A
ÁRVORE QUE FUGIU DO QUINTAL
Estamos
diante de um musical infantil,
baseado num livro contemporâneo: “A ÁRVORE
QUE FUGIU DO QUINTAL”, escrito em 1981,
por ÁLVARO
OTTONI DE MENEZES, tendo sido adaptado, para os palcos, nove anos
depois, por RICARDO HOFSTETTER.
A primeira montagem, com direção de Isaac Bernat,
foi apresentada em teatros e escolas e participou da “Rio 92 – II Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Humano, realizada em 1992,
no Rio de Janeiro, encenada ao ar
livre, no Aterro do Flamengo, para
milhares de pessoas.
A
atual produção, que está em cartaz no OI
Futuro Flamengo (VER SERVIÇO)
foi idealizada por ZÉ HELOU, que
também assina a direção do
espetáculo, abordando uma temática que, infelizmente, parece que nunca sairá de
pauta: a preservação na Natureza.
Atual, pertinente e, acima de tudo, preocupante. Que planeta estamos deixando
para as futuras gerações? Por quanto tempo mais a vida, de modo saudável,
estará garantida no planeta Terra?
O texto nos convida a uma reflexão sobre
o amor e o respeito das crianças pela Natureza.
É uma lição dos pequenos aos adultos.
A venda da casa implica a derrubada da
Árvore.
A Árvore e Chapeuzinho Vermelho
(Vermelho?).
SINOPSE:
Havia um tempo em que as casas tinham quintais, com árvores, rodeadas
por crianças.
Na casa do JOÃOZINHO, não
era diferente, até seu pai vender o imóvel para um homem ganancioso, que queria
construir um grande edifício ali.
Para escapar da morte, a ÁRVORE
(TATIH KÖHLER) resolve fugir do quintal.
Com a ajuda de JOÃOZINHO (SAULO
SEGRETO) e seus amigos, ela arranca suas raízes do chão, aprende a andar e
segue, em busca de um lugar bonito, onde as pessoas ainda gostem da natureza.
No caminho, encontra diversos personagens, que tentam ajudá-la, dentre
os quais o PÁSSARO (MARIAH VIAMONTE),
que deixou de ser colorido, porque foi eletrocutado em um fio de alta-tensão; a
CHAPEUZINHO VERMELHO (CACÁ OTTONI),
que ficou triste e cinza, por causa da poluição; o PEIXE FORA D´ÁGUA, que fugiu da sujeira do mar, para viver na
cidade, e o JARDINEIRO (ambos
interpretados por REINER TENENTE),
que resolve acompanhá-la na aventura...
A Árvore e o Peixe Fora D’Água.
Segundo o “release”, enviado pela assessoria
de imprensa (BIANCA SENNA e PAULA CATUNDA)) “ÁLVARO OTTONI DE MENEZES recebeu
o prêmio de melhor autor estrangeiro, na Bulgária, concedido pela Fundação
Barlgarsky Houdjonik. Foi considerado como a maior campanha ecológica já
dedicada ao público infantojuvenil. Quando lançado, em 1981, a crítica
especializada demonstrou certo estranhamento pelo tema: ‘Ecologia para
crianças, como?’. De fato, naquela época, o termo ‘ecologia’ era novo, vinha de
história natural, e ainda era encarada como “oba, oba”, um resquício do movimento
‘hippie’. Pois bem, o livro fez um estrondoso sucesso, divulgado, amplamente,
por uma emissora de TV, através de um programa infantil e adotado por inúmeras
escolas de todo o país. E, assim, despertou a preocupação ambiental em milhares
de crianças e conheceu o palco, onde também fez muito sucesso.”
Por
mais que se diga que a população mundial esteja se conscientizando, cada vez
mais, da necessidade de preservar os elementos da Natureza, o que se vê, infelizmente, no dia a dia, mais em algumas
regiões que em outras, é uma luta inglória, versão Davi X Golias, de poucos, os defensores
da Natureza, contra muitos, os
seus agressores. Nesse sentido, a
peça presta um grande serviço, não só às crianças como também aos adultos. Ouvi
pais, fazendo comentários de atitudes que os pequenos lhes ensinam, “para salvar a Natureza”. Isso é muito
bom e extremamente bonito e saudável. Só por esse motivo, pela mensagem da
peça, já vale a pena uma ida ao teatro.
