AGNALDO
RAYOL – A ALMA DO BRASIL
(PARA
JAMAIS SER ESQUECIDO.)
Está acontecendo, no palco do
Teatro do Centro Cultural Correios (RJ),
algo, para o Brasil, tão insólito quanto a passagem do cometa Halley pela
órbita da Terra, o que, infelizmente, só se dá a cada 76 nos. A última foi em 1986, e eu vi.
Refiro-me a
uma homenagem prestada a alguém célebre, ainda
em vida, num país pródigo em preitear mortos, muitas das vezes, homenagens
até discutíveis. Isso me faz lembrar a
canção de Nélson Cavaquinho, Quando eu me Chamar Saudade (“Por isso é que eu penso assim / Se alguém
quiser fazer por mim / Que faça agora.”)
A
comparação com as visitas do cometa foi um tanto quanto exagerada, entretanto,
muito raramente, alguém resolve reverenciar uma personalidade viva, como é o
caso da belíssima e justa homenagem a um dos maiores cantores da música popular
brasileira, AGNALDO RAYOL, o qual,
do alto dos seus 76 anos, ainda canta, e muito, e encanta, mais ainda, seu fiel
público e todos os que apreciam a boa música e uma bela voz.
Marcelo
Nogueira / Agnaldo Rayol.
AGNALDO RAYOL – A ALMA DO BRASIL é um
excelente espetáculo, idealizado pelo talento e a garra de um magnífico ator e
cantor, MARCELO NOGUEIRA, projeto
surgido há três anos, durante os quais ele mergulhou, de corpo e alma, na vida,
na obra, no trabalho de AGNALDO, fez
contatos com o próprio (por telefone e pessoalmente), viajou muito a São Paulo,
apresentou-lhe seu projeto, recebeu a bênção do cantor e se pôs em campo, até
que aquela ideia se transformasse num dos melhores espetáculos deste ano, ora
em cartaz no já referido Teatro do
Centro Cultural Correios, no Rio de
Janeiro (ver SERVIÇO, ao final desta resenha).
Ainda
que a peça mereça a minha mais veemente recomendação (assisti a ela duas vezes
e, se tivesse disponibilidade, assistiria muitas outras, embora tenha a certeza
de que ainda a verei, pelo menos, mais uma vez), não sei se devo chamá-la de
uma “peça de TEATRO”, uma vez que não
posso omitir um aspecto que deixou um pouco a desejar, nesta montagem, que é a
questão da dramaturgia, o que já é
comum em musicais biográficos brasileiros.
Têm-se montado muitos desse tipo de musical, entretanto poucos
apresentam uma boa dramaturgia. Aqui, a
responsável pelo texto é FÁTIMA VALENÇA, que já provou seu
talento, por exemplo, em Pixinguinha;
Dolores (que eu adoro); Carmen, O It Brasileiro; e Rádio Nacional, as Ondas que Conquistaram o
Brasil, esta recentemente reencenada.
O elenco: Fabrício Negri, Mona Vilardo, Stela Maria Rodrygues e Marcelo
Nogueira.
Mona, Marcelo e Stela.
Mas o fato é
que isso é apenas um mero detalhe, que, em
hipótese alguma, diminui o mérito do espetáculo. Creio, mesmo, que a intenção de FÁTIMA não tenha sido traçar o roteiro
da vida do consagrado cantor, no mais puro estilo biográfico, muito menos
ater-se à cronologia dos fatos.
Parece-me, e disso tenho quase certeza, que a grande intenção da
dramaturga foi apenas pinçar momentos da vida artística de AGNALDO, os mais importantes, se é que algum teve menor importância
(ou tem, porque ele continua atuando profissionalmente, para o nosso
deleite). O texto, aqui, serve, na
verdade, para entremear, costurar, excelentes números musicais. E, para isso, é satisfatório.
É uma pena que
o programa do espetáculo não traga a sequência de todas as canções
interpretadas pelo fabuloso quarteto de atores/atrizes/cantores/cantrizes.
