quarta-feira, 12 de outubro de 2022

 “UMA REVOLUÇÃO DOS BICHOS”

ou

(VIVA O ANIMALISMO!”)

ou

(UM RAIO X, 

DE ALTA RESOLUÇÃO, DE UM PAÍS DO LADO DE BAIXO DO EQUADOR, 

DE 2018 A 2022.)


 

 

     Tudo tem seu motivo para existir e a hora exata para acontecer. O TEATRO não foge a isso. Uma peça que não diz a que veio ou que é encenada num momento não propício para a sua montagem, quando as pessoas estão interessadas em outras coisas, bem distantes do tema do espetáculo, passa despercebida, sem conhecer o sabor do sucesso, de público e de crítica. Por outro lado, quando uma montagem entra em cartaz, tratando de uma temática que interessa a todos e com um propósito mais que explícito, como ocorre com “UMA REVOLUÇÃO DE BICHOS”, com texto de DANIELA PEREIRA DE CARVALHO e direção de BRUCE GOMLEVSKY, ambos primorosos, o resultado não poderia ser outro: lotação esgotada em todas as sessões, numa temporada curta, que merecia ocupar, por meses, o Centro Cultural Municipal Sergio Porto, onde está sendo exibida (VER SERVIÇO.).




        O artista, ao mesmo tempo que expõe, extravasa, em qualquer mídia ou formato, seus sentimentos e sua visão de mundo, utilizando, como ferramenta, a sua ARTE, também pode ser um porta-voz dos anseios e das críticas das pessoas às quais é dirigida a sua ARTE, exatamente o que fez DANIELA PEREIRA DE CARVALHO, quando resolveu escrever uma peça de TEATRO baseada no livro “Animal Farm” (“Fazenda de Animais”), do consagrado escritor, jornalista e ensaísta inglês, nascido na Índia Britânica, GEORGE ORWELL, pseudônimo de Eric Arthur Blair, falecido em 1950, de tuberculose, aos 46 anos de idade, o qual nos legou excelentes publicações, além desta que serve de base para a dramaturgia da peçaO romance “Animal Farm”, publicado em 1945, se tornou um clássico contemporâneo, sendo um dos livros mais lidos do mundo. O texto de ORWELL é uma fábula sobre um grupo de animais que se rebela contra o dono da fazenda e a exploração por parte dos humanos. É uma alegoria sobre o totalitarismo, mais especificamente sobre os rumos tomados pela Revolução Russa de 1917. Com seu texto, DANIELA fala por cerca da metade do Brasil; não, infelizmente, por toda a sua população. Tenho a dizer que ela me representa e agradeço-lhe, assim como ao diretor do espetáculo e ao excepcional elenco, pela oportunidade que me proporcionaram de fazer uma catarse profunda, ainda que sob uma enorme tensão emocional, na noite do último sábado, 08 de outubro de 2022. Como disseram o poeta Cazuza e Roberto Frejat, “Estamos, meu bem, por um triz, pro dia nascer feliz.”. Ou não. Nem é bom pensar.



Daniela Pereira de Carvalho

(Foto: autoria desconhecida.)




