sexta-feira, 11 de setembro de 2015


ATAULFO ALVES

– O BOM CRIOULO

 

 

(PROTAGONISMO, SIM,

PARA QUEM O MERECE.)

 

 


 

 

            Recentemente, escrevendo sobre o espetáculo “Amargo Fruto – A Vida de Billie Holliday”, disse que Lilian Valeska, que vive, na peça, a diva do “jazz” americano, há muito, merecia protagonizar um espetáculo musical, em função de seu enorme talento e por tantos anos dedicados ao TEATRO MUSICAL BRASILEIRO.

 

            Pois bem, este mesmo mote inicia estes escritos, agora com o foco voltado para WLADIMIR PINHEIRO, que, há cerca de uma semana, vem vivendo, como protagonista, o personagem ATAULFO ALVES, no palco do Teatro Dulcina, no musical “ATAULFO ALVES – O BOM CRIOULO”, uma peça de memória, escrito por ENÉAS CARLOS PEREIRA e EDU SALEMI, dirigido por LUIZ ANTÔNIO PILAR.

 

            WLADIMIR PINHEIRO também atingiu o seu momento solo, como muito merecimento, e o faz com grande maestria.

 

Num país de memória tão curta, alguém se lembrar de algum grande artista, não importa qual seja a sua área de atuação, e escrever sua biografia, ou representá-la no palco, é algo que deve ser bastante festejado, independentemente de qualquer outra coisa.

 

Isso sempre me comove e me alegra.  No caso de ATAULFO, o fato se reveste, para mim, de uma importância maior ainda, uma vez que cresci, ouvindo minha mãe cantar, o dia inteiro, durante os afazeres do lar, as dezenas de lindas canções compostas por ele e cantadas pelo próprio e/ou pelos grandes astros da música, na época, como Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Carmen Costa, Cyro Monteiro e tantos outros. 

 

E é claro que eu, que sempre fui muito voltado para as artes, principalmente o TEATRO e a música, por extensão, também as cantava, assim como fiz, apenas movimentando os lábios, sem emitir sons, para não atrapalhar, durante todo o espetáculo, ao qual assisti no último domingo.

 

 


Um “barman” vai “costurando”, num bar, a história de Ataulfo.

 

 

 
Diz o “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira” (com adaptações):
 
ATAULFO ALVES era mineiro, de Miraí, Zona da Mata, e nasceu numa fazenda.  O pai, que tinha o apelido de Capitão, embora nunca tivesse sido militar, tocava viola, sanfona e fazia repentes, sendo conhecido, por isso, em toda a região.  Daí, adveio o talento musical de ATAULFO, que, já aos oitos anos, gostava de improvisar com o pai, falecido quando ele tinha apenas dez anos, motivo que levou a família - mãe e sete irmãos - a deixar a fazenda (propriedade de Alves Pereira, que pode ser a razão do sobrenome ALVES, de ATAULFO), indo morar numa rua, na própria Miraí, que, hoje, leva o nome do artista. 
Ainda menino, o compositor começou a trabalhar, para ajudar a mãe no sustento da casa.  Foi leiteiro, condutor de bois; apanhador de malas na estação; menino de recados; carregador de marmitas; marceneiro; engraxate; plantador de café, arroz e milho; e muitas outras atividades.  Mesmo trabalhando duro, não abandonou seus estudos.
Deixou Miraí em 1927, com apenas 18 anos, vindo para o Rio de Janeiro, a fim de tentar melhores oportunidades.  Partiu, acompanhando o médico Afrânio Moreira de Resende, amigo de sua família, o qual se transferia para a capital federal, com mulher e filhos.  ATAULFO passou a trabalhar, de dia, no consultório do Dr. Afrânio, no Centro do Rio, e, de noite, fazia a limpeza geral da residência do médico.
Depois de algum tempo, empregou-se na Farmácia e Drogaria do Povo, como limpador de vidros, onde acabou aprendendo o ofício de prático de farmácia, conquistando a simpatia e a confiança do dono.  Na época, morava no bairro do Rio Comprido, onde passou a frequentar rodas de samba.
 
 
Ataulfo, trabalhando na farmácia.
 
 
Numa entrevista, disse: ‘Eu organizei um conjunto, um grupo.  Já tocava violão, já tinha meu cavaquinho, meu bandolinzinho, já fazia meu ‘dó maior’ acertadinho, direitinho.  Conforme eu manipulava as pílulas, manipulava também o samba’.
Aos 19 anos, casou-se com JUDITE.  Nessa época, conheceu uma jovem, de nome Maria do Carmo, amiga das filhas do patrão.  A moça vivia dizendo que, um dia, seria artista.  O compositor achava graça.  A jovem era, simplesmente, aquela que se tornaria o mito CARMEN MIRANDA.
 
