terça-feira, 16 de maio de 2023

 “VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS.”

ou

“STAND-UP

COMEDY”?

É UMA COMÉDIA?

É TEATRO?

É, SIMPLESMENTE,

UM “ESPETÁCULO

DO VERAS”.)



        O espetáculo acontece no palco de um Teatro, na zona norte do Rio de Janeiro, mas poderia ser realizado em qualquer outro lugar que oferecesse o mínimo de condições para isso. O atual trabalho de MARCOS VERAS, sobre as tábuas, é assim vendido, nas palavras do próprio: “É uma comédia ‘stand-up’, uma peça de TEATRO, um ‘show’ de humor, tudo junto, mas também um ‘biodrama’, em que divido, com a plateia, histórias da minha vida. As pessoas se identificam com as histórias, porque são histórias reais.”.



        E é isso mesmo. Acho que não consigo enquadrá-lo em qualquer gênero teatral, preferindo usar a classificação, que cunhei, de “um espetáculo do Veras”, porque, tudo junto e misturado, me pareceu um novo formato de representação, a cujo modelo VERAS nos apresenta. Ele mesmo, logo no início, reconhece que não se trata de um “stand-up comedy”, como muitos poderiam esperar, uma vez que não obedece às suas regras. Um artista de “stand-up” só pode se valer de um microfone, para desfilar seu talento. Cenário, figurino e luz especial são elementos “proibidos” nessa “escola”. Em “VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS”, há um cenário, necessário, na estrutura do espetáculo, um figurino, especialmente pensado por KAREN BRUSTOLLIN, que se resume a um muito bem talhado terno, “by” EDUARDO GUINLE, num lindo tom de azul – um luxo -, o qual valoriza a presença do ator em cena, e uma luz que tem lá suas variações, estando na dependência de cada momento da apresentação.


(Foto: Gilberto Bartholo.)


        Não tenho por hábito publicar minha avaliação com referência a “performances” de “stand-up”, uma vez que não encontro embasamento técnico para escrever sobre um trabalho cênico em que não há um texto, mas sim um roteiro, que pode sofrer, e sofre, alterações, de uma sessão para outra, dependendo da resposta do público, nem os elementos de criação que uma montagem teatral costuma não dispensar: cenografia, figurinos, desenho de luz, direção de movimento, coreografia – em musicais -, trilha sonora... Resolvi, no entanto, escrever sobre “VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS”, porque achei que o espetáculo merecia uma crítica, por sua qualidade, pelo objetivo de VERAS e pelo bom resultado alcançado.


       

           

SINOPSE:

Sozinho, no palco, o artista aborda assuntos pessoais, como sua paternidade, carreira e família, compartilhando histórias engraçadas e emocionantes que viveu ao longo de seus 42 anos de vida e 23 de carreira.

Sempre de maneira leve e bem-humorada, diz, por exemplo, como as mortes de seu pai e de sua irmã mudaram seu jeito de ver a vida e como foi a sua “primeira vez”.

VERAS também comenta curiosidades sobre pessoas que foram importantes para a sua carreira, como Jô Soares e Fátima Bernardes.

No quadro “Terapia Coletiva”, VERAS convida, ao palco, uma pessoa da plateia, para uma “sessão de terapia” bem descontraída.

No mais, é relaxar e se divertir...

 


 


O espetáculo foi pensado, escrito e amadurecido durante a quarentena. Com relação a ele, no que concerne à maneira como o público o vem recebendo, VERAS, como eu também, acredita na sua importância pós-pandemia, uma vez que “as pessoas querem assistir a coisas leves e, ao mesmo tempo, ouvir histórias de vida inspiradoras”, exatamente o que elas encontram em “VOCÊS FORAM MARAVILHOSOS”. As histórias contadas fazem parte do nosso dia a dia, outro motivo para a aceitação do espetáculo, na minha visão. Quem não passou por uma daquelas situações conhece alguém que já as experimentou. Identificação total; empatia posta à prova.

Antes da atual temporada, a montagem teve sua estreia nacional no “Teatro XP”, Rio de Janeiro, em janeiro deste ano, ficou em cartaz durante dois meses, de grande sucesso, passou por Niterói e Campinas e deve seguir para Belo Horizonte, Brasília, Natal e Ceará, a partir de junho.



Quem, como eu, aprecia o trabalho de VERAS vai encontrá-lo, no palco, sendo o VERAS de sempre, um artista muito versátil, com as principais características exigidas àqueles que se propõem à difícil tarefa de divertir os outros, como artistas de COMÉDIA, que são a inteligência, o exato “timing” exigido pelo gênero teatral e a facilidade de comunicação com a massa, o famoso carisma; mas também deve estar preparado para algumas surpresas agradáveis, as quais, obviamente, não revelarei, para não dar “spoiler”.



