terça-feira, 4 de agosto de 2015


CIA OmondÉ

– 5 ANOS

 

 (MAIORIDADE PRECOCE.)

 

 


 

 

            “MaioridADE”, além de rimar com “maturidADE”, é um indicativo de “responsabilidADE” (Olha a rima de novo!) e de que o indivíduo já conta com recursos próprios para caminhar sozinho, defender-se e conquistar seu espaço no universo em que orbita.

Dependendo da legislação de cada país, ela é atingida em idades diferentes, geralmente aos 18 ou 21 anos.  No Brasil, está fixada nos 18. 

Para a CIA OmondÉ, de TEATRO, capitaneada, competentemente, por INEZ VIANA, porém, a maioridade foi atingida, precocemente, aos 5 anos de vida, completados neste ano de 2015.  TOTALMENTE EMANCIPADA!!!

Para comemorar a data, a OmondÉ acabou de apresentar o seu repertório, como parte de uma ocupação no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro (Cinelândia – Centro).  Foi uma ótima oportunidade, para conhecer, ou rever, “AS CONCHAMBRAÇAS DE QUADERNA”, “OS MAMUTES”, “NEM MESMO TODO O OCEANO” e “INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS”.

 

 


 

 


Leonardo Brício – Dom Pedro Diniz de Quaderna, o protagonista.

 


Carol Pismel, Luís Antônio Fortes, Juliana Bodini e Débora Lamm.

 


Pacto com o Diabo.

 

 
AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA
 
Uma das referências da literatura brasileira reside na obra do romancista e dramaturgo Ariano Suassuna, que foi membro da Academia Brasileira e Pernambucana de Letras, fundador do Movimento Armorial e tem sua obra permeada por valores e personagens da cultura popular nordestina e de clássicos da literatura universal.  
Em 2009, a CIA OmondÉ esteve à frente da primeira montagem profissional desse texto de Suassuna.
SINOPSE: São duas peças numa só, ligadas por um mesmo narrador, DOM PEDRO DINIZ QUADERNA.
A primeira conta a saga de duas irmãs prometidas em casamento, quando o noivo de uma delas, no dia do matrimônio, resolve que quer se casar com a outra, criando uma grande confusão.  
A segunda história fala de uma mulher traída pelo marido, que faz um pacto com o DIABO, e pede para que este leve o traidor e sua amante para o inferno.  QUADERNA, então, se disfarça de DIABO e, além de criar muitas “conchambranças”, ou seja, armadas e conchavos, revela um final inesperado.
FICHA TÉCNICA:
Autor: Ariano Suassuna
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques
Elenco: Leonardo Brício, Débora Lamm, Juliane Bodini, Ricardo Souzedo, Iano Salomão, Luís Antônio Fortes, Jéfferson Schroeder, Zé Wendell, Júnior Dantas, Carolina Pismel e Maíra Zago
Músicos: Gustavo Lyra e Karen Verthein
Cenário: Nello Marrese
Figurino: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Iluminação: Renato Machado
Consultoria: Carlos Newton Júnior
Assistente de Direção: Luís Antônio Fortes
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
 



Elenco.

 


Luís Antônio Fortes.

 


Débora Lamm – Isadora.

 