 
Ataulfo e Carmen Miranda.
 
Em 1929, chegou a trocar, por curto período, o emprego por um outro, também numa farmácia.  Teve, com a esposa JUDITE, cinco filhos: Adélia, Ataulfo Júnior, Adeílton, Matilde e Adelino.
 
 
Ataulfo e Dona Judite.
 
Ao longo dos 35 anos de sua vitoriosa carreira, acumulou muitos troféus, medalhas, placas e diplomas, além dos quadros pintados por Pancetti, "Lagoa serena" e "Pois é", inspirados em seus famosos sambas.  
Um lenço branco foi a sua ‘marca registrada’.  Com ele, costumava ‘reger’ o seu conjunto.  Foi um dos mais bem sucedidos sambistas compositores dos anos 1940 e 1950.  Sempre muito educado, gentil e refinado, vestia-se com elegância.  Chegou a ser eleito um dos ‘Dez mais elegantes’, em famoso concurso, promovido pelo colunista social Ibrahim Sued.  
‘Quando fui apontado como um dos dez mais elegantes, pelo Ibrahim, eu aparecia nas fotografias com um terno de dez anos atrás.  É que, naquela época, eu não podia pagar um bom alfaiate.  Mas, depois de eleito, surgiram grandes alfaiates, que, interessados em ganhar publicidade, ofereciam-se para me fazer roupas de graça’.
Foi um dos primeiros compositores populares a editar suas próprias composições.  Faleceu no Rio de Janeiro, vítima de uma úlcera no duodeno, que o acompanhou por quase 20 anos.”
 

 

 

 


 

 

ATAULFO ALVES talvez tenha sido o precursor do chamado “backing vocals”, no Brasil, quando passou a se apresentar com quatro cantoras, na sua retaguarda, conhecidas como “as Pastoras”.  Era apresentado como “ATAULFO ALVES e suas Pastoras”.  Elas faziam coro, nos vários discos que gravaram, e ficavam fazendo discretos movimentos coreográficos, ao som das canções, durante as apresentações.

 

Se o samba nasceu como sinônimo de “musica marginal”, lutando para se distanciar dessa pecha, durante muito tempo, creio que foi com ATAULFO que ele conquistou sua dignidade e respeito, no Brasil e no exterior, pois o “BOM CRIOULO” o vestiu de gala e o levou para os salões da sociedade carioca, como costumam dizer os historiadores e teóricos da Música Popular Brasileira.

 

Os dramas e os conflitos acontecidos na vida de ATAULFO estão presentes nas letras de suas canções, principalmente nas da excelente seleção que foi feita para o espetáculo.

 

 


Édio Nunes, Marcelo Capobiango, Alexandre Vollú, Marco Bravo

e Patrícia Costa.

 

 

Um detalhe muito importante da biografia de ATAULFO é o fato de ele ter sido um bravo lutador pelos direitos autorias dos compositores brasileiros, tendo sido, inclusive, o primeiro deles a editar suas próprias composições.

 

ATAULFO foi respeitado, inclusive, pelos jovens.  A maior prova disso foi Roberto Carlos ter gravado “Ai, Que Saudades da Amélia” e tê-lo convidado, mais de uma vez, para se apresentar em seu programa “Jovem Guarda”, nos áureos anos de glória da antiga TV Record, de São Paulo.  Aliás, nessa mesma emissora, ATAULFO era presença marcante, “arroz de festa”, nos programas musicais de grande prestígio, que marcaram aquela era de ouro da Record, ao lado dos nomes mais consagrados na música, na época, como Elis Regina, Jair Rodrigues, Wilson Simonal e outros.

 

Era admirador da bossa-nova e, também, o nome maior desse movimento, João Gilberto, tornou mais célebre, ainda “Ai Que Saudades da Amélia”, com a batida típica daquele movimento musical.

 

Agora, imaginem essa história, muito bem representada, em cena, entremeada por 23 das excelentes canções compostas por ATAULFO, excepcionalmente interpretadas por WLADIMIR PINHEIRO e todo o elenco, acompanhados por bons músicos, com cenários e figurinos acertados, e tudo o mais necessário à montagem de um bom musical!!!

 

Tudo isso está no palco do Teatro Dulcina e poderá ser visto até o dia 4 de outubro (2015).

