A
NOVIÇA
REBELDE
(UM CLÁSSICO QUE SEMPRE
AGRADA,
FEITO POR QUEM, REALMENTE,
MAIS ENTENDE DE
TEATRO MUSICAL.)
Há
quase seis décadas, o mundo vem
aplaudindo um dos maiores musicais
de toda a história desse gênero teatral.
Falo de “A NOVIÇA REBELDE” (“The Sound
of Music”), um drama musical,
baseado no livro de memórias “The Story of the Trapp Family Singers”,
escrito por Maria von Trapp, que foi levado aos palcos da Broadway, pela primeira vez, em 1959, grande sucesso de público e de crítica, com libreto escrito por HOWARD LINDSAY e RUSSEL CROUSE, com canções de RICHARD RODGERS e OSCAR HAMMESRSTEIN II.
Desde sua estreia, “A NOVIÇA REBELDE” se tornou um
fenômeno à parte. Nenhum outro espetáculo conquistou uma trajetória de sucesso
tão duradoura como a desse musical.
Em 1965, ganhou uma versão
cinematográfica, que se tornou um dos filmes mais vistos em todo o mundo e,
até hoje, faz sucesso, quando exibido. Tenho uma cópia, em DVD, e não me canso se
assistir a ele. Tanto a versão para o palco como o filme receberam inumeráveis
prêmios, tornando-se “A NOVIÇA REBELDE”
uma referência para os musicais e
filmes do mesmo gênero, um clássico,
eterno. Na Broadway, conquistou
o Tony, em oito categorias, além de indicações em tantas outras. O disco com a
belíssima trilha sonora do filme foi
recordista de vendas e, até os dias atuais, as pessoas, passando de geração a
geração, sabem cantar as suas canções, que caíram, totalmente, no gosto
popular.
SINOPSE:
A peça conta a história verídica
da família de cantores VON TRAPP, mostrando, desde os dias da, então, NOVIÇA MARIA (MALU RODRIGUES), a qual,
antes de se tornar VON TRAPP, tinha
o sobrenome Kutscher, num convento
em Salzburgo, Áustria,
até o momento em que a família foge do país, quando este é ocupado pelos nazistas,
os quais estão prestes a preparar o Anschluss
(anexação
político-militar da Áustria, por
parte da Alemanha, em 1938).
MARIA, que não consegue seguir as rígidas normas de
conduta das religiosas, é enviada para trabalhar como governanta dos sete
filhos do CAPITÃO GEORG VON TRAPP
(GABRIEL BRAGA NUNES), viúvo e, desde a morte de sua esposa, responsável
pela educação das crianças, com extremado rigor militar.
A chegada de MARIA modifica,
drasticamente, a vida da família, ao trazer alegria e conquistar o carinho e o
respeito das crianças. No início, ela enfrenta alguns problemas com o CAPITÃO, mas este acaba desenvolvendo
um grande afeto pela jovem, ao ver que ela conseguiu fazer o que nenhuma outra
governanta havia antes feito por seus filhos. Eles acabam se apaixonando e o CAPITÃO, antes comprometido com ELSA SCHRAEDER (ALESSANDRA VERNEY), uma
rica baronesa de Viena, rompe o noivado,
para poder se casar com a jovem MARIA.
Daí para frente, porém, nem tudo, na vida da família, será tão fácil assim,
pois, quando os nazistas dominam a Áustria,
o CAPITÃO é convocado para servir na
marinha alemã. A família decide, então, fugir de carro, através da fronteira,
mas estas são fechadas e eles se veem obrigados a caminhar pelas montanhas, numa
das mais emocionantes cenas do musical,
embalada pela canção “Sobe a Montanha”
(“Climb Ev'ry Mountain”).
A peça termina em “final
aberto”, com a família nas montanhas, mostrando a importância de viver em família,
um ajudando o outro, pela sobrevivência de suas vidas e de seus ideais.