 
OS MAMUTES
 
“OS MAMUTES” é uma peça escrita por Jô Bilac, aos 18 anos, e, segundo declaração própria, tratou-se de um delírio juvenil, delírio esse cujo tema, bastante atual, é uma feroz crítica à sociedade, um dilema entre seguir as regras de um sistema imoral, para, assim, ser aceito por ele, ou optar por seus valores éticos e ser excluído de um grupo.
O espetáculo mostra os pontos coincidentes entre realidade e ficção, deposita toda nossa esperança num Brasil voltado para o seu crescimento, não só tecnológico, mas educativo, em que a palavra do homem é o que vale, além de sua moral e ética.
Com muita ironia, a peça surpreende, ao passar pelos variados questionamentos e dúvidas relativas ao humano.
SINOPSE: ISADORA, menina perversa, tem apenas nove anos.  Está trancada em seu quarto e escreve a história de LEON, um rapaz honesto, criado pela avó, dentro dos valores cristãos, que precisa de um emprego para sustentar os dois.  Com isso, tenta uma vaga de fritador de hambúrgueres na Mamute’s Food.  Para conseguir a vaga, ele precisa matar um “mamute”, ou seja, um ser humano sem valores morais.  Ele se vê, então, diante de uma encruzilhada: matar um ser humano, por pior que ele seja, ou entrar para o sistema, como um caçador de mamutes, com regras e valores próprios?
FICHA TÉCNICA:
Texto: Jô Bilac
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques
Elenco: Débora Lamm, Leonardo Brício, Ricardo Souzedo, Carolina Pismel, Iano Salomão, Juliane Bodini, Zé Wendell, Júnior Dantas, Jéfferson Schroeder e Luís Antônio Fortes
Músicos: Eveline Garcia, Aline Gonçalves e Felipe Antello
Cenário: Nello Marrese
Figurinos: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Iluminação: Renato Machado
Direção de Movimento: Dani Amorim
Assistente de Direção: Leila Maria Moreno
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
 



Leonardo Brício, o protagonista.

 


O elenco.

 

Divulgação

Tensão nos porões da Ditadura.

 

 
NEM MESMO TODO O OCEANO
 
“NEM MESMO TODO O OCEANO” é, antes de tudo, um romance de geração e de ideias.  É um “thriller” contemporâneo, dentro de um romance histórico.  O livro é uma espécie de diário de um arrivista e sua ambiciosa, deslumbrada e detestável trajetória.  Com riqueza de detalhes, numa narrativa dinâmica, Alcione Araújo reconstitui toda uma época atribulada da História do Brasil (1950 a 1975) e constrói um romance poderoso, empolgante, raro de encontrar em qualquer língua, o qual lembra, pela sua grandiosidade, os gigantes da literatura russa do século passado.
SINOPSE: Na peça, assim como no romance, fatos reais se misturam à ficção, trazendo imediata identificação de uma das mais agravantes e dolorosas épocas do nosso país, a era da inocência perdida.  Ameaçado de morte, um médico que assistia a torturas, nos porões da ditadura militar brasileira, prepara-se para explicar seu comportamento a um grupo de jornalistas.  Logo antes, ele rememora sua vida inteira e tenta entender como e por que ele, o garoto esforçado do interior, chegou até ali.
FICHA TÉCNICA:
Autor: Alcione Araújo
Adaptação e Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Claudia Marques
Elenco: Leonardo Brício, Iano Salomão, Zé Wendell, Jéfferson Schroeder, Júnior Dantas e Luís Antonio Fortes
Iluminação: Renato Machado
Figurino: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Consultoria Dramatúrgica: Pedro Kosovski
Assistentes de Direção: Carolina Pismel, Débora Lamm e Juliane Bodini
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
 



“Parabéns pra você, nesta data querida!”

 


Coisas de crianças.

 


O elenco.

 

