“VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS.”
ou
(É “STAND-UP
COMEDY”?
É UMA COMÉDIA?
É TEATRO?
É, SIMPLESMENTE,
UM “ESPETÁCULO
DO VERAS”.)
O espetáculo acontece no palco
de um Teatro, na zona norte do Rio de Janeiro, mas poderia ser
realizado em qualquer outro lugar que oferecesse o mínimo de condições para
isso. O atual trabalho de MARCOS VERAS, sobre as tábuas, é assim
vendido, nas palavras do próprio: “É uma comédia ‘stand-up’, uma peça de
TEATRO, um ‘show’ de humor, tudo junto, mas também um ‘biodrama’, em que
divido, com a plateia, histórias da minha vida. As pessoas se identificam com
as histórias, porque são histórias reais.”.
E é isso mesmo. Acho que não consigo enquadrá-lo em qualquer
gênero teatral, preferindo usar a classificação, que cunhei, de “um espetáculo do
Veras”, porque, tudo junto e misturado, me pareceu um novo formato de representação,
a cujo modelo VERAS nos apresenta. Ele mesmo, logo no início, reconhece
que não se trata de um “stand-up comedy”, como muitos poderiam
esperar, uma vez que não obedece às suas regras. Um artista de “stand-up”
só pode se valer de um microfone, para desfilar seu talento. Cenário, figurino
e luz especial são elementos “proibidos” nessa “escola”.
Em “VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS”, há um cenário, necessário, na estrutura
do espetáculo, um figurino, especialmente pensado por KAREN BRUSTOLLIN,
que se resume a um muito bem talhado terno, “by” EDUARDO
GUINLE, num lindo tom de azul – um luxo -, o qual valoriza a presença do
ator em cena, e uma luz que tem lá suas variações, estando na dependência de
cada momento da apresentação.
(Foto: Gilberto Bartholo.)
Não tenho por hábito publicar minha avaliação com referência
a “performances” de “stand-up”, uma vez que não
encontro embasamento técnico para escrever sobre um trabalho cênico em que não
há um texto, mas sim um roteiro, que pode sofrer, e sofre, alterações, de uma sessão
para outra, dependendo da resposta do público, nem os elementos de criação que
uma montagem teatral costuma não dispensar: cenografia, figurinos, desenho de
luz, direção de movimento, coreografia – em musicais -, trilha sonora...
Resolvi, no entanto, escrever sobre “VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS”, porque
achei que o espetáculo merecia uma crítica, por sua qualidade, pelo objetivo de
VERAS e pelo bom resultado alcançado.
SINOPSE:
Sozinho, no palco, o artista aborda assuntos pessoais, como sua
paternidade, carreira e família, compartilhando histórias engraçadas e
emocionantes que viveu ao longo de seus 42 anos de vida e 23 de carreira.
Sempre de maneira leve e bem-humorada, diz, por exemplo, como as
mortes de seu pai e de sua irmã mudaram seu jeito de ver a vida e como foi a sua
“primeira vez”.
VERAS também
comenta curiosidades sobre pessoas que foram importantes para a sua carreira,
como Jô Soares e Fátima Bernardes.
No quadro “Terapia Coletiva”, VERAS convida,
ao palco, uma pessoa da plateia, para uma “sessão de terapia” bem
descontraída.
No mais, é relaxar e se divertir...
O
espetáculo foi pensado, escrito e amadurecido durante a quarentena. Com relação
a ele, no que concerne à maneira como o público o vem recebendo, VERAS,
como eu também, acredita na sua importância pós-pandemia, uma vez que “as
pessoas querem assistir a coisas leves e, ao mesmo tempo, ouvir histórias de
vida inspiradoras”, exatamente o que elas encontram em “VOCÊS FORAM
MARAVILHOSOS”. As histórias contadas fazem parte do nosso dia a dia, outro
motivo para a aceitação do espetáculo, na minha visão. Quem não passou por uma
daquelas situações conhece alguém que já as experimentou. Identificação total;
empatia posta à prova.
Antes
da atual temporada, a montagem teve sua estreia nacional no “Teatro XP”,
Rio de Janeiro, em janeiro deste ano, ficou em cartaz durante dois meses, de
grande sucesso, passou por Niterói e Campinas e deve seguir para Belo
Horizonte, Brasília, Natal e Ceará, a partir de junho.
Quem,
como eu, aprecia o trabalho de VERAS vai encontrá-lo, no palco, sendo o VERAS
de sempre, um artista muito versátil, com as principais características
exigidas àqueles que se propõem à difícil tarefa de divertir os outros, como
artistas de COMÉDIA, que são a inteligência, o exato “timing”
exigido pelo gênero teatral e a facilidade de comunicação com a massa, o famoso
carisma; mas também deve estar preparado para algumas surpresas agradáveis, as
quais, obviamente, não revelarei, para não dar “spoiler”.