No
Brasil, o musical “A NOVIÇA REBELDE”, como foi batizado “The Sound of Music”, título
original, foi montado, pela primeira vez, pela grande dupla de encenadores CHARLES MÖELLER e CLAUDIO
BOTELHO, em maio de 2008, no,
então, recém-construído Teatro Oi Casa
Grande (inaugurou o Teatro), no Rio
de Janeiro, um fenômeno de bilheteria (O
Teatro conta com 926 lugares.), sucesso
de público e de crítica. Em março de
2009, depois de estrondosa e longa
temporada no palco carioca, o musical
iniciou outra temporada, com o mesmo
sucesso, no Teatro Alfa (A capacidade do
Teatro é para 1422 espectadores.), em São
Paulo, sofrendo o elenco algumas
alterações.
A inesquecível montagem recebeu inúmeras
indicações a prêmios e conquistou alguns. Tratava-se de uma superprodução, com um elenco de grandes nomes, liderado por Kiara
Sasso, no papel da NOVIÇA, e Herson Capri, depois substituído por Saulo Vasconcelos, como o CAPITÃO GEORG VON TRAPP, à frente de um
elenco de 44 atores/cantores, que se
revezaram entre 31 personagens.
Dez
anos depois desse grande feito, voltam MÖELLER e BOTELHO a dirigir uma nova versão do musical,
desta vez produzido pelo Atelier de Cultura, de São Paulo, responsável pela fantástica montagem de “O Homem de La Mancha”, associado à M&B, que já produziu
mais de 40 espetáculos. Agora, a grande estrela da produção, a protagonista
do drama musical é MALU RODRIGUES, a qual, curiosamente,
participou da primeira montagem, aos
quinze anos de idade, como LOUISA.
De lá para cá, MALU já atuou em dez musicais assinados pela dupla M&B, todos com total destaque,
sempre conquistando a admiração do público.
De acordo com o “release”, que me chegou às mãos, via TINA SALLES, Coordenadora
Artística do musical, “Möeller
& Botelho (...) planejaram um trabalho absolutamente diferente do passado,
com uma gama maior de recursos técnicos e profissionais especializados. ‘Será
algo, realmente novo, tanto na concepção artística como na realização. O mais
interessante é observar como a história está ainda mais atual e que os valores
passados pela NOVIÇA, como lealdade, verdade e bondade, são mais necessários do
que nunca. MARIA VON TRAPP é uma das mulheres mais empoderadas de seu tempo.
Ela consegue, sempre, com amor e música, amolecer corações e enfrentar inimigos
tão desumanos, embrutecidos pelo nazismo ascendente da época’, observa CHARLES
MÖELLER.”. Tudo isso é a mais pura verdade. Está tudo em cena.
Ainda extraído
do mencionado “release”: “O
Rio de Janeiro pode esperar uma superprodução, que reunirá um texto e músicas
repletos de romantismo e heroísmo, um elenco estelar, combinado com os mais
envolventes recursos de luz, projeção e design de som”, afirma CLETO BACCIC, presidente do Atelier de Cultura. Isso também é verdade e sou capaz
de assinar embaixo.
Interessante é
o fato de que fizeram parte daquela montagem
de 2008, como crianças e/ou
adolescentes, alguns nomes que, hoje, adultos, brilham no TEATRO MUSICAL, todos com passagens por
outros espetáculos assinados por CHARLES e CLAUDIO, como, Elton
Towersey, Davi Guilhermme, Júlia Bernat, Estrela Blanco e Daniel Rocha,
por exemplo, este também no atual elenco,
todos atuando na temporada do Rio de
Janeiro. Quando o espetáculo esteve
em cartaz em São Paulo, anda em 2008, houve, como
já disse, alterações no elenco, e outros
nomes de crianças e adolescentes,
que, também, passaram, posteriormente, em outras produções, pelas mãos de M&B,
compuseram o elenco “teen”, como Carol
Puntel, Maria Netto, André Torquato e uma menininha, no papel de GRETL, a mascote da turma, a qual era, nada mais, nada menos que LARISSA MANOELA, hoje, ídolo do público
jovem, que, na atual montagem, é um
dos grandes nomes do elenco, no
papel de LIESL, a mais velha dos
filhos.