 
INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS
 
O ponto de partida para “INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS”, o mais recente espetáculo da Cia OmondÉ, foi um laboratório de dez meses de treinamento e pesquisa, quando foram gerados jogos, estudos e composições sobre educação e infância.  
Um projeto distinto, quanto ao seu formato e percurso de pesquisa da Cia, pois, a partir da colaboração dos atores para a escaleta e sinopse de Jô Bilac, foi se formando o texto final.
SINOPSE: A peça trata da decadência humana, a partir de trajetos que se cruzam, gerando uma série de incidentes, envolvendo crianças.  Tudo se potencializa no ar, de maneira irreversível, modificando, para sempre, a vida daquelas pessoas, que, em comum, têm o desejo de vingança e a vontade de apagarem, de suas memórias, as próprias trajetórias.  Três histórias se cruzam: MARÍN, mulher desequilibrada e bipolar, está num processo litigioso de separação com HENRIQUE, médico famoso por inventar um antidepressivo que cura traumas da infância.  Porém, mesmo nessa situação, resolvem comemorar o aniversário, de nove anos, do filho, JÚNIOR, numa viagem à Disney.  Enquanto isso, SUZANINHA, garota mimada e arrogante, que, além de “miss mirim”, é campeã de tiros, está acompanhada de seu segurança, ARGOS, o qual, por medo de voar, embriaga-se, deixando vir à tona toda sua violência.  No mesmo voo, ainda viajam os traficantes PITIL e FERNANDO, também funcionários da companhia aérea, que sequestram JUANITO, um “cucaracho” de quatro anos, para fazê-lo de “mula”, transportando, em sua mochila, um produto ilícito.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Jô Bilac
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques
Elenco: Carolina Pismel, Débora Lamm, Iano Salomão, Jéfferson Schroeder, Juliane Bodini, Júnior Dantas, Leonardo Brício, Luís Antônio Fortes e Zé Wendell (“Stand in”: Karina Ramil)
Cenário: Mina Quental - Atelier na Glória
Iluminação: Renato Machado e Ana Luzia de Simoni
Figurino: Flavio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Direção de Movimento: Dani Amorim
Visagismo: Márcio Mello
Assistente de Direção: Marta Paret
Assistente de Produção: Maíra Zago
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
 


É linda a trajetória dessa companhia e mostra o quanto a competência, o amor a uma profissão, a amizade entre os pares e o respeito ao público, reunidos, podem render positivamente.

            Foi criada, oficialmente, em 2010, embora já houvesse um embrião, surgido no ano anterior, com a montagem daquele que viria a ser o primeiro espetáculo, e grande sucesso, do seu repertório, “AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA”, do grande mestre Ariano Suassuna.  Essa montagem foi feita, especialmente, para ser apresentada na FITA (Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis).  INEZ VIANA estava realizando um velho sonho, que é de quase todos os atores e diretores, qual seja o de ter a sua própria companhia.  Ela e mais nove atores, de diferentes lugares do Brasil, iniciaram “um trabalho de pesquisa, dialogando com diferentes recursos do teatro e da dança contemporâneos, pensando a cena a partir do lugar do ator no espaço vazio”.  Atualmente, além de INEZ, a OmondÉ conta com os talentos de CAROLINA PISMEL, DÉBORA LAMM, IANO SALOMÃO, JÉFFERSON SCHROEDER, JULIANE BODINI, JÚNIOR DANTAS, LEONARDO BRÍCIO, LUÍS ANTÔNIO FORTES e ZÉ WENDELL.

            Além da formação atual, a CIA já contou com a participação de grandes atores convidados, em algumas montagens, como é o caso de Lourival Prudêncio, Dani Barros, Kelzy Ecard, Diogo Camargos, Cláudia Ventura, Alexandre Dantas, Karina Ramil e Ricardo Souzedo.

A companhia já chama a atenção pelo caráter inovador em seu nome, que, segundo Ariano Suassuna, significa “armada, confusão, embolada, celebração, agitação”.  Não conferi; ou melhor, tentei, mas não consegui.  Mas, se o MESTRE falou, está falado.

Em tão pouco tempo de existência, a OmondÉ já coleciona várias indicações a prêmios, e conquistas de alguns, como o Prêmio APTR de Teatro, o Prêmio Shell e o Prêmio Qualidade Brasil.

 

Fizemos três perguntas a cada um dos atores da atual formação, os quais, com gentileza e rapidez, responderam a elas:

 

1)      Como e quando você chegou à CIA OmondÉ?

 

CAROLINA PISMEL disse que já conhecia o trabalho do grupo, em "As Conchambranças de Quaderna" e era fã dos colegas.  Ela entrou para a CIA no segundo trabalho deles, indicada por Jô Bilac, autor do texto, e foi, imediatamente, aceita por INEZ VIANA, que já conhecia seu trabalho em "Rebu", outra peça de .  Participou, então, da montagem de "Os Mamutes", como atriz convidada, e, naturalmente, por total identificação, entrou para a CIA.