        Não li o livro, confesso, envergonhado, mas vou ler, entretanto, mesmo assim, partindo do que a dramaturga escreveu no programa da peça, acredito que ela tenha traduzido, fielmente, por meio de diálogos, colocados na boca dos bichos e dos poucos personagens “humanos”, tudo o que pretendia ORWELL, só que numa linguagem mais realista e de acordo com os tempos hodiernos. Palavras de DANIELA: “‘UMA REVOLUCÃO DOS BICHOS’ é uma obra que se insurge contra o autoritarismo de qualquer espectro ideológico. Nossa peça não se passa na Inglaterra da década de quarenta do século passado, como o romance original do qual parti para escrevê-la. Essa ‘FAZENDA DOS ANIMAIS’ (O nome da Fazenda.) é atemporal e pode estar em qualquer lugar da Terra”. Aproveito para lembrar que ESSA TERRA É REDONDA, E CONTINUARÁ SENDO, e que, sem o menor esforço, como todos os que assistem à peça, identifiquei a metáfora da “fazenda”. Mais que uma metáfora; uma alegoria, espécie de “metáfora ampliada”, utilizando-se de algo que evoca outra coisa, recorrendo a uma ilação moral. Nem sempre conseguimos decodificar o sentido contido numa metáfora ou numa alegoria, todavia, nesta peça, tal figura de linguagem salta aos nossos olhos, graças à “carpintaria” do texto. Da mesma forma, qualquer pessoa, do público, com o mínimo de QI e senso crítico, consegue associar o personagem SR. JONES (GABRIEL ALBUQUERQUE), dono da fazenda, à figura de um “ser” inominável, deplorável, desprezível, perverso, vil, desumano, ignóbil, abjeto... Na verdade, não acredito que alguém, de qualquer uma das plateias que vêm lotando o Centro Cultural Municipal Sergio Porto faça uma leitura diferente da minha.





 E segue a autora do texto: “Quis fazer essa peça porque acredito que precisamos reinaugurar o pacto civilizatório (Que já tivemos – acrescento eu.), interditando o paradigma da dominação e da exploração que - quase hegemonicamente – nos organizou até aqui. Precisamos construir um mundo de colaboração e igualdade! Um mundo onde ditadores reacionários e arrecadadores de lucros selvagens sejam considerados inaptos – e não figuras proeminentes.”. É imperativo que esse tipo de sociedade chegue logo e que essas “figuras proeminentes” retornem, no mínimo de dias possível, aos "esgotos", de onde nunca deveriam ter saído.  





SINOPSE:

Os animais, cansados da exploração, na fazenda em que vivem, organizam um movimento, expulsam os humanos e acabam por tomar o controle do espaço.

Após o sucesso da missão, surge o Animalismo, regime que possui, em seu DNA, a ideia de que todos os animais são iguais.

Uma vez, porém, implementado o novo sistema, sem a presença de humanos e com a liderança dos Porcos, aos poucos, começam a emergir a sede de poder e a tolerância à corrupção.

 

 

 



 A montagem do espetáculo, cujo texto foi “gestado” entre setembro de 2021 e março de 2022, reúne nada menos do que 20 atores em cena, 14 com personagens e 6 fazendo parte do CORO (LÉA NOGUEIRA, PAULO TARSIA, MARIANA BITTENCOURT, GABRIEL SEDNEN, JESSICA LUZ e VALENTINA GHIORZI), motivo de grande júbilo, nos dias de hoje, quando, por várias razões, a quantidade de monólogos prolifera, como “gremlins”, cresceu nas estatísticas de peças representadas no Brasil, poucos de excelente qualidade; ruins ou “sofríveis”, a maioria. O processo, contudo, consumiu 20 meses de muita pesquisa e ensaio, e, com ele, a CIA TEATRO ESPLENDOR “pretende investigar, principalmente, dois pontos: um temático e outro cênico”. Consta, no “release”, a mim enviado por STELLA STEPHANY (JSPONTES COMUNICAÇÃO JOÃO PONTES e STELLA STEPHANY), que “A pesquisa temática se debruça sobre a relação entre as estruturas do poder - nas esferas pessoal e coletiva. A pesquisa cênica se concentra na descoberta de uma expressão corporal e vocal para a composição de personagens não-humanos. Essa construção demandou a descoberta de uma linguagem cênica própria, original, que norteará a encenação - uma linguagem expressionista e onírica, cujo foco é encontrar a vida física e vocal dos “animais/personagens" que habitam a fazenda, um microcosmo da sociedade, com toda a complexidade das relações humanas.”.





