domingo, 21 de agosto de 2022

 

“ENQUANTO

VOCÊ VOAVA,

EU CRIAVA RAÍZES”

ou

(UM ESPETÁCULO “PARA VER COM OS OUVIDOS E OUVIR PELOS OLHOS”.)








        Fui convidado para um espetáculo da CIA. DOS À DEUX, o primeiro deles, depois que os Teatros voltaram a abrir as suas portas, obrigados que foram a fechá-las, em função da pandemia de COVID-19, que arrefeceu, porém não estamos livres, totalmente, dela, motivo que me leva a continuar com os mesmos cuidados adquiridos, desde o início desse flagelo: máscara, álcool em gel e distanciamento, quando, e quanto, possível. O interessante é que, se é que podemos assim considerar, esta montagem é uma coisa “boa” que surgiu por conta dessa mesma pandemia, sobre o que falarei um pouco mais adiante, principalmente na SINOPSE. Confesso que é difícil escrever sobre esta montagem, quase impossível de traduzir, em palavras, as emoções e os sentimentos que o espetáculo me provocou.





A CIA. DOS À DEUX, para quem ainda não sabe, é uma CIA. franco-brasileira, que existe há 24 anos, fundada por ANDRÉ CURTI e ARTUR LUANDA RIBEIRO, os quais iniciaram, na França, uma profícua parceria artística, com uma pesquisa teatral e coreográfica, tendo como inspiração a obra “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Trata-se de uma “CIA. de gestos”. De lá para cá, a “DOS À DEUX” só fez emplacar grandes sucessos, de público e de crítica, e seus espetáculos são disputadíssimos, por quem aprecia a boa arte, e sempre foram merecedores de inúmeras premiações. A CIA. já se apresentou por todos os países da Europa, além da África, América do Sul, Coreia do Sul e Índia, num total de mais de 50 países, somando acima de 2 mil apresentações, por toda a Europa, África Central, Ásia, Polinésia Francesa, Emirados Árabes e América do Sul.





Nesse quase jubileu de prata, o repertório da CIA. computa 11 espetáculos: “Dos à Deux” (1998), “Je Suis Bien Moi” (2000), “Fulyo” (2000), “Aux Pieds de la Lettre” (2002), “Saudade em Terras D’água” (2005), “Fragmentos do Desejo” (2009), “Ausência” (solo, com Luís Melo, de 2012), “Dos à Deux - 2º Ato” (2013), “Irmãos de Sangue” (2013), “Gritos” (2016) e “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes” (2022). Desses, os que mais me marcaram, até hoje, foram “Fragmentos do Desejo”, “Ausência”, “Irmãos de Sangue” e “Gritos”.





Muitas das informações já aqui passadas e outras, que ainda virão, foram extraídas, com cortes e adaptações, de um longo e detalhado “release” que me chegou às mãos, enviado por PAULA CATUNDA (Assessoria de Imprensa). A CIA. tinha sua sede na França, porém, há sete anos, além desta, situada em Paris, passou a ter duas: a francesa e outra no Rio de Janeiro, no bairro da Glória, “Nesta, além de abrigar a companhia, o espaço vem se estabelecendo como um local para oficinas e residências artísticas, para outros grupos.”.





 

SINOPSE:

Há dois anos, quando, em virtude da pandemia, estavam isolados na casa-sede da CIA., no Rio de Janeiro, ANDRÉ e ARTUR iniciaram um longo processo criativo do espetáculo em tela e, a partir de uma imersão profunda, os dois artistas encontram, na solidão, uma liberdade criativa que ainda não haviam experimentado, em 30 anos de carreira.

Como em suas obras anteriores, partiram de uma palavra-chave, para elaborar a dramaturgia visual. O medo – e as múltiplas sensações provocadas por este sentimento – foi o ponto de partida desta montagem.

Não apenas o medo, porém, enquanto força paralisante, mas como um impulso para uma travessia, rumo ao renascimento.

 




 

O fascinante espetáculo tem dramaturgia, cenografia, encenação e “performance” de ANDRÉ CURTI e ARTUR LUANDA RIBEIRO. “Com o isolamento, num momento de instabilidade e fragilidade coletiva, ANDRÉ e ARTUR mergulharam nos múltiplos medos que nos atravessam, para, aos poucos, chegar a estados, sentimentos e emoções, a que deram o nome de ‘espaços íntimos de sensações’”.





Segundo ARTUR, este é um espetáculo “para ver com os ouvidos e ouvir pelos olhos”. A peça não tem uma dramaturgia linear nem um texto verbal, o que, para muita gente, é um fator que pode limitar a captação do que pretendem os dois artistas criadores, o que, entretanto, é compensado pela beleza plástica da peça. Durante os 50 minutos de duração do espetáculo, por parte do público, há um silêncio sepulcral e uma total ligação com o palco. Uma grande troca de energia. Todos parecem hipnotizados pelos dois artistas, os quais exploram, de uma forma quase inacreditável, seus corpos, para instigar a plateia, com imagens e ilusão de ótica. Os assistentes não conseguem entender como tudo o que estão vendo possa ser verdade. Mistério total.  “Os dois personagens são corpos que ora se juntam, ora se separam. São duas sombras que se fundem – como um oráculo dos sonhos, que revela corpos suspensos e invertidos no espaço. Com seus membros prolongados, tentam alcançar e se segurar um ao outro, ficando suspensos para não cair. Impelidos pelo medo, eles se encontram à beira do precipício.”.