A Árvore e o Jardineiro.
A temática
é, sem a menor sombra de dúvida, bastante edificante, porém, se o texto da peça não fosse “redondo” e
“enxuto”, e agradável de se ouvir, de nada valeria a boa intenção do autor do
livro. São ótimos e ágeis os diálogos, como devem ser num espetáculo para
crianças. O vocabulário está ao nível do público-alvo, facilitando-lhe
acompanhar a saga da ÁRVORE e seus
companheiros. Ponto para a adaptação
teatral de RICARDO HOFSTETTER!
Também, se não houvesse um diretor sensível e inteligente, como ZÉ HELOU, o público poderia sair do
teatro sem ser tocado. Mas não é o que acontece. A participação ativa da
plateia mirim, durante todo o espetáculo, se deve ao bom desenvolvimento cênico do ótimo texto, trabalho que só faz creditar elogios à direção de HELOU. Ponto para ele!
Tatih Köhler.
Mas, também, sem
querer ser repetitivo, e já o sendo, tudo ficaria lá, naquele palco, ninguém
levaria, na retina e nos ouvidos, as imagens e as mensagens da peça, se o elenco não fosse de primeira categoria,
como o escolhido pela direção, todos
excelentes atores, com bastante experiência em musicais, o que equivale dizer
que também cantam e dançam muito bem. Gente do nível de TATIH KÖHLER (ÁRVORE), REINER TENENTE (CRIANÇA 1 / PEIXE / JARDINEIRO), SAULO SEGRETO (JOÃOZINHO /
INTELECTUAL / JOÃO GRANDE), CACÁ OTTONI (PAI
DE JOÃO / CHAPEUZINHO VERMELHO / MARINA), MARIAH VIAMONTE (CRIANÇA 2 / PÁSSARO / POTIRA / LENHADOR 3), JEFFERSON ALMEIDA (SERJÃO /
CAÇADOR / LENHADOR 1), JEFF FERNANDÉZ
(BOLÃO – criança / LENHADOR 2 / BOLÃO – adulto).
Brincadeira entre amigos.
Não se deveria afirmar
que algum ator deste elenco se
destaque mais que os outros, pois, como já disse, a experiência em TEATRO MUSICAL, de todos, faz com que o
trabalho de interpretação seja bem homogêneo, entretanto, como, para alguns, a
experiência em musicais seja bem maior que para outros, como é o caso de TATIH, REINER, SAULO, MARIAH e JEFFERSON, que, além de terem atuado em grandes musicais, já vêm
trabalhando, há algum tempo, com os melhores diretores, no gênero, a atuação do
quinteto é mais completa, já que têm suas vozes, para o canto, muito bem
trabalhadas.
Todos os atores cantam,
ao vivo, sete belas canções, criadas por VINÍCIUS
CASTRO. E o fazem muito bem, graças ao talento individual e ao trabalho de direção musical, arranjos e preparação vocal,
de ALEXANDRE QUEIROZ.
A Árvore e Potira.
O cenário
e os figurinos são de CLÍVIA COHEN, ambos bem talhados para a
encenação. Os figurinos são
variados, coloridos e de bom acabamento. Com relação ao cenário, sabemos que, por “disputar” o palco com o espetáculo
seguinte, “para adultos”, os cenários das peças infantis costumam ser bem
simples, para facilitar a montagem e a desmontagem. Mas simplicidade não está,
sempre, casada com pobreza e mau gosto. Os cenários
de CLÍVIA são simples, descomplicados,
se vistos tecnicamente, porém são de grande bom gosto e fino acabamento, o
suficiente para criar a atmosfera das cenas. Ótimo trabalho duplo!
Na iluminação,
a ficha técnica traz o nome de ROGÉRIO WILTGEN, o qual, dentro as
limitações de equipamento que os teatros reservam aos espetáculos infantis,
executa um bom trabalho.
Detalhe da bela
iluminação.
