terça-feira, 31 de dezembro de 2013


(5)  NA COXIA COM... - NELLO MARRESE
 
Nello Marrese
 
           Até o presente momento, são 26 anos dedicados ao TEATRO, com grande sucesso na carreira, iniciada como ator, em São Paulo, em 1987, hoje, mais dedicada à cenografia, terreno em que NELLO MARRESE vem fincando profundas e fortes raízes, a ponto de se tornar um dos mais requisitados profissionais nesse setor.  Só no ano que hoje se encerra, NELLO assinou nada menos que doze trabalhos para TEATRO e um para uma cerimônia de entrega do PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO
           Das peças que contaram, em 2013, com os cenários de NELLO, pelo menos a metade se tornou campeã de crítica e de público e recebeu indicações para prêmios.
           Além de ator e cenógrafo, NELLO também põe seus dedos mágicos em outras searas do TEATRO, sempre com muita competência e sensibilidade.
           Trabalhou, e ainda trabalha, com os mais renomados diretores, como ULYSSES CRUZ, JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA, RENATO BORGHI, ANTÔNIO ABUJAMRA, AMIR HADDAD, DOMINGOS DE OLVEIRA, dentre outros, mas é com JOÃO FONSECA, amigo de longa data, que fixou uma parceria constante, desde a fundação do grupo OS FODIDOS PRIVILEGIADOS, responsável por grandes e inesquecíveis encenações.
           Desde 1999, vem-se dedicando ao trabalho de cenógrafo.
           Apenas alguns dos espetáculos que formam seu extenso currículo:
          UM QORPO SANTO DOIS (REVISITANDO);    O CASAMENTO;    TUDO NO TIMING;    A PENA E A LEI;    O CASAMENTO DO PEQUENO BURGUÊS;    PANO DE BOCA;    ÉDIPO UNPLUGGED;    HAMLET;    UM BEIJO, UM ABRAÇO, UM APERTO DE MÃO;    A GERAÇÃO TRIANON;    JOÃO TERNURA;    ESSES ANOS ESTÚPIDOS E PERIGOSOS;    O JOGO;    VALSA Nº 6;    VEREDA DA SALVAÇÃO;    A RATOEIRA;    RITA FORMIGA;    ESCRAVAS DO AMOR;     MINHA MÃE É UMA PEÇA;    AUTO DOS ANGICOS;    GOTA D'ÁGUA;    A FALECIDA;    O SANTO E  PORCA;    OPERETA CARIOCA;    UM CERTO VAN GOGH;    FICA COMIGO ESTA NOITE;    VIRGULINO E MARIA - AUTO DE ANGICOS;    COMÉDIA RUSSA;    O GATO BRANCO;    NÃO SOBRE ROUXINÓIS;    R&J DE SHAKESPEARE - JUVENTUDE INTERROMPIDA;    DOROTEIA;    TIM MAIA - VALE TUDO, O MUSICAL;    ROCK IN RIO - O MUSICAL;    EDUKATORS;    AOS DOMINGOS;    PAI;    RANDEVU DO AVESSO;    A IMPORTÂNCIA DE SER PERFEITO;    OS SAPOS;    MULHERES DO BRASIL;    INTIMIDADES;    DESPERTAR DA PRIMAVERA (não a montagem de MÖLLER & BOTELHO);    CAZUZA - O TEMPO NÃO PARA, O MUSICAL;    O MÉDICO QUE TINHA LETRA BONITA...
 
Nello Marrese
 
Nello ator

Pessoa ou Personagem?
 
           Vamos à conversa com NELLO MARRESE, que respondeu às perguntas de forma bem objetiva e segura:

O TEATRO ME REPRESENTA - MERDA (OTMRM) - Eu o conheci, como ator, no grupo OS FODIDOS PRIVILEGIADOS, e sempre admirei o seu trabalho, atuando.  Um belo dia, surgiu, para mim, o NELLO MARRESE cenógrafo.  Quem veio primeiro: o ator ou o cenógrafo?
NELLO MARRESE (NM) - O ator, porém o gosto pela cenografia apareceu rapidamente.
 
OTMRM - Você vem se dedicando, quase que exclusivamente, aos cenários.  Isso lhe dá mais prazer do que atuar?
NM - Sim.
 
OTMRM - Como foi a sua formação profissional nas duas áreas?
NM - Minha formação não foi acadêmica.   Ela se deu através do palco.  Tive a oportunidade de trabalhar com grandes nomes e, quando o interesse é verdadeiro, a gente corre atrás e aprende um pouquinho.
 
OTMRM - Pode parecer meio óbvio, mas você seria capaz de sintetizar qual é a função do cenário num espetáculo teatral?
NM - Ajudar a contar uma história, localizando o espaço da ação.
 
OTMRM - Você já fez cenários para outros tipos de espetáculo, além de TEATRO?
NM - Sim.
 
