domingo, 6 de setembro de 2015


AMARGO FRUTO

– A VIDA DE

BILLIE HOLIDAY

 

 

 

(“LADY DAY” NÃO MORREU

ou

BILLIE LILIAN HOLIDAY VALESKA

ou

UMA DIVA POR OUTRA DIVA.)

 

 


 

 

 

            Qualquer grande atriz merece um grande papel.

 

Qualquer grande atriz merece estrelar um espetáculo, que parece ter sido escrito para ela, e receber todos os aplausos e elogios do público.

 

LILIAN VALESKA, apesar de tantos anos de estrada e de brilhar em todos os trabalhos de que participou – eu disse “TODOS” – não tinha, ainda, visto chegar a sua hora, o seu grande momento protagonista.  Mas ele já chegou, e isso pode, e deve, ser conferido, atualmente, no espetáculo “AMARGO FRUTO – A VIDA DE BILLIE HOLIDAY”, em cartaz no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, mais propriamente, na emblemática Praça Tiradentes, de tantas boas lembranças ligadas ao TEATRO.

 

Naquele mesmo palco, a própria LILIAN já teve a oportunidade de demonstrar seu talento em outros grandes musicais, em papéis de menor destaque, porém de grande importância, como em “Godspell” e “Império”, por exemplo.  Mas, agora, é diferente: ela é, reconhecidamente, uma diva, interpretando outra: BILLIE HOLIDAY.

 

 


Fachada do Teatro Carlos Gomes

 (Praça Tiradentes – Rio de Janeiro).

 

 

O espetáculo sobe ao palco no ano em que BILLIE, nascida Eleonora Fagan Gough, de pais adolescentes, em 1915, completaria cem anos de idade, se não tivesse morrido, em 1959, aos 44, de edema pulmonar e insuficiência cardíaca, em Nova York, no Hospital Metropolitano, onde estava internada, para tratar de problemas hepáticos e cardíacos, em função de um quadro agudo de cirrose hepática.

 

Enquanto estava no hospital, em tratamento, recebeu voz de prisão, por posse de drogas, tendo sido seu quarto invadido pelas autoridades, a partir de quando policiais ficaram de guarda, na porta, até o suspiro final.  A humilhação, sua “companheira”, ao longo de toda a vida, não a poupou nem na hora da morte.

 

 


Lilian / Billie.

 

 


Billie / Lilian.

 

 

BILLIE HOLIDAY passou por todos os sofrimentos possíveis, tendo sido violentada, por um vizinho, aos 10 anos de idade, e internada numa casa de correção, para meninas vítimas de abuso.  Aos 12, trabalhava, lavando o chão de prostíbulos.  Aos 13 anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu na prostituição.

 

Sua carreira de cantora começou em 1930.  Estando mãe e filha ameaçadas de despejo, por falta de pagamento de sua moradia, BILLIE sai à rua, em desespero, na busca de algum dinheiro.  Entrando em um bar do Harlem, ofereceu-se como dançarina, mostrando-se um desastre.  Penalizado, o pianista perguntou-lhe se sabia cantar.  Ela cantou, e encantou, e saiu com um emprego fixo.

 

Nunca teve, em termos musicais, uma educação formal, e seu aprendizado se deu, ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong, seus ídolos.  Cantou com algumas das melhores big bands” e foi uma das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, numa época de segregação racial nos Estados Unidos (anos 1930).  Consagrou-se, apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao lado de Louis Armstrong.

  

BILLIE foi uma das mais comoventes cantoras de “jazz” de sua época.  Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, sua dicção, seu fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de emoção, aproximaram-na do estilo de Lester Young, com quem, em quatro anos, gravou cerca de cinquenta canções, repletas de “swing” e cumplicidade.  Lester Young foi quem a apelidou de "LADY DAY".

 

 


Ladies and gentlemen, “Lady Day”.

 

 

A partir de 1940, apesar do sucesso, “LADY DAY” sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, o que se refletia em sua voz.

 

A “dama do jazz” deve ser lembrada como uma grande defensora dos negros, na luta segregacionista dos brancos americanos.  Destemida, tinha uma coragem enorme e arriscava o seu prestígio e sua carreira, dizendo, a quem quer que fosse, o que lhe vinha à cabeça, para honrar e defender a raça que, orgulhosamente, representava.  A cena em que ela, já famosa, discute com uma mulher branca, que tentava impedi-la de entrar no famoso Hotel Lincoln, em Nova York, é ótima.

 

Três anos antes de sua morte, BILLIE HOLIDAY publicou sua autobiografia, em 1956,Lady Sings the Blues”, a partir da qual foi feito um filme, em 1972, tendo Diana Ross no papel principal.

