segunda-feira, 19 de setembro de 2022

 

“PEDRO I”

ou

(INDEPENDÊNCIA

OU...

...LIBERDADE!)

ou

(REVISITANDO O PASSADO

PELA LENTE “CONSCIENTE”,

OU NÃO,

DO PRESENTE.)

 

 

50 anos, em 1972, embora fosse estudante do Curso de Letras, quase já formado, fui apresentado a um vocábulo do nosso vernáculo, até então, desconhecido por mim, por seu raríssimo uso: “sesquicentenário”, que corresponde ao período de 150 anos. Comemorava-se, naquele ano, o “sesquicentenário” da independência do Brasil, do jugo de Portugal. Foi um ano inteiro de muitas comemorações, ainda que o ditador de plantão, depois do golpe militar de 1964, fosse o general emílio garrastazu médici (Em mínúsculas mesmo, propositalmente, que nenhuma deferência ele merece.).



Em 2022, ainda que saibamos, e que não nos é contado, nos bancos escolares, o que, de fato, significou o “Grito do Ipiranga” e as verdadeiras intenções que estavam por trás daquela “independência”, de qualquer forma, era para que tivéssemos um ano repleto de comemorações, por se tratar de dois séculos transcorridos,  após aquele evento, no entanto comemorações não houve; ao contrário, o que se viu, por iniciativa do Planalto, no último 7 de setembro, dia em que se comemora o ato, foi algo “de péssimo gosto”, UMA VERGONHA, a serviço de uma propaganda eleitoral, em prol da reeleição do atual “mandatário” da nação.



Felizmente, um evento, pelo menos, guardarei, para sempre, na minha memória, e no meu coração, ligado ao capítulo da independência do Brasil, no ano de seu bicentenário, a peça “PEDRO I”, com texto de DANIEL HERZ, ROBERTA BRISSON e JOÃO CAMPANY, um solo com direção daquele e interpretação deste, em cartaz numa das dependências do Paço Imperial, no Rio de Janeiro (VER SERVIÇO.).



A peça é um monólogo, sim. E, para aqueles que já “torcem logo o nariz”, quando sabem que se trata de um solo, vou logo dizendo que tratem de “destorcê-lo”. “PEDRO I” um dos melhores espetáculos em cartaz, no momento, na cidade do Rio de Janeiro, com quatro sessões por semana, em horários muito favoráveis e, o melhor de tudo, COM ENTRADA FRANCA, mediante a retirada de um ingresso, meia hora antes do início de cada sessão. Só não vai mesmo quem não quer assistir a um espetáculo de extrema qualidade nem deseja aprender mais um pouco sobre a verdadeira história do Brasil.





 

SINOPSE:

O drama acompanha a tentativa delirante de DOM PEDRO I (JOÃO CAMPANY) de retomar o poder, em 2022.

No processo, ele enfrenta um artista, ator, que questiona os seus valores e sua conduta em relação ao trono.

Porém, este embate não é fácil.

DOM PEDRO é autoritário e o ator não pretende permitir que seu corpo seja veículo para este governante de caráter e conduta duvidosas.

Quem vencerá?

A peça imagina esse encontro inusitado entre D. PEDRO I e um ator de hoje, no meio do caos em que a gente vive.


 





Não há como não gostar deste espetáculo e de se apaixonar por ele nem de se deixar envolver numa profunda reflexão, provocada pelos autores do texto, o diretor e o ator que representa os dois personagens. “Como esse ator vai lidar com os valores e ideias de um imperador tão explosivo, envolvido em tantas polêmicas e atitudes controversas?” Esse é um questionamento do diretor, DANIEL HERZ, que completa: “Fazemos uma provocação, a partir de pensamentos tão diferentes, e levamos, à cena, reflexões para a construção de um Brasil melhor”. É o que todos esperamos e que só depende de nós. Devem muito a essa provocação as inúmeras possibilidades que o texto nos oferece de travarmos um paralelo, uma comparação, guardas as devidas proporções, com o atual (des)governo federal. Não é à toa que, por várias vezes, indignado e perplexo, diante de tudo o que lhe diz o ator, sobre as mazelas, os desmandos, os escândalos, a corrupção, a falta de empatia e mais uma série de outras coisas que poderiam encorpar esta relação, que vêm ocorrendo no Brasil de hoje, D. PEDRO lhe pergunta “Mas quem governa este país?”.



