“UMA REVOLUÇÃO DOS BICHOS”
ou
(VIVA O ANIMALISMO!”)
ou
(UM RAIO X,
DE ALTA RESOLUÇÃO, DE UM PAÍS DO LADO DE BAIXO DO EQUADOR,
DE 2018 A 2022.)
Tudo tem seu motivo para existir e a hora exata para
acontecer. O TEATRO não foge a isso. Uma peça que não diz a
que veio ou que é encenada num momento não propício para a sua montagem,
quando as pessoas estão interessadas em outras coisas, bem distantes do tema
do espetáculo, passa despercebida, sem conhecer o sabor do sucesso, de
público e de crítica. Por outro lado, quando uma montagem entra em
cartaz, tratando de uma temática que interessa a todos e com um propósito mais
que explícito, como ocorre com “UMA REVOLUÇÃO DE BICHOS”, com texto de DANIELA
PEREIRA DE CARVALHO e direção de BRUCE GOMLEVSKY, ambos
primorosos, o resultado não poderia ser outro: lotação esgotada em todas
as sessões, numa temporada curta, que merecia ocupar, por meses, o Centro
Cultural Municipal Sergio Porto, onde está sendo exibida (VER SERVIÇO.).
O
artista, ao mesmo tempo que expõe, extravasa, em qualquer mídia ou
formato, seus sentimentos e sua visão de mundo, utilizando, como ferramenta, a
sua ARTE, também pode ser um porta-voz dos anseios e das críticas das
pessoas às quais é dirigida a sua ARTE, exatamente o que fez DANIELA
PEREIRA DE CARVALHO, quando resolveu escrever uma peça de TEATRO
baseada no livro “Animal Farm” (“Fazenda de
Animais”), do consagrado escritor, jornalista e ensaísta
inglês, nascido na Índia Britânica, GEORGE ORWELL,
pseudônimo de Eric Arthur Blair, falecido em 1950, de
tuberculose, aos 46 anos de idade, o qual nos legou excelentes
publicações, além desta que serve de base para a dramaturgia da peça. O romance “Animal Farm”,
publicado em 1945, se tornou um clássico contemporâneo, sendo um dos livros
mais lidos do mundo. O texto de ORWELL é uma fábula sobre um
grupo de animais que se rebela contra o dono da fazenda e a exploração por
parte dos humanos. É uma alegoria sobre o totalitarismo, mais
especificamente sobre os rumos tomados pela Revolução Russa de 1917.
Com seu texto, DANIELA fala por cerca da metade do Brasil;
não, infelizmente, por toda a sua população. Tenho a dizer que ela me
representa e agradeço-lhe, assim como ao diretor do espetáculo
e ao excepcional elenco, pela oportunidade que me proporcionaram de
fazer uma catarse profunda, ainda que sob uma enorme tensão emocional,
na noite do último sábado, 08 de outubro de 2022. Como disseram o poeta Cazuza e Roberto Frejat,
“Estamos, meu bem, por um triz, pro dia nascer feliz.”. Ou não.
Nem é bom pensar.
(Foto: autoria desconhecida.)
Não li o livro, confesso,
envergonhado, mas vou ler, entretanto, mesmo assim, partindo do que a dramaturga
escreveu no programa da peça, acredito que ela tenha traduzido,
fielmente, por meio de diálogos, colocados na boca dos bichos e dos
poucos personagens “humanos”, tudo o que pretendia ORWELL,
só que numa linguagem mais realista e de acordo com os tempos hodiernos.
Palavras de DANIELA: “‘UMA REVOLUCÃO DOS BICHOS’ é uma obra que se
insurge contra o autoritarismo de qualquer espectro ideológico. Nossa peça não
se passa na Inglaterra da década de quarenta do século passado, como o romance
original do qual parti para escrevê-la. Essa ‘FAZENDA DOS ANIMAIS’ (O
nome da Fazenda.) é atemporal e pode estar em qualquer lugar da
Terra”. Aproveito para lembrar que ESSA TERRA É REDONDA, E CONTINUARÁ SENDO, e que, sem o
menor esforço, como todos os que assistem à peça, identifiquei a metáfora
da “fazenda”. Mais que uma metáfora; uma alegoria,
espécie de “metáfora ampliada”, utilizando-se de algo que evoca
outra coisa, recorrendo a uma ilação moral. Nem sempre conseguimos decodificar
o sentido contido numa metáfora ou numa alegoria, todavia, nesta peça,
tal figura de linguagem salta aos nossos olhos, graças à “carpintaria”
do texto. Da mesma forma, qualquer pessoa, do público, com o mínimo
de QI e senso crítico, consegue associar o personagem SR.