 

 


 

 

 

 
SINOPSE:
 
O espetáculo canta e conta trechos da vida e obra do compositor ATAULFO ALVES, tendo, como pano de fundo, o Brasil das décadas de 1940, 50 e 60.  
O musical revela, ao público, um pouco mais da vida de ATAULFO, através de suas canções inesquecíveis.
O espetáculo é uma prévia da comemoração do centenário do samba, que será celebrado em 2016.
Conhecido como “Mestre do Samba”, ATAULFO foi autor de músicas inesquecíveis, como “Ai, Que Saudades da Amélia”, “Atire a Primeira Pedra” e “Mulata Assanhada”.  
Suas canções foram interpretadas por artistas consagrados, como Carmen Miranda, Sílvio Caldas, Dalva de Oliveira e Elza Soares.
O enredo do espetáculo se desenrola a partir de um encontro imaginário.  Em um bar vazio, um “barman” “vê” o espírito de ATAULFO ALVES.  A partir daí, os dois relembram, juntos, fatos marcantes da vida do compositor e cantor, seus encontros e desencontros, suas glórias e suas dores.  Nessa conversa, surgem curiosidades, como a briga do sambista com Mário Lago por conta de “Ai que Saudades da Amélia”, que teve a letra alterada por ATAULFO, e a crise de ciúmes de sua esposa, Dona Judith, por causa da cantora Carmem Costa.
 
Teatro / Dança – <p>“Ataulfo Alves – o bom crioulo”, mostra a vida do artista através de suas canções inesquecíveis
 
 

 

 

            O texto é bastante enxuto, econômico, o que considero um grande mérito, por não desperdiçar tempo com detalhes supérfluos.  Tudo o que é marcante na vida pessoal e profissional do artista é posto em cena, em diálogos curtos, a maioria, bem claros e elucidativos, embora seja grande a incidência da narrativa, marca registrada dos textos dos chamados musicais biográficos, sem, porém, ser monótono.  ENÉAS CARLOS PEREIRA e EDU SALEMI souberam transformar uma pesquisa biográfica num bom texto para TEATRO.  Uma boa contribuição para a Música Popular Brasileira e para o TEATRO MUSICAL BRASILEIRO.

 

 


 

 

            LUIZ ANTÔNIO PILAR, que dirige o espetáculo, traz, em seu currículo, bons trabalhos, como "Os Negros"; "Doroteia", de Nélson Rodrigues; "Charles Baudelaire, Minha Terrível Paixão", adaptação teatral, de Elisa Lucinda, da obra de Bernard-Henry Lévy; "O Método Gronholm", do espanhol Jordi Galcerán; "Paparutas", texto de Lázaro Ramos; e “Lima Barreto ao Terceiro Dia”, este, até então, seu melhor trabalho de direção, no meu entender, agora substituído por este “ATAULFO...”.

 

“Sempre quis fazer um musical em que o personagem negro fosse o vetor principal.  Ele é um ícone da história negra e da música popular brasileira.  ATAULFO é um personagem que, a partir de seu talento individual, trabalhou, em coletividade, com grandes nomes da música brasileira, teve uma grande carreira e nunca negou sua origem.  Daí o nome do espetáculo: ‘ATAULFO ALVES – O BOM CRIOULO’, explica o diretor.

 

 


 

 

Abro, aqui, parênteses, para falar do título do espetáculo, que inclui o vocábulo “CRIOULO”, considerado, hoje, por quem não tem nada mais importante com que se ocupar, “politicamente incorreto”, eufemismo para “ofensivo”.  Sou, totalmente, contrário a essa teoria, a julgar que “O BOM CRIOULO” é o título de uma canção escrita pelo próprio ATAUFO, negro, defensor ferrenho de sua raça e que muito dela se orgulhava, como se pode ver, neste trecho da referida canção: “Nunca fez uma arruaça / Não sabe ser valentão / Mas não nega a sua raça / Quando pega o violão”. 

 

Adorei o título do espetáculo!

