CINCO JÚLIAS
(E MAIS DE CINCO MOTIVOS
PARA IR AO TEATRO.)
Assisti ao espetáculo e, logo, no dia seguinte,
extremamente feliz, postei, numa rede social, isto, que seria o embrião desta
crítica:
CINCO JÚLIAS
Um
espetáculo que pode ser rotulado como uma AÇÃO
ENTRE AMIGOS.
Uma
bela ação!!!
Belíssima!!!
Um
jovem, muito jovem mesmo (28 anos), talentoso cineasta, dramaturgo, ator e
diretor, um GÊNIO, chamado MATHEUS SOUZA, escreve e dirige um ótimo texto e o monta, SEM PATROCÍNIOS, valendo-se apenas de
algumas colaborações de quem acreditou no projeto, junta-se a um grupo de
amigos (Confia neles, Matheus! São teus
amigos mesmo!) e, com muita coragem e determinação, monta um espetáculo,
que veio para ficar: “CINCO JÚLIAS”,
cuja estreia, para convidados, foi ontem (15/2/2016), no Teatro das Artes (Shopping da Gávea).
O
espetáculo tem a cara daquele teatro, onde já se apresentaram várias peças do
gênero desta, e tenho a certeza de que será um sucesso (NA VERDADE, JÁ O É, DESDE ONTEM.) e fará uma bela e longa
temporada.
Apesar
de recomendado a todas as faixas etárias (Ontem,
rejuvenesci 50 anos, em duas horas. Senti-me um garotão, de 16.), a peça é
mais direcionada ao público jovem, para o qual, infelizmente, muito pouca
coisa, de boa qualidade, é produzida.
Mas
será curtida por todos, das crianças aos velhinhos (a galera das vans).
O espetáculo é uma delícia!!!
Leve,
divertido, com humor inteligente, lindas canções, interpretadas, de forma magistral,
por cinco excelentes “cantrizes”, com destaque para MALU RODRIGUES e CAROL GARCIA, para o meu gosto, embora as cinco cantem muito bem.
Só
mesmo com muito talento e amor ao TEATRO,
é possível levantar um espetáculo como “CINCO
JÚLIAS”, com pouco dinheiro.
Estão de parabéns todos os
que participam do projeto: MATHEUS, MALU, CAROL, BRUNA HAMÚ,
ISABELLA SANTONI, GABI PORTO, os
rapazes da banda (excelentes) PABLO
PALEOLOGO (ótima direção musical), ANA
PAULA BOUZAS (direção de movimento e coreografias), MIGUEL PINTO GUIMARÃES (cenário),
JOÃO LAMEGO (figurinos), RODRIGO BELAY (desenho de luz), EDUARDO CHAMON (criação de vídeos e
projeções - incríveis), TATIANNA TRINXET (direção
de produção)... (Espero não ter esquecido ninguém, mas, certamente, isso
aconteceu.)
Sintam-se todos abraçados!
Houve comentários, elogiosos - ainda bem - à minha
“crítica”, que não era, na verdade, ainda, a crítica à peça. O que farei,
agora, é expandir, detalhar, o que já falei sobre ela.
Um pouco do “release”,
com adaptações, enviado pela assessoria
de imprensa (Leila Meirelles): “E se todos os seus segredos fossem
revelados de uma vez só? Se todos os segredos de todas as pessoas do planeta
fossem revelados da noite para o dia? O que aconteceria com nossas vidas?”
Essas e muitas outras questões são o pano de fundo para o musical “CINCO
JÚLIAS”.
Antenado com o universo desta nova geração, MATHEUS SOUZA traz as
dores e as delícias da Internet. Um mundo que aproxima e reúne a juventude em ‘likes’,
seguidores, ‘snapchats’ e afins, mas que, por isso mesmo, expõe as intimidades
alheias num grau quase impublicável.
