terça-feira, 29 de março de 2016


A ÁRVORE QUE FUGIU DO QUINTAL

 

 


 

 

 

            Estamos diante de um musical infantil, baseado num livro contemporâneo: “A ÁRVORE QUE FUGIU DO QUINTAL”, escrito em 1981, por ÁLVARO OTTONI DE MENEZES,  tendo sido adaptado, para os palcos, nove anos depois, por RICARDO HOFSTETTER.

 

A primeira montagem, com direção de Isaac Bernat, foi apresentada em teatros e escolas e participou da “Rio 92 – II Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, encenada ao ar livre, no Aterro do Flamengo, para milhares de pessoas.

 

            A atual produção, que está em cartaz no OI Futuro Flamengo (VER SERVIÇO) foi idealizada por ZÉ HELOU, que também assina a direção do espetáculo, abordando uma temática que, infelizmente, parece que nunca sairá de pauta: a preservação na Natureza. Atual, pertinente e, acima de tudo, preocupante. Que planeta estamos deixando para as futuras gerações? Por quanto tempo mais a vida, de modo saudável, estará garantida no planeta Terra?

 

O texto nos convida a uma reflexão sobre o amor e o respeito das crianças pela Natureza. É uma lição dos pequenos aos adultos.

 

 

 


A venda da casa implica a derrubada da Árvore.

 

 


A Árvore e Chapeuzinho Vermelho (Vermelho?).

 

 

 

 
SINOPSE:
 
Havia um tempo em que as casas tinham quintais, com árvores, rodeadas por crianças.
 
Na casa do JOÃOZINHO, não era diferente, até seu pai vender o imóvel para um homem ganancioso, que queria construir um grande edifício ali.
 
Para escapar da morte, a ÁRVORE (TATIH KÖHLER) resolve fugir do quintal.
 
Com a ajuda de JOÃOZINHO (SAULO SEGRETO) e seus amigos, ela arranca suas raízes do chão, aprende a andar e segue, em busca de um lugar bonito, onde as pessoas ainda gostem da natureza.
 
No caminho, encontra diversos personagens, que tentam ajudá-la, dentre os quais o PÁSSARO (MARIAH VIAMONTE), que deixou de ser colorido, porque foi eletrocutado em um fio de alta-tensão; a CHAPEUZINHO VERMELHO (CACÁ OTTONI), que ficou triste e cinza, por causa da poluição; o PEIXE FORA D´ÁGUA, que fugiu da sujeira do mar, para viver na cidade, e o JARDINEIRO (ambos interpretados por REINER TENENTE), que resolve acompanhá-la na aventura...
 

 

 

 


A Árvore e o Peixe Fora D’Água.

 

 

Segundo o “release”, enviado pela assessoria de imprensa (BIANCA SENNA e PAULA CATUNDA)) “ÁLVARO OTTONI DE MENEZES recebeu o prêmio de melhor autor estrangeiro, na Bulgária, concedido pela Fundação Barlgarsky Houdjonik. Foi considerado como a maior campanha ecológica já dedicada ao público infantojuvenil. Quando lançado, em 1981, a crítica especializada demonstrou certo estranhamento pelo tema: ‘Ecologia para crianças, como?’. De fato, naquela época, o termo ‘ecologia’ era novo, vinha de história natural, e ainda era encarada como “oba, oba”, um resquício do movimento ‘hippie’. Pois bem, o livro fez um estrondoso sucesso, divulgado, amplamente, por uma emissora de TV, através de um programa infantil e adotado por inúmeras escolas de todo o país. E, assim, despertou a preocupação ambiental em milhares de crianças e conheceu o palco, onde também fez muito sucesso.”

 

            Por mais que se diga que a população mundial esteja se conscientizando, cada vez mais, da necessidade de preservar os elementos da Natureza, o que se vê, infelizmente, no dia a dia, mais em algumas regiões que em outras, é uma luta inglória, versão Davi X Golias, de poucos, os defensores da Natureza, contra muitos, os seus agressores. Nesse sentido, a peça presta um grande serviço, não só às crianças como também aos adultos. Ouvi pais, fazendo comentários de atitudes que os pequenos lhes ensinam, “para salvar a Natureza”. Isso é muito bom e extremamente bonito e saudável. Só por esse motivo, pela mensagem da peça, já vale a pena uma ida ao teatro.

