quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


VERSÃO BRASILEIRA MÖELLER

&

BOTELHO

 

– 25 ANOS DE MUSICAIS

 

(QUE DUREM MAIS 25, MAIS 25, MAIS 25...)

 

 


 

 

            Assim que cheguei a casa, na 4ª feira, dia 2 de dezembro (2015), depois de ter o incomensurável prazer de ter assistido a “VERSÃO BRASILEIRA MÖELLER & BOTELHO – 25 ANOS DE MUSICAIS”, fiz uma postagem, exagerada, de propósito, numa rede social:

 

 


 
Deveriam fazer parte da cesta básica ingressos para espetáculos da dupla Claudio Botelho e Malu Rodrigues.
Também poderia fazer parte da Constituição um artigo que dissesse que É DIREITO DE TODO BRASILEIRO ASSISTIR AO ESPETÁCULO "VERSÃO BRASILEIRA MÖELLER & BOTELHO - 25 ANOS DE MUSICAIS.
É, simplesmente, FANTÁSTICO!!!
 

 

 

 


 

 

 

CHARLES MÖELLER e CLAUDIO BOTELHO são fundamentais, essenciais, indispensáveis, ao TEATRO MUSICAL BRASILEIRO. Não sou eu, apenas, quem o diz; isso é quase uma unanimidade.

 

 

 


Charles Möeller e Claudio Botelho.

 

 

Antes de iniciar meus comentários sobre o espetáculo em pauta, vou transcrever um trecho do “release”, que me foi enviado pela assessoria de imprensa (Factoria Comunicação – Pedro Neves e Laura Storino), que fala como a dupla se conheceu:

 

“Em 1990, CLAUDIO BOTELHO estreava o show ‘Hello, Gershwin’, com cenários e figurinos de CHARLES MÖELLER e direção de Marco Nanini. Ainda que a dupla MÖELLER & BOTELHO tenha sido, oficialmente, formada anos mais tarde, com a estreia de ‘As Malvadas’ (1997), este primeiro encontro profissional dos diretores completa 25 anos.”

 

 

 


A “grife” M&B.

 

 

 


Mosaico de sucessos.

 

 

Isso CLAUDIO diz, no texto do “show”, além de outras tantas coisas, previstas, no roteiro, ou saídas de sua privilegiada cabeça, improvisadas, ele que, apesar de uma pessoa tímida, sabe, como poucos, se comunicar com uma plateia.

 

Para comemorar esse casamento artístico, que já pôs no mundo uma enorme “prole”, de quase quatro dezenas de “filhos”, espetáculos FANTÁSTICOS, A QUASE TOTAL MAIORIA; ótimos, outros; muito bons ou, simplesmente, bons, alguns; e razoáveis, uma ínfima minoria, quase um pleonasmo (Sim, gênios também, graças a Deus, têm o direito de errar. Na minha visão, pelo menos.), os dois resolveram comemorar as bodas num magnífico espetáculo, um “show” musical, “teatralizado”, dirigido por CHARLES MÖELLER, reunindo canções de alguns dos espetáculos da dupla.

 

Deve ter sido muito doído, para os dois, fazer a seleção das canções, pois são tantas, lindas e emblemáticas, que o “set list” poderia ocupar horas e horas da atenção do público, o que, tenho certeza, não seria nenhum sacrifício para ninguém. Ao contrário, seria um prazer indescritível.

 

 


 

 

 

CLAUDIO já havia se apresentado num outro “VERSAO BRASILEIRA”, tão delicioso quanto a atual versão, porém sozinho, além dos músicos. Desta vez, CHARLES e CLAUDIO tiveram a genial lembrança de convidar MALU RODRIGUES, para participar da festa.

 

Num dos textos que costuram as canções, CLAUDIO diz que o casamento dele com CHARLES, como em toda parceria, não é só um mar de rosas; que eles também brigam, de vez em quando, e discordam. Disse, porém, que, num aspecto, eles nunca discordaram nem haverão de discordar. É quando o nome de MALU RODRIGUES é lembrado para compor um elenco.

 

MALU é uma espécie de talismã da dupla, tendo iniciado os trabalhos em musicais da grife M&B, aos 14 anos, interpretando uma da filhas da Família Von Trapp, na inesquecível e tão festejada montagem de “A Noviça Rebelde”. Depois, aos 16, brilhou, como a protagonista de um dos mais lindos espetáculos da dupla, “O Despertar da Primavera”, no qual sua Wendla Bergmann reinava, absoluta, com sua voz indescritível, de tão bela e afinada, perto da qual poucas cantoras conseguem chegar.