 

DÉBORA LAMM também chegou para fazer "As Conchambranças de Quaderna", que se apresentaria somente dois dias, num “festival” de teatro (FITA). Segundo ela, a companhia surgiu espontaneamente, a partir desse trabalho, pela enorme vontade e prazer de estarem juntos. 

 

IANO SALOMÃO se orgulha em dizer que começou no embrião que daria origem à CIA OmondÉ, desde o primeiro dia de ensaio do primeiro espetáculo, o já citado “As Conchambranças de Quaderna”.  Ele havia feito, algum tempo antes, uma peça a que INEZ havia assistido.  Os dois se encontraram, na preparação de um festival do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro.  “Ela disse que queria me falar após a reunião.  Não me aguentei e fui pra perto dela.  Ela disse que estava montando um Suassuna, que seria sua primeira direção profissional e que o protagonista seria o Lourival Prudêncio.  Antes de ela continuar, eu disse ‘TOPO!’. Ela falou que precisaria me dar mais detalhes sobre ensaios, cachês e eu completei:  Suassuna, você e o Lolô?  Eu tô dentro.  O resto a gente resolve depois."   IANO não encontra palavras para expressar sua admiração por Ariano Suassuna.  Além disso, sempre admirou muito o trabalho de INEZ, como atriz, e, ainda por cima, fora aluno de Lourival Prudêncio, e também o admirava.  De lá para cá, sempre esteve presente nas produções da CIA.

 

JÉFFERSON SCHROEDER entrou para a CIA de uma forma inusitada.  Ele já trabalhara com INEZ, quando ela montou “O Casamento”, uma adaptação do diretor João Fonseca, para o livro homônimo do Nélson Rodrigues, na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL).  Ele não fazia parte da CIA, em “As Conchambranças de Quaderna”, porém, em “Os Mamutes”, como LEONARDO BRÍCIO estava fazendo uma novela e não podia ensaiar, JÉFFERSON foi convidado, por INEZ, para ser um "ensaiador" do colega, ou seja, fazer o papel que lhe cabia, durante os ensaios.  O papel era o de LOLA BLAIR / PABLO.  Por estar participando dos ensaios e criando junto, INEZ lhe deu alguns personagens pequenos.  Ocorre que, quando LEONARDO terminou a novela, acabou não fazendo a peça e JÉFFERSON acabou assumindo, oficialmente, também o personagem que seria de LÉO.  Coisas dos deuses do TEATRO!

 

JULIANE BODINI, em 2009, recém-formada pela CAL, participou da remontagem de uma peça que INEZ dirigira lá, já aqui citada (“O Casamento”), e que, então, seria apresentada profissionalmente.  Ficaram em cartaz na Casa da Glória.  Mais tarde, houve o convite para fazer a assistência de direção do espetáculo "Os Mamutes", onde também ingressou no elenco, como atriz. 

 

JÚNIOR DANTAS passou a fazer parte do grupo, primeiramente, antes de seu reconhecido talento, por uma questão “geográfica”.  É que, apesar de ter nascido no Rio Grande do Norte, morava em Angra dos Reis, em 2009, quando o espetáculo “As Conchambranças de Quaderna” foi convidado para participar da FITA.  O convite feito a INEZ exigia que, no elenco, houvesse atores angrenses.  Essa condição de “local adotado” o levou a fazer teste para o elenco e ser aprovado.  E o que era para ser um espetáculo de dois dias, numa espécie de “festival” (O “F”, de FITA, significa FESTA.) acabou, em janeiro de 2010, estreando, em temporada, de extremo sucesso, no Teatro Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro.  A partir de lá, resolveram que gostariam de ficar juntos e criar a CIA OmondÉ.                        

 

            LEONARDO BRÍCIO, em dezembro de 2009, recebeu um telefonema de DÉBORA LAMM, que havia feito "As Conchambranças de Quaderna", na FITA, perguntando-lhe se gostaria de fazer a peça em janeiro.  O ator, já bastante conhecido do grande público, por suas atuações em telenovelas, conversou com INEZ, assistiu ao vídeo da montagem e ficou fascinado com o grupo e com a direção da peça.  Aceitou, então, substituir o excelente ator Lourival Prudêncio, e teve uns quinze dias para decorar e dominar o papel.  A partir de então, começou sua história de amor com a CIA.

