrocinadores desta montagem, os quais se valeram dela, para que pudéssemos
ter acesso a esta superprodução, que nada fica a dever a algumas da Broadway:
Brasilprev, uma empresa
líder no seu segmento de mercado, que administra a previdência privada do Banco do Brasil, em parceria com a empresa americana
Principal
Financial Group; Karina, fabricante de cosméticos para os cabelos; PwC Brasil, uma marca que atua no setor de serviços
profissionais; Instituto Yduqs e
Estácio, ligadas ao ramo da educação; e Shell, empresa presente no Brasil desde 1913, operando como uma das maiores
do mundo na área de exploração e produção, no ramo dos combustíveis.
VAMOS COLOCAR UM
PONTO FINAL?
(Texto extraído da
internet, com adaptações.)
Você, certamente, já ouviu falar em fomentos
culturais. Já deve, espero, estar familiarizado com algumas legislações
e projetos que movimentam esse setor. Inclusive, deve ter se perguntado como
funciona a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) ou o que é a Lei
Rouanet.
Como parte essencial para manter a
cultura em movimento e acessível no país, existem diversos programas e
legislações que possibilitam a existência e execução de projetos artísticos. A Lei de Incentivo à Cultura é uma
delas, que funciona há quase 33 anos, em prol dos direitos
culturais do povo brasileiro.
Se você quer entender, de uma vez por
todas, como essa legislação funciona, é só continuar a leitura deste
esclarecimento.
Popularmente conhecida como “Lei
Rouanet”, que recebeu esse nome por conta de Sérgio Paulo Rouanet, Secretário
de Cultura da Presidência da República, entre 1991 e 1992,
responsável pela apresentação de sua proposta, a Lei de Incentivo à Cultura
entrou em vigor em 1991, com o intuito de estimular e fomentar a produção e
difusão cultural e a preservação de patrimônios históricos do Brasil. Entre outros objetivos, a LIC
tem a finalidade de valorizar a cultura nacional; viabilizar a expressão cultural de
todas as regiões do País e a sua difusão em escala nacional; incentivar a ampliação do acesso da
população à fruição e à produção dos bens culturais; e apoiar o desenvolvimento de ações que
integrem cultura e educação, entre outros itens importantes descritos na legislação.
Apesar de ser popular pela captação de
recursos por meio de renúncia fiscal, a LIC
possui outros dois mecanismos de fomento cultural instituídos por meio do PNAC
(Programa
Nacional de Apoio à Cultura): o Fundo Nacional de Cultura (FNC) e o Fundos
de Investimento Cultural e Artístico (Ficart).
Vamos focar no mecanismo de renúncia
fiscal, para entender como funciona a Lei de Incentivo à Cultura.
A LIC faz parte um conjunto de outras
leis que atuam no incentivo de pessoas e empresas a apoiarem projetos sociais,
que são as chamadas Leis de Incentivo Fiscal, lembrando
que também existem a Lei de Incentivo ao Esporte, a Lei
de Incentivo ao Audiovisual, Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o Fundo do Idoso, entre outras, cada
qual com a sua especificidade.
Em todos os casos que tangem à “Lei
de Incentivo Fiscal Federal”, AS PESSOAS OU EMPRESAS FAZEM DOAÇÕES OU
PATROCÍNIOS E, POSTERIORMENTE, PODEM DEDUZIR, DO IMPOSTO DE RENDA DEVIDO, ATÉ
6%, PARA PESSOAS FÍSICAS, E 4%, PARA EMPRESAS.
Vê-se, portanto, que as produções
teatrais NÃO SÃO FEITAS COM O DINHEIRO PÚBLICO, E
SIM ESTÃO SE VALENDO DE UM MECANISMO LEGAL, JAMAIS, PORTANTO, ATUANDO AO
ARREPIO DA LEI.
Somente podem participar da LIC
pessoas, grupos ou entidades que atuem com as artes cênicas e congêneres, de
acordo com os seguintes segmentos: artes gráficas e artes digitais; produções
cinematográficas e videográficas; TEATRO; literatura; música popular, instrumental e erudita; patrimônio arquitetônico; museus e
outros acervos.
Abaixo, está o passo a passo
simplificado de como funciona a Lei de Incentivo à Cultura:
1) Artistas, autarquias, fundações,
cooperativas e ONGs que atuam no setor cultural inscrevem projetos culturais no
programa.