Parece mais um
“show” com um texto. As interpretações
musicais sobrepõem-se à dramaturgia. Mas,
repito, isso não tem a menor importância.
O que FÁTIMA VALENÇA escreveu
presta-se, perfeitamente, ao objetivo do espetáculo.
Tentarei
fazer uma análise minuciosa do que vi, de tanto que o espetáculo me marcou, a
partir de anotações que fiz, na segunda vez em que assisti a ele, dois dias
após a primeira, na estreia, para convidados.
Sobre essa noite, a do dia 11 de novembro de 2014, uma das mais
inesquecíveis, para mim, reservarei um espaço no final desta resenha.
Para
abrir o espetáculo, MARCELO NOGUEIRA,
que parece um clone, no melhor sentido da palavra, jovem de AGNALDO RAYOL, canta, ao piano, ele,
que também tem formação musical clássica (toca piano e violão), Nature Boy, de Eden Ahbez, numa interpretação de fazer perder o fôlego. Mal sabia eu que era apenas o início, um bom
sinal do que viria nos próximos 80 minutos de ação.
Segue-se
uma cena em que FABRÍCIO NEGRI e MONA VILARDO interpretam,
magnificamente, uma canção muito importante na carreira do cantor, Mia Gioconda, de Vicente Celestino, cuja letra é de gosto duvidoso, pelo menos para
mim, bem no estilo de seu compositor, mas que emociona a plateia, sempre que
executada. Ali, contudo, estavam sendo
homenageados os pais de AGNALDO.
A
próxima cena é muito boa, quando o menino AGNALDO,
com apenas oito anos, se apresenta no programa Papel Carbono, na Rádio
Nacional, comandado por um dos maiores radialistas brasileiros, Renato Murce. Nesta cena, o menino interpreta, como gente
grande, a ária de uma ópera e é aplaudido, prolongadamente, pela plateia. FABRÍCIO
NEGRI vive Renato e STELA MARIA RODRYGUES é sua assistente
de palco, estimulando e comandando as reações do auditório, por meio de placas,
com palavras de incentivo, como APLAUSOS!!!
e OHHHHHHH! Ótima cena!
Fabrício,
Marcelo e Stela.
Para
mim, um dos pontos altos do espetáculo vem a seguir, quando AGNALDO se apresenta no programa de sua
grande amiga e “irmã”, Hebe Camargo,
interpretada, fidedignamente, por STELA,
que rouba a cena. Hebe entrevista AGNALDO
e os dois cantam, juntos, a linda canção Serenata
do Adeus, de Vinícius De Moraes. É um primor de interpretação, a duas vozes e
com contracantos belíssimos. Ainda neste
bloco, o público é brindado com as emocionantes interpretações de Fascinação (uma canção francesa, de
1905, que recebeu uma bela versão de Armando
Louzada e foi gravada, e regravada, pelos maiores cantores brasileiros); Boa Noite, Amor, de José Maria de Abreu e Francisco Matoso, o maior sucesso de Francisco Alves, o Rei da Voz; e Foi Deus,
um lindo fado, composto pelo português Alberto
Janes, cantada com ligeiro e gostoso sotaque lusitano.
Stela e
Marcelo.
Hebe e Agnaldo.
Amizade eterna.
Por
sua célebre interpretação da Ave Maria,
de Gounod, AGNALDO passou a ser
requisitado para cantá-la em casamentos, o que faz até hoje. Para marcar esse detalhe, FÁTIMA VALENÇA criou uma excelente cena,
em que um casal realiza o seu sonho de se casar, embalado pela interpretação de
AGNALDO. Só que a noiva quase abandona o noivo no
altar, para se entregar a seu ídolo. A
cena é feita com um humor muito refinado, sutil, que arranca boas gargalhadas
do público. MONA VILARDO, a noiva; FABRÍCIO
NEGRI, o noivo; STELA MARIA RODRYGUES,
a mãe da noiva; e, obviamente, MARCELO
NOGUEIRA, o cantor AGNALDO RAYOL,
estão esplêndidos no palco.
