“CALÇADA DA FAMA
DO TEATRO
O TABLADO”
ou
(DE COMO CAIR
NUM BURACO
PODE RENDER ÓTIMOS DIVIDENDOS.)
ou
(“BENDITO” BURACO!)
Várias
cidades do mundo têm uma “calçada da fama”, onde ficam
registrados os nomes de grandes artistas, muitas das vezes acompanhados das
marcas de suas mãos ou pés. A mais conhecida é a “Hollywood Walk of Fame” (“Calçada da Fama de
Hollywood”), situada ao longo das
ruas Hollywood Boulevard e
Vine
Street, em Hollywood, Califórnia, Estados Unidos, um equipamento
urbano constituído por mais de 2.000 lajes com estrelas, fazendo menção a
celebridades honradas pela “Câmara do Comércio de Hollywood”,
por suas contribuições para a indústria do entretenimento.
Agora,
o Rio
de Janeiro já pode se orgulhar de ter a sua “CALÇADA DA FAMA”, inaugurada na última
segunda-feira (20/11/2023), evento muito festejado num inesquecível encontro
entre amigos.
Acredito que o Rio de Janeiro seja a primeira cidade brasileira a ostentar
esse importante “monumento”, que poderá vir a ser – assim espero – mais um
ponto turístico da cidade. Só que a nossa tem um
diferencial muito importante: em vez de nomes de artistas, ela traz os títulos
de todos os 108 espetáculos encenados no "TEATRO O TABLADO", aquele TEMPLO
SAGRADO DO TEATRO BRASILEIRO, um celeiro de grandes talentos, no ano em
que comemora seus 72 anos de existência. Alguns dos mais de 5000 profissionais de
TEATRO, todos grandes artistas, em várias mídias, “crias” de “O
TABLADO”: André Mattos, Andréa Beltrão, Bernardo Jablonski (“in memoriam”), Betty Gofman, Bianca Byington, Carlos Wilson (Damião – “in
memoriam”), Catarina Abdala, Cininha de Paula, Cláudia Abreu, Débora Lamm, Drica Moraes, Enrique Díaz, Ernesto Piccolo, Fernanda Torres, Fernando Caruso, George Sauma, Gregório Duvivier, Guida Vianna, Hamilton Vaz Pereira, Ivan de Albuquerque (“in memoriam”), Leandro Hassum, Leonardo Brício, Louise Cardoso, Luísa Thiré, Malu Mader, Maria Clara Gueiros, Marcelo Adner, Marieta Severo, Mateus Solano, Miguel Falabella, Nicolas Prattes, Pedro Cardoso , Roberto Frota, Rodrigo Sant'Anna, Rubens Corrêa (“in memoriam”), Sílvia Buarque, Sophie Charlotte, Wolf Maia e Zezé Motta.
Interior do "TEATRO O TABLADO".
O “TEATRO
O TABLADO” ou, simplesmente, “O TABLADO”, é uma escola de TEATRO, fundada
em 1951,
no Rio de Janeiro, pela escritora e dramaturga MARIA CLARA MACHADO. Inicialmente, foi uma companhia de TEATRO amador, com uma pequena estrutura, utilizada para seus
ensaios, que, mais tarde, se transformou num grande centro de formação de
atores. Apresentava espetáculos para todos os públicos, mas sua especialidade
eram peças infantis, a maioria de autoria de sua criadora, que desenvolvia
textos e montagens de altíssima qualidade, até hoje encenados, como o clássico “Pluft, O Fantasminha”. MARIA
CLARA MACHADO, ou CLARINHA, como
os amigos a chamavam, gerenciou todas as aulas até sua morte, em 2001.
A instituição tem como presidente o ator, diretor e dramaturgo
Ricardo
Kosovski.
Maria Clara Machado.
A concretização do projeto da “CALÇADA DA FAMA DO TEATRO O TABLADO”,
que ocupa uma área que dá para a rua Batista da Costa – entrada do espaço
(O
endereço oficial é Avenida Lineu de Paula Machado, nº 795 – Jardim Botânico.),
de cerca de 40 metros, só foi possível graças à participação de algumas
parcerias: “Performance Empreendimentos Imobiliários”, “Opportunity
Imobiliário” e “Associação de Moradores e Amigos do Jardim
Botânico (AMAJB)”. Com essa “CALÇADA”
“O TABLADO”, que já era “Patrimônio
Cultural e Imaterial do Estado do Rio”, ganha mais relevo e passa a se
integrar, com mais pujança e representatividade, à população carioca,
principalmente a local. Trata-se de uma verdadeira OBRA DE ARTE e vale muito a pena um
passeio até lá. No
local, em granito, estão estampados os nomes das 108 peças emblemáticas
que passaram pelo palco da escola.
Segundo
CACÁ MOURTHÉ, “Como dizia MARIA CLARA MACHADO,
uma das fundadoras do “TABLADO”: ‘-O TABLADO é uma grande experiência humana!’
E, realmente, nesses 72 anos de idade, nunca deixou de ser. É aqui que
encontramos nossos amigos da vida inteira. É aqui que nos casamos, formando
novas famílias. Neste palco, nos dedicamos a dar continuidade à grande obra de MARIA
CLARA MACHADO. Aqui trabalhamos duro no fazer teatral para a infância e a
juventude. Por essas e por outras razões, cada ano que passa, o ‘TEATRO O
TABLADO’ rejuvenesce, encontrando novos parceiros, que nos trazem novas ideias
de continuidade...”.