A IMPORTÂNCIA DE SER PERFEITO
 
A IMPORTÂNCIA DE SER PERFEITO

OTMRM - O ano está terminando e podem-se contabilizar muitos trabalhos assinados por você em 2013.  Quantos foram ao todo?
NM - Acho que 12. 
 
OTMRM - Dá para enumerá-los?
NM - ROCK IN RIO - O MUSICAL;   EDUKATORS;   AOS DOMINGOS;   PAI;   RANDEVU DO AVESSO;   A IMPORTÂNCIA DE SER PERFEITO;   OS SAPOS;   MULHERES DO BRASIL;   INTIMIDADES;   O DESPERTAR DA PRIMAVERA;   CAZUZA - O TEMPO NÃO PARA, O MUSICAL;   O MÉDICO QUE TINHA LETRA BONITA e o cenário para a cerimônia de entrega do PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO.
 
OTMRM - Quantos cenários você faz, em média, por ano?
NM - Oito
 
OTMRM - O seu nome está sempre ligado ao do grande diretor JOÃO FONSECA.  Essa parceria profissional já dura há muitos anos.  A que se deve isso?
NM - Cumplicidade, comprometimento profissional.
 
OTMRM - O cenógrafo tem liberdade total de criação ou as ideias para os cenários estão na dependência direta da concepção do diretor para o espetáculo?
NM - Isso é relativo, pois há trabalhos em que a concepção já está pronta pela direção e/ou o autor.  Aí, é trabalhar a ideia, e, em outras, a concepção se faz em parceria ou mesmo só.
 
AOS DOMINGOS
 
COMÉDIA RUSSA

OTMRM O trabalho do cenógrafo termina com a estreia do espetáculo ou continua durante toda a temporada?  Neste caso, de que maneira?
NM - Em geral, termina, porém somos acionados, quando o espetáculo vai para um palco de dimensões muito diferentes.

OTMRM - Que cenário você considera ter sido o mais trabalhoso para ser criado?  Por quê?
NM - ROCK IN RIO, porque o texto exigia muitos ambientes e muitas trocas rápidas.
 
OTMRM - E o mais difícil de ser confeccionado?  Por quê?
NM - ROCK IN RIO, porque o tempo era muito curto e tudo era muito grande.
 
OTMRM - Qual cenário você considera sua “obra-prima”?  Por quê?
NM - ???

OTMRM - Como você reage às críticas a algum trabalho seu?
NM - Bem.
 
OTMRM - Você trabalha com uma equipe fixa, para a confecção dos cenários, ou com diferentes profissionais em função de algum detalhe?
NM - Sempre que possível, sim, quanto à equipe de cenotécnicos,  porém sempre precisamos de mão de obra especializada para alguns itens.
 
OS SAPOS
 
O GATO BRANCO
 
UM CERTO VAN GOGH

OTMRM Você faz maquetes dos cenários ou só os traça no papel?
NM - Sempre que possível, faço maquetes.  Adoro!

OTMRM O cenógrafo participa dos ensaios de uma peça ou trabalha isoladamente, em seu atelier, escritório ou coisa parecida?
NM - Eu gosto de participar de ensaios, mas, às vezes, isso não é possível, pela falta de tempo. Ultimamente, as encomendas têm sido "para ontem".

OTMRM - Como há muitos espetáculos para poucas salas, torna-se difícil encontrar uma pauta nas grandes cidades, como Rio e São Paulo.  Alguns teatros, pejorativamente chamados, por alguns, de “teatros de alta rotatividade”, chegam a abrigar, simultaneamente, quase uma dezena de espetáculos, em dias e horários alternativos, contando com os infantis.  Isso passou a ser mais uma preocupação para o cenógrafo, que se vê na contingência de ter de fazer algo fácil de ser montado e desmontado?  O mesmo se aplica a espetáculos que se destinam a viajar?  Isso limita a criatividade do cenógrafo?
NM - Sim, e muito!  Muitos trabalhos começam pelas medidas dos bagageiros dos aviões e depósitos/coxias, para armazenamento, e tempo de montagem.  Jesus!

OTMRM Já tem algum projeto acertado para o próximo ano?  Pode nos antecipar?
NM - O GRANDE CIRCO MÍSTICO.
 
OTMRM - Você gostaria de acrescentar algum detalhe sobre o qual não lhe foi perguntado?
NM - Maior comprometimento, afinidade, jogo, entre cenário x luz.

 
TIM  MAIA - VALE TUDO, O MUSICAL
 
ROCK IN RIO - O MUSICAL
 
RANDEVU DO AVESSO
 
R&J DE SHAKESPEARE - JUVENTUDE INTERROMPIDA
 
PAI

MINHA MÃE É UMA PEÇA
 
ESCRAVAS DO AMOR
 
ESCRAVAS DO AMOR
 
GOTA D'ÁGUA
 
EDUKATORS
 
DOROTEIA
 
NÃO AOS ROUXINÓIS


 
(FOTOS DE DIVULGAÇÃO DOS ESPETÁCULOS E COLHIDAS EM SITES DA INTERNET)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013


ORIGINAL OU GENÉRICO?    