A
cena seguinte é de um programa de TV, chamado Festival de Vozes, em que AGNALDO
se apresenta, como convidado, para homenagear Terezinha Morango, recém-eleita Miss Brasil 1957. Não sei se
a memória estaria me traindo, mas creio que, na época, a imprensa que se
dedicava a bisbilhotar a vida dos artistas chegou a insinuar um certo romance
entre os dois, cuja veracidade não importa.
O certo é que, na cena deste espetáculo, AGNALDO, realmente, de forma bem discreta, arrasta a asa para a
moça. A canção interpretada, então, é E a Vida Continua, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, autores de muitas dezenas de “hits” do cancioneiro popular
brasileiro (“cancioneiro popular
brasileiro”: acabei de entregar a idade).
E, como se não bastasse, completa com Se Todos Fossem Iguais a Você, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. É muita emoção ouvir essa canção na magnífica
interpretação de AGNALDO; perdão, MARCELO NOGUEIRA.
Agnaldo,
Terezinha Morango e o apresentador do programa.
Um
outro momento da vida do cantor, e ator (há muitas referências quanto a isso,
na peça), é retratado, no espetáculo, quando ele, a convite do ex-presidente Juscelino Kubitschek, vai a Palácio, onde
canta, especialmente, para JK, aqui
interpretado pelo versátil FABRÍCIO
NEGRI. AGNALDO interpreta duas canções, uma delas acompanhando-se ao
violão. Bom momento.
A
próxima cena, por mim, poderia ser cortada do roteiro, pois faz referência à
participação de AGNADO RAYOL na Jovem Guarda. Na verdade, o cantor passou, meteoricamente,
pelo movimento, apenas um pequeno flerte, não podendo ser considerado um de
seus representantes. A Jovem Guarda não marcou a vida do
artista. Na cena, MONA e FABRÍCIO
interpretam, em “medleys”, respectivamente, Wanderléa e Erasmo Carlos,
os quais, depois, anunciam AGNALDO,
para cantar um “rock”. A impressão que
tive foi de que os dois atores não se sentem à vontade, na pele dos dois
personagens.
Agnaldo põe toda a sua alma quando canta.
Para
compensar esse “desnecessário”, segue-se uma cena interessante, em que MONA, como namorada de um funcionário
da TV Record (SP), logo após um incêndio que destruiu boa parte da emissora,
acompanha o namorado ao que sobrou do prédio, quando, com muito sacrifício o
“cast” daquele canal tentava reerguer a emissora, pondo no ar alguns de seus
programas. Ela, muito fã de AGNALDO, o que causa ciúmes no rapaz, e
este assistem ao programa Corte Rayol
Show, um dos grandes sucessos da fase de ouro da emissora paulista. Era um programa de variedades, apresentado por
AGNALDO e pelo humorista, de saudosa
lembrança, Renato Corte Real,
interpretado, exemplarmente, por FABRÍCIO
NEGRI, o qual assistiu a muitos vídeos do artista, para poder chegar
próximo à sua maneira de se apresentar no programa, inclusive com piadas
“infames”, uma de suas marcas, e, aparentemente, sem-graça, daquelas das quais
se vai rir com um certo “deley”.
Destaques para a interpretação de AGNALDO,
para Estrada do Sol, de Dolores Duran e Tom Jobim, e para uma paródia, que marcou a carreira de Renato, para a canção Carcará, de João do Vale: Carlos Cará (o
“águia” da cidade), letra de Renato, cantada por FABRÍCIO. Muito boa, mesmo, a cena.
Na
sequência, AGNADO, se apresenta na
extinta TV Tupi e interpreta duas
canções do francês Alain Barrière (que
eu adoro), vertidas para o português, de dificílimas interpretações, e que são
outro momento de destaque do espetáculo, por conta das irrepreensíveis
interpretações de MARCELO NOGUEIRA. As canções em questão são Je T’attendais (A Tua Voz) e Ma Vie (A Minha Vida). Esses dois momentos são de arrepiar e de tirar
o fôlego, do cantor e da plateia.