      De uma forma muito límpida, cristalina, a questão das estruturas do poder, tanto na esfera pessoal quanto na coletiva, é apresentada, sem “adornos acessórios”, da forma mais direta possível, na figura de um homem totalmente desprovido de bons sentimentos, principalmente de empatia, que só visa ao lucro e à exploração, “sem dó nem piedade”, dos animais de sua fazenda, os quais ele só enxergava como “propriedades suas”, com total indiferença ao seu sofrimento, causado por ele, da forma mais implacável possível. Um homem que vivia “afogado no álcool”, como, talvez, uma maneira de “justificar” o tratamento que dispensava aos pobres animais. Seu machismo e misoginia, com relação à esposa, a quem não dava a mínima importância, também revela uma outra faceta do personagem SR. JONES, muito bem representado pelo ator GABRIEL ALBUQUERQUE.




 Uma vez concretizada a “revolução dos bichos”, a partir do momento da conscientização de que não conseguiam mais suportar aquele tratamento cruel, e a expulsão dos seres humanos da propriedade, um pacto de igualdade entre os “vencedores” foi estabelecido, pautado em sete mandamentos, aceitos por todos, por unanimidade, a saber: 1) Tudo o que anda com duas pernas é inimigo. 2) Tudo o que anda com quatro pernas ou tem asas é amigo. 3) Nenhum animal usará roupas. 4) Nenhum animal dormirá em cama. 5) Nenhum animal beberá álcool. 6) Nenhum animal matará outro animal. 7) Todos os animais são iguais.




          Com relação ao primeiro, ficou bem claro, para todos, que o, dito, “ser humano” deveria ser mantido bem afastado de/por todos, uma vez que sua aproximação era sinal de perigo. Por outro lado, o segundo reafirmava a camaradagem que deveria haver, dali por diante, entre todos eles, para garantir a força e um novo poder vigente. Um toque de “liberdade” estava presente no terceiro. Por meio do quarto, tendo a cama como objeto símbolo de conforto, “regalia” que não atinge todos os seres humanos, ficava patente que abrir mão desse privilégio, deixar de usufruir dele, nivelaria todos, em seus direitos. O quinto seria um modo de vetar, aos bichos, prazeres mundanos, oriundos dos vícios, o que os faria, sempre, diferentes do “ser derrotado”. O sexto nada mais é do que a apropriação de um dos mandamentos de Deus, o quinto (“Não matarás!”), sem, aqui, nenhuma conotação religiosa; apenas um conceito ético, moral, de respeito mútuo. Finalmente, aquele que geraria um conflito tão grande, ou maior, quanto o que existia, antes, quando a contenda era entre “humano X bichos”.





      Se, antes de morrer, a personagem MAJOR (VICTORIA REIS), mentora da “revolução”, via, nesta, o único caminho que poderia levar os demais bichos a uma vida harmoniosa, longe do jugo de alguém, não sabia ela que, entre eles, havia “quem” achasse que “alguns são mais ‘iguais’ que outros” e que não levaria muito tempo, para tomar conta da situação, pôr em prática a sua esperteza e repetir o comportamento dos “humanos”. Não á à toa que, no meio de tantos animais para representar esse “traidor da causa”, a autora do texto escolheu logo o porco, NAPOLEÃO (GUSTAVO DAMASCENO), animal que nasceu para chafurdar na lama e sentir prazer nisso, o qual, a princípio, tomou as rédeas de tudo, com a justificativa estúpida e mentirosa de que aquela comunidade carecia de uma liderança, que lutaria elo bem de todos, tendo sua irmã, BOLA DE NEVE (YASMIN GOMLEVSKY) como “cúmplice”, a qual será, também, traída por ele, mais tarde, no momento em que o poder lhe sobe ao topo da cabeça e ele sente que só havia espaço para si, como “líder”, na verdade um “novo tirano usurpador”. Esse tipo de “gente” só se alia a outrem, quando essa aliança lhe é favorável. Quando se sente contrariado ou percebe que sua “idolatria e força de poder” perdem robustez e “seus dias de tirano estão contados”, não pensam duas vezes, para pisar no seu “opositor”. “Esse filme parece estrar sempre em cartaz”; no momento atual, nem se fala...  E assim os “mandamentos” vão, aos poucos, sendo descumpridos e o novo “ditador” vai se locupletando com as “benesses” que tanto o “alimenta”.





