quinta-feira, 23 de novembro de 2023

 

“CALÇADA DA FAMA

DO TEATRO 

O TABLADO”

ou

(DE COMO CAIR 

NUM BURACO 

PODE RENDER ÓTIMOS DIVIDENDOS.)

ou

(“BENDITO” BURACO!)

 


         Várias cidades do mundo têm uma “calçada da fama”, onde ficam registrados os nomes de grandes artistas, muitas das vezes acompanhados das marcas de suas mãos ou pés. A mais conhecida é a “Hollywood Walk of Fame” (“Calçada da Fama de Hollywood”), situada ao longo das ruas Hollywood Boulevard e Vine Street, em Hollywood, Califórnia, Estados Unidosum equipamento urbano constituído por mais de 2.000 lajes com estrelas, fazendo menção a celebridades honradas pela “Câmara do Comércio de Hollywood”, por suas contribuições para a indústria do entretenimento.



         Agora, o Rio de Janeiro já pode se orgulhar de ter a sua “CALÇADA DA FAMA”, inaugurada na última segunda-feira (20/11/2023), evento muito festejado num inesquecível encontro entre amigos. Acredito que o Rio de Janeiro seja a primeira cidade brasileira a ostentar esse importante “monumento”, que poderá vir a ser – assim espero – mais um ponto turístico da cidade. Só que a nossa tem um diferencial muito importante: em vez de nomes de artistas, ela traz os títulos de todos os 108 espetáculos encenados no "TEATRO O TABLADO", aquele TEMPLO SAGRADO DO TEATRO BRASILEIRO, um celeiro de grandes talentos, no ano em que comemora seus 72 anos de existência. Alguns dos mais de 5000 profissionais de TEATRO, todos grandes artistas, em várias mídias, “crias” de “O TABLADO”: André Mattos, Andréa Beltrão, Bernardo Jablonski (“in memoriam”), Betty Gofman, Bianca Byington, Carlos Wilson (Damião – “in memoriam”), Catarina Abdala, Cininha de Paula, Cláudia Abreu, Débora Lamm, Drica Moraes, Enrique Díaz, Ernesto Piccolo, Fernanda Torres, Fernando Caruso, George Sauma, Gregório Duvivier, Guida Vianna, Hamilton Vaz Pereira, Ivan de Albuquerque (“in memoriam”), Leandro Hassum, Leonardo Brício, Louise Cardoso, Luísa Thiré, Malu Mader, Maria Clara Gueiros, Marcelo Adner, Marieta Severo, Mateus Solano, Miguel Falabella, Nicolas Prattes, Pedro Cardoso , Roberto Frota, Rodrigo Sant'Anna, Rubens Corrêa (“in memoriam”), Sílvia Buarque, Sophie Charlotte, Wolf Maia e Zezé Motta.


Interior do "TEATRO O TABLADO".


         O “TEATRO O TABLADO” ou, simplesmente, “O TABLADO”, é uma escola de TEATRO, fundada em 1951, no Rio de Janeiro, pela escritora e dramaturga MARIA CLARA MACHADO. Inicialmente, foi uma companhia de TEATRO amador, com uma pequena estrutura, utilizada para seus ensaios, que, mais tarde, se transformou num grande centro de formação de atores. Apresentava espetáculos para todos os públicos, mas sua especialidade eram peças infantis, a maioria de autoria de sua criadora, que desenvolvia textos e montagens de altíssima qualidade, até hoje encenados, como o clássico “Pluft, O Fantasminha. MARIA CLARA MACHADO, ou CLARINHA, como os amigos a chamavam, gerenciou todas as aulas até sua morte, em 2001. A instituição tem como presidente o ator, diretor e dramaturgo Ricardo Kosovski.


Maria Clara Machado.


A concretização do projeto da “CALÇADA DA FAMA DO TEATRO O TABLADO”, que ocupa uma área que dá para a rua Batista da Costa – entrada do espaço (O endereço oficial é Avenida Lineu de Paula Machado, nº 795 – Jardim Botânico.), de cerca de 40 metros, só foi possível graças à participação de algumas parcerias: Performance Empreendimentos Imobiliários”, “Opportunity Imobiliário” e “Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico (AMAJB)”. Com essa “CALÇADA” “O TABLADO”, que já era “Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio”, ganha mais relevo e passa a se integrar, com mais pujança e representatividade, à população carioca, principalmente a local. Trata-se de uma verdadeira OBRA DE ARTE e vale muito a pena um passeio até lá. No local, em granito, estão estampados os nomes das 108 peças emblemáticas que passaram pelo palco da escola.



Segundo CACÁ MOURTHÉ, “Como dizia MARIA CLARA MACHADO, uma das fundadoras do “TABLADO”: ‘-O TABLADO é uma grande experiência humana!’ E, realmente, nesses 72 anos de idade, nunca deixou de ser. É aqui que encontramos nossos amigos da vida inteira. É aqui que nos casamos, formando novas famílias. Neste palco, nos dedicamos a dar continuidade à grande obra de MARIA CLARA MACHADO. Aqui trabalhamos duro no fazer teatral para a infância e a juventude. Por essas e por outras razões, cada ano que passa, o ‘TEATRO O TABLADO’ rejuvenesce, encontrando novos parceiros, que nos trazem novas ideias de continuidade...”.


Cacá Mourthé.