(SE FIZEREM EFEITO, APROVADOS OS DOIS.)

 


            Muitas pessoas vão ao TEATRO e saem de lá frustradas, porque o/a ator/atriz protagonista não atuou exatamente naquela sessão.  Em seu lugar, por um motivo qualquer, trabalhou o/a “sub” (redução de "substituto"), como é chamado o artista que substitui outro em algum espetáculo.

            Poucas vezes passei por essa experiência, desagradável, certamente, porque destrói uma expectativa, mas que não deve servir de motivo para que a pessoa se arrependa de ter ido ao TEATRO, a não ser que a substituição seja desastrosa, o que absolutamente, NÃO é o caso aqui tratado. 

Nas poucas vezes em que isso ocorreu comigo, se o espetáculo me agradou, procurei reassistir a ele, com o/a titular do papel.  Mas sem me preocupar com comparações.

            Essa prática da substituição de alguém em cena tem-se tornado, de certa forma, um pouco mais frequente, nos últimos tempos, principalmente porque muitos atores têm compromissos com a televisão, que lhe garante maiores condições de sobrevivência do que o TEATRO, ou em dias em que há duas sessões, mais em musicais, em função da maior exigência da voz do/a artista.

            Recentemente, esse fato ocorreu comigo, quando fui ver, pela terceira vez, o espetáculo CAZUZA – PRO DIA NASCER FELIZ, O MUSICAL. 

Nas duas primeiras vezes, o protagonista foi vivido pelo ator EMÍLIO DANTAS, o “CAZUZA ressuscitado”, no entendimento de muitos espectadores.  Sim, naquele palco, durante quase três horas, CAZUZA “vive”, na pele do EMÍLIO.  Fantástica atuação! 

Escolhido pelo diretor, JOÃO FONSECA, para representar o personagem, o rapaz se dedicou a um trabalho de pesquisa e de construção do personagem poucas vezes visto nessa profissão.  E o resultado está lá, aplaudidíssimo, de 5ª a domingo, no palco do Theatro NET RIO.  Tem-se a perfeita impressão de que se está diante do cantor e compositor precocemente desaparecido. 

É um trabalho emocionante e inesquecível.  Que bom!  Que talento tem esse rapaz!  Como é bom ver o EMÍLIO em cena!

            Na terceira vez em que assisti ao espetáculo, há duas semanas, já fui, sabendo que o CAZUZA da vez seria o ator OSMAR SILVEIRA, o sub do EMÍLIO. 

Emílio Dantas - titular do papel
 
Osmar Silveira - o sub do Emílio
 
Em lá chegando, vi que a substituição estava anunciada em pequenos cartazes, na bilheteria e na porta do teatro.  A frustração, para alguns, já ali começava. 

Ouvi algumas reclamações, do tipo “Se eu soubesse, não teria vindo”, “Não era com esse aí que eu queria ver” e, até mesmo, um desagradável “Gosto de originais; não de genéricos”. 

Aquilo me incomodou.  Incomodaram-me os comentários, em voz alta (poderiam ter ficado apenas nos limites do sentimento, não precisando chegar à expressão verbalizada).  Incomodou-me também o fato de uma pessoa ficar, sim, aborrecida com o desabar do seu sonho, do seu desejo, da sua expectativa, embora nem sempre haja como se avisar ao público, com a devida antecedência, a substituição, a não ser que já esteja acertado isso em determinadas sessões fixas, como a primeira sessão de 5ª feira ou a segunda sessão do sábado, por exemplo.

            A mim, em nada alterou a vontade de estar ali, até porque, como já disse, eu sabia, previamente, da substituição e desejava mesmo ver outro CAZUZA; ou melhor, outra interpretação do CAZUZA.

            E o que vi?  Um espetáculo lindo, emocionante, também inesquecível, como das vezes anteriores.

            Gostei bastante do trabalho do OSMAR e já tive a oportunidade de dizer isso a ele e ao diretor da peça.  Não há o menor sentido comparar o seu trabalho com o do EMÍLIO ou com o de qualquer outro ator que, porventura, viesse a fazer o CAZUZA.  São leituras diferentes, são emoções diferentes, são sensibilidades diferentes, são momentos diferentes, são vivências diferentes.  São dois atores (bons) e cantores (idem), interpretando um mesmo personagem.  São, portanto, duas diferentes representações do CAZUZA, ambas excelentes.

O EMÍLIO, evidentemente, por ter sido escolhido o titular do papel, fez um trabalho muito mais profundo de pesquisa, de observação, para a construir o personagem, já que fora contratado para tal fim, do que o OSMAR.  Isso, obviamente, leva a uma aproximação maior entre o ator e o personagem, em termos detalhistas de comportamento, de prosódia, de posturas, a uma, talvez, identidade mais profunda com o personagem a ser representado.  Isso, porém, não inferioriza, em nada, o trabalho do outro ator, do "sub", no caso, o OSMAR.