 

            LUÍS ANTÔNIO FORTES está na OmondÉ desde a sua fundação.  Em 2009, INEZ o levou para a Casa da Glória, uma surpresa como ator, em “O Casamento”.  Depois desse trabalho, ela o chamou para fazer sua assistência de direção, em "As Conchambranças de Quaderna" (2010), sua primeira e vitoriosa direção profissional.

 

            ZÉ WENDELL é outro que também entrou para a Cia na “quota geográfica”.  Brincadeiras à parte, também integrou o elenco de “As Conchambranças de Quaderna”, na FITA.  Ele era estudante da Unirio, estava prestes a se formar e sem muitas perspectivas de trabalho, quando surgiu o teste para fazer a peça.  E lá foi ele, a despeito de ser paraibano, mas ex-morador de Angra dos Reis (Lembram-se da exigência da curadoria da FITA?), onde fizera alguns espetáculos teatrais, com Adrén Alves e Júnior Dantas.  E quase que não foi fazer o teste, pois estava envolvido numa montagem da Unirio – “Woyzek” - e não tivera tempo de preparar nenhuma cena para o teste.  Convencido por seu amigo Adrén (Obrigado, Adrén!), baixou, na internet, um poema de Ariano Suassuna, que falava sobre a morte do pai dele e, “na cara de pau”, segundo o próprio , foi fazer o teste.  INEZ, quando o viu com o papel na mão, para fazer uma leitura dramatizada, e de uma poesia, engoliu em seco e disse: “Tudo bem, pode começar!”.  E não é que deu certo?

 

2)      O que significa, para você, pertencer à CIA OmondÉ?

 

(OBSERVAÇÃO: Quero registrar que, conhecendo todos os integrantes da CIA e sendo amigo deles, atesto a sinceridade de cada um e concordo com tudo o que dizem.  São depoimentos emocionantes e muito verdadeiros, de causar inveja - branca - e orgulho.)

 

CAROLINA PISMEL: “Saber que você tem pessoas que pensam como você, com quem pode contar e em quem pode confiar, para trabalhar.  Somos uma grande família.  Temos integrantes de vários lugares e  tipos de formação, e isso poderia ser um problema, mas é uma solução.  A gente se completa.”

 

DÉBORA LAMM: Fazer parte da OmondÉ é estar perto de pessoas com as quais tenho enorme identificação e por quem tenho grande admiração.  Trabalhar com a CIA é estar em casa, fazendo o de que mais gosto.”

 

IANO SALOMÃO: “O significado de estar em uma companhia, para mim, é enorme.  Tive um grande professor (Isaac Bernart), que insistia em que a minha turma do curso (CAL) tentasse se firmar como companhia.  Ele nos via fortes, juntos, e acreditava muito mais na busca conjunta do que numa busca solitária.  Eu sempre concordei com ele.  Além de sempre achar ‘coletivos’ mais interessantes (em esportes, e até pelo fato de eu pertencer a uma família grande), sempre acreditei, também, que trilhar uma profissão e área tão pouco ajudadas e reconhecidas como importante, no nosso país, já seria muito complexo e difícil em grupo; trilhar sozinho é sempre mais penoso e cruel.  Fora que amo grupos que desenvolvem suas próprias linguagens, criam sua história e vencem e perdem, juntos.  E aí entro eu numa companhia, a CIA OmondÉ.  Não é qualquer companhia; é uma companhia que, graças à  INEZ, nasceu com direcionamento, com muito foco.  Sempre nos foi dada a condição de exercer nosso ofício, sempre. Graças à INEZ e à escolha de nossos grandes e queridos produtores.  Lili e Damiana (Bloco Pi), Bel Themudo e a nossa onipresente Cláudia Marques sempre nos permitiram criar e continuar nossos projetos e caminhos longos, que cada espetáculo sempre seguiu.  Sem contar que é uma companhia completamente mesclada de sotaques, culturas, origens e talentos.  Fernanda Montenegro, quando nos viu, em “As Conchambraças de Quaderna”, já no Sesc Ginástico, disse algo que já percebíamos, mas com um carimbo desses, né?  ‘São atores e pessoas muito diferentes entre si e que funcionam como o Brasil, onde a riqueza está na mistura, no diferente junto’.  E aqui estamos, completando cinco anos, quatro espetáculos e a vontade de estarmos juntos sempre, como sempre.”