ISABELLA SANTONI, MALU RODRIGUES, BRUNA
HAMÚ, CAROL GARCIA e GABI PORTO protagonizam essa história, cheia de
reviravoltas e questões latentes dessa geração, acompanhadas por cinco músicos,
que tocam, ao vivo, um repertório, baseado no iPod do próprio diretor.
Radiohead, Arcade Fire, Bjork, LCD Soundsystem e outros artistas, que
redefiniram a música nos Anos 2000, embalam o musical, como uma “playlist”
criada para traduzir a Geração Z.
SINOPSE (com algumas interferências minhas):
Um grupo de “hackers”
invadiu a base de dados das principais redes sociais do mundo, acessando as
mensagens privadas de todos os usuários do planeta. Impossível? O TEATRO possibilita tudo.
Criaram, então, um “site”, chamado “uLeaked.com”,
no qual publicaram todas essas informações.
“E-mails”, “WhatsApp”,
“Facebook ”, os ousados “nudes” e históricos de
navegação “online” escancarados, expostos, sem censura, sem limites, sem
nenhum pudor ou respeito à privacidade alheia, alimentando a insaciável fome de
“voyeurs” virtuais.
O fim de todos os mistérios, ali, para quem quiser
ler: praticamente toda sua intimidade num “outdoor
on line”.
O acaso faz com que cinco
jovens, coincidentemente batizadas como o nome de JÚLIA, aqui reconhecidas numericamente (1, 2, 3, 4 e 5) se encontrem (Já
disse que o TEATRO possibilita tudo.) e, visivelmente, perturbadas, em
relação ao andamento de suas vidas, a partir daquele “desastre”, resolvem fazer
uma aliança, para, juntas, criar forças e tentar resolver seus dramas
existenciais, agora não só pertencentes a elas, em função da falta de
privacidade imposta pelos referidos “hackers”.
Tentando se proteger, em vão, do horror dessa
agressiva invasão de privacidade, as
cinco se refugiam num motel, imaginando a repercussão de seus segredos revelados,
dando início a uma série de interessantes e surpreendentes trocas.
Todo esse fenômeno, que flerta com a ficção
científica, é apenas o pano de fundo para mergulharmos na vida de cinco meninas,
fugindo de seus segredos revelados.
"CINCO JÚLIAS" amalgama os dilemas clássicos da
juventude com os contemporâneos, ainda pouco explorados na literatura nacional.
Surpresas, traições, amores, crimes, sonhos,
revoluções. O que acontece com o mundo, quando a verdade está em evidência e
transparência?
Parti para o Teatro
das Artes, numa noite de 2ª feira, já “preparado”, por alguns amigos
envolvidos no projeto, do autor/diretor a amigas do elenco e outros
profissionais, para ver um espetáculo “modesto, sem muitas pretensões, uma
brincadeira entre amigos”.
E não foi isso o que eu
vi.
Nem todos, na
verdade, sabem da dimensão do que preparam, para apresentar a um público. Assim
como existem os que “se acham”, que, embora com boas intenções, acabam por levar
ao palco espetáculos medíocres, pensando que estão nos proporcionando “o máximo”,
há os que, com toda humildade, mas com muito talento e entrega ao que fazem,
sobem ao palco e nos encantam, com um produto final de excelência, como é o
caso de “CINCO JÚLIAS”, cuja produção todos acham que custou
muito além do real orçamento da peça.
Custou, sim,
talento, amor, sacrifício, coragem, dedicação, moedas muito mais fortes e valiosas
que os cifrões. É a única coisa que pode justificar um espetáculo honesto,
limpo, com elementos tecnológicos que funcionam, a tempo e a hora, mesmo num
dia de estreia, quando algumas falhas são comuns.