E como surgiu a ideia da “CALÇADA”? A atual diretoria da “Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico (AMAJB)” tem como missão abraçar projetos relacionados à cultura e educação. Uma das iniciativas foi levar alunos do “CIEP Presidente Agostinho Neto” para assistir às peças do “Teatro O Tablado”. Vejamos o que diz Heitor Wegmann Jr., presidente da “AMAJB”, sobre uma dessa vezes: “Na ocasião, a CACÁ, ao chegar de carro ao ‘TABLADO’, mostrou um buraco na calçada, no qual ela havia torcido o pé. Eu comentei que poderíamos tentar encontrar um patrocinador para fazer uma ‘CALÇADA DA FAMA’ com o nome das peças que tinham ocorrido no local. Por sorte a nossa, o diretor Cláudio Barbosa, da ‘Associação’, abraçou o projeto e conseguiu o apoio da ‘Performance Empreendimentos Imobiliários’ e da ‘Opportunity Imobiliário’, que aceitaram tirar do papel este lindo projeto”.



Antiga calçada (e seus buracos "traiçoeiros").


A nova calçada é um tributo merecido a todos os artistas, professores e alunos que passaram pelo “TABLADO”, ao longo de sua história rica e inspiradora. “Queremos presentear os moradores e frequentadores do bairro com uma calçada cultural que valorize toda a história do ‘TABLADO’. Sempre buscamos desenvolver projetos que contribuam com o enriquecimento educacional e cultural da nossa sociedade e ficamos muito felizes com o convite da ‘AMAJB’ para participar de mais esse projeto, pois, ao redor do ‘TABLADO’, passei minha infância e juventude. Estamos comprometidos em transformar a calçada em frente ao ‘TABLADO’ em algo de que todos os cariocas possam se orgulhar”, explica Luís Oswaldo Leite, CEO da ‘Performance Empreendimentos Imobiliários’.



“A cultura e o mercado imobiliário formam uma parceria especial. Em nossos empreendimentos, sempre que o projeto permite, desenvolvemos ações que tragam a arte para o edifício e para a rua, beneficiando e inspirando os moradores e as pessoas que passam pelo local. Como empreendedores, temos um papel importante de contribuir com a beleza, com o desenvolvimento da cidade e com iniciativas que permitam que a cultura seja abraçada por todos”, ressalta Jomar Monnerat, gestor do “Opportunity Imobiliário”.


Gregório Duvivier procurando as peças 

de que participou.


Segundo Rogério Varela, sócio da “Ilustre Ideia Design”, empresa que fez o projeto conceitual e o “designer” da nova calçada, a estética proposta para a organização das pedras faz alusão à “amarelinha”, brincadeira infantil tão amada pelas crianças, espectadores principais das peças ali encenadas, os quais poderão conhecer a história de “O TABLADO” de forma lúdica e interativa. “O convite para criarmos a calçada do ‘TABLADO’ foi, sem dúvida, para nós, uma oportunidade ímpar de demonstrar nossa admiração por esta instituição, tão familiar e querida pelos cariocas. Expor, permanentemente, na calçada, a rica história desse icônico Teatro e escola e as obras que encontraram abrigo no ‘TABLADO’, ao longo de seus mais de 70 anos, é uma forma de estar mais próximo e acessível a todos”, finaliza Rogério. A propósito, na parede externa do Teatro, há um “QR Code”, por meio do qual, quando acessado, a pessoa poderá saber tudo sobre cada um dos espetáculos que ilustram a “CALÇADA”.


Parte interna (muito aprazível) do "Teatro O Tablado".


Para Ricardo Kosovski, presidente de “O TABLADO”, o diferencial da iniciativa é a substituição do nome dos artistas pelas peças que foram montadas no Teatro. “Calçadas da fama costumam ser uma coisa muito personalista. Essa pequena calçada, de uns 40 metros, abriga milhares de pessoas, se levarmos em consideração que cada peça mobiliza entre 50 e 100 profissionais”, explicou.



Confesso, mais uma vez, que, para mim, embora não tenha sido aluno de “O Tablado” – adoraria ter sido -, há alguma coisa “mágica”, inexplicável, naquele lugar, que me faz muito feliz quando lá vou. Sinto-me abraçado por todos os que lá estão e um carinho muito especial por CACÁ MOURTHÉ. Um dos momentos mais felizes e representativos da minha vida foi quando, a convite, apresentei no icônico palco de “O TABLADO” uma leitura dramatizada, dirigida por mim, da peça “A Fúria dos Modernistas”, texto de Paty Lopes, feita por Alexandre Lino e Mariana Rodriguez.


Gilberto Bartholo, Alexandre Lino e Mariana Rodriguez.


Foi uma festa belíssima, naquela tarde/noite de um feriado - Dia da Consciência Negra -, quando tive a oportunidade de encontrar queridos e velhos amigos e fazer novas amizades, numa deliciosa confraternização. Agradeço à queridíssima CACÁ MOURTHÉ a honra de ter sido um dos seletos convidados para o evento. Não deixem de prestigiar as produções de “O TABLADO” – atualmente, o “FESTIVAL DE VERÃO” (Acessem o “site” oficial para ver a programação.) e conheçam a sua “CALÇADA DA FAMA”.

 




 

 FOTOS (DIVERSAS FONTES)



FLAGRANTES DA FESTA:




























































Nenhum comentário:

Postar um comentário