CIA OmondÉ
– 5 ANOS
(MAIORIDADE
PRECOCE.)
“MaioridADE”, além de rimar com “maturidADE”, é um indicativo de “responsabilidADE” (Olha a rima de
novo!) e de que o indivíduo já conta com recursos próprios para caminhar
sozinho, defender-se e conquistar seu espaço no universo em que orbita.
Dependendo da
legislação de cada país, ela é atingida em idades diferentes, geralmente aos 18
ou 21 anos. No Brasil, está fixada nos
18.
Para a CIA OmondÉ, de TEATRO, capitaneada, competentemente, por INEZ VIANA, porém, a maioridade foi atingida, precocemente, aos 5
anos de vida, completados neste ano de 2015.
TOTALMENTE EMANCIPADA!!!
Para comemorar
a data, a OmondÉ acabou de
apresentar o seu repertório, como parte de uma ocupação no Teatro Dulcina, no Rio de
Janeiro (Cinelândia – Centro). Foi
uma ótima oportunidade, para conhecer, ou rever, “AS CONCHAMBRAÇAS DE QUADERNA”, “OS MAMUTES”, “NEM MESMO
TODO O OCEANO” e “INFÂNCIA, TIROS E
PLUMAS”.
Leonardo Brício – Dom Pedro Diniz de
Quaderna, o protagonista.
Carol Pismel, Luís Antônio Fortes, Juliana
Bodini e Débora Lamm.
Pacto com o Diabo.
AS CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA
Uma das referências da
literatura brasileira reside na obra do romancista e dramaturgo Ariano Suassuna, que foi membro da Academia Brasileira e Pernambucana de Letras, fundador do Movimento Armorial e tem sua obra
permeada por valores e personagens da cultura popular nordestina e de clássicos
da literatura universal.
Em 2009, a CIA OmondÉ esteve à frente da primeira
montagem profissional desse texto de Suassuna.
SINOPSE: São duas peças numa só, ligadas por um mesmo narrador, DOM PEDRO DINIZ QUADERNA.
A primeira conta a saga de
duas irmãs prometidas em casamento, quando o noivo de uma delas, no dia do
matrimônio, resolve que quer se casar com a outra, criando uma grande confusão.
A segunda história fala de
uma mulher traída pelo marido, que faz um pacto com o DIABO, e pede para que este leve o traidor e sua amante para o
inferno. QUADERNA, então, se disfarça de DIABO e, além de criar muitas “conchambranças”,
ou seja, armadas e conchavos, revela um final inesperado.
FICHA TÉCNICA:
Autor: Ariano Suassuna
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques
Elenco: Leonardo Brício, Débora Lamm, Juliane Bodini, Ricardo Souzedo,
Iano Salomão, Luís Antônio Fortes, Jéfferson Schroeder, Zé Wendell, Júnior
Dantas, Carolina Pismel e Maíra Zago
Músicos: Gustavo Lyra e Karen Verthein
Cenário: Nello Marrese
Figurino: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Iluminação: Renato Machado
Consultoria: Carlos Newton Júnior
Assistente de Direção: Luís Antônio Fortes
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
Elenco.
Luís Antônio Fortes.
Débora Lamm – Isadora.
OS MAMUTES
“OS MAMUTES” é uma peça escrita por Jô Bilac, aos 18 anos, e, segundo declaração própria, tratou-se de
um delírio juvenil, delírio esse cujo tema, bastante atual, é uma feroz crítica
à sociedade, um dilema entre seguir as regras de um sistema imoral, para, assim,
ser aceito por ele, ou optar por seus valores éticos e ser excluído de um
grupo.
O espetáculo mostra os
pontos coincidentes entre realidade e ficção, deposita toda nossa esperança num
Brasil voltado para o seu crescimento, não só tecnológico, mas educativo, em
que a palavra do homem é o que vale, além de sua moral e ética.
Com muita ironia, a peça
surpreende, ao passar pelos variados questionamentos e dúvidas relativas ao
humano.
SINOPSE: ISADORA, menina perversa, tem apenas nove anos. Está trancada em seu quarto e escreve a
história de LEON, um rapaz honesto,
criado pela avó, dentro dos valores cristãos, que precisa de um emprego para
sustentar os dois. Com isso, tenta uma
vaga de fritador de hambúrgueres na Mamute’s
Food. Para conseguir a vaga, ele
precisa matar um “mamute”, ou seja,
um ser humano sem valores morais. Ele se
vê, então, diante de uma encruzilhada: matar um ser humano, por pior que ele
seja, ou entrar para o sistema, como um caçador de mamutes, com regras e
valores próprios?