O projeto parte de uma ideia notável e chega a uma conclusão de forma impecável. Sua importância e originalidade já começam quando sabemos que a peça é encenada dentro do Paço Imperial, que serviu de residência da família imperial, até sua mudança para a Quinta da Boa Vista, no prédio em que funcionava o Museu Nacional do Brasil, queimado e destruído, em, praticamente, 100%, num incêndio, em 2018, por total descaso, na sua manutenção, por parte dos governos federais, o atual e os que o precederam. O Paço fica “colado” ao antigo cais, na Praça XV de Novembro, onde, em 1808, aportou D. João VI, pai de Pedro I, fugido de Portugal. Não poderia ter sido melhor a ideia de se fazer naquele local a encenação da peça, visto que ele, o Paço Imperial, está, totalmente, inserido no contexto, como um personagem da narrativa, “uma testemunha ocular da História”.





O eixo de sustentação do espetáculo, o texto, é magnífico, misturando, com muita maestria, ironia e um humor fino e mordaz, ao mesmo tempo, elementos históricos e fictícios, “para lançar, ao público, a pergunta: o legado do Primeiro Império é, realmente, positivo?” Toda a ação, que dura pouco mais de uma hora, acompanha a relação entre dois personagens: um artista do século 21, um ator, o próprio JOÃO CAMPANY, e o Chefe de Estado do século 19, ambos os papéis esplendidamente interpretados por JOÃO, não trocando de figurino, usando apenas, um invejável e minucioso trabalho de voz e corpo. UMA VERDADEIRA AULA DE INTERPRETAÇÃO TEATRAL.



Na história, com fortes pinceladas de um certo realismo fantástico, PEDRO I, que desfez nossos laços com a Coroa portuguesa e transformou o Brasil em nação, retorna aqui, “não para ser louvado, e sim questionado”. Creio que a inquirição maior deva ser direcionada sobre a quem, por merecimento, deveria ser creditado tal feito, a princesa Leopoldina, uma mulher sábia, inteligente, sensível, que amava o Brasil e a quem não cabe, apenas, a citação como a esposa, traída e ultrajada, de D. PEDRO I. Ela foi fundamental, no processo de independência, que “implodiu” o Reino Unido de PortugalBrasil e Algarves, visto que foi ela quem convenceu José Bonifácio a aceitar a nomeação, para ser ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros.



Enquanto o marido, Dom Pedro I, viajava a São Paulo, Dona Leopoldina, que estava grávida, ficou na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e deu um grande passo para a independência do Brasil. Nomeada como princesa regente, convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Estado, em 2 de setembro de 1822. No encontro, os conselheiros decidiram que o país não deveria mais ser submetido à Coroa portuguesa. A princesa assinou a ata da reunião. Seguindo a orientação do decreto de regência, de que ‘as medidas urgentes e salvação do estado’ deveriam passar pela aprovação de DOM PEDRO, Dona Leopoldina escreveu uma carta ao marido, em que dizia: ‘O Conselho de Estado aconselha-vos para ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças, se partirmos agora para Lisboa. O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca.’.  A princesa alertava para a urgência do rompimento e dizia ainda: ‘O pomo está maduro. Colhei-o já, senão apodrece.’ Dona Leopoldina também disse a DOM PEDRO I para seguir o conselho do ministro José Bonifácio. Os dois compartilhavam da mesma posição sobre a ruptura com Portugal. Aquelas palavras impulsionaram o ‘Grito do Ipiranga’. Diante da situação delicada do país, DOM PEDRO proclamou a independência do Brasi,l em 7 de setembro de 1822.’ (Transcrito de Radioagência Nacional).