Senti que, além daquilo que o OSMAR achou necessário para compor o “seu” CAZUZA, não houve, de sua parte, nenhuma preocupação em “fazer como o EMÍLIO”.  Isso é ótimo!  Revela uma grande personalidade profissional.  EMÍLIO tem o CAZUZA dele e o OSMAR, o seu.  Acho isso muito bom, fantástico!

            Gostei muito do trabalho do OSMAR, apesar de o EMÍLIO me emocionar um pouco mais.  São dois CAZUZAs completamente diferentes, mas não de menor qualidade este ou aquele.

Curiosamente, na saída, enquanto aguardava amigos do elenco, para cumprimentá-los, ouvi alguns comentários comparativos sobre o trabalho dos dois.  Marcou-me um casal, que já havia assistido ao espetáculo com o EMÍLIO.  Dizia o homem que não gostara da atuação do OSMAR, preferindo a do EMÍLIO, sob a “justificativa” de que este “tinha mais a cara do Cazuza, se parecia mais com ele”.  Discordava a mulher, dizendo que sua preferência recaía sobre o OSMAR, porque “ele não imitava o CAZUZA, como o outro”. 

Durma-se com um barulho desses.  Houve quem passasse, dizendo: “Nem quero ver com o outro cara; adorei esse que fez hoje”.

O Barão Vermelho na ficção
 
Acho que não dá para se comparar aquilo que não deve (ou não foi feito para) ser comparado. CAZUZA foi, e é, único.  O personagem CAZUZA, do musical, brilhantemente escrito por ALOÍSIO DE ABREU, dirigido por JOÃO FONSECA e com um elenco ótimo, até o momento, é interpretado por dois bons  atores/cantores.  O resto é perda de tempo.  Discussão que não leva a nada. 

Quer saber de uma coisa?  Se já assistiu ao musical com um, confira também o trabalho do outro.  Se viu com o outro, volte para ver como o "um". 

Mas sem comparações.  Só muda a embalagem; o princípio ativo é o mesmo.  Ambos vão curar suas dores e feridas.  Ambos são um bálsamo, para o corpo e, principalmente, para a alma.

Parabéns, EMÍLIO!  Parabéns, OSMAR!

 
           EM TEMPO: Ontem, revi ELIS, A MUSICAL, outra obra-prima dos musicais brasileiros.  Só vi, até agora, com a fantástica LAILA GARIN.  E ainda quero ver mais e mais.  Mas não vou deixar de assistir com a sua "sub", LÍLIAN MENEZES.  Quem já viu gostou.  Vou conferir.  Depois, eu conto.
 
 
 
(Fotos de divulgação do espetáculo e dos atores)

sábado, 21 de dezembro de 2013


(4)  NA COXIA COM... - CACÁ MOURTHÉ 
          
Cacá Mourthé

 
O teatro O TABLADO, localizado num aprazível local, quase às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro), há algumas décadas, vem formando atores e atrizes de renome no cenário teatral brasileiro.  São algumas das crias d'O TABLADO: ANDRÉ MATTOS, ANDRÉA BELTRÃO, BIA NUNES, CACÁ MOURTHÉ, CININHA DE PAULA, CLÁUDIA ABREU, CLÁUDIO CORREIA E CASTRO (falecido), DRICA MORAES,  HAMILTON VAZ PEREIRA, JACQUELINE LAURANCE, JOÃO SANT'ANA, JOSÉ LAVIGNE, LEONARDO BRÍCIO, LOUISE CARDOSO, MALU MADER, MARIA PADILHA, MIGUEL FALABELLA, MIRIAM FREELAND, PEDRO KOSOVSKI, RUBENS CORREIA (falecido), SÉRGIO MACIEL, SÍLVIA BUARQUE, SURA BERDITCHEVSKY, THELMO FERNANDES, WOLF MAIA...
Idealizado e fundado pela inesquecível MARIA CLARA MACHADO, ícone do TEATRO INFANTIL, O TABLADO é uma das maiores referências de centro formador de atores e seu nome está ligado à arte de produzir e encenar espetáculos infanto-juvenis, um segmento da ARTE tão pouco valorizado em nosso país.