MATHEUS SOUZA é um artista de
invejável sensibilidade, que consegue transformar emoções e sentimentos em
palavras e mensagens, em tudo o que escreve, de forma fluida, acessível a
todos, principalmente o chamado público “teen”, que o tem como uma
espécie de jovem “guru”. Como cineasta, já é respeitado, pelo grande e
premiado “Apenas O Fim”, seu primeiro longa-metragem, e “Eu Não Faço
A Menor Ideia Do Que Tô Fazendo Com A Minha Vida”, título genial. Em 2014, escreveu, dirigiu, produziu e
protagonizou o seu terceiro filme de longa-metragem: “Tamo Junto”. Para o cinema,
também escreveu o roteiro de “Confissões de Adolescentes – o Filme”.
Matheus
Souza.
No TEATRO,
já provou que entende do assunto, como dramaturgo, ator, diretor
e até compositor de trilha sonora. Quem não se lembra de “Stand Up”
e “As Coisas Que Fizemos E Não Fizemos”, por exemplo?
Ainda consegue
brilhar na TV, como roteirista, contratado, até hoje, pela TV
Globo, e como colunista do jornal O Globo, de 2010 a 2014.
Uma das marcas registradas,
em seus trabalhos, corresponde a reflexões que faz sobre sua própria geração,
mergulhando em relações amorosas, como fio condutor de sua narrativa, sem
didatismo ou tom professoral. Creio que esse seja o grande trunfo, para o seu
sucesso: escrever, acessivelmente, para conquistar um público tão carente de
bos textos, embora atinja, tamabém, facilmente, gerações mais velhas. A mim, totalmente.
MATHEUS está na “top list” dos granfes talentos de
jovens dramaturgos brasileiros ce hoje, ao lado de Jô Bilac, Renata Mizrahi,
Júlia Spadaccini, Diogo Liberano, Pedro Kosovski, Daniel Porto,
Daniela Pereira de Carvalho e tantos
outros. Sua indiscutível inteligência faz dele um intelectual, sem ser “chato”,
um intelectual “pop”. Às vezes, as falas de seus personagen – e isso acontece
nesta peça – são um pouco extensas, mais sob a forma de reflexões ou
solilóqiuios, mesmo, mas são tão bem escritas, que ninguém se perde e consegue
acompanhar, prazerosamente, o que o/a personagem vai dizendo.
Matheus e o elenco.
Para ser, realmente, justo nos
meus comentários, como é do meu feitio, faço uma sugestão, ao autor/diretor, no sentido de que o texto possa ser um pouco mais enxuto,
reduzido em, pelo menos, uns vinte minutos, para acabar com algumas “barrigas”,
que percebi, desnecessárias, então, por conta de algumas repetições, o que, se
feito, poderá tornar o espetáculo melhor do que já é, com 120 munutos de
duração, no formato atual.
Na função de diretor de sua própria obra, MATHEUS demonstra muita competência, quer
na escolha de seu elenco e dos profissionais que o cercam, quer na exploração
do potencial de cada atriz, naquilo que cada uma tem de melhor, quer nos
recursos utilizados nas passagens de cenas, fugindo ao esquema tradicional,
quer no dinamismo que emprende às ações, quer no bom gosto estético, ao fazer
um amplo uso de recursos tecnológicos, que valorizam, plasticamente o trabalho.
Aprovadíssimo!
Com relação ao elenco, que lindas e talentosas “cantrizes”! Três, ainda que bem
jovens, já com bastante experiência no teatro (MALU RODRIGUES, GABI PORTO e CAROL GARCIA), principalmente em
musicais, e duas estreantes, oriundas da TV
(ISABELLA SANTONI e BRUNA HAMÚ), que começaram sabendo
onde pisam.
As CINCO JÚLIAS.