 

 

 


A Árvore e o Jardineiro.

 

 

A temática é, sem a menor sombra de dúvida, bastante edificante, porém, se o texto da peça não fosse “redondo” e “enxuto”, e agradável de se ouvir, de nada valeria a boa intenção do autor do livro. São ótimos e ágeis os diálogos, como devem ser num espetáculo para crianças. O vocabulário está ao nível do público-alvo, facilitando-lhe acompanhar a saga da ÁRVORE e seus companheiros. Ponto para a adaptação teatral de RICARDO HOFSTETTER!

 

Também, se não houvesse um diretor sensível e inteligente, como ZÉ HELOU, o público poderia sair do teatro sem ser tocado. Mas não é o que acontece. A participação ativa da plateia mirim, durante todo o espetáculo, se deve ao bom desenvolvimento cênico do ótimo texto, trabalho que só faz creditar elogios à direção de HELOU. Ponto para ele!

 

 

 


Tatih Köhler.

 

 

Mas, também, sem querer ser repetitivo, e já o sendo, tudo ficaria lá, naquele palco, ninguém levaria, na retina e nos ouvidos, as imagens e as mensagens da peça, se o elenco não fosse de primeira categoria, como o escolhido pela direção, todos excelentes atores, com bastante experiência em musicais, o que equivale dizer que também cantam e dançam muito bem. Gente do nível de TATIH KÖHLER (ÁRVORE), REINER TENENTE (CRIANÇA 1 / PEIXE / JARDINEIRO), SAULO SEGRETO (JOÃOZINHO / INTELECTUAL / JOÃO GRANDE), CACÁ OTTONI (PAI DE JOÃO / CHAPEUZINHO VERMELHO / MARINA), MARIAH VIAMONTE (CRIANÇA 2 / PÁSSARO / POTIRA / LENHADOR 3), JEFFERSON ALMEIDA (SERJÃO / CAÇADOR / LENHADOR 1), JEFF FERNANDÉZ (BOLÃO – criança / LENHADOR 2 / BOLÃO – adulto).

 

 

 


Brincadeira entre amigos.

 

 

Não se deveria afirmar que algum ator deste elenco se destaque mais que os outros, pois, como já disse, a experiência em TEATRO MUSICAL, de todos, faz com que o trabalho de interpretação seja bem homogêneo, entretanto, como, para alguns, a experiência em musicais seja bem maior que para outros, como é o caso de TATIH, REINER, SAULO, MARIAH e JEFFERSON, que, além de terem atuado em grandes musicais, já vêm trabalhando, há algum tempo, com os melhores diretores, no gênero, a atuação do quinteto é mais completa, já que têm suas vozes, para o canto, muito bem trabalhadas.

 

Todos os atores cantam, ao vivo, sete belas canções, criadas por VINÍCIUS CASTRO. E o fazem muito bem, graças ao talento individual e ao trabalho de direção musical, arranjos e preparação vocal, de ALEXANDRE QUEIROZ.

 

 

 


A Árvore e Potira.

 

 

O cenário e os figurinos são de CLÍVIA COHEN, ambos bem talhados para a encenação. Os figurinos são variados, coloridos e de bom acabamento. Com relação ao cenário, sabemos que, por “disputar” o palco com o espetáculo seguinte, “para adultos”, os cenários das peças infantis costumam ser bem simples, para facilitar a montagem e a desmontagem. Mas simplicidade não está, sempre, casada com pobreza e mau gosto. Os cenários de CLÍVIA são simples, descomplicados, se vistos tecnicamente, porém são de grande bom gosto e fino acabamento, o suficiente para criar a atmosfera das cenas. Ótimo trabalho duplo!  

 

Na iluminação, a ficha técnica traz o nome de ROGÉRIO WILTGEN, o qual, dentro as limitações de equipamento que os teatros reservam aos espetáculos infantis, executa um bom trabalho.

 

 

 


Detalhe da bela iluminação.

 

 

Espetáculo infantil, ainda mais em forma de musical, requer bastante dinâmica, aqui representada pelo bom trabalho de direção de movimento e coreografias, de FABIANA VALOR.