Maria Clara Machado

           Um pouco da história de CLARA e O TABLADO (texto extraído – e adaptado -  do site de O TABLADO):
Em outubro de 1951, com um grupo de amigos, reunidos na casa de seu pai, o escritor ANÍBAL MACHADO, criou o TEATRO AMADOR O TABLADO, que passou a funcionar no Patronato Operário da Gávea, na avenida Lineu de Paula Machado, onde se encontra até hoje.  Com o tempo, O TABLADO passou a ser referência na formação de atores, figurinistas, cenógrafos, diretores, iluminadores, sendo considerado um celeiro de talentos hoje famosos.
           Em 1956, preocupada em dar apoio aos novos grupos que se formavam, principalmente no interior do país, criou os CADERNOS DE TEATRO, cujo lema era “Remember Amapá”.  O objetivo dessa publicação era ensinar o bê-á-bá da técnica, como fabricar um refletor, noções de direção, interpretação etc..
           De 1959 a 1974, foi professora de improvisação no antigo CONSERVATÓRIO NACIONAL DE TEATRO, atual ESCOLA DE TEATRO da UNIRIO, passando a dirigir o mesmo durante o ano 1963.
           Convidada, em 1961, pelo Governo do Estado da Guanabara, passou a dirigir o SERVIÇO DE TEATRO E DIVERSÕES DO ESTADO, ocupando, ao mesmo tempo, o cargo de SECRETÁRIA GERAL DO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, onde ficou até início de 1963.
           Em 1965, MARIA CLARA foi a Paris, representando o Brasil no CONGRESSO DE TEATRO PARA A JUVENTUDE, tendo, na ocasião, tido a oportunidade de assistir, naquela cidade, à montagem de sua peça O CAVALINHO AZUL, que representou o Brasil no CONGRESSO DA UNESCO, em Tel-Aviv.
           A partir de 1964, passou a dar um curso de improvisação n’O TABLADO.
          Na década de 1990, começou a dividir a direção de suas peças com sua sobrinha, CACÁ MOURTHÉ, que frequentou O TABLADO desde criança e foi aluna e assistente de direção, absorvendo o espírito e a liderança de MARIA CLARA.
No ano de 2000, MARIA CLARA escreveu, em parceria com CACÁ, a peça JONAS E A BALEIA, fazendo da sobrinha sua herdeira à frente d’O TABLADO.
           Apesar de mais conhecida como autora e diretora de TEATRO, MARIA CLARA também atuou como atriz, em várias peças do TEATRO O TABLADO e em outros grupos.  Foi assim que, em 1981, foi convidada a atuar na peça ENSINA-ME A VIVER, de COLIN HIGGINS, substituindo HENRIETTE MORINEAU, com direção de DOMINGOS DE OLIVEIRA.
           MARIA CLARA escreveu 27 peças infanto-juvenis e algumas para adultos.  Suas peças foram traduzidas para vários idiomas e montadas (ainda o são), diversas vezes, fora do Brasil.  Recebeu, por mais de uma vez, os prêmios MOLIÈRE, MAMBEMBE e COCA-COLASHELL, SACY, GOLFINHO DE OURO e o da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, dentre outros.
           Tendo dedicado toda a sua vida ao TEATRO, é comparada a autores como MARK TWAIN, HANS CHRISTIAN ANDERSEN e os irmãos GRIMM.  Sua obra é considerada, hoje, tão importante, para a dramaturgia infantil, quanto a obra de NÉLSON RODRIGUES o foi para a modernização da dramaturgia brasileira.
           Como disse CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: Em Maria Clara, a escritora e a diretora coincidem com uma riquíssima organização humana, onde o fantástico janta na mesa do real e se comunicam naturalmente… o fantástico fica plausível, é um dado cotidiano, até corriqueiro.  E o real surge, desligado de seu peso, tantas vezes incomodo”.
           MARIA CLARA MACHADO faleceu no dia 30 de abril de 2001, mas deixou, a todos os seus admiradores e amigos, um valioso legado, especialmente voltado para o público infanto-juvenil. 
Criador e criatura
 
           Eis algumas de suas peças infanto-juvenis, várias, felizmente, publicadas por editoras brasileiras, algumas traduzidas para outros idiomas: 1953 - O BOI E O BURRO NO CAMINHO DE BELÉM; 1954 - O RAPTO DAS CEBOLINHAS; 1955 - PLUFT, O FANTASMINHA; 1957 - O EMBARQUE DE NOÉ; 1958 - A BRUXINHA QUE ERA BOA; 1960 - O CAVALINHO AZUL; 1961 - MAROQUINHAS FRU-FRU; 1963- A MENINA E O VENTO1965 - A VOLTA DO CAMALEÃO ALFACE; 1967 - O DIAMANTE DO GRÃO-MOGOL; 1968 - MARIA MINHOCA; 1969 - CAMALEÃO NA LUA; 1971 - TRIBOBÓ CITY1976- CAMALEÃO E AS BATATAS MÁGICAS; 1979 - QUEM MATOU O LEÃO?; 1981 - OS CIGARRAS E OS FORMIGAS; 1984 - O DRAGÃO VERDE; 1985 - APRENDIZ DE FEITICEIRO; 1992 - PASSO A PASSO NO PAÇO; 1994 - A CORUJA SOFIA; 1994 - TUDO POR UM FIO; 2000 - JONAS E A BALEIA (em parceria com CACÁ MOURTHÉ); 2004 - O ALFAIATE DO REI.
Peças Adultas: 1951 - A MOÇA DA CIDADE; 1963- REFERÊNCIA 345; 1966- AS INTERFERÊNCIAS; 1970- OS EMBRULHOS; 1970- MISS, APESAR DE TUDO, BRASIL; 1972- UM TANGO ARGENTINO.
 