Dessas informações, deduz-se que “D. PEDRO I, não deu o ‘Grito’; ele ‘dublou’ a Princesa Leopoldina. Ele bradou, mas foi ela quem assinou o documento pelo qual o Brasil estaria liberto. “Liberto?”. Só acredita quem quiser. É só se lembrar das palavras de D. João VI, pai do futuro primeiro imperador do Brasil, ao retornar a Portugal: “PEDRO, se o Brasil se separar de Portugal, antes seja para ti, que me hás de respeitar, que para alguns desses aventureiros!”. Atentem para o detalhe destacado em vermelho. Dá para entender ou é preciso desenhar? O mérito do imperador é, praticamente, nenhum, diante da coragem e do amor daquela mulher pelo Brasil, o que, até hoje, não é devidamente reconhecido. A mulher, como sempre, neste país, relegada a posições inferiores, algo inadmissível e que tem que ser extirpado da nossa história e da nossa cultura machista. Mas vou parando por aqui essas digressões históricas, uma vez que não sou historiador e posso estar incorrendo em falar bobagens. Mas é o que eu penso, depois de ler muito sobre a vida dessa admirável mulher: Carolina Josefa Leopoldina Fernanda Francisca de Habsburgo-Lorena (O Maria só foi acrescentado ao nome, antecedendo o Leopoldina, quando ela veio ao Brasil).





O texto deste espetáculo é precioso, um diamante muito bem lapidado, com solilóquios extremamente expressivos e necessários; a quebra, sempre pertinente, da quarta parede; e diálogos artesanalmente construídos, mesclando realidades históricas com críticas nadas sutis, mas sim escancaradas, à situação política, em todos os sentidos, em que está mergulhado o país neste momento. São consideráveis, ponderosas e extremamente interessantes, as citações de fatos recentes, como o já citado incêndio do Museu Nacional do Brasil (“Mas quem governa este país?”) e as inundações, constantes, na cidade de Petrópolis, onde a família imperial tinha sua casa de veraneio, hoje, transformada em museu, que dizimaram/dizimam tantas vidas (“Mas quem governa este país?”). Diante de tantos horrores, catástrofes, que poderiam ser evitadas, o “espectro” do imperador só faz ficar aterrado, escandalizado, a ponto de repetir, algumas vezes, junto ao artista, a já citada indagação: “Mas quem governa este país?”. Na verdade, a pergunta é dirigida, também, ou principalmente, à plateia, objetivando uma reflexão nossa; e a resposta nós sabemos, infelizmente.



cenas antológicas, que ficarão, para sempre, nos anais do TEATRO BRASILEIRO, como o banho de lama que o imperador toma, simbolizando as centenas de mortos, soterrados por ela, não só em Petrópolis, mas em outras cidades brasileiras, como Friburgo, cuja motivação são os temporais, e Mariana e Brumadinho, por exemplo, por conta do rompimento de barreiras, uma ampla metáfora, que pode ser decodificada de muitas formas, sendo, a meu juízo, a principal delas o estado de deterioração a que o Brasil foi, deliberadamente, “destinado”, nos últimos quase quatro anos. Outro momento indelével, desta montagem, é o que nos mostra a destruição do Museu, cena impactante e que nos causa um misto de dor, tristeza e revolta. 



Quem acredita na proposta do espetáculo e se deixa levar por ela, de forma “plena”, sem a menor preocupação em fazer qualquer tipo de concessão, consegue “enxergar” todas as cenas, todos os fatos, todos os personagens, citados ou representados. O que acabo de dizer não é para ser levado “ao pé da letra”, evidentemente, mas, com um pouco de imaginação e entrega ao que vê e ouve, o espectador consegue “vislumbrar” uma “Rainha Louca”, Dona Maria I, perambulando pelos labirintos do Paço, assim como “ouvir” seus gritos, dia e noite, descritos por PEDRO, que a amava demais. É capaz, o espectador, de “ouvir” os gemidos de gozo e prazer, saídos das bocas de PEDRO e Domitila, a Titila, sua amante, na alcova da casa que ele mandou erguer para ela, bem próximo à sua residência, o prédio que viria a se transformar no já tão citado Museu Nacional do Brasil, no aristocrático, à época, bairro de São Cristóvão. Também é capaz de “ouvir” a voz doce da Princesa Leopoldina, conversando com Bonifácio. É só se entregar à magia do TEATRO, porque condições para isso nos são oferecidas, da primeira à última cena.