Obedecendo ao critério de
ordem alfabética, comecemos por BRUNA
HAMÚ, a JÚLIA 2, uma das
estreantes no palco, depois de uma carreira brlhante de modelo e de ter
protagonizado um dos programas de grande apelo popular, entre a garotada, que é
“Malhação”. Sua personagem, nesta
peça, estava tendo um caso com o “ex”
da melhor amiga, em sigilo. Achava que ele não tinha outras. Depois de saber
que era mais uma, de várias, além da “titular”, e de rompida a relação
clandestina, teve suas fotos publicadas, na internet, pelo tal rapaz. Então, todos
passaram a saber da relação, inclusive seu ex-namorado, com quem ela nunca
havia transado. Diz que sempre se apaixona pela pessoa errada. Foi expulsa de
casa, pelo padrasto, que tratava a mãe dela super mal.
Como atriz, deve se dedicar, mais e mais, ao estudo da interpretação
teatral, já que, pelo que demonstrou em cena, parece que sabe “fazer a coisa”,
mas pode alçar maiores voos, o mesmo em relação ao canto. Para uma estreante, e
numa sessão para convidados (colegas de profissão e imprensa), saiu-se bem.
CAROL GARCIA (JÚLIA 3), é um dos destaques da peça.
Com boas experiências na TV, seu
grande destaque, no TEATRO, está
ligado à sua atuação no excelente espetáculo “As Bodas de Fígaro”, dirigido por Daniel Herz, que fez grande sucesso, de público e de crítica, em
temporadas que se estenderam de 2014
a 2015, vencedor de vários prêmios. Naquela peça, CAROL demonstrou ser uma atriz de múltiplas
qualidades, interpretando, cantando e tocando vários instrumentos musicais.
Esses recursos também foram explorados pela direção, em “CINCO JÚLIAS”,
e CAROL GARCIA corresponde à altura.
Sua personagem vive o drama de ser exposta à crítica de uma sociedade “certinha”,
por suas reveladas, e reiteradas, traições (21 vezes, exatamente) ao namorado
“que eu amo tanto”. A partir da ação dos “hackers”, certamente, ele já teria
tomado conhecimento das “chifradas”.
Por conta de achar muito “natural e normal” suas “puladas de cerca”, e
por outros pensamentos, a JÚLIA 3 é
responsável pelos melhores momentos de humor. Sua personagem mistura burrice
com ingenuidade, num certo tom, e consegue uma comunicação imediata e muito
forte com a plateia, arrancando gargalhadas e aplausos em cena aberta. Fico
muito feliz com isso, por se tratar de uma moça que valoriza a profissão e,
para ela, nasceu. Muitos aplausos para
CAROL GARCIA!
Carol Garcia.
GABI PORTO (JÚLIA 1) já pode
ser considerada bem experiente nos palcos, em musicais, já tendo participado de
espetáculos que foram grande sucesso, como “Godspell”, “Todos Os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, “Os Saltimbancos Trapalhões” e “Tudo Por Um Popstar”.
Em “CINCO JÚLIAS”, sua personagem sabe que
tem pouco tempo de vida, em função de um tumor cancerígeno no cérebro, o que a
faz reunir todas as sua forças no pensamento obsessivo de reencontrar o pai
“desaparecido”, depois de ter descoberto que ele só era ausente fisicamente, uma vez que a amava e
vivia enviando “e-mails”, para a sua mãe, solicitando o endereço das duas,
revelando o desejo de um reencontro com a filha, de quem fora afastado, depois da
separação do casal. JÚLIA 1 vive um
drama de consciência, com relação ao sentimento pela mãe, por ter-lhe escondido
aquilo, por tanto tempo.
GABI
PORTO também tem uma boa atuação na peça.
ISABELLA SANTONI é a outra que faz sua estreia nos palcos, e o
faz de forma satisfatória. Pode-se aplicar a ela o mesmo que já foi dito sobre BRUNA HAMÚ, no final dos comentários
feitos a esta. Já vem de uma considerável carreira na TV e está debutando no cinema.
Aqui, ela
vive a JÚLIA 5, homossexual, que
inicia um romance com a única JÚLIA
ainda não citada, a de número 4 (MALU RODRIGUES).