Na
cena que se segue, quando AGNALDO
apresenta um programa de TV, chamado Festa
Baile, temos a gratíssima oportunidade de ver e ouvir STELA MARIA RODRYGUES,
cantando Tango para Teresa, na pele
da grande cantora Ângela Maria, e MONA VILARDO, como outra grande intérprete,
Lana Bittencourt, cantando I’ll Follow Him. Que saudade dos velhos tempos, quando
ouvíamos verdadeiros cantores e cantoras, soltando suas belíssimas vozes!
Stela / Ângela Maria.
Após
esta cena, terminado o “programa”, todos vão embora, mas AGNALDO senta-se ao piano e interpreta uma versão, em português,
que ele mesmo fez para a canção Love is
All, de Malcolm Roberts, que, no
Festival Internacional da Canção, em
1969, no Maracanãzinho, embora tenha perdido para Cantiga por Luciana, de Edmundo
Souto e Paulinho Tapajós,
interpretada por Evinha, era a
preferida do público. O Amor é Tudo era a canção favorita do
pai de AGNALDO, que completava um
ano de morto, naquela ocasião. A cena é
muito comovente, por toda a carga de sentimento e emoção que o ator coloca na sua
apresentação, como também pelo diálogo entre ele e uma funcionária do almoxarifado
(STELA), fã do cantor, que o surpreende
cantando e com ele inicia uma conversa.
É muito bonita a forma como ele trata aquela jovem humilde, para quem,
“a capella (sem acompanhamento), canta a canção Maria (nome da moça), de Ary
Barroso, e com ela dança.
Meu
coração já estava aos pedaços, naquele ponto, entretanto ainda havia mais
emoção para acontecer. E como havia!!! O personagem diz um texto, de autor
desconhecido, segundo as minhas pesquisas, de agradecimento a Deus, seguido da
canção Rumo Certo, de Luís Chaves, iniciando-se a entrada dos
outros três atores, e os quatro cantam uma versão belíssima de Tocando Em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira. Interpretação antológica do quarteto.
Agnaldo ou Marcelo?
Vamos,
agora, a mais algumas observações sobre o espetáculo:
1) É preciso
falar da ótima direção de ROBERTO BOMTEMPO, cujo talento já foi
demonstrado, tantas vezes antes, como diretor e ator. Acho que boa parte da leveza do espetáculo
deve-se à condução de seu trabalho.
2) Musicalmente,
o espetáculo é perfeito, graças ao talento dos atores/cantores e ao excelente
trabalho de direção musical e arranjos de MARCELO ALONSO NEVES. Os
arranjos são lindos e não fogem às características da época em que foram
escritos os originais. Mais um belíssimo
trabalho do MARCELO, que contou,
também, com um brilhante trio de músicos: CRISTINA
BHERING (piano e regência), AFFONSO NETTO (bateria) e LUCIANO CORRÊA (violoncelo).
3)
O cenário, de FLÁVIO GRAFF, é simples, bonito e funcional, composto por cortinas
vermelhas, ao fundo, e brancas, mais à frente, uma espécie de renda branca,
onde são projetadas imagens.
4)
Por falar em projeções, estas estão
presentes em boa parte do espetáculo, mostrando fotos e filmes que nos transportam
a um passado que, certamente, gostaríamos de que voltasse. Belas imagens de arquivo, que dão dinamismo à
encenação. Um ótimo trabalho da BOND’S FILM (FELIPE BOND, JOÃO IGLÉSIAS e CAETANO MANENTI).
Cantando com a voz e a alma.