Cacá Mourthé.
E
como surgiu a ideia da “CALÇADA”? A atual diretoria da “Associação
de Moradores e Amigos do Jardim Botânico (AMAJB)” tem como missão
abraçar projetos relacionados à cultura e educação. Uma das iniciativas foi
levar alunos do “CIEP Presidente Agostinho Neto” para assistir às peças do “Teatro
O Tablado”. Vejamos o que diz Heitor Wegmann Jr., presidente da “AMAJB”,
sobre uma dessa vezes: “Na ocasião, a CACÁ, ao chegar de carro ao ‘TABLADO’,
mostrou um buraco na calçada, no qual ela havia torcido o pé. Eu comentei que
poderíamos tentar encontrar um patrocinador para fazer uma ‘CALÇADA DA FAMA’
com o nome das peças que tinham ocorrido no local. Por sorte a nossa, o diretor
Cláudio Barbosa, da ‘Associação’, abraçou o projeto e conseguiu o apoio da ‘Performance
Empreendimentos Imobiliários’ e da ‘Opportunity Imobiliário’, que aceitaram
tirar do papel este lindo projeto”.
Antiga calçada (e seus buracos "traiçoeiros").
A nova calçada é um
tributo merecido a todos os artistas, professores e alunos que passaram pelo “TABLADO”,
ao longo de sua história rica e inspiradora. “Queremos presentear os moradores
e frequentadores do bairro com uma calçada cultural que valorize toda a história
do ‘TABLADO’. Sempre buscamos desenvolver projetos que contribuam com o
enriquecimento educacional e cultural da nossa sociedade e ficamos muito
felizes com o convite da ‘AMAJB’ para participar de mais esse projeto, pois, ao
redor do ‘TABLADO’, passei minha infância e juventude. Estamos comprometidos em
transformar a calçada em frente ao ‘TABLADO’ em algo de que todos os cariocas
possam se orgulhar”, explica Luís Oswaldo Leite, CEO
da ‘Performance Empreendimentos Imobiliários’.
“A cultura e o
mercado imobiliário formam uma parceria especial. Em nossos empreendimentos,
sempre que o projeto permite, desenvolvemos ações que tragam a arte para o
edifício e para a rua, beneficiando e inspirando os moradores e as pessoas que
passam pelo local. Como empreendedores, temos um papel importante de contribuir
com a beleza, com o desenvolvimento da cidade e com iniciativas que permitam
que a cultura seja abraçada por todos”, ressalta Jomar Monnerat, gestor
do “Opportunity Imobiliário”.
Gregório Duvivier procurando as peças
de que participou.
Segundo Rogério
Varela, sócio da “Ilustre Ideia Design”, empresa que fez o projeto
conceitual e o “designer” da nova calçada, a estética proposta para a
organização das pedras faz alusão à “amarelinha”, brincadeira infantil tão
amada pelas crianças, espectadores principais das peças ali encenadas, os quais
poderão conhecer a história de “O TABLADO” de forma lúdica e
interativa. “O convite para criarmos a calçada do ‘TABLADO’ foi, sem dúvida, para
nós, uma oportunidade ímpar de demonstrar nossa admiração por esta instituição,
tão familiar e querida pelos cariocas. Expor, permanentemente, na calçada, a
rica história desse icônico Teatro e escola e as obras que encontraram abrigo
no ‘TABLADO’, ao longo de seus mais de 70 anos, é uma forma de estar mais
próximo e acessível a todos”, finaliza Rogério. A propósito, na
parede externa do Teatro, há um “QR Code”, por meio do qual, quando
acessado, a pessoa poderá saber tudo sobre cada um dos espetáculos que ilustram
a “CALÇADA”.
Parte interna (muito aprazível) do "Teatro O Tablado".
Para Ricardo Kosovski, presidente de “O
TABLADO”, o diferencial da iniciativa é a substituição do nome dos
artistas pelas peças que foram montadas no Teatro. “Calçadas da fama costumam ser
uma coisa muito personalista. Essa pequena calçada, de uns 40 metros, abriga
milhares de pessoas, se levarmos em consideração que cada peça mobiliza entre
50 e 100 profissionais”, explicou.
Confesso, mais uma vez, que, para mim, embora
não tenha sido aluno de “O Tablado” – adoraria ter sido -, há
alguma coisa “mágica”, inexplicável, naquele lugar, que me faz muito feliz quando lá vou. Sinto-me
abraçado por todos os que lá estão e um carinho muito especial por CACÁ MOURTHÉ. Um dos momentos mais
felizes e representativos da minha vida foi quando, a convite, apresentei no icônico palco de “O TABLADO” uma leitura dramatizada, dirigida por mim, da peça “A
Fúria dos Modernistas”, texto de Paty Lopes, feita por Alexandre
Lino e Mariana Rodriguez.
Gilberto Bartholo, Alexandre Lino e Mariana Rodriguez.
Foi uma festa belíssima, naquela tarde/noite de um feriado - Dia da Consciência Negra -, quando tive a oportunidade de encontrar queridos e velhos amigos e fazer novas amizades, numa deliciosa confraternização. Agradeço à queridíssima CACÁ MOURTHÉ a honra de ter sido um dos seletos convidados para o evento. Não deixem de prestigiar as produções de “O TABLADO” – atualmente, o “FESTIVAL DE VERÃO” (Acessem o “site” oficial para ver a programação.) e conheçam a sua “CALÇADA DA FAMA”.
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