DANIEL HERZ parece se superar, em talento, a cada nova assinatura de direção. Ele é muito detalhista e cuidadoso, no que faz, o que é ótimo – eu me identifico muito com ele, nesse aspecto – e cria soluções impressionantes, para traduzir, em linguagem cênica, o que está registrado no papel. Logo de início, não há como não se interessar pelo que vai ser mostrado, no decorrer do espetáculo, quando o diretor achou por bem colocar PEDRO dentro de um “navio”, de volta ao Rio de Janeiro, nos corredores do andar acima do local onde se dá, praticamente, toda a encenação. E a gente “vê” a nau, enfrentando um mar turbulento, encapelado, de ondas gigantescas e assustadoras, e o desespero do personagem, dando ordens, como se ainda pudesse fazê-lo, aos marinheiros, para que a embarcação não naufragasse. Fiquei excessivamente encantado e impactado com a peça, logo nessa primeira cena. Além de um dos mais talentosos diretores de TEATRO do Brasil, DANIEL também é professor de interpretação teatral; é um formador de atores, sabendo, dessa forma, como extrair o melhor de seus dirigidos, como o faz, mais uma vez, neste “PEDRO I”. JOÃO CAMPANY passou a ser seu aluno, depois de lhe ter feito o convite para dirigi-lo num projeto que ainda estava na cabeça do ator: montar um espetáculo sobre D PEDRO I, em função do bicentenário da independência do Brasil, no qual um personagem, um ator, estaria homenageando sua mãe adotiva, transexual. Que ideia prodigiosa! O diretor, que, até então, não conhecia o trabalho e o potencial do ator, convidou-o a participar de suas aulas, na Casa de Cultura Laura Alvim, para que ambos se conhecessem e tivessem a certeza de que poderia surgir uma “boa química” entre os dois. E foi, exatamente, o que aconteceu, e a peça foi surgindo desse convívio, professor/aluno, diretor/ator. Que bom que esse encontro aconteceu! Em cena, um perfeito amálgama de trabalho de direção e interpretação. DANIEL HERZ tem a noção exata dos limites que cada uma de suas direções pode, e deve, alcançar; ele sempre “comprime com o dedo certo e a intensidade justa da compressão”. E isso sempre dá certo.









O trabalho de JOÃO CAMPANY, na minha visão de crítico, é digno de indicações a prêmios de TEATRO. Apesar de jovem, o rapaz se comporta, no “palco” (chão), como um veterano, que já tivesse passado por muitas experiências cênicas. Sou admirador de sua ARTE, desde quando o vi em trabalhos anteriores ao que está sendo alvo desta crítica. Ele reúne, nesta montagem, uma série de valores positivos, todos a favor da construção de seus dois personagens: porte físico; postura; carisma; capacidade de interagir com o público, de forma discreta, divertida e respeitosa; uma veia “forte” para o humor, via sarcasmo... Quando, lá em cima, me referi à sua atuação como “uma verdadeira aula de interpretação teatral”, não o fiz levianamente nem por uma enorme simpatia que foi criada, durante o tempo de duração do espetáculo, da minha parte para com JOÃO CAMPANY. A afirmação estava, e está, calcada no talento que JOÃO demonstrou, entrando num personagem e saindo dele, para dedicar-se a outro, de uma forma tão natural, espontânea, apenas com um fantástico trabalho de corpo e de voz, como já disse, acrescentado por máscaras faciais totalmente adequadas a cada um dos personagens interpretados.



Mas, como TEATRO é uma ARTE coletiva, DANIEL foi buscar excelentes profissionais, artistas de criação, para agregar valores à montagem. Assim, merecem créditos elogiosos várias pessoas. ANA CECÍLIA CABRAL é uma delas, responsável pela excelente cenografia e pelo figurino da peça. Naquela, a artista acrescentou elementos cênicos à arquitetura do local da encenação, o que resultou numa simbiose perfeita entre o que já existia e o que foi acrescentado. Com relação ao figurino, também eu indicaria o nome de ANA CECÍLIA a uma premiação. Que ideia mais genial foi aquela de vestir PEDRO com roupas de baixo, que não merecem tanto destaque quanto o dólmã costumizado, longo, uma espécie de túnica militar muito ornamentada, que o ator usa durante quase toda a encenação. Que obra de arte impressionante! A artista transformou, milimetricamente, uma peça em outra, totalmente “apodrecida”, como o Império, furada, rasgada, suja, manchada, com decorações corroídas pelo tempo... Um primor!