O fator surpresa também está presente por parte do ator, que confessa vir passando por agradabilíssimas comoções, quando percebe que as pessoas riem, relaxam e se emocionam com as histórias reais que conta, principalmente durante um dos quadros do espetáculo, chamado por ele “Terapia Coletiva”. Confesso que sou avesso a espetáculos interativos, mas, desde que a participação da plateia seja espontânea e as pessoas, respeitadas, não vejo nenhum problema. No caso de VERAS, é assim que a coisa se dá.



Ele faz o convite, sem nenhuma pressão e, a partir do momento em que alguém se determina a subir ao palco, essa pessoa pode ter a certeza de que será respeitada. Foi assim, também, que ocorreu no dia em assisti à apresentação. Uma jovem senhora quis participar do quadro, subiu ao palco, deitou-se no “divã do analista” e respondeu às perguntas que o “Dr. VERAS” lhe fazia. É interessante – e, para isso, o bom senso e a sensibilidade do ator são fundamentais – ver como VERAS se comporta na cena. Ele sabe como se conduzir naquela conversa e avança, de acordo com a “abertura” que o outro lhe dá. Sempre com muito carinho e respeito. O público riu, com algumas falas da “paciente”, entretanto, quando as respostas iam se voltando para coisas sérias, fez-se um silêncio total, no auditório, e todos passaram a apoiar, nessa atitude, a “analisanda”. Foi uma experiência muito interessante de se ver, que me emocionou bastante. Tive vontade de subir ao palco e, também, abraçar aquela mulher, como o fez VERAS, visivelmente emocionado.



Diz ele que “já teve gente que subiu e dançou, falou da perda dos avós, gente que tem medo da solidão, de ficar careca. Uma menina disse que ela tinha medo da atriz Natalie Portman, e teve gente que cobrou pensão alimentícia do pai ausente. Acontece de tudo. As pessoas querem falar e querem ser ouvidas. Nada melhor que o riso como ferramenta pra isso.”.


(Foto: Gilberto Bartholo.)


Sempre gostei do trabalho de MARCOS VERAS, na TV e no TEATRO, no “stand-up” “Falando a Veras”, que ele manteve em cartaz por muitos anos, de 2008 e 2019. Conheci-o de perto, e passamos a um relacionamento além de fã/artista, depois que fui assistir a um ensaio geral do espetáculo “Acorda Pra Cuspir”, estrelado por ele, convidado que fui por seu diretor, meu querido amigo Daniel Herz. Gostei do que vi no ensaio geral e, mais ainda, no palco, na estreia da peça. Lá, sim, era um solo, um delicioso monólogo, quando VERAS podia mostrar que não era apenas um artista de “stand-ups”, sem que isso represente nenhum demérito. Também valorizo bastante esse tipo de espetáculo.


 (Foto: Gilberto Bartholo.)



FICHA TÉCNICA:

Texto: Marcos Veras

Direção: Leandro Muniz

 

Atuação: Marcos Veras

 

Cenografia: Ruslan Alastair

Figurino: Karen Brustollin / Eduardo Guinle

Desenho de Luz: Daniel Galvan

Trilha Sonora: Pedro Coelho

Fotografias: Márcio Farias

Direção de Produção: Carlos Grun

Idealização: Marcos Veras

Produção: Bem Legal Produções e MVeras Produções Artísticas

 

 



 

SERVIÇO:

Temporada: De 1º de abril a 28 de maio de 2023.

Local: Teatro Miguel Falabella.

Endereço: Avenida Dom Hélder Câmara, 5332 (NorteShopping) – Cachambi – Rio de Janeiro.

Dias e Horários: Sábados e domingos, às 20h.

Valor dos Ingressos: R$70,00 (inteira) e R$35,00 (meia entrada), disponíveis no “site” Sympla.

Classificação Indicativa: 12 anos.

Gênero: “Um espetáculo do Veras” (?).

 


 

        Gostei muito de ter cruzado a Linha Amarela, num domingo de “Dia das Mães” (O TEATRO ESTAVA LOTADO.), com todos os perigos que ela esconde, para me divertir, à farta, com esse “espetáculo do VERAS”, feito com muito carinho, para agradar ao seu público. Para este, já adianto que o ator fará sua estreia em musicais – coincidentemente, acabei de receber, da assessoria de imprensa, o convite para a estreia -, interpretando o personagem Nick, na comédia “Alguma Coisa Podre”, com versão brasileira de Cláudio Botelho, de “Something Rotten!”, da Broadway, com direção de Gustavo Barchilon. Seu personagem é um produtor de TEATRO, que tenta emplacar um espetáculo junto ao irmão, Nigel, com estreia marcada para o dia 16 de junho, no “Teatro Porto”, em São Paulo.

        Recomendo muito este(a) espetáculo, apresentação, exibição, cena, encenação, função, “performance” montagem, número, peça, representação, sessão, “show” – um “espetáculo do VERAS”, enfim. 


  



 

 

FOTOS: MÁRCIO FARIAS



GALERIA PARTICULAR:


 

 

 

VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!! 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO,

PARA QUE, JUNTOS,

POSSAMOS DIVULGAR

O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!

 






















































Nenhum comentário:

Postar um comentário