5)
Um dos maiores acertos do espetáculo está no variado e riquíssimo figurino, também de FLÁVIO GRAFF, com destaque para todos
os inúmeros trajes masculinos (MARCELO
troca de ternos e “blazers” muitas vezes, e as combinações são de encher os
olhos) e para o figurino de Hebe Camargo
e o de STELA, como mãe de uma já
citada noiva. O que mais me chamou a
atenção nesses figurinos foram o
acabamento das roupas, o bom gosto e a qualidade do material utilizado. Apenas um não me agradou muito: o de Terezinha Morango, como Miss Brasil. Dirão, talvez, que tinha de ser “cafona”
mesmo. Disso, eu sei, mas acho que a “cafonice”
poderia ser obtida de outra forma.
6)
O craque do visagismo, BETO CARRAMANHOS, não poderia estar de
fora desta montagem. E lá está ele,
transformando MARCELO em AGNALDO RAYOL, STELLA em Hebe Camargo e
Ângela Maria, FABRÍCIO em Renato Murce
e Renato Cortes Real (não gostei da
caracterização de Erasmo Carlos) e MONA em Lana Bittencourt e Wanderléa
(também não me agradou esta última caracterização). Saldo final: excelente!
7)
Nem sei se vale a pena falar mais do elenco, se há adjetivos que possam tornar
meus comentários criativos, não repetitivos.
Acho que não vou conseguir fugir ao emprego de “FANTÁSTICOS”, “EXCELENTES”,
“COMPLETOS”. Interpretam e cantam num nível de excelência
inquestionável. Sei que os atores não
gostam, quando dizem que eles “encarnaram” este ou aquele personagem. E compreendo isso, pois o que se vê, no palco,
não aconteceu por um passe de mágica, por uma incorporação espiritual; é um
longo e árduo trabalho de pesquisa, de mergulho no personagem, para a sua
construção. No caso de AGNALDO, menos ainda se aplica o verbo
“encarnar”, ou “reencarnar”, pois, felizmente, ele ainda está vivo. Mas o fato é que, ao ver o trabalho de MARCELO NOGUEIRA, no palco, tive a
mesma sensação de quando vi Emílio
Dantas, interpretando Cazuza. A impressão era de que o próprio estava
ali. No dia da estreia, AGNALDO RAYOL sentou-se atrás de mim e,
por várias vezes, olhei para ele, não só para observar suas reações (chorou
quase que o tempo inteiro da peça), como também para ter a certeza de que não
era ele que estava no palco. Os detalhes
de postura, de andar, de olhar, de piscadinhas do personagem, além de seu
timbre de voz e maneira de falar e de cantar foram, perfeitamente, reproduzidos
pelo protagonista da peça. Todos os meus aplausos, de pé, para o
talento de MARCELO NOGUEIRA!!! Para ele, todos os meus “BRAVOS”!!!
Bravo,
Marcelo!
STELA MARIA RODRYGUES me parece estar
vivendo sua melhor fase artística, sua mais exuberante forma, em todos os
sentidos. Canta e interpreta cada vez
melhor. Sua criação (não digo “imitação”)
de Hebe Camargo é magnífica. Que presença em cena! Uma artista completa, que, além de cantar
maravilhosamente, domina o drama e a comédia.
FABRÍCIO NEGRI dispensa apresentações,
quando o assunto é “musicais”. Acompanho
sua carreira há muitos anos, apesar de ele ser muito jovem (começou muito
cedo). Bom ator e um cantor e dançarino de
altíssimo nível, brilha em cena, demonstrando muita versatilidade, saindo de um
personagem e, imediatamente, trocando a pele por outro. Camaleônico, esse FABRÍCIO!
MONA VILARDO também é uma bela presença
em cena, como atriz e cantora (excelente soprano). Dona de uma voz belíssima e extremamente
afinada, encanta a plateia com seu trabalho, do qual eu conhecia muito pouco e
do qual espero não mais me afastar.
8)
A iluminação, de FELIPE LOURENÇO, também funciona muito
bem.
9)
É ótimo o trabalho de preparação vocal,
a cargo de GLÓRIA CALVENTE. A despeito de o material humano em suas mãos
ser da melhor qualidade, deve ter sido muito trabalhoso, para ela, atingir o
excelente nível profissional que se observa no espetáculo.