2) Os projetos são analisados durante
quatro fases, que dão mais segurança processual, jurídica e técnica durante o
processo.
3) Se aprovado, essas pessoas e
organizações começam a bater de porta em porta, atrás do apoio de empresas. É o
momento de captação e formação de parcerias entre pessoas físicas e empresas e
pessoas e grupos que detêm os projetos.
4) Nesse meio tempo, o projeto ainda
passa por adequação, homologação de execução, autorização de execução e tantas
outras etapas.
5) Com tudo certo, as empresas e
pessoas físicas incentivadoras fazem repasses para artistas, grupos e organizações
executarem seus projetos.
6) A partir disso, cada pessoa ou
organização pode executar os seus projetos.
NÃO É NADA FÁCIL CONSEGUIR UM PATROCÍNIO
COM O APOIO PELA LEI ROUANET!!!
Uma condição importante é exigida pela Lei:
que todo projeto aprovado deve estabelecer uma contrapartida social de acesso da
população ao produto cultural gerado com apoio do programa, de acordo
com cada particularidade.
Conquistar a execução de um projeto
cultural, via LIC, requer tempo, um projeto consolidado e o conhecimento
básico do funcionamento da Lei de Incentiva à Cultura.
Essa também é uma via de mão dupla, já que pessoas e
empresas podem construir uma sociedade menos desigual, com o fomento cultural
do país, junto às organizações culturais.
Será que deu para entender ou é preciso
desenhar?
Perdão,
pelo exposto acima, que pode ser considerado uma digressão enfadonha, porém espero ter
contribuído para jogar um pouco de luz sobre aqueles que ainda precisam dela.
Passemos a comentar o talento de todos os envolvidos no projeto, começando pelo
texto
e sua versão para o nosso idioma. Ainda que possa parecer, à primeira
vista, um texto “bobinho”, “água-com-açúcar”, para puro
entretenimento, sem o ser, na verdade, gosto dele, do enredo e da dramaturgia,
e muito me agrada o trabalho do tarimbado versionista VICTOR MUHLETHALER, que até conseguiu inserir pitadas de brasileirismos
numa história que se engaja totalmente no “american way of life”. Destaco as
letras, em português, uma tarefa muito difícil de ser equacionada e muito
importante, pois ajudam a contar a história. Humor fino, sem apelações.
ROGÉRIO FALCÃO é o responsável por uma cenografia
que se impõe, sendo leve, original e expressiva, com, segundo o próprio, “a
liberdade de criar uma identidade de cada cenário com muitas cores ‘vintage’ e
uma pegada cartunista bem dos anos sessenta.”. Realmente, reconheci nas
pinturas das peças cenográficas, e espero que não tenha entrado numa “viagem”,
sem me drogar, umas nostálgicas pitadas do estilo de Juarez Machado. As soluções
encontradas pelo premiado cenógrafo são muito interessantes e práticas, com
muitas entradas e saídas de elementos cenográficos, o que nos passa um movimento
constante no palco. Em várias cenas, tive a impressão de que aqueles elementos
dançam com os atores, no meio das coreografias.
Um elemento
plástico que chama muito a atenção dos espectadores é o variado figurino,
abundantemente criativo e muito colorido, criado por BRUNO OLIVEIRA. Recentemente,
dediquei muitos elogios ao seu trabalho, em outra crítica, por conta de um
musical infantil, “A Fabulosa Fábrica de Música”, quando estive bem próximo aos
figurinos, nos bastidores, e pude ver a delicadeza de todos os detalhes e o
fino acabamento das peças. Não tive a mesma oportunidade agora, infelizmente, porém,
como pude assistir bem de perto a “HAIRSPRAY,
nas duas vezes, na quinta e na terceira fila, respectivamente, fiquei muito bem
impressionado com o que vi. São palavras do artista: “Poder revisitar todos os
personagens que nos levam para caminhos de muitas cores e formas foi prazeroso
demais. Tive a liberdade de trazer uma nova leitura do figurino desse
espetáculo, e isso foi muito desafiador”, completando que, ao todo, são
238
figurinos confeccionados para o espetáculo.