Numa fusão entre o teatro gestual e as artes visuais, a CIA. DOS À DEUX propõe que o público assista ao espetáculo como que através de uma lente de cinema. Por trás dessa tela, que se assemelha a um portal, como se fosse um grande oráculo dos sonhos, ARTUR e ANDRÉ criaram narrativas visuais, o grande diferencial desta montagem. Mas “é por meio de seus corpos, da fisicalidade e da virtuosidade, que a ilusão acontece em cena”.





Criadas pelo diretor de fotografia MIGUEL VASSY e pela artista plástica LAURA FRAGOSO, “as imagens projetadas em cena dialogam com a dramaturgia, assim como a música original, criada por FEDERICO PUPPI”. A propósito o “casamento” entre a dupla de multiartistas e este talentoso e consagrado músico é de uma felicidade a toda prova. A trilha sonora original, composta e executada por PUPPI é parte deste “corpo”, um membro que jamais poderia ser extirpado. Um incalculável percentual de beleza da peça se concentra no trabalho de FEDERICO PUPPI, sem falar nos demais artistas de criação e, evidentemente, do trabalho, em cena, de ARTUR e ANDRÉ, o principal.



Artur Luanda Ribeiro e André Curti.

(Foto: Marcelo Gigante.)



Federico Puppi.

(Foto: Leandro Benjamin.)


     A ficha técnica do espetáculo é bem longa, porque, para que aquela OBRA-PRIMA possa acontecer, um batalhão de artistas de criação e técnicos entra em ação. Estes têm um papel preponderante neste trabalho, uma vez que tudo é muito milimetricamente sincronizado e qualquer descuido comprometeria a encenação. Muitos aplausos para todos, cujos nomes não vou escrever aqui, uma vez que podem ser encontrados no quadro em destaque, logo aqui abaixo.





   

FICHA TÉCNICA:

Direção, Dramaturgia, Cenografia e “Performance”: André Curti e Artur Luanda Ribeiro

Música Original: Federico Puppi

Iluminação: Artur Luanda Ribeiro

Cenotecnia: Jessé Natan

Assistentes de Cenotecnia: Bruno Oliveira, Eduardo Martins e Rafael do Nascimento

Criação de objetos: Diirr

Criação videográfica: Laura Fragoso

Imagens: Miguel Vassy e Laura Fragoso

Figurino: Ticiana Passos

Operação de Som e Vídeo: Gabriel Reis

Operação de Luz: Filipe Medeiros e Tiago D’Avila

Contrarregragem: Iuri Wander

Preparação / Criação Percussiva: Chico Santana

Costura da Caixa Preta: Cris Benigni e Riso

Costura dos Figurinos: Atelier das Meninas

Assessoria de Imprensa: Paula Catunda

Mídias Sociais: Mariã Braga

“Designer” Gráfico: Bruno Dante

Fotos: Nana Moraes e Renato Mangolin

Coordenação Administrativo-Financeira: Alex Nunes e Patrícia Basílio

Produção Executiva: Ártemis e Alex Nunes

Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela - Galharufa Produções

Realização: Cia Dos à Deux

 

 





SERVIÇO:

Temporada: De 11 de agosto a 25 de setembro de 2022.

Local: Oi Futuro.

Endereço: Rua Dois de Dezembro, nº 63 – Flamengo – Rio de Janeiro.

Informações: (21)3131-3060.

Dias e Horários: De quinta-feira a domingo, às 20h.

Capacidade: 63 lugares.

Classificação Etária: 18 anos.

Valor dos Ingressos: R$30,00 (meia entrada) e R$60,00 (inteira).

Venda de Ingressos: Na bilheteria do Centro Cultural OI Futuro, de quarta-feira a domingo, e pela plataforma Sympla.

 

 




       Cada espetáculo da CIA. DOS À DEUX nos oferece surpresas das mais agradáveis e sempre deixamos os Teatros em que se apresentam ARTUR e ANDRÉ com a “alma leve”, recompensados e embevecidos por um trabalho de total cuidado, um orgulho para os brasileiros, no campo das ARTES.





     Não percam a oportunidade de assistir a esta experiência que, certamente, vai mexer muito com a sua emoção e levá-lo a refletir sobre a solidão, a existência humana e a relação interpessoal e interior, de cada um ser humano.









 

FOTOS: NANA MORAES E RENATO MANGOLIN

 


E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

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TEATRO BRASILEIRO!!!





















































































































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