JONES (GABRIEL ALBUQUERQUE), dono da fazenda, à figura de um “ser”
inominável, deplorável, desprezível, perverso, vil,
desumano, ignóbil, abjeto... Na verdade, não acredito que
alguém, de qualquer uma das plateias que vêm lotando o Centro
Cultural Municipal Sergio Porto faça uma leitura diferente da minha.
E segue a autora do texto: “Quis
fazer essa peça porque acredito que precisamos reinaugurar o pacto
civilizatório (Que
já tivemos – acrescento eu.), interditando o paradigma da
dominação e da exploração que - quase hegemonicamente – nos organizou até aqui.
Precisamos construir um mundo de colaboração e igualdade! Um mundo onde
ditadores reacionários e arrecadadores de lucros selvagens sejam considerados
inaptos – e não figuras proeminentes.”. É imperativo que esse tipo de sociedade
chegue logo e que essas “figuras proeminentes” retornem, no
mínimo de dias possível, aos "esgotos", de onde nunca deveriam ter saído.
SINOPSE:
Os animais, cansados da exploração,
na fazenda em que vivem, organizam um movimento, expulsam os humanos e acabam
por tomar o controle do espaço.
Após o sucesso da missão, surge o Animalismo,
regime que possui, em seu DNA, a ideia de que todos os animais são
iguais.
Uma vez, porém, implementado o novo
sistema, sem a presença de humanos e com a liderança dos Porcos,
aos poucos, começam a emergir a sede de poder e a tolerância à corrupção.
A montagem do espetáculo, cujo texto foi “gestado” entre setembro de 2021 e março de 2022, reúne nada menos do que 20 atores em cena, 14 com personagens e 6 fazendo parte do CORO (LÉA NOGUEIRA, PAULO TARSIA, MARIANA BITTENCOURT, GABRIEL SEDNEN, JESSICA LUZ e VALENTINA GHIORZI), motivo de grande júbilo, nos dias de hoje, quando, por várias razões, a quantidade de monólogos prolifera, como “gremlins”, cresceu nas estatísticas de peças representadas no Brasil, poucos de excelente qualidade; ruins ou “sofríveis”, a maioria. O processo, contudo, consumiu 20 meses de muita pesquisa e ensaio, e, com ele, a CIA TEATRO ESPLENDOR “pretende investigar, principalmente, dois pontos: um temático e outro cênico”. Consta, no “release”, a mim enviado por STELLA STEPHANY (JSPONTES COMUNICAÇÃO JOÃO PONTES e STELLA STEPHANY), que “A pesquisa temática se debruça sobre a relação entre as estruturas do poder - nas esferas pessoal e coletiva. A pesquisa cênica se concentra na descoberta de uma expressão corporal e vocal para a composição de personagens não-humanos. Essa construção demandou a descoberta de uma linguagem cênica própria, original, que norteará a encenação - uma linguagem expressionista e onírica, cujo foco é encontrar a vida física e vocal dos “animais/personagens" que habitam a fazenda, um microcosmo da sociedade, com toda a complexidade das relações humanas.”.
De uma forma muito límpida, cristalina, a questão das estruturas
do poder, tanto na esfera pessoal quanto na coletiva, é apresentada, sem “adornos
acessórios”, da forma mais direta possível, na figura de um homem
totalmente desprovido de bons sentimentos, principalmente de empatia,
que só visa ao lucro e à exploração, “sem dó nem piedade”, dos
animais de sua fazenda, os quais ele só enxergava como “propriedades
suas”, com total indiferença ao seu sofrimento, causado por ele,
da forma mais implacável possível. Um homem que vivia “afogado no álcool”,
como, talvez, uma maneira de “justificar” o tratamento que
dispensava aos pobres animais. Seu machismo e misoginia, com
relação à esposa, a quem não dava a mínima importância, também revela uma outra
faceta do personagem SR. JONES, muito bem representado pelo ator GABRIEL
ALBUQUERQUE.