FICHA TÉCNICA:
Texto: Jô Bilac
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques
Elenco: Débora Lamm, Leonardo Brício, Ricardo Souzedo, Carolina Pismel,
Iano Salomão, Juliane Bodini, Zé Wendell, Júnior Dantas, Jéfferson Schroeder e
Luís Antônio Fortes
Músicos: Eveline Garcia, Aline Gonçalves e Felipe Antello
Cenário: Nello Marrese
Figurinos: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Iluminação: Renato Machado
Direção de Movimento: Dani Amorim
Assistente de Direção: Leila Maria Moreno
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
Leonardo Brício, o protagonista.
O elenco.
Tensão nos porões da Ditadura.
NEM MESMO TODO O OCEANO
“NEM MESMO TODO O OCEANO” é, antes de tudo, um romance de geração e
de ideias. É um “thriller” contemporâneo,
dentro de um romance histórico. O livro
é uma espécie de diário de um arrivista e sua ambiciosa, deslumbrada e
detestável trajetória. Com riqueza de
detalhes, numa narrativa dinâmica, Alcione
Araújo reconstitui toda uma época atribulada da História do Brasil (1950
a 1975) e constrói um romance poderoso, empolgante,
raro de encontrar em qualquer língua, o qual lembra, pela sua grandiosidade, os
gigantes da literatura russa do século passado.
SINOPSE: Na peça, assim como no romance, fatos reais se misturam à
ficção, trazendo imediata identificação de uma das mais agravantes e dolorosas
épocas do nosso país, a era da inocência perdida. Ameaçado de morte, um médico que assistia a
torturas, nos porões da ditadura militar brasileira, prepara-se para explicar
seu comportamento a um grupo de jornalistas. Logo antes, ele rememora sua vida inteira e
tenta entender como e por que ele, o garoto esforçado do interior, chegou até
ali.
FICHA TÉCNICA:
Autor: Alcione Araújo
Adaptação e Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Claudia Marques
Elenco: Leonardo Brício, Iano Salomão, Zé Wendell, Jéfferson Schroeder,
Júnior Dantas e Luís Antonio Fortes
Iluminação: Renato Machado
Figurino: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Consultoria Dramatúrgica: Pedro Kosovski
Assistentes de Direção: Carolina Pismel, Débora Lamm e Juliane Bodini
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
“Parabéns pra você, nesta data querida!”
Coisas de crianças.
O elenco.
INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS
O ponto de partida para “INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS”, o mais
recente espetáculo da Cia OmondÉ,
foi um laboratório de dez meses de treinamento e pesquisa, quando foram gerados
jogos, estudos e composições sobre educação e infância.
Um projeto distinto,
quanto ao seu formato e percurso de pesquisa da Cia, pois, a partir da colaboração dos atores para a escaleta e
sinopse de Jô Bilac, foi se formando
o texto final.
SINOPSE: A peça trata da decadência
humana, a partir de trajetos que se cruzam, gerando uma série de incidentes,
envolvendo crianças. Tudo se
potencializa no ar, de maneira irreversível, modificando, para sempre, a vida
daquelas pessoas, que, em comum, têm o desejo de vingança e a vontade de
apagarem, de suas memórias, as próprias trajetórias. Três histórias se cruzam: MARÍN, mulher desequilibrada e bipolar, está num processo litigioso
de separação com HENRIQUE, médico
famoso por inventar um antidepressivo que cura traumas da infância. Porém, mesmo nessa situação, resolvem
comemorar o aniversário, de nove anos, do filho, JÚNIOR, numa viagem à Disney.
Enquanto isso, SUZANINHA, garota mimada e arrogante, que, além de “miss mirim”, é
campeã de tiros, está acompanhada de seu segurança, ARGOS, o qual, por medo de voar, embriaga-se, deixando vir à tona
toda sua violência. No mesmo voo, ainda
viajam os traficantes PITIL e FERNANDO, também funcionários da
companhia aérea, que sequestram JUANITO,
um “cucaracho” de quatro anos, para fazê-lo de “mula”, transportando, em sua
mochila, um produto ilícito.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Jô Bilac
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques
Elenco: Carolina Pismel, Débora Lamm, Iano Salomão, Jéfferson
Schroeder, Juliane Bodini, Júnior Dantas, Leonardo Brício, Luís Antônio Fortes
e Zé Wendell (“Stand in”: Karina Ramil)
Cenário: Mina Quental - Atelier na Glória
Iluminação: Renato Machado e Ana Luzia de Simoni
Figurino: Flavio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Direção de Movimento: Dani Amorim
Visagismo: Márcio Mello
Assistente de Direção: Marta Paret
Assistente de Produção: Maíra Zago
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
É linda a
trajetória dessa companhia e mostra o quanto a competência, o amor a uma
profissão, a amizade entre os pares e o respeito ao público, reunidos, podem
render positivamente.