 

Foi belíssima, mas desgastou-se, fisicamente, reduzida a uma grotesca caricatura de si mesma, devorada pelo álcool e por drogas pesadas.

 

Morreu pobre, enganada e explorada por muitas pessoas inescrupulosas, e está enterrada no Cemitério de Saint Raymonds, em Nova York.

 

 

Um pouco do “release”, fornecido pela eficiente assessoria de imprensa (leia-se Ney Motta):

 

 

 
Mito cultuado, principalmente após a sua morte, BILLIE HOLIDAY atingiu a fama e a celebridade ainda viva, não apenas por suas qualidades de canto original e incomparável, mas também por sua vida tumultuada e seu sistemático envolvimento com drogas e bebidas.
  
Sua voz, cujo timbre inconfundível tinha a perfeição de um instrumento, expressou, além da beleza da arte, a melancolia que se constituiu na face mais sombria do ‘blues’, a fenda mais profunda do “jazz”.  Foi protagonista de uma época difícil para o povo americano e, muito pior, para os negros americanos.
 
BILLIE cantou a tristeza, a derrota, a tragédia do racismo e os amores impossíveis.  E, se a magnitude da sua arte se contrapunha à sua derrocada pessoal, uma e outra se somaram, para que se edificasse, em torno de seu nome, um mito indestrutível.”
 

 

 

 


Simplesmente, Billie!

 

 

 

 
SINOPSE:
 
No drama musical “AMARGO FRUTO - A VIDA DE BILLIE HOLIDAY”, a atriz e cantora LILIAN VALESKA “encarna” BILLIE HOLIDAY, seus pensamentos da infância, a miséria, a dor, o estupro, aos 11 anos, a prostituição, aos 13, a iniciação com as drogas pesadas, aos 17, e o abandono em todos os sentidos.  
 
Com quatro músicos, que tocam ao vivo, o espetáculo é entremeado por canções eternizadas na voz de BILLIE, clássicos, como “Summertime” e “Strange Fruit”, entre outros.  Assim, de maneira emocionante, a história da grande diva do “jazz” mundial é apresentada ao público.
 
 

 

 

            Como todo musical biográfico, a estrutura dramatúrgica do texto não costuma ter grande peso e dela pouco se exige, a não ser que as informações sejam precisas e que contenha, pelo menos, um pouco de diálogos interesantes, que ilustrem, de forma dinâmica, passagens da vida do biografado.  Assim tem sido, e algo diferente disso não há de ser esperado nos que ainda estão por vir.  Assim também ocorre neste espetáculo, no qual predomina a narração. 

 

Isso não significa que seja fácil escrever um musical biográfico.  Pelo contrário, para que o texto não se torne monótono, estendendo essa monotonia, por consequência, ao espetáculo, faz-se necessário que o autor, ou autores, da dramaturgia dominem a carpintaria criativa do texto teatral, como se vê no roteiro de “AMARGO FRUTO…”.  A pesquisa sobre a vida da cantora e a codificação verbal disso são excelentes.

 

            O texto é de JAÚ SANT’ANGELO, de quem partiu a ideia da realização deste espetáculo, contando com a participação de  TICIANA STUDART, que também assina a competente direção da peça.

 

JAÚ se diz “fascinado”, desde sempre, pela história de BILLIE e sua voz, o que, convenhamos, não é “privilégio” dele, uma vez que qualquer pessoa de bom gosto musical, sensibilidade apurada e paixão pela boa música, principalmente o “jazz”, também o é.  Sendo assim, resolveu falar de BILLIE, suas memórias trágicas, seus desastres íntimos e, claro, sua música.

 

TICIANA STUDART, mais uma vez, revela-se criativa, assinando uma direção, trabalho facilitado pelo time de competentes profissionais que dirigiu, mas que, em nada, diminui seu mérito.  Ao contrário, o bom trabalho do(a) diretor(a) começa na seleção dos que vão trabalhar com ele(a).

  

            Os atores que vivem, no palco, celebridades, principalmente as do mundo artístico, não gostam de que, quando fazem um trabalho que chega, por vezes, a confundi-los com os interpretados, se diga que “reencarnaram” o personagem, uma vez que, para chegar àquele nível de interpretação, tiveram que dedicar muitas horas, dias, semanas de pesquisa, para a sua composição.  Que o digam Cláudia Netto, e sua Judy Garland; Emílio Dantas, e seu Cazuza; Tiago Abravanel, e seu Tim Maia; e Laila Garin, e sua Elis Regina! 