Esta nova montagem chegou ao Rio de
Janeiro, depois de ter encantado 100.000
pessoas, em São Paulo, durante a
temporada no Teatro Renault, e está
em cartaz na Grande Sala da Cidade das
Artes (VER SERVIÇO.).
Já
tive a grata oportunidade de assistir à peça
duas vezes: em São Paulo e na sessão
para convidados, no Rio. E ainda
quero mais. Esta crítica se pauta na
versão carioca, lembrando que, para esta, também houve algumas mudanças no elenco, principalmente as crianças. Fiquei completamente encantado, extasiado,
com o que vi lá e, mais ainda, aqui. Sem nenhum propósito de estabelecer
comparações, não posso negar que o espetáculo,
que já era ótimo, ficou melhor, ainda, na versão carioca. E, quanto à primeira montagem, ambas primam por uma excelente qualidade, embora sejam
completamente diferentes, seguindo o firme propósito da dupla de diretores. Quero deixar bem claro que,
nas duas vezes em que assisti a esta nova versão, me fixei num exercício de me
desligar da primeira montagem, para não ser tentado a fazer comparações, o que,
por maior que seja o esforço, é inevitável.
Creio
não ser necessário tecer comentários sobre o texto, já tão amplamente conhecido, mas cabe, evidentemente, um
crédito mais que positivo para a excelente
versão de CLAUDIO BOTELHO, tanto
para o texto como para as letras das belas canções.
A
direção de cena, de CHARLES MÖELLER, também dispensa
qualquer análise, pois, brilhante, como sempre, ele assina um de seus mais
belos e completos trabalhos. O diretor
das duas montagens é o mesmo, porém são duas leituras totalmente diferentes,
que se estendem aos demais elementos de uma montagem teatral, além do elenco,
acompanhando o frescor desta e a
presença da tecnologia, dando apoio
à encenação.
Já que falamos
em tecnologia, é bom que se fale
logo dos deslumbrantes cenários, em
que ela tem uma enorme participação, na presença das muitas belíssimas projeções, ao fundo, que dão a dimensão
a cada ambiente, assim como ajudam o espectador a identificá-lo. Além dessas projeções, o cenário, assinado por DAVID
HARRIS, inclui móveis e outros elementos concretos, como portas, escadas,
chafariz e plantas, necessários à composição de cada espaço. Uma verdadeira obra de arte!
Do ponto de
vista plástico, o musical também ganha grande relevo com
os lindos e ajustados figurinos,
criados por SIMON WELLS, todos de um
bom gosto invejável, de acordo com a época em que se dá a trama, e
confeccionados com grande apuro técnico, com excelentes e finos acabamentos.
Sem dúvida alguma, cenários e figurinos,
deslumbrantes, são dois dos pontos altos do espetáculo. HARRIS e WELLS são britânicos, colaboradores de
Cameron Mackintosh e passaram uma
temporada no Brasil, especialmente
para a confecção dos cenários e figurinos.
Se o assunto é
TEATRO MUSICAL, dois elementos são
de suma importância: música e dança. Neste, não poderiam ser mais
bem escolhidos os nomes de MARCELO
CASTRO e ALONSO BARROS,
respectivamente.
O trabalho de MARCELO, na direção musical, é impecável, digno de premiação, uma vez que, sob
sua responsabilidade, ficaram os arranjos
musicais e vocais, os quais resultaram num efeito divino, para os ouvidos.
