“MEU FILHO
SÓ ANDA
UM POUCO
MAIS LENTO”
ou
PROTAGONISMO PLURAL
NUMA SÓ OBRA-PRIMA
DE TEATRO.
(TEATRO?)
Nunca imaginei que, na tarde de uma
terça-feira, às 13h, em plena pandemia de COVID-19, eu estaria, no Centro
Cultural OI Futuro, como um dos sete convidados, para um “sessão” (não sei
como chamar aquilo) de um “experimento” (A melhor denominação, talvez.),
que brotou e cresceu na mente privilegiada de um queridíssimo, e para lá de
talentoso amigo, RODRIGO PORTELLA: “MEU FILHO SÓ
ANDA UM POUCO MAIS LENTO”, que teve o saudoso ROBERTO GUIMARÃES, que
ainda era o gestor daquele local, pouco antes de quando teve início o período
de gestação da obra, como grande parceiro (Ele nos deixou, há dois meses,
infelizmente, depois de fazer do Centro Cultural OI FUTURO um dos pontos mais importantes para a arte e a
cultura, no Rio de Janeiro e no Brasil, e não chegou a ver a concretização do
projeto. Ou será que está vendo, todos os dias? Acredito que sim. Prefiro acreditar, porque isso me faz bem, alivia a minha alma. Tomara que
tenha caminhado ao meu lado o tempo todo! Como eu gostava dele!)
Roberto Guimarães (fotógrafo desconhecido).
São apenas sete espectadores por
vez, e eu tive a honra e o privilégio de ser o primeiro a conhecer
aquele trabalho, o número 01 dos poucos felizardos que sentirão o mesmo prazer
que senti. Fui o primeiro a adentrar o labirinto.
Eu, na minha "viagem". (Foto: SS)
Tudo obedece aos maiores critérios e
protocolos de proteção, contra a epidemia que nos assola, devidamente impostos
pelas autoridades sanitárias, o que me levou a aceitar o convite, como um dos
motivos para isso, e, agora, serve de incentivo para que eu indique uma ida
àquele espaço, sem nenhum medo ou desconforto.
(Foto: SS)
(Foto: SS)
(Foto: SS)
Em toda a proposta,
inédita, criativa e instigante, não há nada a ser retirado ou acrescentado. “MEU
FILHO SÓ ANDA UM POUCO MAIS LENTO” é uma OBRA-PRIMA.
O elenco (Foto: DB)
O trabalho foi inspirado na
peça “MEU FILHO SÓ ANDA UM POUCO MAIS LENTO”, de IVOR
MARTINIĆ, um jovem e talentoso dramaturgo e roteirista croata, de apenas 37
anos, sendo esta sua obra mais notável, cuja montagem, em outros países, já
lhe rendeu vários prêmios, incluindo o Prêmio
Laurel de Ouro, no MESS Festival, em Sarajevo; o Prêmio
da Associação Croata de Artistas Dramáticos; e o Prêmio Marul;
todos de Melhor Peça.
Todos os envolvidos no projeto. (O elenco (Foto: DB)
SINOPSE:
O texto explora três gerações de uma família, porém
se concentra em um jovem, BRANKO (FELIPE FRAZÃO), o qual vive em uma
cadeira de rodas. O relacionamento central é entre um filho e sua mãe, MIA
(SIMONE MAZZER), que “tenta manter o ânimo e viver em negação”.
BRANKO está completando 25 anos. Ele tem uma doença
degenerativa, que, aos poucos, foi tornando-o dependente de uma cadeira de
rodas. Sua mãe está preparando uma festa
de aniversário, enquanto tenta não aceitar que BRANKO não anda mais, que
ele “só anda um pouco mais lento”. Estamos diante de uma uma
radiografia, poética e bem humorada, das complexas relações de uma família, que
tenta seguir em frente, mas parece emperrada em suas próprias memórias, nas
quais tropeçam, a todo instante, sem, às vezes, nem perceber.
Na verdade,
há um grande abismo, não intencional, porém inevitável, entre os dois, filho e mãe, por conta da
maneira como cada um encara a condição de impossível mobilidade natural do
jovem e a necessidade de BRANKO “caminhar por si só”, ou
seja, descobrir como sobreviver, com o fantasma da restrição ao ato de se
movimentar normalmente, como qualquer outro ser humano, porém com sua “independência”
limitada, que lhe dá a cadeira de rodas.