Uma
vez concretizada a “revolução dos bichos”, a partir do momento da
conscientização de que não conseguiam mais suportar aquele tratamento cruel, e
a expulsão dos seres humanos da propriedade, um pacto de igualdade entre
os “vencedores” foi estabelecido, pautado em sete mandamentos,
aceitos por todos, por unanimidade, a saber: 1) Tudo o que anda com duas
pernas é inimigo. 2) Tudo o que anda com quatro pernas ou tem
asas é amigo. 3) Nenhum animal usará roupas. 4) Nenhum animal
dormirá em cama. 5) Nenhum animal beberá álcool. 6) Nenhum animal
matará outro animal. 7) Todos os animais são iguais.
Com relação ao primeiro, ficou
bem claro, para todos, que o, dito, “ser humano” deveria ser
mantido bem afastado de/por todos, uma vez que sua aproximação era sinal
de perigo. Por outro lado, o segundo reafirmava a camaradagem que
deveria haver, dali por diante, entre todos eles, para garantir a força e um
novo poder vigente. Um toque de “liberdade” estava presente no terceiro.
Por meio do quarto, tendo a cama como objeto símbolo de
conforto, “regalia” que não atinge todos os seres humanos, ficava
patente que abrir mão desse privilégio, deixar de usufruir dele, nivelaria
todos, em seus direitos. O quinto seria um modo de vetar, aos
bichos, prazeres mundanos, oriundos dos vícios, o que os faria,
sempre, diferentes do “ser derrotado”. O sexto nada mais é
do que a apropriação de um dos mandamentos de Deus, o quinto
(“Não matarás!”), sem, aqui, nenhuma conotação religiosa; apenas
um conceito ético, moral, de respeito mútuo. Finalmente,
aquele que geraria um conflito tão grande, ou maior, quanto o que existia,
antes, quando a contenda era entre “humano X bichos”.
Se, antes de morrer, a personagem
MAJOR (VICTORIA REIS), mentora da “revolução”, via, nesta,
o único caminho que poderia levar os demais bichos a uma vida harmoniosa, longe do jugo de alguém, não sabia ela que, entre eles, havia “quem”
achasse que “alguns são mais ‘iguais’ que outros” e que não
levaria muito tempo, para tomar conta da situação, pôr em prática a sua
esperteza e repetir o comportamento dos “humanos”. Não á à toa
que, no meio de tantos animais para representar esse “traidor da causa”,
a autora do texto escolheu logo o porco, NAPOLEÃO (GUSTAVO
DAMASCENO), animal que nasceu para chafurdar na lama e sentir prazer nisso,
o qual, a princípio, tomou as rédeas de tudo, com a justificativa estúpida e
mentirosa de que aquela comunidade carecia de uma liderança, que lutaria elo bem de todos, tendo sua irmã,
BOLA DE NEVE (YASMIN GOMLEVSKY) como “cúmplice”, a qual será,
também, traída por ele, mais tarde, no momento em que o poder lhe sobe ao topo
da cabeça e ele sente que só havia espaço para si, como “líder”,
na verdade um “novo tirano usurpador”. Esse tipo de “gente”
só se alia a outrem, quando essa aliança lhe é favorável. Quando se sente contrariado
ou percebe que sua “idolatria e força de poder” perdem robustez e
“seus dias de tirano estão contados”, não pensam duas vezes, para
pisar no seu “opositor”. “Esse filme parece estrar sempre
em cartaz”; no momento atual, nem se fala... E assim os “mandamentos” vão,
aos poucos, sendo descumpridos e o novo “ditador” vai se locupletando
com as “benesses” que tanto o “alimenta”.