 

            JÉFFERSON SCHROEDER: “Pertencer À CIA OmondÉ é uma realização.  Fazer peças que, se eu assistisse a elas, gostaria muito de fazer parte do elenco.  E pensaria: Como faço para estar ali?  É neste teatro que acredito!  É ter a certeza de que sempre vai ficar bom e que estarei feliz.  É confiar, plenamente, em uma diretora que conhece como cada um funciona e sabe tirar o seu melhor.  É ser dirigido para, além de informar e fazer pensar, entreter, sem ser chato, sem forçar o ‘cult’, para parecer inteligente.  É priorizar o prazer da plateia em assistir ao nosso trabalho.  É surpreender, com mágicas e coreografias ensaiadas milhões de vezes, para se chegar a um nível surpreendente.  Fazer parte da CIA OmondÉ é ter a certeza de que, profissionalmente, no Teatro, já alcancei o lugar onde eu gostaria de estar.”

 

            JULIANE BODINI: “Fazer parte da Cia. OmondÉ é o que me realiza artisticamente.  O que me completa, como atriz, pela possibilidade de alçar voos em trabalhos em cujas pesquisas e resultados acredito fielmente.  É um luxo poder fazer parte disso, junto a esta família, que foi criada com o passar desses cinco anos.”

 

            JÚNIOR DANTAS: “A CIA OmondÉ, para mim, é minha família.  Como não sou carioca, é na companhia que coloco minhas emoções para fora.  Somos amigos, companheiros, estudamos e aprendemos juntos.  Sou muito feliz em fazer parte deste grande encontro.  É aqui que quero trabalhar e me divertir cada vez mais.”

                                                              

LEONARDO BRÍCIO: “Sempre sonhei fazer parte de uma companhia.  Sou cria de O Tablado e, apesar de, lá, haver um clima de grupo, isso não acontece na prática.  Fazer parte dessa companhia, para mim, é um sonho realizado.  Adoro estar com o grupo, trabalhar com eles, viajar e tudo o que envolve a nossa convivência.”

 

LUÍS ANTÔNIO FORTES: “A CIA OmondÉ é família / respeito / trabalho / conhecimento e muita diversão. Eu não só pertenço a ela; eu sou ela, eu visto a camisa. Sou muito feliz e grato por isso.”

 

ZÉ WENDELL: “Estar na OmondÉ significa estar no lugar de algo que, um dia, para mim, era apenas um sonho.  Vim da Paraíba, para o Rio, a fim de fazer carreira, trabalhar como ator e, hoje, me vejo dentro de uma das melhores companhias de TEATRO do país.  Isso, para mim, é uma honra.  Nós somos a cara do Brasil: Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro.  É, realmente, uma grande satisfação aprender e dividir o palco com tantos talentos.  Nós somos uma família.  OmondÉ é meu amparo, é o meu berço no Rio de Janeiro.  É a minha arte.” 

 

3)      Que mudança profissional representou o seu ingresso na CIA OmondÉ?

 

CAROLINA PISMEL: Sou uma atriz de grupo. Sempre fui. Tive grupo amador na adolescência, formei um grupo profissional (Teatro Independente) e entrei para a OmondÉ porque me identifiquei de cara. Sou uma atriz empreendedora, visto a camisa mesmo. Então, profissionalmente, um grupo só pode me acrescentar.  Pensamos a longo prazo, é uma maneira de se fomentar, através de repertório e turnês.  Não conseguiria viver sem!”

 

DÉBORA LAMM: Trabalhar em um grupo te dá a oportunidade de aprofundar um pensamento, discutir opiniões e colocá-las em prática.  Desde adolescente, nas aulas de O Tablado, sonhava em participar de uma companhia de teatro.  Hoje, temos uma para cuidar e dar prosseguimento!  Viva OmondÉ!