Mas o foco do nosso refletor, nesta matéria, incide sobre CACÁ MOURTHÉ.  Vamos à entrevista:
Fachada de O TABLADO
 
O TEATRO ME REPRESENTA - MERDA! (OTMRM) - Quem foi MARIA CLARA MACHADO e quem é MARIA CLARA MACHADO MOURTHÉ (CACÁ MOURTHÉ), sua sobrinha?
CACÁ MOURTHÉ (CM) - MCM foi a mais importante dramaturga de TEATRO INFANTIL de sua época.  Podemos, tranquilamente,  compará-la  a NÉLSON RODRIGUES.  Fundou o GRUPO AMADOR DE TEATRO  O TABLADO e a escola de improvisação teatral O TABLADO.  Já ia me esquecendo de mim... (risos).  MCMMM é sua sobrinha e herdeira, de fato e de direito, e dá continuidade à sua obra.    
OTMRM - É impossível falar de TEATRO INFANTIL, no Brasil, sem que o nome de MARIA CLARA MACHADO seja o primeiro a ser lembrado.  O que o TEATRO INFANTIL deve, de verdade, à CLARA?
MC - MCM trouxe ao TEATRO INFANTIL dignidade.  Nas décadas de 50/60, o teatro para crianças era "infantiloide", menosprezava a inteligência da criança.  MCM trouxe, ao TEATRO INFANTIL, carpintaria teatral, poesia e humor; enfim,  trouxe uma boa dramaturgia.
OTMRM - Na década de 70, protagonizei um grande musical infantil, uma superprodução para a época, junto com REGINA DUARTE: DOM CHICOTE-MULA-MANCA E SEU FIEL ESCUDEIRO ZÉ CHUPANÇA, baseado no clássico de CERVANTES, escrita por OSCAR VON PFULL, cujo diretor, PAULO LARA, de São Paulo, tinha como lema uma frase: “TEATRO INFANTIL NÃO É IMBECIL.”.  Isso justificava a visão do grupo dirigido por ele, com relação a buscar a melhor qualidade possível, em todos os sentidos, na montagem de espetáculos para crianças.  Com exceção d’O TABLADO, onde isso sempre foi uma constante, você acha que esse lema e essa preocupação estão presentes, ainda hoje, na maioria das montagens de TEATRO INFANTIL?
CM – Infelizmente, não.  Em  PLUFT, O FANTASMINHA, quando ele diz que "gente é uma gracinha", sua mãe lhe responde: "Nem sempre, meu filho, nem sempre".  O TEATRO INFANTIL melhorou, mas, “nem sempre”, vemos essa preocupação nas produções.
Cacá, Maria Clara Gueiros e Cláudia Abreu (ensaio de PLUFT-2013)
 
OTMRM - De péssima, razoável, média, boa ou excelente qualidade, existem, simultaneamente, muitas montagens infantis no Rio de Janeiro.  E as crianças, levadas, em geral, pelos pais, mal ou bem, vão ao TEATRO, até atingirem uma idade em que os temas não lhes são mais de interesse.  Passam, então, a trocá-lo por outras atividades lúdicas, principalmente as ligadas ao mundo virtual, e só voltam a ser plateia alguns anos depois, em número reduzido.  Fica uma lacuna, já que quase não há peças para adolescentes.  Você não acha que os produtores e diretores deveriam investir mais no público dessa faixa etária, para garantir as plateias do futuro?
CM - Acho sim, e isso me faz lembrar o meu amigo CARLOS WILSON DA SILVEIRA (DAMIÃO), que, na década de 80, fez  várias peças para jovens, com muito sucesso.  Dentre elas: OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES, OS TRÊS MOSQUETEIROS e OS MENINOS DA RUA PAULO.  Eram produções grandes, nem sempre com patrocínio, mas sempre  com muita criatividade.
OTMRM - Você é aquela profissional de TEATRO que se pode dizer que “bate o escanteio e corre para cabecear e marcar o gol”.  Ou seja, atua em várias atividades, como atriz, diretora, professora, dramaturga...  Em qual desses trabalhos você sente mais prazer e realização?  
CM - Jogo em todas as posições... (risos).  Depende da época.  Já me senti bem atuando, gosto muito de dar aulas e dirigir, mas, no momento, estou adorando escrever.  Estou trabalhando no roteiro do filme PLUFT, O FANTASMINHA.
PLUFT-2013
 
OTMRM - Qual a diferença básica, mais marcante, entre o público infantil e o adulto?
CM - O adulto, quando não gosta da peça, sorri e dá os parabéns, e a criança não.
            OTMRM - De quem, da nova geração de dramaturgos infantis, você acha que a CLARA, tia, se orgulharia?   
CM - De mim (risos).  Tem muita gente boa:  DANIEL HERZ, CARLOS CARDOSO, KAREN ACIOLY, BERNARDES, AS MARIAS DA GRAÇA, MÔNICA BIEL e sei lá...  Melhorou muito.
OTMRM - Com a sua vida centrada n’O TABLADO, sobra tempo para assistir a espetáculos de outros colegas?  O que a impressionou mais nos últimos tempos, nos palcos, com relação a TEATRO INFANTIL?
CM Sinceramente, não sobra muito tempo para ver.
            OTMRM - A atual montagem de PLUFT, O FANTASMINHA conta, no elenco, com grandes nomes do TEATRO, posteriormente tornados conhecidos pela TV.  São todos “crias” d’O TABLADO?  De quem foi essa genial ideia e por que ela surgiu?
PLUFT-2013
 