Esses problemas se avolumam, tornam-se mais robustos,
pelo envolvimento com os demais membros de uma família, que se pode dizer “disfuncional”,
e de outros amigos, que deles se aproximam, por algumas contingências.
O mais, o grande peso e o valor dos signos,
impostos, por vezes, muito discretamente, por cada um dos personagens, quer
pelo texto, quer pelas atitudes e comportamentos, só mesmo assistindo ao
trabalho.
É preciso que se minuciem os detalhes
do projeto, que se fale de como se dá, na prática, o lindo e interessante “experimento”.
A obra do autor croata, pouco conhecido no Brasil,
a peça, foi filmada, integralmente, em cenas internas e externas, tecnicamente
de forma perfeita, e, depois, foi dividida em partes, mais ou menos
independentes, por RODRIGO PORTELLA, idealizador do projeto, seu roteirista
e diretor geral, como cenas com princípio, meio e fim definidos, porém
interligadas, exibida aos “estilhaços”, os quais, PORTELLA
preferiu chamar de “estilhas”, palavra já existente no nosso
léxico, porém de raríssimo uso, um processo de redução de um termo muito comum (estilhaço),
aplicado a algo tão inventivo e desafiador, o que seria muito mais próprio mesmo do que o vocábulo de conhecimento de todos. Essas
“estilhas” são de extensões diferentes, duram mais ou menos, reproduzidas em 24
telas (grandes monitores, numerados de 1 a 24), que ocupam todo o quarto
pavimento do OI FUTURO, em ordem aleatória, formando um labirinto
narrativo, no qual o visitante poderá “navegar” livremente, “editando”
seu próprio filme. É uma experiência formidável, que experimentarei
novamente, o mais breve possível. Todo o trabalho foi executado em cerca de
seis meses.
Além do
magnífico texto, da qualidade da produção, da genialidade do
diretor e do incomensurável talento do elenco (SIMONE MAZZER,
FELIPE FRAZÃO, ELISA LUCINDA, MARIA ESMERALDA FORTE,
CAMILA MOURA, VERÔNICA ROCHA, ANTÔNIO PITANGA, ENRIQUE
DÍAZ, LEANDRO SANTANNA e HIPÓLYTO), a
questão de “cada um espectador fazer o seu ‘mesmo’ filme”, é o
outro grande atrativo, o grande diferencial neste trabalho, que, aqui, sim,
podemos dizer que se trata de TEATRO/Cinema, algo completamente
diferente do que se vê, de casa, pelas telas, via “streaming”,
porque o público vai ao espaço cênico, desloca-se, do conforto de
sua casa, sai da sua zona de conforto, parte para um “desconhecido”,
e percorre todo um enorme labirinto, de surpresas e deleite.
(Foto: SS)
(Foto: SS)
Não
ficaria em paz comigo mesmo, se não dissesse que aplaudiria, bastante, todo o
elenco, muito conscientemente, mas deixaria escapar repetidos gritos de “BRAVO!”
e “BRAVA” e me levantaria, para ovacionar as impecáveis
interpretações de SIMONE MAZZER, FELIPE FRAZÃO, MARIA
ESMERALDA FORTE, ELISA LUCINDA, VERÔNICA ROCHA e CAMILA
MOURA, que me emocionaram muito e que, de forma quase infantil, ou
totalmente, eu diria que me provocaram uma vontade de colocá-los no colo, os
personagens (Que isso fique bem claro!), e levá-los para a minha casa. A
personagem de LUCINDA nem tanto, assim como a de CAMILA. Não sei
se é fraqueza da minha parte ou empatia em excesso, mas eu gosto de, ao sentir pena
de um personagem sofrido, fazer tudo por sua felicidade, como se
ele fosse real. E há muitos deles por aí, fora da ficção, andando pelas
calçadas...
(Foto: SS)
(Foto: SS)
SIMONE me levou às lágrimas, com sua personagem “polianesca”, que
conhece a verdade, sofre muito com ela; mais ainda, porém, por não conseguir
convencer BRANKO da sua fantasia, de sua visão “turva” da
realidade. O olhar, sem querer ver. Na verdade, MIA criou um mecanismo
de defesa, para conseguir lidar com a triste sorte que o destino reservou a seu
amado filho. O título da peça é brilhante e cada palavra nele contida parece
ter sido escolhida a dedo, principalmente o “...SÓ ANDA UM POUCO MAIS LENTO”
(“Mas ele é normal!!!”) Admirável o trabalho de SIMONE!