 

Falemos, agora, sobre o grande nome desta montagem, a “cereja do bolo”: WLADIMIR PINHEIRO.  “WLAD” é ator, cantor, músico (toca, e muito bem, vários instrumentos), compositor, arranjador e diretor musical.  Teve, em sua formação artística, a oportunidade de estudar com grandes mestres, em Paris e na Itália, além de, também, fazê-lo com os melhores profissionais brasileiros, com os quais estuda até hoje.  Fora da atividade teatral, faz apresentações, como solista, à frente dos mais conceituados grupos musicais e orquestras do Brasil, como o Música Antiga da UFF, a Orquestra Sinfônica Nacional e a Orquestra Só Música.  É um artista estudiosíssimo, inteiramente dedicado à profissão, dono de uma potente e bela voz, seu cartão-de-visitas, elogiado por todos os críticos e pelo público, já tendo conseguido uma legião de admiradores, os quais não perdem nenhum de seus trabalhos.  Pode-se dizer que se trata de uma unanimidade, muitas vezes aplaudido em cena aberta.  No TEATRO, entre seus muitos trabalhos, como ator, destacam-se, mais recentemente, os espetáculos "Sambra", "Quando a Gente Ama", “Era uma vez Grimm” e "Mílton Nascimento - Nada Será Como Antes", além de “A Canção Brasileira”, uma opereta; "Hans, o Faz Tudo", e "Fedegunda", espetáculos infanto-juvenis, com direção de Karen Acioly, com a qual participou de importantes festivais internacionais, como Momix e Dijon; e “Orfeu”, dirigido por Aderbal Freire-Filho.

 


 

WLADIMIR é o dono da festa.  Embora não tenha a menor identificação física com ATAULFO, apesar de ter cortado o cabelo como este usava, nem vocal, já que a voz de ATAULFO era uma “formiguinha”, ainda que afinado, perto do “elefante”, que é o vozeirão de “WLAD”, o ator parece ter encontrado uma identificação interior com o personagem.  Demonstra isso, com muita alegria e segurança, nas suas cenas dramáticas, e bastante leveza e graciosidade, nos momentos mais descontraídos.

Sem dúvida nenhuma, ATAULFO ALVES caiu como uma luva, nas mãos de WLADIMIR, uma comunhão perfeita de dois grandes talentos, de épocas distantes.  Só ele valeria, ou melhor, VALE a ida ao Teatro Dulcina.

Para completar o elenco, nomes ligados aos musicais ajudam, de forma bastante competente, a costurar a história do “BOM CRIOULO”.  O naipe feminino, de quatro “cantrizes”, é excelente: DANY STENZEL (Carmem Miranda / Pastora Alda), LUCIANA BALBY (Sílvia / Pastora Olga), PATRICIA COSTA (Judite - velha - / Pastrora Abigail) e SHIRLENE PAIXÃO (Judite – nova - / Pastora Marilu.

 

 


Elenco feminino.

 

 


As Pastoras.

 

 

            Na ala masculina, os destaques vão para ÉDIO NUNES (Pixinguinha / Wilson Batista), e MARCELO CAPOBIANGO (Barman / Pai do Ataulfo).  Além deles, também com boas atuações, os nomes de MARCELO GONÇALVES (Almirante / Sérgio Bittencourt), ALEXANDRE VOLLÚ (Ari Barroso / Mário Lago) e MARCO BRAVO (Seu Antunes / Mr. Evans).

 

 


Wladimir Pinheiro e Édio Nunes.

 

A direção musical é de ALEXANDRE ELIAS, que vem de grandes trabalhos desse tipo, tendo sido premiado, recentemente, com o Prêmio Shell e o Prêmio Bibi Ferreira, este voltado apenas para musicais.  O ótimo trabalho de ALERXANDRE ELIAS é justificado por estas suas palavras: “ATAULFO é sinônimo de ‘samba elegante e sofisticado’.  Não é à toa que seu samba é conhecido como ‘Samba de Gala’.  Por isso, procurei pensar com qual sonoridade ele gostaria de que sua história fosse contada.  Para mim, esse espetáculo será um importante passo, em direção a uma linguagem brasileira, dentro do universo do teatro musical”.  Esteja certo, ALEXANDRE, de que já está sendo.

 


 

            Há quase dois meses, enquanto ensaiava o espetáculo, encontrei WLADIMIR, que me falou, com entusiasmo, do espetáculo, já me convidando para a estreia, porém, muito humilde, me dizia que não fosse esperando um espetáculo tão grandioso, que se tratava de um “coisinha simples”.  É muita humildade, diante de um espetáculo de tão excelente qualidade.  É “simples”, sim, e, por isso mesmo, muito bom.  É simples, porque seu orçamento não é astronômico, mas de proporções astronômicas são o talento dos artistas e técnicos envolvidos no projeto e seu amor ao TEATRO.