Por conta dessa suposta revolução no mundo cibernético da redes sociais,
promovida pelos “hackers”, ela ficou sabendo o quanto sua homossexualidade
incomodava sua mãe e a fazia sofrer, apesar de ser esta a única que parecia
compreendê-la, mas não deixou de revelar, a uma amiga, que aquilo representava,
para ela, um “fardo difícil de carregar”.
A
personagem era toda “certinha”, procurava se adequar aos padrões estabelecidos
pela sociedade e pela família, em particular, até esta
descobrir que era “gay” e não aceitar a realidade, com exceção da mãe, a única “solidária”.
A partir daí, resolve dar motivos para as críticas.
Pobre JÚLIA 5, que, ao “perder” a única
pessoa que a apoiava, chegou a tentar o suicídio, para livrar a mãe de tanto
sofrimento, numa bela cena, que ficará gravada na memória dos que assistirem à
peça.
Amor entre iguais.
Isto também é amor.
A JÚLIA 4, MALU RODRIGUES, é um caso à parte. Apesar da pouca idade (apenas
22 anos), já é uma veterana, por ter iniciado sua brilhante carreira no TEATRO (nem vou falar de TV nem de cinema, com filmes já lançados
e outros que ainda não chegaram ao público) muito jovem, estourando na mídia e
conquistando o carinho e o respeito de uma legião de fãs, dos quais sou,
despudoradamente confesso, o de carteirinha 000, em “O Despertar da Primavera”, aos 15 ou 16 anos, uma obra-prima, com direção de Charles Möeller e Cláudio
Botelho, com quem também brilhou em “Sete
- O Musical”, “Um Violinista No
Telhado”, “Beatles Num Céu de
Dianantes”, “O Mágico De Oz”, “Todos Os Musicais De Chico Buarque Em 90
Minutos”, “Nine” e “Versão Brasileira Möeller E Botelho – 25 Anos De Musicais” (quase acaba o meu fôlego), todos grandes
sucessos, de público e de crítica.
Malu Rodrigues.
No quesito
voz, MALU se destaca, em “CINCO JÚLIAS”, em função dos grandes
mestres que teve, desda a mais tenra idade, e continua tendo, e por conta de um
dom, que ela sabe cultivar e aprimorar. Voz belíssima e afinada, é a
responsável pelas melhores interpretações das canções da peça.
Sua
personagem passa uma imagem de fragilidade e extremo bom caráter. É uma espécie
de “patinho feio”, sofre “bullying”, sem
amigos nem muitas emoções na vida. A exceção são dois amigos do curso de inglês,
que formam um casal. Ela é apaixonada pelo menino, mas acha a relação dos dois “incrível”
e “não quer magoá-los”.
No
decorrer da história, envolve-se com a Júlia
5 e descobre que “qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de
amor vale amar”.
Muitos “BRAVA!”, para Malu Rodrigues, que nunca me
decepciona!!!
O espetáculo é vendido como um musical. Não vou discutir isso, porque
se trata de um assunto polêmico e que não merece ocupar o nosso espaço, entretanto
entendo como “musical” um espetáculo
de TEATRO, que mistura texto e canções, sendo que estas também
fazem parte do texto, pois servem
para ajudar a contar a história. No caso de “CINCO JÚLIAS”, todas as canções são em inglês e, a despeito de eu
ser fluente no idioma, confesso, humildemente, que gostei demais da seleção das
músicas, extraídas, como já foi dito, do iPod do autor/diretor, apoiada num repertório “pop”, dos anos 90
para cá (Radiohead, Taylor Swift, Spice
Girls, Florence and The Machine, Arcade Fire, Bjork, LCD Soundsystem...),
mas não prestei muita atenção às
letras, para entender a relação entre elas, as personagens e as cenas em que
são inseridas. Da próxima vez, quando reassistir ao espetáculo, isso será o foco
maior da minha atenção. Mas acredito que foram escolhidas com tal propósito.