A entrada do coro de freiras, pela plateia, abrindo o espetáculo, com um canto,
em latim, “a capella”, é algo supremo,
para o que, evidentemente, contribui o enorme talento das atrizes/cantoras. É de fazer arrepiar. Nos demais números musicais,
a harmonia, entre vozes e instrumentos, seja nos solos, seja nas canções interpretadas em coletivo,
merece um destaque nesta crítica. A
parte musical é para ficar na memória afetiva de cada espectador, graças ao
talento de quem canta, de quem toca os instrumentos, na excelente orquestra, de 18 extraordinários músicos, e de MARCELO CASTRO, o grande maestro,
denotativa e conotativamente falando, de tudo o que a ela se refere.
As coreografias, de ALONSO BARROS, são todas muito leves, lindas e “limpas”, incorporadas
e totalmente integradas a cada cena em que estão presentes. Nada complicado;
tudo gracioso e milimetricamente pensado. O resultado é excelente, com são
todos os trabalhos assinados por ALONSO,
um dos mais destacados e premiados profissionais da dança, no TEATRO. Tenho
a impressão de que o público, como eu, “dança” nas suas poltronas ou sente vontade
disso.
Voltando aos aspectos plásticos do espetáculo, DRIKA MATHEUS colabora, sobremaneira, para o destaque de tudo o que
se encontra no palco, por meio de uma iluminação
perfeita: bonita, funcional, expressiva, valorizando, na medida, o que deve
ser valorizado em cada cena, com trocas de luz que só fazem agregar beleza e
pontos positivos à montagem.
A construção
física de cada personagem deve muito ao trabalho de SIMONE MOMO, no visagismo.
Quanto à clareza do som, capaz de fazer com que
todas as vozes e os demais sons sejam bem ouvidos e identificados, num Teatro de grandes proporções, isso não
se dá por milagre; deve-se, sim, ao trabalho técnico de equalização,
distribuição e ajuste de toda a parafernália técnica ligada à parte sonora, sob
a responsabilidade de um grande profissional, como MARCELO CLARET. Não se perde, absolutamente, nada do que é dito ou
cantado.
Sempre reservo
o final das minhas críticas para falar sobre o elenco, não me limitando a comentar apenas o trabalho dos que
representam os principais papéis, pois, sendo o TEATRO uma obra em equipe, de nada adiantaria um/uma grande protagonista, sem a correta
participação de seus colegas de cena.
Começando pela
protagonista, MALU RODRIGUES, já me
vejo numa situação complicada. Como encontrar novos adjetivos para qualificar o
magnífico (este já está mais que desgastado e não basta para qualificá-la)
trabalho desta grande cantriz, que,
desde sua inesquecível atuação em outro musical
com a chancela M&B, “O Despertar da Primavera”, em 2009, aos 16 anos, um apenas após ter participado da primeira montagem de “A NOVIÇA REBELDE”, já provou ser uma
das mais qualificadas atrizes moldadas para o TEATRO MUSICAL. MALU tem a graciosidade de uma fada, a doçura do
canto de um rouxinol e uma garra leonina, quando interpreta, o que faz dela uma
atriz perfeita e completa, juntando a tudo a sua capacidade de se adaptar às
coreografias que lhe são confiadas. Sua MARIA fascina, faz com que nossos olhos
ganhem um brilho diferente; ela nos emociona com seu incomensurável talento e
carisma. Dentro da personagem, amalgama um lado moleque com uma
responsabilidade precoce e ainda sobra espaço para ser a jovem mulher
apaixonada. Quando canta, consegue nos transportar aos céus. É só fechar os
olhos e se deixar levar, montanha a cima.