Simone Mazzer (Foto: DB)
FELIPE! Ah! Como eu gosto do trabalho desse rapaz! Nunca me arrependerei de já
tê-lo aplaudido, em montagens anteriores! A cada “big close” ou “close-up”
que a câmera lhe dava, no rosto, aproximando-o ao máximo, ampliando-lhe os
detalhes, eu conseguia enxergar, no fundo dos seus olhos, de uma expressividade
sem limites, um misto de revolta e resignação, de coragem e de medo também, de
uma aparente felicidade e uma estampada tristeza. O personagem, riquissimamente
valorizado pelo talento do ator, nos cativa e nos tornamos, em pouco tempo,
íntimos e “cúmplices” dele, a ponto de acompanhá-lo ao banheiro,
para sermos “voyeurs” de seu banho ou de suas necessidades fisiológicas.
Tudo isso sem nenhuma apelação, sexual ou escatológica, e considero essas cenas
uma ideia genial do diretor, pelo fato de levar as pessoas a conhecer as
dificuldades de um paraplégico, que não se vitimiza e tenta levar uma vida
sozinho, independente. E que tem seus desejos sexuais, tão próprios da idade.
Adorei ver o que eu já sabia: um cadeirante não é um pária, um inútil, que
vive à margem da sociedade; ele é um ser humano. E que ser humano lindo é o
BRANKO!
Felipe Frazão (Foto: DB)
Tenho
dificuldade de expressar a minha admiração, de tão grande que ela é, por ESMERALDA,
uma atriz cativante, versátil, da excelente antiga geração, que já vi em papéis
os mais diversos possíveis e que, agora, nos brinda com uma avó (VÓ ANA),
que sofre de “mal de Alzheimer”, doença progressiva, degenerativa
e irreversível, que destrói a memória e outras funções mentais importantes de
uma pessoa. Fiz questão de dar um tom meio didático, na descrição da doença,
para poder explicar até que ponto um mal pode se tornar um bem, na vida de
qualquer um. Sim, é certo que ela vive num outro mundo, dependente dos cuidados
dos que a cercam, principalmente da filha MIA, com quem mora, e recebe o
maior carinho e cuidado de seu neto BRANKO. Por outro lado, podemos,
também, compreender que a sua falta de percepção do real lhe traz um certo
conforto, por não tomar conhecimento das dificuldades por que passa a família
e, muito menos, de como alguns de seus membros a tratam. Ela é incapaz, por
conta do “Alzeheimer”, de enxergar e, muito menos, compreender o
drama do neto. A personagem, que aparece muito segurando, de forma bem
infantilizada, alguns balões de gás, desses de decoração de festas, por conta
de suas características, quase não tem texto, falado, mas preenche todas as
cenas de que faz parte, com um silêncio “ouvido no mais alto volume”.
Quanta expressividade e talento concentrados numa só atriz!
Maria esmeralda Forte (Foto: DB)
Gosto
do trabalho de LUCINDA, num palco, e já assisti a alguns que me
agradaram, porém confesso que me deixei enfeitiçar pela construção de sua
personagem, tão profunda e séria deve ter sido a sua pesquisa, para sua
composição e atuação. Ela é RITA, a outra filha da VÓ ANA, e,
consequentemente, irmã de MIA e tia de BRANKO. Diametralmente
oposta à irmã, que luta muito, para sobreviver e garantir a subsistência dos
que dela dependem, RITA é casada com MICHAEL (ENRIQUE DÍAZ),
um comerciante, e vive, completamente “fora da caixinha”. Ela faz
parte da ala “rica”, bem-sucedida, da família, e sua afetação e
exagerado grau de superficialidade, habitante de uma bolha de supérfluos, fazem
dela uma personagem caricaturesca ao extremo. Ela é patética e nos conduz à
sensação da dúvida: é para rir ou para chorar? Seu total desinteresse pela
família, o desprezo e um proposital despercebimento dos problemas da mãe, da
irmã e do sobrinho, principalmente, incomoda-nos, sobremaneira. Eu ri muito com
ela, confesso (Mas acho que foi por nervosismo.), porém também senti pena de sua
rasa condição, como representante da raça humana. O forte de seu trabalho de
atriz se concentra nas caras e bocas que faz, percebidas pelo muitos “closes”
que lhe dão, e por uma voz totalmente artificial, de quem faz questão de “arrotar
o caviar que come”. (Come? Uma metáfora, apenas.). Merece destaque, no
visual da personagem, o excelente trabalho de visagismo e maquiagem,
obra de DIEGO NARDES. Brilhante interpretação!