 

 


 

 

Hoje, aos 22 anos, e já uma cantriz de renomado sucesso, a ponto de ter ganhado, há poucos dias, o prêmio/título de CARIOCA DO ANO, promovido pela Revista VEJA-RIO, MALU já participou de oito produções (espero não ter errado) de CHARLES e CLAUDIO, aqui relacionadas, sem preocupação cronológica: “A Noviça Rebelde”, “O Despertar da Primavera”, “O Mágico de Oz”, “7 – O Musical”, “Beatles num Céu de Diamantes”, “Um Violinista no Telhado”, “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” e “Nine – Um Musical Felliniano”, a mais recente de todas, sem contar o espetáculo em tela.

 

 

 


 

 

 

Neste espetáculo, IMPERDÍVEL, são apresentadas canções de “A Noviça Rebelde”, “Sassaricando”, “O Mágico de Oz”, “O Despertar da Primavera”, “Cristal Bacharach” e “Lado a Lado com Sondheim”, dentre outros grandes musicais, além de outras, de espetáculos que não levaram a assinatura da dupla, mas foram vertidos, para o português, por CLAUDIO BOTELHO, sem dúvida, o melhor profissional no ramo. São canções extraídas de espetáculos como “Chicago”, “West Side Story”, “Les Misérables” e “My Fair Lady”, por exemplo.

 

 

 


 

 

 

CLAUDIO e MALU são acompanhados, nesta “VERSÃO...”, por três excepcionais músicos: EDGAR DUVIVIER (sopros), MARCELO CASTRO (teclados) e THIAGO TRAJANO (violão e afins). Todos, além de amigos de CHARLES e CLAUDIO, tocam, há muito, em seus espetáculos, sendo que MARCELO e TRAJANO ainda já trabalharam como arranjadores e diretores musicais, em várias montagens da dupla.

 

 

 


Marcelo Castro, Claudio Botelho, Thiago Trajano e Edgar Duvivier.

 

 

 

Em solos ou em duplas, CLAUDIO BOTELHO e MALU RODRIGUES interpretam mais de 20 canções, algumas das quais vão aqui relacionadas, com alguns comentários, por algum motivo importante para mim:

 

SIXTEEN GOING ON SEVENTEEN – DUETO (Senti muita saudade de “A Noviça Rebelde”, um dos melhores trabalhos da dupla M&B.)

 

THE SOUND OF MUSIC – MALU (A saudade bateu mais forte ainda. MALU canta este “hino” dos musicais de uma forma tão linda quanto o fazia Kiara Sasso, ao interpretar a jovem noviça.)

 

BLUE WIND – MALU (Aqui, meu coração começou a bater acelerado. “O Despertar da Primavera” se anunciava e eu via Letícia Colin, e sua Ilse, na figura de MALU.)

 

MAMA, WHO BORE ME – MALU (Lembrei-me, com muita saudade, das mais de vinte vezes que fui ao Teatro Villa Lobos, sentado na primeira fila, sempre na mesma poltrona, todas as 6ªs feiras, para ver “O Despertar da Primavera”. E chorei, ouvindo aquela letra, forte e belíssima, na voz daquele anjo, chamado MALU.)

 

IF YOU WERE GAY – CLAUDIO (CLAUDIO dá um “show” de interpretação, nesta canção hilária, do inesquecível “Avenida Q”, que me fez dar boas gargalhadas, na voz de Fred Silveira, todas as mais de dez vezes que assisti ao espetáculo. CLAUDIO faz, do palco, uma brincadeira com um espectador, da primeira fila, de forma tão leve e respeitosa, incapaz de constranger o escolhido para participar da brincadeira.)

 

 

 


 

 

 

I WILL WAIT FOR YOU – CLAUDIO (Esta canção foge à proposta do espetáculo, pois pertence a um filme, “Les Parapluies de Cherbourg”, e é o tema da película, que, no Brasil, ganhou o título de “Os Guarda-Chuvas do Amor”, composto por Michel Legrand. A canção é linda e é uma das preferidas de CLAUDIO BOTELHO, que a interpreta, de forma brilhante, na versão em inglês.)

 

I DREAMED A DREAM – CLAUDIO (Sempre que ouço esta canção, de “Les Misérables”, me comovo, a ponto de chorar bastante. Não foi diferente desta vez. E não tenho dúvidas de que, de todas as versões, que já ouvi, desta canção, a interpretada por CLAUDIO é a mais comovente, visceral.)