    O texto, de DANIELA PEREIRA DE CARVALHO, é um primor e o mesmo digo sobre a direção de BRUCE GOMLEVSKY, um dos melhores diretores de TEATRO do Brasil. Este, no programa da peça, diz ter sido “UMA REVOLUÇÃO DOS BICHOS” o espetáculo mais difícil que já dirigiu, no sentido de “ser o mais desafiador”. Certamente, desafios não faltaram, para que se chegasse ao produto final. Dessa sensação, só mesmo ele pode ter certeza, no entanto, pelo fato de vir acompanhando sua carreira de encenador há tanto tempo, há mais de uma década, pensando em espetáculos, como “O Homem Travesseiro”, “Anti-Nelson Rodrigues”, “Festa de Família”, “Diário de Anne Frank”, “A Volta ao Lar”, “Funeral”, “Dêmonios”, “Os Sete Gatinhos”, “Sangue” e “Um Tartufo”, para citar apenas algumas de suas magníficas direções, digo, com a maior convicção que esta fantástica montagem está no excelente nível daquelas, mais próxima a uma ou outra. As características principais dos trabalhos da “CIA TEATRO ESPLENDOR”, fundada por ele, em 2008, “são a excelência dramatúrgica, atrelada a uma pesquisa interpretativa, fruto do estudo aprofundado do método das ações físicas de Constantin Stanislavski”. Tal método de trabalho, proposto pelo ator, diretor, pedagogo, escritor, teórico e pensador russo, de grande destaque entre os séculos XIX e XX, é de meu total agrado, uma vez que tal metodologia reflete sobre as técnicas de treinamento, preparação e procedimentos de ensaio, o que demanda um trabalho longo, até que a peça seja considera “madura”, para ser entregue ao público, e exige muito dos atores. Trabalho extremamente exaustivo, que exige uma dedicação plena do elenco. Não seria diferente aqui. É preciso muita disciplina e resistência física, por parte dos atores e atrizes, para suportar, por mais de duas horas, posições físicas muito desconfortáveis, tendo, grande parte do elenco que se movimentar, por boa parte do tempo, andando de quatro.


Bruce Gomlensky

(Foto: autoria desconhecida.)




          E já que o elenco foi citado, é sobre ele que passo a discorrer. Tanto trabalho, tanta dedicação, tanta exigência pela perfeição, por parte do diretor sobre os seus regidos, postura que não me canso de aplaudir, só poderia render um espetáculo em que não se nota um senão. Todo o elenco é digno dos meus mais efusivos aplausos. Pensei em não destacar nenhum nome, com receio de me arrepender, por correr o risco de, involuntariamente, ocultar algum, pelo que já me penitencio, porém não conseguiria ficar em paz com a minha consciência crítica, que pode não ser das melhores – e até acho que não seja -, se, conscientemente, não destacasse os nomes de GUSTAVO DAMASCENO (Napoleão), Yasmin Gomlevsky (Bola de Neve), LUCAS GARBOIS (Guincho), GABRIEL ALBUQUERQUE (Sr. Jones), PEDRO DI CARVALHO (Guerreiro) e JEAN MARCEL GATTI (Sr. Homem).





       GUSTAVO se lança com total “visceralidade” no personagem. A interpretação de YASMIN é comovente. A voz e a maneira de emiti-la que LUCAS encontrou, para o seu Guincho, são extraordinárias. GABRIEL convence muito, na pele do grande (primeiro) vilão, a ponto de angariar o ódio do espectador, pelo personagem, evidentemente. PEDRO DI CARVALHO me encanta tanto, como já o fez em “Sangue”, e, aqui, em termos de utilização do corpo, como ferramenta de trabalho, vai às raias de sua exploração, a ponto de “trotar” (Seu personagem é um cavalo.), apoiando-se, durante um bom tempo, numa das pernas, sobre os dedos, detalhe que pode ter passado despercebido para alguns, mas não para mim, que estava na primeira fila e observo tudo com “olhos de lince”. JEAN sofre muito, humilhado ao extremo, no personagem, e sua “dor” eu senti.