Para deixar tudo num clima
de festa, bem ao estilo deste tipo de musical, WAGNER ANTÔNIO foi felicíssimo em seu desenho de luz, apoiado numa
extensa paleta de cores, muito brilho e intensidades frenéticas, sem falar nos
movimentos dos focos, agregando, também, maior dinamismo às cenas.
A música, como não poderia deixar de ser, é um dos pontos altos da encenação, graça às letras e melodias; à competente direção
musical, a cargo de RAFAEL
VILLAR; à condução de uma orquestra, pela maestrina CLAUDIA ELIZEU, à frente de um excelente grupo de 12 exímios músicos; e à interpretação
do elenco.
A alegria
está presente em todas as ótimas coreografias, traçadas por TIAGO DIAS, o diretor coreográfico, e
muito bem executadas por todo o elenco. Também é digno de menção o
perfeitíssimo trabalho de PAULO ALTAFIM, responsável pelo desenho de som.
O trabalho de visagismo,
neste espetáculo, tem uma importância vital, já que se trata de uma peça de
época. Para reproduzir a moda e o visual dos anos 1960, dois nomes ganham
total destaque nesta produção. O primeiro é o de FELICIANO SANROMAN, que criou 98 perucas para o espetáculo, sem
dúvida um grande diferencial em “HAIRSPRAY”.
Reproduzo, aqui, palavras do renomado artista: “Foi uma felicidade imensa
desenvolver esse trabalho em ‘HAIRSPRAY’. Pude trabalhar livremente, já que
nosso produto é totalmente brasileiro, com criativos locais. A gente rompeu com
os penteados e as cores, e foram muitas horas de trabalho em perucas ‘front
lace’, implantes de ‘lace’ suíço, com uma equipe de 14 pessoas trabalhando,
durante um mês e meio, para termos um material de aparência o mais natural
possível. É um orgulho muito grande estar nesse projeto.”. E ainda há
quem não valorize o TEATRO MUSICAL. São pessoas dignas de pena!
O seguindo nome importante
na caracterização dos atores é o de LUCIANO PARADELLA, responsável pelas
maquiagens,
as quais fazem com que não consigamos reconhecer, no palco, pessoas como IVAN PARENTE, LINDSAY PAULINO, LIANE MAYA
e RODRIGO GARCIA, por exemplo. Até o próprio TIAGO ABRAVANEL. Já sabia qual seria o
papel deste, contudo, com relação aos outros, só os reconheci, primeiramente,
pela voz. São palavras de LUCIANO: “A criação da maquiagem foi toda
feita em parceria com os figurinos de BRUNO OLIVEIRA e com o FELICIANO, da
perucaria. Tem muito dos anos 60 nessa composição, mas com um toque de
modernidade. Pensei muito na concepção da criação do espetáculo, passando por
toda a transição de cores, que existe no decorrer do musical, até chegar na
explosão de cores e brilhos.”. Está aí um explicito registro de que “O TEATRO É
UMA ARTE COLETIVA”.
ANTONIA PRADO e TINNO ZANNI dividem, com TIAGO ABRAVANEL, a idealização e direção
do espetáculo, a seis mãos. Deve estar aí um dos motivos de tantos acertos e
sucesso num espetáculo só.
FICHA TÉCNICA:
Baseada no filme “HAIRSPRAY”, de John Waters
Música: Marc Shaiman
Letras: Scott Wittman e Marc Shaiman
Libreto: Mark O'Donnell e Thomas Meehan
Versão
Brasileira: Victor Muhlethaler
Direção e
Idealização: Antonia Prado, Tiago Abravanel e Tinno Zani
Direção
Musical e Idealização: Rafael Villar
Direção
Musical Associada: Claudia Elizeu
Elenco:
Vânia Canto, Tiago Abravanel, Aline Cunha, Emmy Oliveira, Giovana Zotti, Ivan
Parente, Liane Maya, Lindsay Paulino, Bernardo Berro, Pâmela Rossini, Rodrigo
Garcia, Thales Cesar, Verônica Goeldi, Carol Pita, Yasmin Calbo, Julia Sanchis,
Manu Gioieli, Douglas Motta, Vitor Veiga, Teo Brito, Alvinho de Pádua, Pedro
Navarro, Claudia Rosa, Nicole Luz, André Luiz Odin, Tiago Dias, Thais Ribeiro, Larissa
Noel e Carol Roberto
Cenografia:
Rogério Falcão
Figurinos:
Bruno Oliveira
Desenho de
Som: Paulo Altafim
Desenho de
Luz: Wagner Antônio
Direção
Coreográfica: Tiago Dias
Direção de “Casting”: Danny Cury
Assistência
de Direção: Thais Uessugui
Fotos:
Ricardo Brunini
“Stage Manager”: João Sá
Direção de
Produção Executiva: Bia Izar
Direção de
Produção Administrativa: Ligia Abravanel
SERVIÇO:
Temporada: De 04 de julho a 18 de
agosto de 2024.