GABRIEL BRAGA NUNES é um
neófito em musicais, embora já toque numa banda, o que é bem diferente de cantar com uma orquestra, num musical, e,
corajosamente, estreia com uma grande responsabilidade, na pele do CAPITÃO VON TRAPP. Com relação ao
personagem, o ator, que não deixa a
desejar na interpretação, com muito
esforço, dedicação e disciplina, o que já é digno de elogios e respeito, consegue
dar o seu recado, com dignidade, deixando, um pouco, a desejar, quando canta,
embora eu tenha percebido um considerável e notório crescimento, da sua
primeira atuação a que assisti para a de agora. É lógico que isso se dá por
conta do empenho do ator e do próprio azeitamento do espetáculo. Interpretar
uma linda e difícil canção, como “Edelweis”,
por exemplo, exige muito de quem a interpreta. GABRIEL já está quase no ponto de uma interpretação perfeita e,
logo, tenho certeza, chegará lá. O que ele nos mostra, no momento, entretanto,
já o credencia a continuar no ramo.
ALESSANDRA VERNEY, também do time das
grandes cantrizes brasileiras, está
perfeita, no papel da BARONESA ELZA VON
SCHRADER, a noiva do CAPITÃO, ao
lado de MARCELO SERRADO, como o
inconveniente TIO MAX DELWEILER ,
este já um pouco fora do prumo, de acordo com a minha visão.
VERNEY, linda e grande atriz e
cantora, compõe, com precisão, a personagem
meio fútil, meio deslumbrada, meio interesseira, que acaba sendo preterida,
para a alegria dos que torcem por MARIA.
Aproveito o momento para, em forma de homenagem, lembrar que, na primeira
versão, o papel da BARONESA foi
lindamente interpretado pela inesquecível, querida e saudosa Solange Badin.
SERRADO, a meu juízo, exagera nas
tintas, o que acontece, obviamente, com a aquiescência da direção, que não vê problemas no excesso de humor que o ator põe em cena, na pele de um homem
gaiato, sim, mas não tanto, na minha humilde visão. MARCELO, como todos julgamos, é um ótimo ator e tem uma facilidade para explorar o lado cômico, porém – repito: a meu juízo – extrapola na
medida, tanto nos gestos quanto na voz que encontrou para o personagem. Agrada-me? Não. Agrada ao público?
Sim. Isso é o que importa. Se, a mim, incomoda, do público, em geral, arranca
risos e gargalhadas. Funciona na peça? Para mim, insisto, virou “overdose”,
ainda que sirva para atenuar um pouco o peso dramático da situação em que vive
a família. Creio que a intenção é provocar um contraponto entre a tristeza e a
alegria. Para o grande público, funciona, sim. Vida que segue...
Quero dar um destaque
a outra que honra o enorme quadro das grandes cantrizes nacionais e que é responsável por alguns momentos
inesquecíveis da peça,
principalmente o final do primeiro ato e a cena derradeira, quando, magistralmente,
interpreta a bela canção “Sobe a Montanha”.
Estou falando de GOTTSHA, que
encarna a MADRE SUPERIORA,
interpretada, na primeira versão, por duas mestras do canto, Mirna Rubim e Vera do Canto e Mello (alternantes). Longe de mim, como já disse, a
intenção de me deixar levar por comparações, principalmente apelando para o
“melhor” ou pior”, até porque Mirna
e Vera foram magníficas, em suas
atuações, entretanto, com interpretações mais “pesadas”, sérias, fechadas,
seguindo um estereótipo de uma MADRE SUPERIORA. Já a MADRE de GOTTSHA é
diferente: é mais jovem, menos severa, mais carismática, mais afetiva, mais "leve". A
personagem ganhou um frescor, totalmente dentro da nova proposta, e, quando
canta, nos leva às lágrimas, solando, em coro ou num belo dueto com MALU, em “My Favorite Things” (Não tenho certeza de que o título da canção tenha sido traduzido,
literalmente, para o português: “Minhas
Coisas Favoritas”.).