Espetáculo
infantil, ainda mais em forma de musical, requer bastante dinâmica, aqui
representada pelo bom trabalho de direção
de movimento e coreografias, de FABIANA VALOR.
Transcrevo, aqui, mais um trecho do já
referido ”release”, sem cortes ou
adaptações, por achá-lo muito importante para a divulgação deste lindo espetáculo, que recomendo a um
público de todas as idades: “De forma lúdica, o espetáculo não se limita
a falar da preservação nas florestas, e sim a ampliar a reflexão sobre o
respeito e cuidado com a Natureza ao redor, especialmente nos grandes centros.
A trajetória da ÁRVORE, os encontros com os personagens, as músicas e a atmosfera
convidam o público, crianças e adultos, a embarcar no mundo mágico da Natureza
e a torcer por sua vitória.”
A Árvore e o Intelectual.
“Na vida, nada se cria; tudo se
transformam” (Antoine Lavoisier). Assistam à peça e vejam como essa afirmação
se aplica ao espetáculo.
Fica como uma boa surpresa.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Ricardo Hofstetter (adaptação do livro homônimo, de Álvaro
Ottoni de Menezes)
Direção: Zé Helou
Elenco: TATIH KÖHLER (ÁRVORE)
REINER TENENTE (CRIANÇA 1 / PEIXE /
JARDINEIRO)
SAULO SEGRETO (JOÃOZINHO /
INTELECTUAL / JOÃO GRANDE)
CACÁ OTTONI (PAI DE JOÃO /
CHAPEUZINHO VERMELHO / MARINA)
MARIAH VIAMONTE (CRIANÇA 2 / PÁSSARO /
POTIRA / LENHADOR 3)
JEFFERSON ALMEIDA (SERJÃO /
CAÇADOR / LENHADOR 1)
JEFF FERNANDÉZ (BOLÃO – criança /
LENHADOR 2 / BOLÃO – adulto).
Pianista: Gustavo Salgado.
Letra e Música: Vinícius Castro
Direção Musical, Arranjos e Preparação Vocal: Alexandre Queiroz
Cenários e Figurinos: Clívia Cohen
Iluminação: Rogério Wiltgen
Direção de Movimento e Coreografias: Fabiana Valor
Assistente de Direção: Jefferson Almeida
Cenógrafo Assistente: José Cohen
Figurinista Assistente: Clara Cohen
Programação Visual: Andréa
Batitucci
Assessoria de Imprensa: Bianca Senna e Paula Catunda
Fotos de Divulgação: Leo Aversa
Operador de Luz: Pedro Carneiro
Técnico de Som: Leonardo Maia
Microfonista: Eric Brandão
Assistente de Produção e Mídias Sociais: Luiza Toré
Produção Executiva: Juliana
Cabral
Direção de Produção: Amanda
Menezes
Coordenação de Produção: Maria
Angela Menezes
Produção: TEMA EVENTOS
CULTURAIS
Idealização e Direção Geral: Zé Helou
Trabalho “sujo”:
derrubar árvores.
SERVIÇO:
Temporada:
De 12 de março a 29 de maio de 2016.
Local:
Oi Futuro Flamengo (Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo).
Informações:
(21) 3131-3060.
Dias
e Horários: sábados e domingos, às 16h.
Capacidade: 63 lugares.
Duração: 60 minutos.
Classificação Indicativa:
Livre.
Recomendação Etária: 3 anos.
Gênero: Teatro Musical Infantil.
Ingressos:
R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada).
Horários da Bilheteria:
De terça-feira a sexta-feira, das 14h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 13h às 20h.
Ingressos à
venda: www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2330.
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A Árvore e o Pássaro que foi eletrocutado.
O elenco (da esquerda para a direita): Jefferson Almeida, Mariah
Viamonte, Saulo Segreto, Tatih Köhler, Reiner Tenente, Cacá Ottoni e Jeff Fernandéz.
Com Tatih Köhler.
Com Reiner Tenete, Mariah Viamonte e Mauro Villas Boas.
Com Jefferson Almeida e Zé Helou.
(FOTOS:
LEO AVERSA – de cena -
e
REGINA CAVALCANTI – sociais.)