Elisa Lucinda (Foto: DB)
VERÔNICA
ROCHA é uma atriz cuja carreira acompanho desde seu
início, creio, e não me recordo de nenhum trabalho seu em que tenha deixado a
desejar; muito ao contrário, já a aplaudi, com bastante entusiasmo, em algumas
das montagens de que participou, entretanto confesso que, desta vez, ela, que
dá conta de papéis mais ou menos sérios, interpreta uma SARA
encantadora, ingênua, romântica, uma jovem que, a princípio, me deixou um pouco confuso, quanto à
sua índole e seu papel naquela trama, entretanto, a cada cena de que ela
participava, eu ia descobrindo traços de sua personalidade, muito bem
configurados, graças ao talento dessa grande atriz. É comovente a demonstração
de amor que ela expressa por BRANKO, o qual não lhe é retribuído por
ele; por insegurança psicológica e emocional, talvez. Confesso que, por um
pequeno tempo, julguei que houvesse, naquele afeto de SARA um quê de
piedade, de comiseração, pelo estado do rapaz, no entanto, o brilho de seus
olhos, a doçura de seu sorriso, a sua aura reluzente, quando está próximo a ele
e lhe declara seu sentimento não deixam dúvida de que ela o desejava, sim, e
muito, como companheiro, o grande amor de sua vida e como amante. Ela via BRANKO
como “alguém que andava” e tinha grande afeto e desejo sexual por
ele. Muitos aplausos para a querida VERÔNICA!
Verônica Rocha (Foto: DB)
“Last,
but not least”, quero realçar o trabalho de uma boa atriz,
desconhecida do grande público, uma jovem que eu nunca havia visto atuando, e
que já apresenta seu cartão de visitas nesta produção. Guardem seu nome! Não
sei como chegou ou foi levada ao elenco desta produção, mas acho que foi uma
acertada investida de RODRIGO PORTELLA colocá-la ao lado de consagrados
nomes do TEATRO BRASILEIRO. Falo de CAMILA MOURA, DORIS,
na história, a irmã mais jovem de BRANKO; uma boa irmã e companheira. CAMILA
faz questão de se apresentar como “cria da Maré”, um complexo de
favelas, no Rio de Janeiro, onde tenho conhecimento de que há vários núcleos de
TEATRO amador de boa qualidade. Ainda é estudante de TEATRO, na Escola
Técnica Estadual de Teatro Martins Penna e faz parte da equipe de
colaboradores do “Museu da Maré”, onde atua no setor educativo da
instituição, como contadora de histórias. Apesar da pouca experiência nos
palcos – e este me parece ser seu primeiro trabalho de grande envergadura -,
sua dedicação à arte de representar faz com que ela se encaixe, perfeitamente,
no papel que representa, neste “experimento”, e o execute de forma
discreta, porém marcante. Atualmente, também desenvolve uma pesquisa contínua
sobre as narrativas que envolvem seu território, o Complexo de Favelas da
Maré.
Camila Moura (Foto: DB)
O
espectador pode iniciar sua “viagem” por qualquer número, de 1
a 24, e ir construindo a sua maneira de ver uma mesma história sendo
contada, uma vez que, ao final de cada exibição, aparecem duas alternativas,
sugerindo o novo passo, para ele seguir, que, em outras palavras, seriam: Se
deseja ver “sei lá o quê”, vá para a “estilha” “X”; se quiser ver “outra coisa”,
dirija-se à “estilha” “Z”. Qualquer que seja a ordem que o espectador
for escolhendo, ele verá, em cerca de duas horas (Eu demorei mais tempo, por
conta de só haver sete pessoas no ambiente.), toda a história, observando uma
gama incomensurável de detalhes, que não podem ficar imperceptíveis. Uma
curiosidade: “São 625 combinações
possíveis, para acompanhar a história criada por MARTINIĆ. Dá vontade de ver todos
os dias.