       O trabalho de expressão corporal de todo o elenco é algo surpreendente, que merece ser aplaudido de pé, bem como as vozes dos personagens bichos e suas emissões. Não há, na FICHA TÉCNICA, nenhum crédito específico a alguém que assine uma preparação corporal, isso porque tudo vai surgindo durante o processo, entre direção e atores (É o método Stanislavski operando.).




          BRUCE GOMLEVSKY também assina a cenogafia, que é outra atração à parte. Tudo se resume a um piso, sobre um tablado, quase ao rés do chão, coberto por palha seca, que deixa exalar um “cheiro de mato”, um feixe de feno, uma espécie de cadeira de guardião de praias ou piscinas, na quina do fundo direito do “palco”, a qual deixa seu ocupante numa posição de superioridade, ocupada pelo “usurpador” (O encerramento da peça guarda uma excelente surpresa, para um final aberto. Aberto ou fechado? Tirem suas conclusões!) e alguns objetos de cena, que entram e saem esporadicamente. Ao fundo, uma parede coberta por palha e vegetação.



Foto: Gilberto Bartholo



   MARIA DUARTE acertou em cheio nos figurinos, principalmente dos animais. Visualmente, funcionam perfeitamente, acrescidos de ótimos adereços (Não sei quem os criou, mas já deixo, aqui, meus parabéns pelo trabalho.) e uma excepcional maquiagem. Nota DEZ para o visagismo!!!





  Como ELISA TANDETA caprichou na iluminação, sendo mais um braço de BRUCE, para o sucesso desta montagem! Cores variadas e intensidade de luz e direcionamento de focos acertadíssimos. Não sei se gosto mais da luz que vem de cima ou dos refletores colocados no chão. Ambas geram efeitos visuais belíssimos.


A "rodinha"

Foto: Elisa Tandeta




   Um dos elementos desta encenação que mais me deixaram feliz foi a trilha sonora original, assinada por um mestre, nessa área, MARCELO ALONSO NEVES, com direito a uma composição de ZÉLIA DUNCAN, o “Hino dos Animais”, uma obra genial. Fiquei impressionado com a trilha, que, se superava a cada cena. Ouvi o que me pareceram marchas marciais ou, pelo menos, suas introduções, e tão interessado fiquei por esse elemento, que procurei o amigo MARCELO, por curiosidade, apenas, para saber como ele chegara àquele resultado, de onde havia extraído aqueles sons, intrigado com o adjetivo “original”. Quem compusera aquilo? Para a minha grande surpresa, vou tentar reproduzir a explicação que o autor dessa trilha sonora me deu, e espero que o consiga. Disse-me ele que compôs todos os temas, tocou e gravou tudo, fazendo uso de seu “simulador de instrumentos musicais”, uma vez que gosta de ouvir e seguir os sons dos instrumentos verdadeiros, de orquestra (cordas, tambores, trombones, trompetes, flautas...), e, quanto à parte cantada, nas quais se ouve um “coral”, o artista me disse que procura uma composição cantada, ao acaso, geralmente de música erudita, e extrai uma única nota musical, um “vocalise” qualquer, apropria-se daquilo, “recorta” e, a partir dali, vai mudando a tonalidade, vai esticando, vai aumentando (Palavras textuais de MARCELO: “Eu pego, amasso, rasgo, pico, junto, colo e vou transformando aquilo num grande coral”.), tudo com a indispensável utilização da tecnologia. Acrescentou que, às vezes, pega uma música e a toca ao contrário, o que vai resultar num efeito diferente. A bem dizer, um trabalho artesanal de alguém que eu considero um gênio em seu ofício. Nunca poderia imaginar, como leigo que sou no assunto, que aquilo poderia existir e produzir um efeito tão admirável, bom de se ouvir.  Duvido de que alguém pudesse imaginar esse processo, que espero ter sido compreendido por quem me lê. Assim como eu, aqueles que já assistiram à peça ou os que ainda terão esse prazer indescritível jamais poderiam imaginar que aquela obra de arte teve tal origem.