 

Transcrevo, aqui, mais um trecho do já referido ”release”, sem cortes ou adaptações, por achá-lo muito importante para a divulgação deste lindo espetáculo, que recomendo a um público de todas as idades: “De forma lúdica, o espetáculo não se limita a falar da preservação nas florestas, e sim a ampliar a reflexão sobre o respeito e cuidado com a Natureza ao redor, especialmente nos grandes centros. A trajetória da ÁRVORE, os encontros com os personagens, as músicas e a atmosfera convidam o público, crianças e adultos, a embarcar no mundo mágico da Natureza e a torcer por sua vitória.”





 









A Árvore e o Intelectual.





“Na vida, nada se cria; tudo se transformam” (Antoine Lavoisier). Assistam à peça e vejam como essa afirmação se aplica ao espetáculo.

 

Fica como uma boa surpresa.

 

 


FICHA TÉCNICA:

 
Texto: Ricardo Hofstetter (adaptação do livro homônimo, de Álvaro Ottoni de Menezes)
Direção: Zé Helou
 
Elenco: TATIH KÖHLER (ÁRVORE)
  REINER TENENTE (CRIANÇA 1 / PEIXE / JARDINEIRO)
  SAULO SEGRETO (JOÃOZINHO / INTELECTUAL / JOÃO GRANDE)
  CACÁ OTTONI (PAI DE JOÃO / CHAPEUZINHO VERMELHO / MARINA)
  MARIAH VIAMONTE (CRIANÇA 2 / PÁSSARO / POTIRA / LENHADOR 3)
  JEFFERSON ALMEIDA (SERJÃO / CAÇADOR / LENHADOR 1)
  JEFF FERNANDÉZ (BOLÃO – criança / LENHADOR 2 / BOLÃO – adulto).
 
Pianista: Gustavo Salgado.
Letra e Música: Vinícius Castro
Direção Musical, Arranjos e Preparação Vocal: Alexandre Queiroz
Cenários e Figurinos: Clívia Cohen
Iluminação: Rogério Wiltgen
Direção de Movimento e Coreografias: Fabiana Valor
Assistente de Direção: Jefferson Almeida
Cenógrafo Assistente: José Cohen
Figurinista Assistente: Clara Cohen                                         
Programação Visual: Andréa Batitucci
Assessoria de Imprensa: Bianca Senna e Paula Catunda
Fotos de Divulgação: Leo Aversa
Operador de Luz: Pedro Carneiro
Técnico de Som: Leonardo Maia
Microfonista: Eric Brandão
Assistente de Produção e Mídias Sociais: Luiza Toré
Produção Executiva: Juliana Cabral
Direção de Produção: Amanda Menezes
Coordenação de Produção: Maria Angela Menezes
Produção: TEMA EVENTOS CULTURAIS
Idealização e Direção Geral: Zé Helou
 

 

 

 


Trabalho “sujo”: derrubar árvores.

 

 

 

 
SERVIÇO:
 
 Temporada: De 12 de março a 29 de maio de 2016.
 Local: Oi Futuro Flamengo (Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo).
 Informações: (21) 3131-3060.
 Dias e Horários: sábados e domingos, às 16h.
 Capacidade: 63 lugares.
 Duração: 60 minutos.
 Classificação Indicativa: Livre.
 Recomendação Etária: 3 anos.
 Gênero: Teatro Musical Infantil.
 Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada).
 Horários da Bilheteria: De terça-feira a sexta-feira, das 14h às 20h. Sábados,     domingos e feriados, das 13h às 20h.
 Ingressos à venda: www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2330.
 

 

 

 


A Árvore e o Pássaro que foi eletrocutado.

 

 


O elenco (da esquerda para a direita): Jefferson Almeida, Mariah Viamonte, Saulo Segreto, Tatih Köhler, Reiner Tenente, Cacá Ottoni e Jeff Fernandéz.

 

 

 


Com Tatih Köhler.

 


Com Reiner Tenete, Mariah Viamonte e Mauro Villas Boas.

 

 


Com Jefferson Almeida e Zé Helou.

 

 

(FOTOS: LEO AVERSA – de cena -

e REGINA CAVALCANTI – sociais.)