CM - São todos crias d’O TABLADO.  Essa é uma estória antiga, entre LOUISE CARDOSO, CLÁUDIA ABREU e eu.  Passamos anos, dizendo que faríamos uma montagem com essa configuração, até que, em 2003, desencantou e montamos PLUFT.  Esta montagem, agora em 2013, é comemorativa dos dez anos  da última.
            OTMRM - Você tem uma larga experiência, prática, de psicanálise, como paciente.  Como isso lhe serviu, ou ainda serve, no exercício do seu trabalho, em qualquer que seja a área de atuação?
CM - Pesquisar a si mesmo, para se conhecer melhor e se compreender, é também compreender melhor o mundo que nos cerca.  Quanto mais me descubro, mais liberdade e intimidade tenho para criar.
            OTMRM - Que “ingredientes” são necessários para se criar um bom texto infantil?
CM - Vou te responder, não te respondendo.  Os mesmos “ingredientes” para fazer um bom texto adulto. 
OTMRM - O TEATRO INFANTIL deve ser mais para entretenimento ou didático?
CM - Deve ser lúdico.
            OTMRM - Existem temas com os quais as crianças mais se identificam ou aceitam?  Quais seriam eles?
Pluft-2013
 
CM - Não sei, depende.  Isso é sempre uma surpresa.  Em A VIAGEM DE CLARINHA, texto que adaptei e que teve muito sucesso, neste verão de  2013, no Teatro Tom Jobim, tinha de tudo, desde falar que devemos escovar os dentes até questões mais existenciais, como a Clarinha (personagem central) ser representada por duas atrizes muito diferentes e que, no final, se harmonizam.  A estória da peça fala da viagem solitária dessa menina pelo mar, de seus aprendizados e de seu crescimento até chegar, novamente, a casa.  Era uma peça itinerante, em que as crianças participavam, entrando pelo cano, junto com a personagem, passeando pela floresta etc..  Deu certo, mas não sei te dizer por quê.
            OTMRM - Desde sua infância, O TABLADO é uma espécie de quintal da sua casa.  Você sempre soube que a CLARA tinha em mente transferir para você a enorme responsabilidade de dar continuidade ao trabalho dela.  No momento em que isso teve de acontecer, como você reagiu e como se sente hoje, à frente desse celeiro de grandes profissionais, dessa fábrica de sonhos, dessa referência para o TEATRO INFANTIL?
CM - Já sofri muito; agora me sinto em casa!
            OTMRM - O TABLADO forma, basicamente, atores, embora alguns, depois, se revelem em outras áreas do TEATRO, como diretores, produtores...  Há alguma ideia de criar cursos para cenógrafos, figurinistas, iluminadores, por exemplo?
CM – N’O TABLADO, o aluno que se interessa e aproveita as ocasiões pode ser assistente de grandes nomes no teatro.  Por exemplo, o menino que tem interesse por luz tem a possibilidade de virar várias noites, montando luz com o JORGINHO DE CARVALHO (grande iluminador, outra cria d’O TABLADO).  A KALMA MURTINHO formou vários figurinistas, que, hoje, estão trabalhando por aí.
Pluft-2013
 
OTMRM - Lembro-me de filas imensas, na calçada do prédio do teatro, já no dia anterior ao das inscrições para novos alunos d’O TABLADO.  Esse fenômeno ainda existe?
CM Não.  Mesmo antes de a CLARA falecer, já tínhamos acabado com isso. Não gosto dessa  ideia de “quem chega primeiro e vira a noite na fila consegue entrar”. Hoje, a procura continua grande e, talvez, até maior que antes, porém fazemos as inscrições durante uma semana.  O aluno preenche um questionário, que passa por uma seleção.  Se o número de vagas, ainda assim, for menor que o de selecionados, fazemos um sorteio.  Acho esse formato menos espetaculoso, mas é mais justo .
OTMRM - Antigamente, os pais torciam o nariz, quando os filhos manifestavam o desejo de trabalhar em TEATRO.  Hoje, ao contrário, são seus maiores incentivadores.  O que mudou de antes para agora?  Por que houve essa “inversão de valores”?
CM - Virou moda, sei lá.  Conforme disse ANDY WARHOL“ No futuro, toda gente será famosa durante quinze minutos”.
OTMRM - Há limite de idade para se ingressar n'O TABLADO?
CM - Não há limite de idade.  No ano retrasado, dei aula para adultos e tive um aluno com 93 anos.
            OTMRM - Desde que comecei a frequentar O TABLADO, há umas três décadas, levando meus filhos (hoje, levo os netos e isso, para mim, é muito lindo e comovente), já assisti, lá, a espetáculos excelentes, não direcionados ao público infantil, e que, posteriormente, encenados em outros palcos, fizeram boa carreira.  O PLUFT tem tudo para ser um desses.  Há projetos de uma “viagem” dele para outros teatros do Rio?
CM - Estamos querendo, mas precisamos de patrocínio.  Você acredita que não tivemos patrocínio para essa montagem?
OTMRM - O TABLADO jamais poderá ser transformado num “tabladão”, que pudesse receber um maior número de alunos (procura é o que não falta), em função das limitações de espaço físico.  Por outro lado, a sua transferência para outro local, de maiores proporções, seria considerada uma heresia, um atentado à saudosa e inesquecível memória da CLARA.  Há algum projeto de um “anexo” do TABLADO ou de parcerias com outros espaços, para que pudessem ser ampliadas as atividades desse ícone do TEATRO INFANTIL brasileiro?
CM - Já fizemos uma parceria com o SESC há uns anos atrás, e foi bom!
PLUFT-2013, saboreando pastéis de vento.
 