O outro nome
do quarteto que encabeça, na mídia, as chamadas para o espetáculo, no elenco
desta montagem, é o de LARISSA MANOELA, uma jovem atriz, idolatrada
pelo público infantil e juvenil, que já tem uma boa bagagem em musicais, e cujo trabalho, confesso,
até humilde e envergonhado, eu não conhecia, uma vez que a minha idade está
mais para outros ídolos. Quando assisti à peça,
em São Paulo, sua personagem, LIESL, foi interpretada por sua alternante, Marianna Alexandre, que muito me agradou. Vi LARISSA aqui, no Rio, e confesso que, cético, queria ver até onde iria o talento da atriz. E ela, então, me mostrou que tem
um grande potencial, interpretando e cantando, merecendo, portanto, meus aplausos.
No núcleo da
mansão dos VON TRAPP, ainda atuam ROBERTO PIRILLO, como FRANZ, o mordomo, e ERIKA RIBA, como FRAU SCHMIDT, a governanta, ambos em atuações corretíssimas. Mais
uma vez, aproveito para prestar outra homenagem póstuma, desta vez à
queridíssima Ada Chaseliov, a FRAU SCHMIDT da primeira montagem.
Todo o elenco que atua em papéis coadjuvantes colabora para o brilho do espetáculo, uma vez que a importância de um/uma personagem acaba girando na proporção
direta do trabalho de quem o/a interpreta. Assim, faço questão de mencionar
todos os demais do elenco,
perfeitos, sem exceção, com seus respectivos personagens, na ordem em que
aparecem no programa da peça: TALITA
SILVEIRA (IRMÃ BERTHE), JANA AMORIM
(IRMÃ SOPHIA e substituta eventual da
BARONESA ELSA SCHRAEDER), RAQUEL
ANTUNES (IRMÃ MARGARETTA e substituta eventual da MADRE SUPERIORA), DIEGO
MONTEZ (ROLF), RUBEN GABIRA (HERR
ZELLER e substituto eventual de MAX
DELWEILER), DANIEL CARNEIRO (ALMIRANTE VON SCHREIBER e substituto
eventual do CAPITÃO GEORG VON TRAPP),
CARLOS ARRUZA (BARÃO ELBERFELD e
substituto eventual de HERR ZELLER e
FRANZ), ANA CATHARINA OLIVEIRA (FREIRA / ESSEMBLE), ANA LUIZA FERREIRA (FREIRA / ESSEMBLE e substituta eventual de FRAU SCHMIDT), ANDRESSA INÁCIO (FREIRA / ESSEMBLE), AURORA DIAS (FREIRA / ESSEMBLE), JULIE (FREIRA e substituta eventual de MARIA), LETHÍCIA LOYOLA
(FREIRA / ESSEMBLE), LUIZA LAPA
(FREIRA / ESSEMBLE e substituta eventual de IRMÃ SOPHIA), MAFÊ
MASSYLIOUK (SWING FEMININO e substituta eventual de LIESL), LEONARDO IGLÉSIAS
(PADRE / ESSEMBLE), DANIEL ROCHA (ESSEMBLE
e substituto eventual de ROLF) e ANDREI LAMBERG (SWING MASCULINO e substituto eventual de ROLF). São, ao todo, 45
atores.
O time infantojuvenil é uma atração à parte.
Por conta de uma exigência legal, um elenco
em que atuem crianças e menores de idade deve ser constituído por mais de um
nome para cada personagem. Assim, à
exceção de LARISSA MANOELA (LIESL),
que conta com apenas uma alternante, MARIANNA
ALEXANDRE, e LEONARDO CIDADE (FRIEDRICH),
que tem, também, ALEX JÚNIOR, como
seu único alternante, todos os demais cinco
personagens “filhos” contam com três nomes para cada papel. Assim, temos: BEATRIZ MESSIAS, CAROL ENNE e PAOLA CASTRO (LOUISA); RAFFA
PIETTRO, TIAGO
HENRIQUE e VINÍCIUS PIERI
(KURT); ÁGATHA FÉLIX, ANY MAIA e LARA CARIELLO (BRIGITTA); BRUNA NEGENDANK, JÚLIA TEODORA e LUÍSA ERLANGER (MARTA); e ANANDA TERRA,
DUDA BATISTA
e MARIA CAROLINA BASÍLIO (GRETL). Na
sessão em que assisti, no Rio,
atuaram, como os filhos, além de LARISSA
MANOELA e LEONARDO CIDADE, todos
os nomes assinalados em vermelho. Sem dúvida o elenco infantojuvenil do Rio
está muito mais harmonioso do que o de São
Paulo, todos afinadíssimos e atentos às coreografias e às falas; pelo menos em relação ao que atuou no dia em que lá assisti à peça. Sem querer, acabei fazendo uma
comparação, porém julgo-a necessária.