A
parte musical, cuja direção, excelente, por sinal, está sob
a responsabilidade de PABLO PALEOLOGO,
o qual comanda um grupo de músicos
de alta qualidade, formando uma banda irretocável: Além do próprio PABLO, no teclado, ANDRÉ SIGAUD (guitarra),
MARCELO DURHAM (baixo), FELIPE
AGUIAR (bateria) e FELIPE VENTURA (violino),
uma grande ideia, nessa banda. Eles
fazem um som puro, que chega a parecer “playback”,
com gravação em estúdio, isso graças, também, ao ótimo trabalho de desenho de som, de ROD OLIVEIRA.
Uma boa referência dever ser atribuída ao
correto trabalho de direção de cena e
coreografias, de ANA PAULA BOUZAS,
e aos figurinos de JOÃO LAMEGO, realçando as formas das
cinco belíssimas atrizes e trazendo muito colorido às cenas.
Quando, no ano passado, fiz a crítica ao excelente
espetáculo “Ludwig”, da Artesanal Cia de Teatro, com direção, a seis mãos, de Henrique Gonçalves, Gustavo Bicalho e Daniel Belquer, trazendo Manoel Madeira, irrepreensível, no papel do protagonista, não poupei elogios à
magnífica luz de RODRIGO BELAY, merecedor de prêmios, na
minha modesta opinião, principalmente por ter sido seu primeiro trabalho
autoral, depois de tantos anos de assistência de iluminação dos grandes mestres
do ofício.
RODRIGO,
em “CINCO JÚLIAS”, ratifica seu
talento profissional, sendo responsável por uma iluminação esplêndida, que faz qualquer elemento, por mais simples
que seja, ganhar força e beleza, em cena, valorizando, também o ótimo cenário, de MIGUEL PINTO GUIMARÃES, que, embora seja simples, na sua estrutura,
deixa vazio o palco, para a livre movimentação das atrizes, e se resume,
basicamente, em painéis, ao fundo e nas laterais do palco, nos quais são feitas
as geniais projeções produzidas por EDUARDO
CHAMON, um trabalho muito bonito, feito por um grande profissional.
Não podem
ser omitidas as participações “afetivas”, em vídeo, de Aderbal Freire-Filho, como o pai “desaparecido” de JÚLIA 1, Ícaro Silva, João Côrtes,
Louise D’Tuani e Leo Bahia.
Um certo dia, recebi, de uma famosa e vitoriosa
produtora de TEATRO, um “puxão de
orelhas”, no meu “inbox”. Dizia ela que
gostava muito das minhas críticas, mas que eu nunca fazia alusão ao trabalho
dos produtores, “sem os quais seria
impossível colocar um espetáculo em pé” e que eu parecia “não reconhecer o trabalho dos produtores”.
Minha primeira reação foi ficar indignado com aquela bronca injusta. Acho que
ninguém mais do que eu conhece e valoriza o trabalho de muita “ralação” dos produtores, os propriamente ditos, que
financiam as montagens e os produtores
executivos, verdadeiros “anjos da guarda” das produções.
Depois, reparei que, realmente, deixava a
desejar nesse aspecto e acho que chegou a hora de, daqui para frente, também
falar dos produtores, quando forem
merecedores de destaque.
Em “CINCO
JÚLIAS”, deve ser reverenciado o nome de TATIANNA TRINXET, diretora
de produção, que vibrava muito, após o espetáculo, no dia da estreia, por
uma conquista, comparada a um ganhar um Oscar
ou um título de Copa do Mundo, ou
coisa que o valha. Fiquei emocionado com a vibração dela, ao conversar comigo.
E não era para menos, uma vez que poucas pessoas conseguem fazer um espetáculo
de qualidade com tão pouco dinheiro e sem patrocínios.
Por também ser atriz, TATIANNA conhece o outro lado do muro, o que a faz se desdobrar em trabalho
e força, para garantir um espetáculo como “CINCO
JÚLIAS”. BRAVO, TATIANNA TRINXET!