 

Com LILIAN, não está sendo diferente.  É a “própria” BILLIE HOLIDAY “reencarnada”!  É a atriz quem diz: “Não tento ser um clone ou uma imitadora de BILLIE HOLIDAY.  No máximo, recorro a algumas inflexões, a certos timbres característicos dela. Quando fui convidada, aceitei na hora.  Não tive muito tempo para me preparar, mas li livros, vi vídeos, tentei aprender com a própria BILLIE, sem imitá-la.  Escolhi o caminho do sentimento.  Sou uma preta muito brasileira, musicalmente, de modo que tentei entrar no mundo de BILLIE.  Ou em como BILLIE interpretava suas letras”.  Faça sempre assim LILIAN, que dá certo!

 

 


Na TV.

 

 

LILIAN VALESKA é uma das mais completas e perfeitas “cantrizes” dos nossos musicais, dona de uma voz lindíssima, de alta extensão e canta sem fazer o menor esforço físico.  Sabe explorar o potencial artístico que lhe foi conferido por Deus e que ela tanto preserva e exercita.  A sua interpretação, à capela, para uma canção, quando fica sabendo da morte do pai, é de arrepiar.  O mesmo pode ser dito, quando canta “Don’t Explain”, de sua autoria, ao descobrir que um dos maridos a traía.  A propósito, BILLIE só se juntou a homens, maridos, de má índole.

 

LILIAN está, simplesmente, exuberante no papel.

 

Acabou de vencer o Prêmio Referência 2015, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, por sua interpretacão no espetáculo “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho.

 

Sua formação musical teve início em casa.  Seus pais cantavam em coral e ela cresceu, ouvindo todo tipo de música, tendo cantado em coro, da infância à juventude, na Igreja Presbiteriana da Penha.

  

Não poderia ser outra atriz/cantora a interpretar BILLIE.  Parabéns, TICIANA STUDART, pela acertada escolha de LILIAN, para viver a protagonista!

 

Completando o elenco, duas presenças marcantes, em cena, dois coadjuvantes de luxo, que se desdobram em vários papéis: MÍLTON FILHO e VILMA MELLO.  Os dois, com vasta experiência em TEATRO, incluindo musicais, estão “abusadamente” excelentes, em todos os personagens menores que interpretam, valorizando cada um deles, com seus talentos de atores e cantores. 

 

Pouca vezes, num palco, um(a) ator/atriz protagonista pode contar com um suporte de tão alto gabarito, como LILIAN VALESKA está tendo a oprtunidade de vivenciar, contando com os trabalhos de MÍLTON e VILMA, esta impagável, com sua veia cômica, principalmente quando vive uma camareira, que intervém, nas falas de BILLIE, para desmenti-la; ou melhor, para corrigir os seus exageros e as suas “meias-verdades’, ao contar, ao público, a sua vida.  “BILLIE mente muito!”, repete ela, algumas vezes.  MÍLTON não faz por menos.

 

 

 


Mílton Filho e Vilma Mello.

 

 

Não posso deixar de mencionar, também, os números em que os dois cantam e  dançam, obedecendo a uma ótima coreografia, de SUELI GUERRA, que também assina a direção de movimento.

 

Para acompanhar LILIAN/BILLIE, uma banda, formada por quarto ótimos músicos: BERVAL MORAES (baixo acústico), EMILE SAUBOLE (bateria), GABRIEL GABRIEL (saxophone) e RODRIGO DE MARSILLAC (piano), com direção musical e arranjos do sempre competentíssimo MARCELO ALONSO NEVES.

  

 


Banda.

 

 

Os arranjos, de MARCELO, são fantásticos, apresentando inovações, sem, contudo, descaracterizar a linha melódica das canções, que formam o rico, vasto e maravilhoso repertório da cantora.

 

Vale a pena lembrar que BILLIE HOLIDAY, das grandes cantoras americanas de seu tempo, não é tão popular e conhecida, como Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan, por exemplo.  Talvez seja um pouco mais sofisticada, principalmente pelo fato de, como uma cantora de “jazz”, basicamente, primar pelas improvisações, no entanto, mesmo quem não a conhece a fundo irá se deliciar com as canções da peça, por causa das irrepreensívis interpretações de LILIAN, mas também porque foi muito bem selecionado o repertório utilizado em cena, composto, basicamente por “hits”, “standards” da canção norte-americana, muitos deles tornados conhecidos e populares, na voz de outros intérpretes.  Isso é um grande fator que aproxima o público dessa “não muito conhecida” BILLIE.