É interessante
dizer que, fora os atores convidados, apenas alguns, os demais foram selecionados,
após uma maratona de audições com mais
de três mil inscritos.
FICHA TÉCNICA:
Música:
Richard Rodgers
Letra:
Oscar Hammerstein II
Libreto:
Howard Lindsay e Russel Crouse
Um espetáculo de Charles
Möeller & Claudio Botelho
Versão
Brasileira: Claudio Botelho
Direção:
Charles Möeller
Direção
de Produção Associada: Vinícius Munhoz
Coordenação
Artística: Tina Salles
Cenografia:
David Harris
Cenografia
Associada: Stella Tennenbaum
Figurinos:
Simon Wells
Direção
Musical: Marcelo Castro
Assistência
de Direção / Residente: Gláucia da Fonseca
Coreografia:
Alonso Barros
Visagismo:
Simone Momo
Design
de Som: Marcelo Claret
Design
de Luz: Drika Matheus
Design
de Projeção: Maze FX
Direção
Técnica: Carlos Costa Jr.
Produção
de Elenco: Marcela Altberg
Produção:
Atelier de Cultura e M&B
SERVIÇO:
Temporada:
de 19 de Julho a 02 de Setembro de 2018.
Local:
Cidade das Artes – Grande Sala
Endereço:
Avenida das Américas, 5300 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
Dias
e Horários: De 5ª feira a domingo: 5ªs e 6ªs feiras, às 21h; sábados, às 16h e
21h; domingos, às 14h e 19h.
Vendas
em: http://ingressorapido.com.br ou
Bilheteria Oficial (sem taxa de conveniência): Cidade das Artes – Grande Sala.
Valor
dos Ingressos: Variam de R$ 200,00 a R$ 75,00.
Duração:
2h45min.
Classificação
Etária: Livre.
Gênero:
Drama Musical.
Algumas
das cenas ficam marcadas na mente e no coração do espectador, como, por
exemplo, a do casamento entre MARIA e o BARÃO VON TRAPP, a magnífica cena
final, todas as que envolvem as “crianças” e a da fuga, quando a família se vê,
cercada por nazistas, num cemitério, antes de conseguir atingir a montanha. Na
primeira versão e no filme, a cena é muito tensa, para quem assiste a ela, na
torcida de que os heróis não sejam descobertos e presos pelos vilões, porém,
na atual versão, ela se reveste de um ar de romantismo, de pureza, que não
provoca a mesma sensação de pânico, no público. Ficou mais leve e mais
bonita, mais humana. Foi essa a minha sensação.
É
indubitável que “A NOVIÇA REBELDE” é
um dos mais lindos e importantes
musicais da história desse gênero, que eu amo, e que, felizmente, nas duas
vezes em que foi montado, no Brasil, caiu nas mãos sensíveis e competentes da
dupla CHARLES MÖELLER e CLAUDIO BOTELHO.
Trata-se
de um espetáculo imperdível, que eu não me canso de rever e de recomendar,
direcionado às famílias. Encanta do neto ao avô.
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O BOM TEATRO
BRASILEIRO!!!
(FOTOS: DIVULGAÇÃO / PRODUÇÃO.)
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