 

IANO SALOMÃO: “A consequência de estar numa companhia tão talentosa e criativa como esta, com profissionais competentes, em todos os setores, está na chance de ser sempre visto.  Fora o fato de eu trabalhar, em maior quantidade, para espetáculos da própria companhia, aos quais sempre dou preferência, quando tenho qualquer outro trabalho que coincida em datas.  Quando se é visto, se é mais lembrado e chamado.  Fora que (sem puxação de saco) a INEZ é uma INCRÍVEL diretora de atores, sabe tirar o que é melhor de cada ator, para aquela situação específica.  Então, estamos sempre sendo vistos e bem vistos (ou o melhor possível, rs).  E isso gera, sim, outros convites.  Um exemplo: faço parte de uma grande série de TV, dirigida pelo gigante Sérgio Resende.  Fui chamado para o teste, porque a Julia Resende, filha dele, que dirigiu a INEZ numa outra série e num filme, assistiu aos nossos espetáculos, junto à Marisa Leão, e me indicou.  Mas é importante, para mim, dizer que, quando nos tornamos a CIA, virou meu principal foco profissional.

 

JÉFFERSON SCHROEDER: “Na vida de ator, ouvimos, e sentimos, sempre, sobre a instabilidade da profissão.  Por mais imprevisível que seja este mercado, a Cia, ainda assim, é uma segurança.  Temos uma equipe sempre se esforçando e criando novas possibilidades, novas apresentações, novos projetos.  Então, vivemos a companhia, ela não para.  Com isso, estamos sempre crescendo juntos, nosso novo olhar sobre a forma de atuar, a renovação constante da direção.  É uma escola, com gostos e vontades em comum.  Uma linguagem de equipe.”

 

JULIANE BODINI: “Foi na Cia OmondÉ que ingressei no mercado profissional, graças à confiança da INEZ no meu trabalho.  Só tenho a agradecer.”

 

JÚNIOR DANTAS: “Sempre gostei de fazer TEATRO.  Essa é uma paixão que tenho desde criança.  E a gente sabe que o fazer teatral é diário, passo a passo.  Eu participei de companhia de TEATRO em Ipueira (Rio Grande do Norte), Campina Grande (Paraiba) e Angra dos Reis (Rio de Janeiro), até chegar à Cia OmondÉ, que é muito profissional, e me sinto realizado.  Aprendo muito com nossa diretora, INEZ VIANA, e com os atores, em cena.  OmondÉ também me fez conhecer várias cidades e teatros do Brasil, por onde nos apresentamos.  Já tivemos grandes e emocionantes experiências.”

 

LEONARDO BRÍCIO: “Acho que, profissionalmente, a CIA OmondÉ, me colocou em um outro lugar.  Mais pessoas conheceram o meu trabalho e, nesses últimos cinco anos, a CIA me resgatou paro teatro.  Passei a fazer menos TV, mas acho que, como ator, foi muito rico apra mim.  Hoje, fazendo uma retrospectiva com nosso repertório, isso me fez ver, mais nitidamente, os caminhos que traçamos nesse tempo, e acho que cresci com a convivência com o grupo.”

 

            LUÍS ANTÔNIO FORTES: Desde 2009, trabalho, como assistente de direção, nos espetáculos que a INEZ dirige.  Tento aprender sempre e, a cada espetáculo, algo muda dentro de mim.  E, há três anos, junto com a INEZ, dou aula para um grupo de alunos da " melhor idade", lá no Galpão Gamboa.  É por isso que agradeço, todos os dias, porque, maior que o crescimento ou mudança profissional, é o conhecimento da vida, e lá tudo é especial.” 

 

            ZÉ WENDELL: “Estar na CIA OmondÉ é uma realização profissional constante, principalmente, porque estamos sempre na ativa, criando e produzindo, e isso, para qualquer artista, hoje em dia, é um feito.  Desde que nos tornamos CIA, só tenho crescido como ator e artista.”