OTMRM - Você pode dizer quantos alunos frequentam, hoje, as aulas d’O TABLADO e como funciona o curso, em termos de horários, disciplinas, níveis...?
CM - Como diria a Vânia, amiga da CLARA, e que ficou anos na recepção d’O TABLADO, “É um curso livre”.  Hoje, com três anos  consecutivos de curso, o aluno pode se sindicalizar.  Quem tiver interessado em saber dos horários é só entrar no nosso site: www.otablado.com.br
            OTMRM - PLUFT é o seu “primo” preferido, já que é filho de sua tia, aquele “primo-irmão”, ou qual seria o texto da CLARA de que você mais gosta?
CM - PLUFT, A MENINA E O VENTO, O CAVALINHO AZUL e TRIBOBÓ CITY.
            OTMRM - Além de dirigir O TABLADO, o que já é uma tarefa hercúlea, você ainda consegue tempo para dar aulas nos cursos?
CM - Tenho duas turmas.
            OTMRM - É fácil encontrar patrocínios e apoios para montagens de TEATRO INFANTIL, não especificamente para as produções d’O TABLADO, mas para todas, de uma forma geral?
CM - Não, é difícil.  Não conseguimos patrocínio para o PLUFT.  Patrocínio é difícil para todos,  principalmente em época de Copa do Mundo.
OTMRM - O TABLADO consegue sobreviver só com a sua receita ou recebe verbas e/ou patrocínios fixos?
CM - Passei anos colocando dinheiro do bolso.  Agora, fazemos assim: quando conseguimos juntar um dinheirinho ou quando ganhamos um patrocínio, montamos uma peça; senão deixamos  para o próximo ano.
OTMRM - É preciso formar as futuras plateias de TEATRO.  Você não acha que os governos, municipal e estadual, deveriam investir na área do TEATRO INFANTO-JUVENIL, ajudando nas produções e patrocinando montagens em teatros das redes municipal e estadual, para que as escolas públicas pudessem proporcionar a seus alunos essa grande experiência?  A maioria das crianças que estudam nessas escolas jamais foi a um TEATRO.  Já existe alguma coisa nesse sentido?  
CM - Não sei se tem.  Isso depende muito da orientação das Secretarias de Educação do país.   A ideia é ótima.
            OTMRM - O que mais você gostaria de dizer aos adultos, com relação ao TEATRO INFANTIL e a suas crianças? 
CM - Gostaria de dizer aos adultos que TEATRO INFANTILEDUCAÇÃO são assuntos muito sérios... (risos)
  
O Boi e o Burro no Caminho de Belém
 
 
A Bruxinha Que Era Boa
 

O Cavalinho Azul
 

PLUFT (montagem antiga)
 
 
A Menina e o Vento
 
 
Maroquinhas Fru-Fru
 
 
Quem Matou o Leão?
 
 
Tribobó City
 
 
Jonas e a Baleia


 
(Fotos extraídas do site do Teatro O TABLADO)
 
 
           No momento em que fechávamos esta matéria, ficamos sabendo que PLUFT, O FANTASMINHA, que encerrou, recentemente, uma brilhante e concorrida temporada n'O TABLADO, recebeu as seguintes indicações para o PRÊMIO ZILKA SALABERRY, para TEATRO INFANTIL:
MELHOR ESPETÁCULO;
MELHOR ATRIZ (CLÁUDIA ABREU);
MELHOR CENÁRIO (RONALD TEIXEIRA e FLÁVIO GRAFF);
MELHOR FIGURINO (RONALD TEIXEIRA);
MELHOR ILUMINAÇÃO (JORGINHO DE CARVALHO); e
MELHOR PRODUÇÃO (O TABLADO).
 
           CACÁ MOURTHÉSYMONE STROBEL ainda foram indicadas para o prêmio de DIREÇÃO, por A VIAGEM DE CLARINHA.