 

            Essa simplicidade, porém com muito bom gosto e acerto, está presente na bela cenografia, de DÓRIS ROLLEMBERG; nos lindos figurinos, de HELENA ALONSO, principalmente os elegantes e impecáveis ternos usados por WLADIMIR / ATAULFO; na correta iluminação, de DANIELA SANCHEZ; no desenho de som, de BRANCO FERREIRA; na alegre coreografia, de ÉDIO NUNES, cuja marca registrada pode ser reconhecida, logo na primeira; na preparação vocal, feita por ANANDA TORRES, no visagismo, principalmente o da personagem CARMEN MIRANDA, de GAL; e no trabalho da banda, formada por ótimos músicos: BEZALEEL FERREIRA, CAIO MÁRCIO DOS SANTOS, RAFAEL MALLMITH e REGINALDO VARGAS.

 

 


Visão panorâmica do cenário.

 

 


Atentem para a beleza dos figurinos!

 

 

            Dois detalhes, importantíssimos, chamaram-me a atenção, quando assisti ao espetáculo.  O primeiro foi o fato de o Teatro Dulcina, com uma localização geográfica não muito favorável, estar LOTADO, num domingo, véspera de um “feriadão”, às 19h, três dias apenas após a estreia, o que soube, posteriormente, ter acontecido nos dias anteriores.  O segundo foi ver, no meio de um público formado, principalmente, por pessoas mais velhas, dezenas de jovens, aplaudindo as cenas, com destaque para os números musicais, e, o melhor de tudo, cantando, junto com os atores, canções que fizeram sucesso, muito antes de que sonhassem nascer.  Isso é um indicativo de que “há uma luz no fim do túnel”.

 

            Ao final do espetáculo, um amigo me fez o seguinte comentário: “O rádio está tão ruim, que, para se ouvir boa música, a gente tem de vir ao teatro”.  Não concordei com ele, em 100%, mas que existe uns 80% de verdade no seu desabafo, lá isso é certo, não só porque os bons compositores parecem estar em recesso, como também porque o “funk”, o “pagode” e o “sertanejo” (abomino 99,9% dos três), infelizmente, dominam a programação das grandes emissoras, um pouco menos nas que transmitem em FM.

 

            Não percam tempo!  Assistam, o mais rápido possível, a este espetáculo!  Certamente, terão vontade de revê-lo, que é o que farei.

 

 


 

 



 
FICHA TÉCNICA:
 
Autores: Enéas Carlos Pereira e Edu Salemi
Direção Geral: Luiz Antonio Pilar
Diretor Assistente - Édio Nunes
Assistente de Direção - Madara Luiza
 
Elenco:
Wladimir Pinheiro – Ataulfo Alves
Alexandre Vollú – Ari Barroso / Mário Lago
Dany Stenzel – Carmem Miranda / Alda (pastora)
Édio Nunes – Pixinguinha / Wilson Batista
Luciana Balby – Silvia / Olga (pastora)
Marcelo Capobiango – Barman / Pai do Ataulfo
Marcelo Gonçalves – Almirante / Sérgio Bittencourt
Marco Bravo – Seu Antunes / Mr. Evans
Patrícia Costa – Judite (velha) / Abigail (pastora)
Shirlene Paixão – Judite (jovem) / Marilu (pastora)
 
Direção Musical: Alexandre Elias
Cenografia: Dóris Rollemberg
Figurinos: Helena Affonso
Iluminação: Daniela Sanchez
Som designer: Branco Ferreira
Direção de Produção - Mariana Campos
Assistentes de Produção - Caroline de Silva e Vilson Almeida
Coreógrafo - Édio Nunes
Preparadora Vocal e Musicista ensaiadora - Ananda Torres
Cabelo/Make – Gal 
Assistente de Direção Muiscal: Victor Huggo
Músicos: Bezaleel Ferreira, Caio Márcio dos Santos, Rafael Mallmith e Reginaldo Vargas
Operadora de luz: Kátia Barreto
Designer Gráfico - Maria Júlia Ferreira
Cenotécnica – Fátima de Souza
Cenotécnica Montagem / Contrarregra - Renato Silva
Maquinista – João Paulo Santos
Costureira Cênica – Nice Tramontin
 

 

 


 


 

 


 

 
SERVIÇO:
 
Temporada: Até 04 de outubro.
Local: Teatro Dulcina.
Endereço: Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro (Cinelândia), Rio de Janeiro - RJ
Dias e horários: De 4ª feira a domingo, às 19h.
Ingressos: R$20,00.
Capacidade: 429 lugares.              
Duração: 1h30min.
Classificação: 14 anos.
Gênero: Musical.
Acesso a cadeirantes.
 

 

 

 

 

(FOTOS: ERIC PAIVA.)

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