Foto: Gilberto Bartholo


Foto: Gilberto Bartholo


Foto: Gilberto Bartholo


Ainda dão a sua preciosa colaboração, para a grandeza deste espetáculo, AURÉLIO DE SIMONI, assinando uma luz muito bonita, totalmente a serviço das cenas, e PEDRO NÊGO, responsável pela trilha sonora original. Como sugestão, ao mestre AURÉLIO, penso que, na cena do incêndio do Museu, poderia ser retirada, se possível, toda a iluminação, para que o efeito do sinistro pudesse ser melhor percebido pelo público, visto que não é permitido, por motivo de segurança, utilizar fogo em cena. E com relação ao trabalho de NÊGO, acho que suas inserções musicais “agasalham”, adequadamente, todas as cenas em que estão presentes.     

 

 


 

FICHA TÉCNICA: 

Texto: Daniel Herz, João Campany e Roberta Brisson

Direção: Daniel Herz

Assistente de Direção: Roberta Brisson

 

Atuação: João Campany

 

Cenário: Ana Cecília Cabral

Figurino: Ana Cecília Cabral

IluminaçãoAurélio de Simoni

Ilustrações, Edição e Adereços: Ágatha Kreisler

Trilha Sonora Original: Pedro Nêgo

Consultoria Histórica: Flávia Campany

Fotografia: Patrick Gomez

Filmagem: Thassilo Weber

Assessoria de Imprensa: Racca Comunicação (Rachel Almeida)

Produção Executiva: João Campany e Eduarda Magluta

Assistência de Produção: Daniel Paz

Direção de Produção: Alina Lyra

Idealização: João Campany

Realização: Midiática e Alina Lyra Produz


 


 


 

SERVIÇO:

Temporada: De 08 de setembro a 01 de outubro de 2022.

Local: Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial / IPHAN.

Endereço: Praça XV de Novembro, nº 48, Centro - Rio de Janeiro.

Telefone: (21)2215-1784.

Dias e Horários: Quintas-feiras e sextas-feiras, às 17h30min; sábados e domingos, às 16h.

Ingressos: GRATUITOS, com retirada de senhas, meia hora antes do início de cada sessão.

Lotação: 60 lugares.

Duração: 60 minutos.

Classificação: 12 anos.

Gênero: Monólogo Dramático.


 


Foto: Júlia Campos


Foto: Júlia Campos.


Acredito que já passou da hora de conhecermos a verdadeira história da nação brasileira, e este formidável espetáculo nos dá essa oportunidade, assim como, felizmente, alguns historiadores contemporâneos e professores de História, armados da necessária coragem, ao lado da verdade, se ocupam em fazer isso. Como diz o “release” da peça, enviado por RACHEL ALMEIDA (RACCA COMUNICAÇÃO), “PEDRO I” “resgata a figura histórica, para refletir sobre a eficácia do seu Governo, os atos impulsivos, o início da corrupção no Brasil e o machismo que sempre esteve presente em suas relações familiares”. “A liberdade é diferente de independência. DOM PEDRO proclamou a independência de um país em relação a outro, que o colonizava. Mas será que, com isso, ele, realmente, garantiu a liberdade das várias etnias que povoam o Brasil?”, questiona JOÃO CAMPANY. “Ao fazer uma reflexão sobre esse período histórico, procuramos entender de onde vêm muitas questões que se apresentam, até hoje, pra nós, como o racismo e a misoginia, por exemplo. A ideia de relembrar, para não repetir os erros do passado, se une à necessidade de lutar, diariamente, por uma sociedade mais igualitária”, completa a coautora ROBERTA BRISSON.


Processo 1.

(João Campany e Daniel Herz)


Processo 2.

(João Campany e Daniel Herz)


É por isso que repito que este espetáculo é um dos melhores em cartaz, no momento, no Rio de Janeiro. E acrescento: um dos melhores a que assisti este ano. Os que me leem não podem perder, de forma alguma, essa oportunidade de, talvez, também fazer parte da nossa História.



RECOMENDO, COM TOTAL SINCERIDADE, ESTE MAGNÍFICO ESPETÁCULO!!!

 

 

 

 

 

FOTOS: PATRICK GOMEZ

 

 

 

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Um comentário:

  1. Gilberto,

    que feliz em ler suas palavras e ver que o nosso trabalho no palco está servindo, também, como um presente pra sociedade brasileira sobre o Primeiro Império nesse Bicentenário da Independência.

    Obrigado pelas sinceras palavras. Sua opinião é muito importante pra mim e pra classe artística. Fico muito grato por seus elogiosos apontamentos sobre a nossa peça teatral.

    Forte abraço.

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