Em geral, nas críticas, não é costume se fazer alusão a quem trabalha na produção executiva, e aqui apresento "mea culpa" e me incluo. Raramente, eu o faço. É preciso, porém, lembrar que um batalhão de artistas se empenha, para erguer um espetáculo teatral, porém, durante sua temporada, quem opera a produção é de vital importância, a fim de deixar tudo à mão e na hora exata, e da maneira como deve ser, para que a sessão possa acontecer sem nenhum contratempo. Nesse sentido, acho muito justo citar os nomes de GABRIEL GARCIA e LUIZ PRADO, responsáveis pela direção de produção. 





 

FICHA TÉCNICA: 

Dramaturgia: Daniela Pereira de Carvalho – inspirada no livro “Animal Farm”, de George Orwell 

Direção: Bruce Gomlevsky 

Assistência de Direção: Lizia Bueno

 

Elenco – Personagem: Gustavo Damasceno – Napoleão; Yasmin Gomlevsky - Bola de Neve; Ricardo Lopes – Benjamin; Victoria Reis - Major / Sra Jones; Glauce Guima – Moisés; Lucas Garbois – Guincho; Gabriel Albuquerque - Sr. Jones; Pedro Di Carvalho – Guerreiro; Daniel Leuback – Mabel; Camille Leite – Tulipa; Raiza Noah – Chica; Jean Marcel Gatti - Galo / Pinchfield / Sr. Homem; Éder Martins - Porco / Frederick; Sol Souza - Gata


Coro: Léa Nogueira, Paulo Tarsia, Mariana Bittencourt, Gabriel Sednen, Jessica Luz e Valentina Ghiorzi 

 

Cenografia: Bruce Gomlevsky 

Figurino: Maria Duarte 

Iluminação: Elisa Tandeta 

Trilha Sonora Original: Marcelo Alonso Neves 

Hino dos Animais: Zélia Duncan 

Direção de Produção: Gabriel Garcia e Luiz Prado 

Fotos: Dalton Valério

Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany 

Realização: Cia Teatro Esplendor / BG ArtEntretenimento Ltda.

 

 

 




 

SERVIÇO:

Temporada: de 01 a 30 de outubro de 2022.

Local: Centro Cultural Municipal Sergio Porto.

Endereço: Rua Humaitá, 163 – Humaitá- Rio de Janeiro – RJ.

Dias e Horários: De sexta-feira a domingo, às 19h.

Valor dos Ingressos: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia entrada).

Duração: 2 horas e 30 minutos.

Indicação Etária: 14 anos.

Gênero: Tragicomédia.

 

 


 




        É sempre motivo de lamentação, de tristeza, lembrar o tanto de tempo, quase dois anos, durante o qual os Teatros tiveram que paralisar suas atividades (Foram os primeiros profissionais a parar e os últimos a voltar à “normalidade”.), deixando tantas pessoas desempregadas, suas famílias desamparadas e, até mesmo, passando necessidade, apesar do belo trabalho de apoio e acolhimento, feito pela APTR e outros órgãos de representatividade da classe teatral, e de ajudas individuais, de pessoas empáticas. Por outro lado, o que estamos vendo, agora, passada a fase crítica de uma pandemia, é algo que aquece a nossa alma: Teatros abrindo suas portas e, o que é melhor, com excelentes produções, como esta, à qual dedico uma merecida crítica, para a alegria de todos, artistas, profissionais de criação, produtores e público.




        Não terei disponibilidade de tempo para rever o espetáculo, como gostaria muito, o que lamento profundamente, por conta de uma agenda superlotada, graças aos DEUSES DO TEATRO, até o meado de novembro, porém torço para que a atual temporada seja estendida ou a peça passe a ocupar outro espaço, no Rio de Janeiro, a fim de que eu possa aplaudir, novamente “UMA REVOLUÇÃO DOS BICHOS”, que RECOMENDO COM O MAIOR EMPENHO.


ADORO ESTA PLAQUINHA!!!



FOTOS: DALTON VALÉRIO



GALERIA PARTICULAR:


Com Bruce Gomlevsky.


Com Pedro Di Carvalho.



E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

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