O
fator surpresa também está presente por parte do ator, que confessa vir
passando por agradabilíssimas comoções, quando percebe que as pessoas riem,
relaxam e se emocionam com as histórias reais que conta, principalmente durante
um dos quadros do espetáculo, chamado por ele “Terapia Coletiva”.
Confesso que sou avesso a espetáculos interativos, mas, desde que a
participação da plateia seja espontânea e as pessoas, respeitadas, não vejo
nenhum problema. No caso de VERAS, é assim que a coisa se dá.
Ele faz o convite, sem nenhuma pressão e, a partir do momento em que alguém se determina a subir ao palco, essa pessoa pode ter a certeza de que será respeitada. Foi assim, também, que ocorreu no dia em assisti à apresentação. Uma jovem senhora quis participar do quadro, subiu ao palco, deitou-se no “divã do analista” e respondeu às perguntas que o “Dr. VERAS” lhe fazia. É interessante – e, para isso, o bom senso e a sensibilidade do ator são fundamentais – ver como VERAS se comporta na cena. Ele sabe como se conduzir naquela conversa e avança, de acordo com a “abertura” que o outro lhe dá. Sempre com muito carinho e respeito. O público riu, com algumas falas da “paciente”, entretanto, quando as respostas iam se voltando para coisas sérias, fez-se um silêncio total, no auditório, e todos passaram a apoiar, nessa atitude, a “analisanda”. Foi uma experiência muito interessante de se ver, que me emocionou bastante. Tive vontade de subir ao palco e, também, abraçar aquela mulher, como o fez VERAS, visivelmente emocionado.
Diz
ele que “já teve gente que subiu e dançou, falou da perda dos avós, gente
que tem medo da solidão, de ficar careca. Uma menina disse que ela tinha medo
da atriz Natalie Portman, e teve gente que cobrou pensão alimentícia do pai
ausente. Acontece de tudo. As pessoas querem falar e querem ser ouvidas. Nada
melhor que o riso como ferramenta pra isso.”.
(Foto: Gilberto Bartholo.)
Sempre
gostei do trabalho de MARCOS VERAS, na TV e no TEATRO, no “stand-up”
“Falando a Veras”, que ele manteve em cartaz por muitos anos, de
2008 e 2019. Conheci-o de perto, e passamos a um relacionamento além de fã/artista,
depois que fui assistir a um ensaio geral do espetáculo “Acorda Pra
Cuspir”, estrelado por ele, convidado que fui por seu diretor, meu
querido amigo Daniel Herz. Gostei do que vi no ensaio geral e,
mais ainda, no palco, na estreia da peça. Lá, sim, era um solo, um delicioso
monólogo, quando VERAS podia mostrar que não era apenas um artista de “stand-ups”,
sem que isso represente nenhum demérito. Também valorizo bastante esse tipo de
espetáculo.
(Foto: Gilberto Bartholo.)
FICHA TÉCNICA:
Texto: Marcos Veras
Direção: Leandro Muniz
Atuação: Marcos Veras
Cenografia: Ruslan Alastair
Figurino: Karen Brustollin / Eduardo Guinle
Desenho de Luz: Daniel Galvan
Trilha Sonora: Pedro Coelho
Fotografias: Márcio Farias
Direção de Produção: Carlos Grun
Idealização: Marcos Veras
Produção: Bem Legal Produções e MVeras Produções Artísticas
SERVIÇO:
Temporada: De 1º de abril a 28 de maio de 2023.
Local: Teatro Miguel Falabella.
Endereço: Avenida Dom Hélder Câmara, 5332
(NorteShopping) – Cachambi – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: Sábados e domingos, às 20h.
Valor dos Ingressos: R$70,00 (inteira) e R$35,00
(meia entrada), disponíveis no “site” Sympla.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Gênero: “Um espetáculo do Veras” (?).
Gostei muito de ter cruzado a Linha Amarela,
num domingo de “Dia das Mães” (O TEATRO ESTAVA LOTADO.), com
todos os perigos que ela esconde, para me divertir, à farta, com esse “espetáculo
do VERAS”, feito com muito carinho, para agradar ao seu público.
Para este, já adianto que o ator fará sua estreia em musicais – coincidentemente,
acabei de receber, da assessoria de imprensa, o convite para a estreia -, interpretando
o personagem Nick, na comédia “Alguma Coisa
Podre”, com versão brasileira de Cláudio Botelho, de “Something
Rotten!”, da Broadway, com direção de Gustavo
Barchilon. Seu personagem é um produtor de TEATRO, que tenta
emplacar um espetáculo junto ao irmão, Nigel, com estreia marcada
para o dia 16 de junho, no “Teatro Porto”, em São Paulo.
Recomendo muito este(a) espetáculo, apresentação, exibição, cena, encenação, função, “performance” montagem, número, peça, representação, sessão, “show” – um “espetáculo do VERAS”, enfim.
FOTOS: MÁRCIO FARIAS
GALERIA PARTICULAR:
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