Um outro profissional que merece o meu respeito
é o que atua na área de assessoria de
imprensa, sempre tão gentis nos convites e nos suprindo com materiais que
servem de base para as nossas críticas. Nesta produção, tenho muito a agradecer
à querida LEILA MEIRELLES, que nunca
me negou uma informação, sempre que eu a “alugava”. Profissional competente,
obrigadíssimo, LEILA!
Recomendo
este espetáculo multimídia a todos os meus amigos, inimigos, amigos dos
inimigos e inimigos dos amigos.
FICHA TÉCNICA:
Texto e Direção Geral: Matheus Souza
Assistente
de Direção: Hamilton Dias
Elenco:
Júlia 1: Gabi Porto, Júlia 2: Bruna Hamú, Júlia 3: Carol Garcia, Júlia 4: Malu
Rodrigues e Júlia 5: Isabella Santoni
Músicos:
Baixo: Marcelo Durham, Bateria: Felipe Aguiar, Guitarra: André Sigaud, Teclado:
Pablo Paleólogo e Violino: Felipe Ventura
Direção
Musical: Pablo Paleologo
Assistentes
de Direção Musical: André Sigaud e Marcelo Durham
Produtor
Musical: Marcelo Durham
Preparadora
Vocal: Dani Calazans
Desenho
de Som: Rod Oliveira
Coreografias:
Ana Paula Bouzas
Sapateado:
Juliana Moulin
Cenário:
Miguel Pinto Guimarães
Figurinos:
João Lamego
Produção
de Arte: Bruna Zaccaro
Assistente
de Produção de Arte: Marcie Porto
Desenho
de Luz: Rodrigo Belay
Mapping
e VJ Estreia: Dado Marietti
Assistente
de Direção: Kaio Caiazzo
Assistente
De Câmera: Luís Simpson
Assistente
de Edição: Hugo Rocha
Assistente
de Produção: Thaiane Maciel
Assessoria
de Imprensa: Leila Meirelles e Marcela
Nunes
Design
Gráfico: Vento Estúdio
Fotos
de Divulgação: Páprica Fotografia
Visagismo:
Vivi Gonzo e Rafael Nsar
Diretora
de Palco: Lúcia Martinusso
Contrarregra:
Maycon Soares
Operador
de Luz: Marcelo Andrade
Operador
de Som: Rodrigo Oliveira
VJ
Temporada: Bruno Grieco
Equipe
de Produção: Leila Meirelles e Marcela Nunes
Produção
Executiva: Ana Mota
Direção
De Produção: Tatianna Trinxet
SERVIÇO:
Temporada: De 15 de fevereiro a 5 de abril.
Local: Teatro das Artes - Rua Marquês de São Vicente, 52 - 2º piso –
Shopping da Gávea – Gávea – Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 2540-6004.
Bilheteria: Para informações e reservas, funciona das 15:00h às 20:00h,
todos os dias, e de 15h até o horário do espetáculo, para ingressos do dia.
Aceita cartões de crédito Visa e Master e cartões de débito Visa Electron e
Rede Shop.
Bilhetes disponíveis, também, pela Internet, no “site” www.ingresso.com
Dias e Horários: Às 2ªs e 3ªs feiras, às 20h30min.
Valor do Ingresso: R$60,00 (Meia-entrada: R$30,00)
Duração: 120 minutos
Classificação Etária: 12 anos
Gênero: Musical
Dias e Horários: Às 2ªs e 3ªs feiras, às 20h30min.
Valor do Ingresso: R$60,00 (Meia-entrada: R$30,00)
Duração: 120 minutos
Classificação Etária: 12 anos
Gênero: Musical
(FOTOS:
PÁPRICA FOTOGRAFIA / CAIO KAIAZZO.)
Será que a peça vai entrar em turnê???
ResponderExcluirMoro em Jundiaí e fiquei mto interessada em assistir