 

 

Também foram feitas seis perguntas a INEZ VIANA, a “arquiteta’ da CIA OmondÉ e diretora dos espetáculos, aqui reproduzidas, com as respectivas respostas:

 

            1) Qual foi o pontapé inicial, ou a motivação, para a criação da CIA OmondÉ?

 

INEZ VIANA: “Nos anos 80, fiz parte de um Coletivo, oriundo de dois grupos teatrais - o “Manhas e Manias” e o “Pessoal do Cabaré”.  Era o “Manhãs de Cabaré”.  Nos anos 90, fiz parte do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, grupo do Aderbal Freire-Filho.  Sempre gostei de trabalhar em grupo.  Mas a CIA OmondÉ nasceu de forma espontânea, decorrente de um trabalho realizado no fim de 2009, “As Conchambranças de Quaderna”, com o intuito de ficar apenas dois dias em cartaz.  Movidos por esse encontro inicial e pelo desejo de compartilhar processos e criar em colaboração, nove atores, de diferentes lugares do Brasil, e eu, iniciamos uma pesquisa, dialogando com diferentes recursos do teatro e da dança contemporâneos, pensando a cena a partir do lugar do ator no espaço vazio.”

 

2) O que representa, para você, ter seu nome, como profissional, automaticamente vinculado ao de uma companhia de TEATRO de sucesso, como a OmondÉ?


INEZ VIANA: “Além de uma conquista e de um aprendizado constante, representa um caminho do que eu penso sobre TEATRO: fazer em grupo e trocar com outros grupos.”

 

3) Além do bom gosto, que outro(s) critério(s) pesa(m) na escolha “do próximo texto a ser montado”?  Você escolhe sozinha ou é discutido no grupo?

 

INEZ VIANA: “Além de desejos antigos, como foi o caso do “NEM MESMO TODO O OCEANO”, a gente percebe, juntos, sobre o que queremos falar, o que é importante dizer no momento, tentando vincular, sempre, com o tempo atual.  A vontade de trabalhar com o Jô Bilac, por exemplo, era comum a todos da CIA.”

 

4) De excelente atriz a, não menos excelente, diretora, quem te serviu de inspiração nesta carreira?  Em que fontes você bebeu?

 

INEZ VIANA: “Obrigada, pelo “excelente”, mas continuo na eterna pesquisa de um caminho poético.  Artistas que sempre admirei continuam me inspirando, como Enrique Diaz, Márcio Abreu, Grace PassôAderbal Freire-Filho, Bia Lessa, Vinícius ArneiroCibele ForjazPeter Brook, Alain Platel, Dimitris Papaioannou, Albert Renaut, Bob Wilson, Sacha Waltz, Thomas Ostermeir, Mats Ek...”

 

5) Apesar da presença da música, até mesmo ao vivo, em “AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA” e “OS MAMUTES”, estes espetáculos não podem ser considerados musicais.  Você, que também é excelente cantora, já tendo participado de musicais e gravado um CD, pretende dirigir um?

 

INEZ VIANA: “Amo música!  Tenho vontade de dirigir uma ópera.”

 

6)  Pode nos adiantar qual será o próximo projeto da CIA?

 

INEZ VIANA: “Estamos estudando ainda...”

 

 


Inez Viana.

 

            Com relação a INEZ VIANA, tenho a dizer isto: Quando, em 2010, vi “AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA”, no palco do Teatro Ginástico, sua primeira assinatura profissional, na direção, saí de lá com a convicção de que INEZ era uma boa diretora de TEATRO.  Hoje, cinco anos depois, após ter assistido, mais de uma vez, àquele espetáculo e a “OS MAMUTES”, “NEM TODO O OCEANO” e “INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS”, mudei de opinião: ela é uma das melhores profissionais em direção de que dispomos.

Acompanho os trabalhos da CIA OmondÉ, desde sua primeira produção, e a considero uma das melhores e mais importantes companhias do Brasil. 

 

Ela me representa!!!

 

 

(FOTOS: PRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO

DOS ESPETÁCULOS.)

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