Enrique Díaz (Foto: DB)
O criador admirando a sua obra (Foto: DB)
O criador, com seu controle remoto, participando do "experimento". (Foto: DB)
Não é
possível (Para mim, pelo menos.) escrever uma crítica sobre algo que NÃO É
TEATRO, por motivos que, tantas vezes, já expliquei e não vou repeti-los agora,
entretanto não pude me furtar a escrever este texto crítico sobre uma obra
híbrida, pelo tanto de fantástica que ela é e pelo muito que me emocionou e me arrebatou.
Antônio Pitanga (Foto: DB)
A
história, o texto, a dramaturgia, é um elemento que, montado num palco, com as
devidas adaptações, teria tudo para conquistar prêmios, embora a obra, naquela
adaptação, tenha sido concebida para a o formato como nos é apresentada, motivo
pelo qual não será encenada num palco, quando houvesse condições para
isso, segundo o que me disse o RODRIGO, quando lhe fiz a pergunta. É,
portanto, uma obra, uma “instalação”, que, como um filme, como já
que está pronta, pode ser montada, simultaneamente, em várias cidades, mundo
afora.
Leandro Santanna (Foto: DB)
Não dá
para fazer uma análise técnica, “comme il faut”, dos cenários,
dos figurinos, da iluminação, da trilha sonora, da maquiagem,
por exemplo, como quando escrevo sobre uma peça de TEATRO, a que assisto presencialmente, entretanto,
posso resumir que todos esses elementos técnicos, indispensáveis a qualquer boa
montagem teatral, e cinematográfica, foram muito bem executados, pelos mais
conceituados profissionais, cada um na sua área, com o acréscimo de outros, que
são necessários, exclusivamente, para a produção de um filme. Tudo funciona a
contento, mesmo, de verdade; como deveria ser. Meus olhos de lince não acusaram
falhas. Isso foi o que eu disse ao RODRIGO PORTELLA, um dos melhores
diretores de sua geração, preocupadíssimo com a perfeição, o que muito aprecio
num profissional, quando ele, em conversa comigo, ao nos despedirmos, me pediu
que lhe dissesse a minha opinião sobre seu trabalho e que eu lhe apontasse em que,
ou como, ele poderia torná-lo melhor, o que muito me honrou. E eu,
simplesmente, lhe respondi: FAZENDO MAIS NADA. ESTÁ UM TRABALHO PERFEITO.
TRATA-SE DE UMA OBRA-PRIMA. E, agora, acrescento, em tom de blague: “SE
MELHORAR, ESTRAGA.”.
Hypólito (Foto: DB)
Extraído
do “release”, que me foi enviado por STELLA STEPHANY, a
quem agradeço por algumas dicas para a redação desta crítica, (JSPONTES – COMUNICAÇÃO
– JOÃO PONTES E STELLA STEPHANY): “Definida, pelo diretor, como uma experiência
intercênica, a obra poderia ser descrita, apenas, como cinema interativo,
se não tivesse o TEATRO no eixo da criação. É uma das poucas atividades
cênicas da atualidade em que os atores não estarão presentes, mas o público
sim, talvez, marcando uma fase de transição para o retorno aos eventos
artísticos presenciais.”
(Foto: DB)
Criador e criatura (Foto: DB)
Um
outro interessantíssimo detalhe: além do que já foi dito acerca do que é
apresentado, no quarto andar do prédio do Centro Cultural OI FUTURO, o
visitante terá, ainda, a seu dispor, no quinto andar, uma exposição, com projeções, em dez telas. São dez
retratos, em vídeo (retratos animados), dos personagens da peça. Tanto
faz começar pelo quarto ou pelo quinto pavimento, mas acho que o melhor é iniciar
a sua viagem pelo quarto.
(Foto: DB)
Mais um
bom trecho, retirado do já referido “release”: Diante das
grandes transformações do mundo contemporâneo, especialmente a partir da
pandemia, as artes da cena, principalmente, precisaram se reinventar. As
linguagens estão se (con)fundindo em busca de novos caminhos e,
possivelmente, este experimento (inter)cênico de RODRIGO PORTELLA,
como tantos, hoje, não se enquadre, perfeitamente, em nenhuma das linguagens
artísticas que conhecemos. Como o próprio diretor tenta conceituar, talvez esta
obra se mova “nas frestas que separam o inseparável, no ‘entre’, no meio, no
intervalo, na cola; não como definição, mas como uma perspectiva: intertexto,
intermeio, intercena”.