O texto, de DANIELA PEREIRA DE
CARVALHO, é um primor e o mesmo digo sobre a direção de BRUCE GOMLEVSKY, um dos melhores diretores de TEATRO do Brasil. Este, no programa da peça, diz ter sido “UMA REVOLUÇÃO DOS BICHOS”
o espetáculo mais difícil que já dirigiu, no sentido de “ser o
mais desafiador”. Certamente, desafios não faltaram, para que se
chegasse ao produto final. Dessa sensação, só mesmo ele pode ter certeza, no
entanto, pelo fato de vir acompanhando sua carreira de encenador há
tanto tempo, há mais de uma década, pensando em espetáculos, como “O
Homem Travesseiro”, “Anti-Nelson Rodrigues”, “Festa
de Família”, “Diário de Anne Frank”, “A Volta ao Lar”,
“Funeral”, “Dêmonios”, “Os Sete Gatinhos”,
“Sangue” e “Um Tartufo”, para citar apenas algumas
de suas magníficas direções, digo, com a maior convicção que esta
fantástica montagem está no excelente nível daquelas, mais próxima a uma ou
outra. As características principais dos trabalhos da “CIA TEATRO ESPLENDOR”,
fundada por ele, em 2008, “são a excelência dramatúrgica, atrelada
a uma pesquisa interpretativa, fruto do estudo aprofundado do método das ações
físicas de Constantin Stanislavski”. Tal método de trabalho,
proposto pelo ator, diretor, pedagogo, escritor, teórico
e pensador russo, de grande destaque entre os séculos XIX e XX, é
de meu total agrado, uma vez que tal metodologia reflete sobre as técnicas
de treinamento, preparação e procedimentos de ensaio, o que demanda um trabalho
longo, até que a peça seja considera “madura”, para ser entregue ao público, e
exige muito dos atores. Trabalho extremamente exaustivo, que exige uma dedicação
plena do elenco. Não seria diferente aqui. É preciso muita disciplina e resistência física, por parte dos atores e atrizes, para suportar, por mais de duas horas, posições físicas muito desconfortáveis, tendo, grande parte do elenco que se movimentar, por boa parte do tempo, andando de quatro.
Bruce Gomlensky
(Foto: autoria desconhecida.)
E já que o elenco
foi citado, é sobre ele que passo a discorrer. Tanto trabalho, tanta dedicação,
tanta exigência pela perfeição, por parte do diretor sobre os seus regidos,
postura que não me canso de aplaudir, só poderia render um espetáculo em que
não se nota um senão. Todo o elenco é digno dos meus mais efusivos
aplausos. Pensei em não destacar nenhum nome, com receio de me arrepender, por
correr o risco de, involuntariamente, ocultar algum, pelo que já me penitencio,
porém não conseguiria ficar em paz com a minha consciência crítica, que
pode não ser das melhores – e até acho que não seja -, se,
conscientemente, não destacasse os nomes de GUSTAVO DAMASCENO (Napoleão), Yasmin
Gomlevsky (Bola de Neve), LUCAS GARBOIS (Guincho),
GABRIEL ALBUQUERQUE (Sr. Jones), PEDRO DI CARVALHO (Guerreiro)
e JEAN MARCEL GATTI (Sr. Homem).
GUSTAVO se lança com
total “visceralidade” no personagem. A interpretação
de YASMIN é comovente. A voz e a maneira de emiti-la
que LUCAS encontrou, para o seu Guincho, são extraordinárias.
GABRIEL convence muito, na pele do grande (primeiro) vilão,
a ponto de angariar o ódio do espectador, pelo personagem,
evidentemente. PEDRO DI CARVALHO me encanta tanto, como já o fez em “Sangue”,
e, aqui, em termos de utilização do corpo, como ferramenta de
trabalho, vai às raias de sua exploração, a ponto de “trotar”
(Seu personagem é um cavalo.), apoiando-se, durante um bom tempo, numa
das pernas, sobre os dedos, detalhe que pode ter passado despercebido para
alguns, mas não para mim, que estava na primeira fila e observo tudo com “olhos
de lince”. JEAN sofre muito, humilhado ao extremo, no personagem,
e sua “dor” eu senti.