 

O cenário foi idealizado pela premiadíssima AURORA DOS CAMPOS, que dividiu o grande palco do Teatro Carlos Gomes em quatro áreas físicas, para a realização das cenas.  No canto esquerdo, em relação à visão do público, fica a banda, requisitada em grande parte do espetáculo.  No outro lado, um camarim, com todos os detalhes a ele pertinentes.  No centro, ao fundo, um bar, espaço onde BILLIE passou muito tempo de sua vida.  Ainda no centro, mais à frente do palco, quase no proscênio,  apenas um microfone, com pedestal, utilizado, abundantemente, por BILLIE, para cantar suas belíssimas canções e para se dirigir à plateia, narrando os momentos mais marcantes de sua vida.

 

 


Panorâmica do cenário.

 

 


Cenário e iluminação: combinação perfeita.

 

 

Os figurinos (muitos), de MARCELO MARQUES, são uma atração à parte, nesta montagem.  Todos, sem exceção, são de uma beleza estonteante e de um acabamento poucas vezes visto em figurinos de TEATRO.  Os detalhes que há em cada um deles, principalmente, é óbvio, nos que são usados por LILIAN, são dignos de todos os elogios.

 

 


Alguns dos muitos figurinos.

 

 

Infindáveis, também, devem ser os elogios dirigidos à belíssima iluminação de  PAULO CÉSAR MEDEIROS, um dos nossos melhores profissionais na área e que, a cada trabalho, parece se superar.  Não titubeio, ao afirmar que a luz de “AMARGO FRUTO…” é um dos mais lindos trabalhos assinados pelo PAULINHO.

 

 


O que dizer sobre esta maravilha de luz?!

 

 

Um musical, durante sua preparação, os ensaios, precisa de quem se responsabilize pela preparação vocal do elenco.  A produção do espetáculo confiou essa tarefa a  MONA VILARDO, “expert” nesse “métier”.

 

É frustante, para um espectador, assistir a um musical e sair reclamando do som.  Aqui, ninguém correrá esse risco, uma vez que BRANCO FERREIRA se empenhou – e conseguiu – em nos oferecer, com seu desenho de som, uma perfeita nitidez, em tudo o que se diz ou se canta.

 

Haveria alguma possibilidade de este espetáculo não dar certo?  Claro que NÃO!!!

 

Entrar no Teatro Carlos Gomes, sentar-se numa de suas poltronas, até mesmo na última fileira do balcão, fechar os olhos e ouvir LILIAN VALESKA, cantando BILLIE HOLIDAY, já vale o preço do ingresso, bastante barato, diga-se de passagem, para os padrões brasileiros, pela qualidade do que o público recebe em contrapartida.

 

“AMARGO FRUTO – A VIDA DE BILLIE HOLIDAY” é um espetáculo inesquecível, daqueles que marcam a vida da gente.  São noventa minutos de puro encantamento, menos pela triste realidade da vida da BILLIE e mais pelo conjunto de acertos que o espetáculo nos proporciona.

 

Já estou me programando, para uma segunda vez.  Quem sabe uma terceira, uma quarta, uma quinta...?

 

 

 

 
FICHA TÉCNICA:
 
Texto: Jaú Sant’Angelo e Ticiana Studart
Direção: Ticiana Studart
 
Elenco: Lilian Valeska, Mílton Filho e Vilma Mello
 
Músicos: Berval Moraes (baixo acústico), Emile Saubole (bateria), Gabriel Gabriel (saxofone) e Rodrigo de Marsillac (piano)
Direção Musical e Arranjos: Marcelo Alonso Neves
Iluminação: Paulo César Medeiros
Cenografia: Aurora dos Campos
Figurino: Marcelo Marques
Desenho de Som: Branco Ferreira
Visagismo: Ernane Pinho
Preparação Vocal: Mona Vilardo
Coreografia e Direção de Movimento: Sueli Guerra
Preparadora de Língua Inglesa: Alma Thomas
Programação Visual: Clara Melliande
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Direção de Produção: Maria Inês Vale
Coordenação Geral: Maria Vitória Furtado
Idealização: Jaú Sant’Angelo
Realização: Vitória Produções
 

 

 

 


Aplausos!  Bravo!

 

 

 
SERVIÇO:
 
Local: Teatro Carlos Gomes - Rua Pedro I, nº 4, Praça Tiradentes, Centro – Rio de Janeiro - (tel. (21) 2224-3602).
Temporada: Até 27 de setembro.
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 19:30h, e domingos, às 18h.
Valor do ingresso: R$ 60,00.
Classificação indicativa: 12 anos.
Duração: 90 minutos.
Gênero: Drama Musical
 

 

 

 

(FOTOS: DANIEL LÔBO,

ANDREA ROCHA

e CLÁUDIA RIBEIRO.)

 

 

(Algumas informações sobre a vida de BILLIE HOLIDAY

foram extraídas da WIKIPÉDIA.)

Um comentário:

  1. Que maravilha de matéria! Gostaria tanto de poder assistir esse espetáculo.

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