10)
Embora as coreografias não sejam o
forte deste espetáculo, as poucas, que foram preparadas por TONI RODRIGUES, são simples, mas não
deixam a desejar. O coreógrafo não
poderia propor voos mais altos, em função do diminuto espaço do teatro em que o
espetáculo está sendo apresentado.
AGNALDO RAYOL – A ALMA DO BRASIL, já no
seu título, conclama o público a deixar a sua alma à vontade, durante os 80
minutos de espetáculo, soltá-la naquele ambiente de paz e amor, e sair do
teatro muito leve, emocionado e feliz.
Stela e
Marcelo.: “guerra” de charme.
E,
para terminar, só gostaria de registrar a emoção que quase me derruba, na noite
de estreia, quando o próprio AGNALDO
RAYOL esteve presente ao evento e, chorou muito, ao longo do espetáculo,
tendo sido chamado ao palco, no final da peça, quando fez emocionantes agradecimentos
e cantou, a pedido do elenco e do publico, três lindas canções: A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran (interpretação divina, a
mais linda que já ouvi até hoje, e que ele não gravou); Paz do Meu Amor, de Luís
Vieira, presente na platéia; e Carinhoso,
de Pixinguinha e João de Barro, um clássico do popular,
esta acompanhado por um coro de todos os que assistiam ao espetáculo, a pedido
do próprio AGNALDO, sob sua regência,
inclusive com um trecho também “a capella”.
Foi
uma noite inesquecível, emocionante, indescritível, indelével!!!
Os
atores/cantores que atuam em AGNALDO
RAYOL – A ALMA DO BRASIL não são globais, não ganham salários milionários
nem frequentam o castelo de Caras, mas são quatro excepcionais artistas, que
merecem ser vistos por todos, e que todos também merecem ver, e aplaudir muito!
A imagem da alma do cantor.
Em tempos de
“naldos”, “popozudas” e “anitas” (com um ou dois “n” e “t”; não faz a menor
diferença, pois a falta de qualidade é a mesma), este espetáculo representa um
resgate do que há de melhor na música popular brasileira e uma prova, para as
novas gerações, de que existe muita qualidade na nossa música, embaçada pela
mediocridade alimentada pela mídia.
Recomendo o espetáculo, com o maior empenho!!!
Não precisa de
legenda.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Fátima Valença
Direção: Roberto Bomtempo
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Elenco: Marcelo Nogueira, Stela Maria Rodrygues, Mona Vilardo e Fabrício Negri
Músicos: Cristina Bhering (piano e regência), Affonso Neto (bateria) e
Luciano Corrêa (violoncelo)
Cenografia: Flávio Graff
Iluminação: Felipe Lourenço
Visagismo: Beto Carramanhos
Preparação Vocal: Glória Calvente
Coreografias: Toni Rodrigues
Assessoria de Imprensa: Daniella Cavalcanti
Agnaldo Rayol e Marcelo Nogueira.
Um pouco da discografia de Agnaldo Rayol.
SERVIÇO:
Centro Cultural dos Correios – Av. Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Rio de Janeiro.
Centro Cultural dos Correios – Av. Visconde de Itaboraí, 20, Centro – Rio de Janeiro.
Temporada: Até 21 de dezembro de 2014.
Ingressos:
R$ 20,00(inteira) e R$ 10,00(Meia)
Dias e horários: de 5ª feira a domingo, às
19h
Gênero: Musical
Classificação
etária: 10 anos
Explosão de emoção: no dia da estreia, para convidados, durante um número
musical, Marcelo Nogueira desce à plateia e entrega uma rosa a Agnaldo Rayol.
Agradecimentos de
Agnaldo, no dia da estreia.
(FOTOS:
EDUARDO ALONSO, JANDERSON PIRES, REGINA CAVALCANTI e MARISA SÁ.)
Aplaudindo de pé sua resenha! Fantástica como o espetáculo!
ResponderExcluirNão assisti na estreia, mas a emoção foi igualmente arrebatadora.
ResponderExcluirBela resenha.