(Foto: DB)
FICHA TÉCNICA:
Idealização, roteiro e direção geral: Rodrigo Portella
A partir da peça homônima de Ivor Martinić
Interlocução artística: Júlia Deccache
Fotografia e montagem: Pedro Murad
Coordenação geral do projeto: Cláudia Marques
Elenco / personagem
Simone Mazzer – Mia
Felipe Frazão - Branko
Elisa Lucinda - Rita
Maria Esmeralda Forte – Ana
Camila Moura - Doris
Verônica Rocha – Sara
Antônio Pitanga – Oliver
Enrique Diaz – Michael
Leandro Santanna – Roberto
Hipólyto – Tim
Tradução: 1) De croata para espanhol: Nikolina Židek. 2) de espanhol para português: Celso Curi
Direção de arte: Júlia Deccache
Trilha sonora original: Federico Puppi
Colaboração para a trilha sonora: Marcelo H
Música “Let’s Die Together”: composição de Milla
Fernandez e Federico Puppi
Som direto e mixagem: Tiago Picado
Figurino: Valéria Stefan
Visagismo e maquiagem: Diego Nardes
Iluminação: Leandro Barreto
Direção de fotografia aérea: Roberto Tascheri
Assistente de direção: Anaxi Altamiranda
Assistente de câmera: Felipe Carvalho
Assistente de edição: Luiza Castagna
Assistente de iluminação: Wesley Torquato
Assistente de figurino: Mariana Fernandes
Assistente de visagismo e cabeleireiro: Lucas Souza
Camareira: Maria Helena Ferreira
Assessoria de imprensa: JSPontes
Comunicação - João Pontes e Stella Stephany
Projeto gráfico: Felipe Braga
Fotos e vídeos / still: Daniel Barboza e Anaxi
Studio
Redes sociais: Breno Motta
Tráfego de redes sociais: Gabriela Saboya e Rodrigo
Gonzaga
Coordenação técnica (galerias): Hugo da Matta e
José Luiz Júnior
Cenotécnico: André Sales
Contrarregra: Márcio Gomes
Pintura de arte: Carla Ferraz
Equipe de montagem de cenário: Jayro Botelho,
Renato Darin e Juliana Moreira
Produtor executivo: Rafael Lydio
Produção de “set”: Rogério Garcia
Transporte: Fernanda Prates
Alimentação: Cezarin Sabor e Saúde
Coordenação administrativa / prestação de contas:
Fomenta Consultoria
Direção de produção: Cláudia Marques
Realização: Fábrica de Eventos
(Foto: DB)
(Foto: DB)
SERVIÇO:
Abertura para convidados: 11 de agosto, a partir
das 12h
Visitação: de 12 de agosto a 10 de outubro / 2021
Local: Centro Cultural OI FUTURO (4º e 5º andares)
Endereço: Rua Dois de Dezembro, nº 63, Flamengo – Rio
de Janeiro
Telefone: (21) 3131-3060
Horários de visitação: de 4ª feira a domingo
(incluindo feriados), das 12h às 13h30min, de 14h às 15h30min e de 16h às 18h
ENTRADA GRATUITA, mediante agendamento no site https://oifuturo.org.br/agendamentocentrocultural/
Classificação Indicativa: 14 anos
(Foto: DB)
“MEU
FILHO SÓ ANDA UM POUCO MAIS LENTO” tem o patrocínio
da OI, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado
de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura
e Correalização do OI FUTURO.
(Foto: DB)
Faço questão de externar meus agradecimentos, pelo
fato de ter sido convidado para uma sessão especialíssima e restrita, antes
mesmo da que foi dedicada a convidados, nas pessoas de STELLA STEPHANY e
RODRIGO PORTELLA, e, também, deixar o meu “muito obrigado”
à CLÁUDIA MARQUES, pela generosa receptividade e assistência que o trio me
dedicou e pela maneira e como fui tratado.
Cláudia Marques (Foto: DB)
Todos os registros fotográficos foram feitos por DANIEL
BARBOZA (DB) e STELLA STEPHANY (SS), os quais, gentilmente, os cederam a mim,
para ilustrar esta crítica.
FOTOS DE BASTIDORES (DANIEL BARBOZA)
GALERIA PARTICULAR (FOTO: DANIEL BARBOZA.)
Com o querido amigo Rodrigo Portella, sorrindo, por trás das máscaras.
E VAMOS AO TEATRO, COM TODOS OS CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL, COM TODOS OS CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!
COMPARTILHEM ESTE TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!