O trabalho de expressão
corporal de todo o elenco é algo surpreendente, que merece ser aplaudido de pé,
bem como as vozes dos personagens bichos e suas emissões. Não há, na FICHA
TÉCNICA, nenhum crédito específico a alguém que assine uma preparação
corporal, isso porque tudo vai surgindo durante o processo, entre direção
e atores (É o método Stanislavski operando.).
BRUCE GOMLEVSKY também assina a cenogafia, que é outra atração à parte. Tudo se resume a um piso, sobre um tablado, quase ao rés do chão, coberto por palha seca, que deixa exalar um “cheiro de mato”, um feixe de feno, uma espécie de cadeira de guardião de praias ou piscinas, na quina do fundo direito do “palco”, a qual deixa seu ocupante numa posição de superioridade, ocupada pelo “usurpador” (O encerramento da peça guarda uma excelente surpresa, para um final aberto. Aberto ou fechado? Tirem suas conclusões!) e alguns objetos de cena, que entram e saem esporadicamente. Ao fundo, uma parede coberta por palha e vegetação.
Foto: Gilberto Bartholo
MARIA DUARTE acertou em
cheio nos figurinos, principalmente dos animais. Visualmente, funcionam
perfeitamente, acrescidos de ótimos adereços (Não sei quem os criou, mas
já deixo, aqui, meus parabéns pelo trabalho.) e uma excepcional maquiagem.
Nota DEZ para o visagismo!!!
Como ELISA TANDETA caprichou
na iluminação, sendo mais um braço de BRUCE, para o sucesso desta
montagem! Cores variadas e intensidade de luz e direcionamento de
focos acertadíssimos. Não sei se gosto mais da luz que vem de cima ou dos refletores colocados no chão. Ambas geram efeitos visuais belíssimos.
A "rodinha"
Foto: Elisa Tandeta
Um dos elementos desta encenação
que mais me deixaram feliz foi a trilha sonora original, assinada por um
mestre, nessa área, MARCELO ALONSO NEVES, com direito a uma composição
de ZÉLIA DUNCAN, o “Hino dos Animais”, uma obra genial.
Fiquei impressionado com a trilha, que, se superava a cada cena. Ouvi o
que me pareceram marchas marciais ou, pelo menos, suas introduções, e tão
interessado fiquei por esse elemento, que procurei o amigo MARCELO, por
curiosidade, apenas, para saber como ele chegara àquele resultado, de onde
havia extraído aqueles sons, intrigado com o adjetivo “original”.
Quem compusera aquilo? Para a minha grande surpresa, vou tentar reproduzir a
explicação que o autor dessa trilha sonora me deu, e espero
que o consiga. Disse-me ele que compôs todos os temas, tocou e gravou tudo,
fazendo uso de seu “simulador de instrumentos musicais”, uma vez
que gosta de ouvir e seguir os sons dos instrumentos verdadeiros, de orquestra
(cordas, tambores, trombones, trompetes, flautas...), e, quanto à parte
cantada, nas quais se ouve um “coral”, o artista me disse
que procura uma composição cantada, ao acaso, geralmente de música
erudita, e extrai uma única nota musical, um “vocalise”
qualquer, apropria-se daquilo, “recorta” e, a partir dali, vai
mudando a tonalidade, vai esticando, vai aumentando (Palavras textuais de MARCELO:
“Eu pego, amasso, rasgo, pico, junto, colo e vou transformando aquilo num
grande coral”.), tudo com a indispensável utilização da tecnologia.
Acrescentou que, às vezes, pega uma música e a toca ao contrário,
o que vai resultar num efeito diferente. A bem dizer, um trabalho artesanal
de alguém que eu considero um gênio em seu ofício. Nunca poderia imaginar,
como leigo que sou no assunto, que aquilo poderia existir e produzir um efeito
tão admirável, bom de se ouvir. Duvido
de que alguém pudesse imaginar esse processo, que espero ter sido compreendido
por quem me lê. Assim como eu, aqueles que já assistiram à peça ou os
que ainda terão esse prazer indescritível jamais poderiam imaginar que aquela obra
de arte teve tal origem.