Local: Teatro Riachuelo.
Endereço: Rua do Passeio, nº 38/40 – Centro –
Rio de Janeiro.
Dias e Horários: 5ªs e 6ªs feiras, às
20h; sábados, às
16h e 20h; domingos, às 15h e 19h.
Valor dos Ingressos: Plateia VIP
= R$ 175 (meia-entrada) e R$ 350 (inteira); Plateia = R$ 125 (meia-entrada) e
R$ 250 (inteira); Balcão Nobre = R$ 90 (meia-entrada) e
R$ 180 (inteira); Balcão Superior = R$ 19,80 (meia-entrada) e R$ 39,60
(inteira).
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/91594 ou na bilheteria do Teatro, de 3ª
feira a sábado, das 12h às 20h; domingos e feriados, das 12h às 19h.
Apresentação: Lei de Incentivo à Cultura e Brasilprev.
Patrocínio:
Vivo, Karina.
Co-patrocínio:
PwC Brasil, Instituto Yduqs e Estácio, Shell.
Realização:
Ministério da Cultura e Governo Federal - UNIÃO E RECONSTRUÇÃO.
Apoio: UOL
Assessoria de Imprensa Teatro Riachuelo
Rio: MNiemeyer
Assessoria de Comunicação: www.mniemeyer.com.br
Gabriel
Mattos = gabrielmattos@mniemeyer.com.br (21) 98996-3211
Rafaela
Barbosa = rafaela@mniemeyer.com.br (21) 99061-5257
Alessandra
Barreto = alessandra@mniemeyer.com.br (21) 99731-2021
Assessoria de Imprensa Hairspray: Perfexx
Assessoria = www.perfexx.com.br @perfexx_assessoria
Ana Paula
Aschenbach = anapaula@perfexx.com.br
Tânia
Barbato = tania@perfexx.com.br
Gabriela
Carvalhal = gabriela@perfexx.com.br
Ana Prado = aprado@perfexx.com.br
Heitor
Ribeiro = heitor@perfexx.com.br
Por que assistir a “HAIRSPRAY”?
Porque se acende uma esperança de dias melhores, quando vemos que Tracy
desafia preconceitos sociais e padrões de beleza, lutando por igualdade
e integração racial, enquanto persegue seus próprios sonhos. Porque o musical é
celebrado por seus números vibrantes e mensagem de aceitação e diversidade.
Porque, além do entretenimento, a peça aborda temas importantes, como racismo, aceitação e inclusão. Porque o espetáculo
destaca a luta pela integração racial e a quebra de estereótipos de beleza,
transmitindo uma mensagem poderosa sobre a importância da diversidade e da inclusão na sociedade.
Porque, segundo TIAGO ABRAVANEL, “Gordofobia,
racismo, empoderamento feminino são assuntos que a gente sempre precisa
reiterar, e esse espetáculo traz isso com uma potência muito especial. Por isso
tem tudo a ver ele acontecer na minha vida e nesse momento que o Brasil está
vivendo. Não tinha momento melhor para ‘HAIRSPRAY’ voltar para o Brasil.”.
Nem seria necessário dizer que RECOMENDO
MUITO O ESPÉTÁCULO, que já tem sua estreia, em São Paulo,
marcada para o dia 05 de setembro de 2024, no Teatro Renaut, com ingressos já à
venda.
FOTOS: RICARDO BRUNINI
(e algumas “garimpadas”
nas redes sociais e na internet.)
GALERIA PARTICULAR
(Fotos: Ana Cláudia Matos
e
João Pedro Bartholo.)
Com Tiago Abravanel.
Com Liane Maya
Com Ivan Parente.
Com Claudia Elizeu.
Com Bernardo Berro.
Com Pedro Navarro.
Com Carol Pitta.
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E
SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA
QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!