 

IF I WERE A RICH MAN / MONEY MONEY – CLAUDIO (Um outro grande momento de descontração do espetáculo, cheio de bom humor, valorizado pelo talento de CLAUDIO.)

 

ELE VAI VOLTAR – MALU (Com esta canção, MALU destrói, no bom sentido, o coração do público. A canção, do musical “7 - O Musical”, é de uma beleza ímpar, composta por Ed Motta, interpretada, naquela montagem, por outra grande cantriz, Alessandra Maestrini. MALU e Maestrini se igualam, na qualidade da interpretação desta obra-prima.)

 

 

 


 

 

 

TATUAGEM – MALU (Não satisfeita em destruir os nossos corações, com a canção anterior, MALU emenda, na sequência, com uma monumental interpretação da belíssima “Tatuagem”.)

 

SASSARICANDO – DUETO (Este sucesso de carnaval, há quase dez anos, vem sendo ouvido, sempre numa nova montagem do musical que leva o mesmo nome. E já estão anunciando SASSARICANDO 2016. Uma alegria só!)

 

 

 


 

 

 


 

 

 

SEND IN THE CLOWNS – CLAUDIO (Antes de interpretar esta canção, CLAUDIO falou do significado da letra e de sua relação com o momento político atual brasileiro, no que foi muito aplaudido por quase toda a plateia. Eu, da primeira filas, aplaudi MUITO! E que bela interpretação, vinda da alma!)

 

I’LL NEVER FALL IN LOVE AGAIN – DUETO (Neste momento, bateu um misto de alegria e tristeza. Alegria, por me recordar de “Cristal Bacarach”, uma das mais deliciosas comédias musicais da dupla, que reuniu um excelente elenco, como ocorre, na maioria das produções M&B; a tristeza ficou por conta de me lembrar que o Teatro Glória, de ótimas memórias, onde o espetáculo fez uma brilhante carreira, foi demolido e, agora, faz parte de um passado recente, dentro de um presente negro da história desta cidade e deste país.)

 

 

 

 
FICHA TÉCNICA:
 
 
Roteiro: CHARLES MÖELLER e CLÁUDIO BOTELHO
 
Intérpretes: CLAUDIO BOTELHO e MALU RODRIGUES
 
Músicos: EDGAR DUVIVIER, MARCELO CASTRO e THIAGO TRAJANO
 
Direção: CHARLES MÖELLER
 
Versões: CLAUDIO BOTELHO
 
Ambientação: MIGUEL PINTO GUIMARÃES  e CHARLES MÖELLER
 
Figurinos: CAROL LOBATO
 
Iluminação: PAULO CÉSAR MEDEIROS
 
Design de Som: ANDRÉ GARRIDO
 
Assessoria de Imprensa: FACTORIA COMUNICAÇÃO (PEDRO NEVES e VANESSA CARDOZO)
 
 
UM ESPETÁCULO
CHARLES MÖELLER
&
CLAUDIO BOTELHO
 
 
 

 

 

 


Cumplicidade total.

 

 

 

 
SERVIÇO:
 
Temporada: Até 17 de dezembro (2015)
 
Local: Teatro Clara Nunes
 
Endereço: Shopping da Gávea – Rua Marquês de São Vicente, 52 – 3º piso
 
Telefone: 2274-9696
 
Dias e Horários: 4ª feira, às 21h, e 5ª feira, às 17h
 
Valor do Ingresso: R$70,00 (inteira) – meia-entrada para os que fazem jus ao benefício.
 
Vendas na Bilheteria do Teatro ou pelo site ingresso.com
 
Duração: 60 minutos
 
Indicação Etária: Livre
 
 

 

 

 


Em quatro tempos.

 

 

 

            É uma pena que CLAUDIO BOTELHO, por ter-se dedicado mais à direção (musical, principalmente) e às versões, só se apresente, no palco, em oportunidades bissextas. Disse-lhe, pessoalmente, que deveria atuar mais, já que, além de ser um bom cantor, é um ótimo ator, aquilo que, que os franceses diziam, com relação a Maurice Chevallier: um “chansonnier”.

 

Oxalá tenha aceitado a minha sugestão, para alegria de uma legião de fãs e amigos!

 

 


Aplausos! BRAVO!!!

 

 

(FOTOS: LÉO LADEIRA)

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