Em geral, nas críticas, não é
costume se fazer alusão a quem trabalha na produção executiva, e aqui apresento "mea culpa" e me
incluo. Raramente, eu o faço. É preciso, porém, lembrar que um batalhão de
artistas se empenha, para erguer um espetáculo teatral, porém, durante
sua temporada, quem opera a produção é de vital importância, a
fim de deixar tudo à mão e na hora exata, e da maneira como deve ser, para que
a sessão possa acontecer sem nenhum contratempo. Nesse sentido, acho
muito justo citar os nomes de GABRIEL GARCIA e LUIZ PRADO, responsáveis
pela direção de produção.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia: Daniela Pereira de
Carvalho – inspirada no livro “Animal Farm”, de George Orwell
Direção: Bruce Gomlevsky
Assistência de Direção: Lizia Bueno
Elenco – Personagem: Gustavo Damasceno – Napoleão; Yasmin Gomlevsky - Bola de Neve; Ricardo Lopes – Benjamin; Victoria Reis - Major / Sra Jones; Glauce Guima – Moisés; Lucas Garbois – Guincho; Gabriel Albuquerque - Sr. Jones; Pedro Di Carvalho – Guerreiro; Daniel Leuback – Mabel; Camille Leite – Tulipa; Raiza Noah – Chica; Jean Marcel Gatti - Galo / Pinchfield / Sr. Homem; Éder Martins - Porco / Frederick; Sol Souza - Gata
Coro: Léa Nogueira, Paulo Tarsia, Mariana Bittencourt, Gabriel Sednen, Jessica Luz e Valentina Ghiorzi
Figurino: Maria Duarte
Iluminação: Elisa Tandeta
Trilha Sonora Original: Marcelo Alonso Neves
Hino dos Animais: Zélia Duncan
Direção de Produção: Gabriel Garcia e Luiz Prado
Fotos: Dalton Valério
Assessoria de Imprensa: JSPontes
Comunicação - João Pontes e Stella Stephany
Realização: Cia Teatro Esplendor / BG
ArtEntretenimento Ltda.
SERVIÇO:
Temporada: de 01 a 30 de outubro de
2022.
Local: Centro Cultural Municipal
Sergio Porto.
Endereço: Rua Humaitá, 163 – Humaitá-
Rio de Janeiro – RJ.
Dias e Horários: De sexta-feira a
domingo, às 19h.
Valor dos Ingressos: R$40,00
(inteira) e R$20,00 (meia entrada).
Duração: 2 horas e 30 minutos.
Indicação Etária: 14 anos.
Gênero: Tragicomédia.
É sempre motivo de
lamentação, de tristeza, lembrar o tanto de tempo, quase dois anos, durante o
qual os Teatros tiveram que paralisar suas atividades (Foram
os primeiros profissionais a parar e os últimos a voltar à “normalidade”.),
deixando tantas pessoas desempregadas, suas famílias desamparadas e, até mesmo,
passando necessidade, apesar do belo trabalho de apoio e acolhimento, feito
pela APTR e outros órgãos de representatividade da classe teatral,
e de ajudas individuais, de pessoas empáticas. Por outro lado, o que estamos vendo,
agora, passada a fase crítica de uma pandemia, é algo que aquece a nossa alma: Teatros
abrindo suas portas e, o que é melhor, com excelentes produções, como
esta, à qual dedico uma merecida crítica, para a alegria de todos, artistas,
profissionais de criação, produtores e público.
Não terei disponibilidade
de tempo para rever o espetáculo, como gostaria muito, o que lamento profundamente, por conta de uma
agenda superlotada, graças aos DEUSES DO TEATRO, até o meado de novembro,
porém torço para que a atual temporada seja estendida ou a peça passe a
ocupar outro espaço, no Rio de Janeiro, a fim de que eu possa aplaudir,
novamente “UMA REVOLUÇÃO DOS BICHOS”, que RECOMENDO COM O MAIOR EMPENHO.
ADORO ESTA PLAQUINHA!!!
FOTOS: DALTON VALÉRIO
GALERIA PARTICULAR:
Com Bruce Gomlevsky.
Com Pedro Di Carvalho.
E VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE
MAIS!!!
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TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
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