Foi criada,
oficialmente, em 2010, embora já houvesse um embrião, surgido no ano anterior,
com a montagem daquele que viria a ser o primeiro espetáculo, e grande sucesso,
do seu repertório, “AS CONCHAMBRANÇAS DE
QUADERNA”, do grande mestre Ariano
Suassuna. Essa montagem foi feita,
especialmente, para ser apresentada na FITA
(Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis). INEZ
VIANA estava realizando um velho sonho, que é de quase todos os atores e
diretores, qual seja o de ter a sua própria companhia. Ela e mais nove atores, de diferentes
lugares do Brasil, iniciaram “um trabalho de pesquisa, dialogando com
diferentes recursos do teatro e da dança contemporâneos, pensando a cena a
partir do lugar do ator no espaço vazio”. Atualmente, além de INEZ, a OmondÉ conta com
os talentos de CAROLINA PISMEL, DÉBORA LAMM, IANO SALOMÃO, JÉFFERSON SCHROEDER, JULIANE BODINI, JÚNIOR DANTAS, LEONARDO BRÍCIO, LUÍS ANTÔNIO FORTES e ZÉ WENDELL.
Além
da formação atual, a CIA já contou
com a participação de grandes atores convidados, em algumas montagens, como é o
caso de Lourival Prudêncio, Dani Barros, Kelzy Ecard, Diogo Camargos,
Cláudia Ventura, Alexandre Dantas, Karina Ramil e Ricardo
Souzedo.
A companhia já chama a atenção pelo
caráter inovador em seu nome, que, segundo Ariano
Suassuna, significa “armada,
confusão, embolada, celebração, agitação”.
Não conferi; ou melhor, tentei, mas não consegui. Mas, se
o MESTRE falou, está falado.
Em tão pouco tempo de existência, a
OmondÉ já coleciona várias
indicações a prêmios, e conquistas de alguns, como o Prêmio APTR de Teatro, o Prêmio
Shell e o Prêmio Qualidade Brasil.
Fizemos três perguntas a cada um dos atores da atual formação, os
quais, com gentileza e rapidez, responderam a elas:
1)
Como e quando você chegou à CIA OmondÉ?
CAROLINA PISMEL
disse que já conhecia o
trabalho do grupo, em "As Conchambranças de Quaderna" e era fã
dos colegas. Ela entrou para a CIA
no segundo trabalho deles, indicada por Jô Bilac, autor do texto, e foi,
imediatamente, aceita por INEZ VIANA, que já conhecia seu trabalho em "Rebu",
outra peça de Jô. Participou,
então, da montagem de "Os Mamutes", como atriz convidada, e,
naturalmente, por total identificação, entrou para a CIA.
DÉBORA LAMM também chegou para fazer "As
Conchambranças de Quaderna", que se apresentaria somente dois dias,
num “festival” de teatro (FITA).
Segundo ela, a companhia surgiu espontaneamente, a partir desse trabalho, pela
enorme vontade e prazer de estarem juntos.
IANO SALOMÃO se orgulha em dizer
que começou no embrião que daria origem à CIA OmondÉ, desde o primeiro dia de ensaio do
primeiro espetáculo, o já citado “As
Conchambranças de Quaderna”. Ele
havia feito, algum tempo antes, uma peça a que INEZ havia assistido. Os dois se encontraram, na preparação de um
festival do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro. “Ela disse que queria me falar após a
reunião. Não me aguentei e fui pra perto
dela. Ela disse que estava montando um Suassuna, que seria sua primeira
direção profissional e que o protagonista seria o Lourival Prudêncio. Antes de
ela continuar, eu disse ‘TOPO!’. Ela falou que precisaria me dar mais detalhes
sobre ensaios, cachês e eu completei: Suassuna, você e o Lolô? Eu tô dentro.
O resto a gente resolve depois." IANO não encontra palavras para expressar sua admiração por Ariano Suassuna. Além disso, sempre admirou muito o trabalho
de INEZ, como atriz, e, ainda por cima, fora aluno de Lourival Prudêncio, e também o
admirava. De lá para cá, sempre esteve
presente nas produções da CIA.
JÉFFERSON SCHROEDER entrou para a CIA de uma forma inusitada. Ele já trabalhara com INEZ, quando ela montou “O
Casamento”, uma adaptação do diretor João
Fonseca, para o livro homônimo do Nélson
Rodrigues, na Casa das Artes de
Laranjeiras (CAL). Ele não fazia
parte da CIA, em “As Conchambranças de Quaderna”, porém,
em “Os Mamutes”, como LEONARDO BRÍCIO estava fazendo uma
novela e não podia ensaiar, JÉFFERSON
foi convidado, por INEZ, para ser um
"ensaiador" do colega, ou seja, fazer o papel que lhe cabia, durante
os ensaios. O papel era o de LOLA BLAIR / PABLO. Por estar participando dos ensaios e criando
junto, INEZ lhe deu alguns
personagens pequenos. Ocorre que, quando
LEONARDO terminou a novela, acabou
não fazendo a peça e JÉFFERSON
acabou assumindo, oficialmente, também o personagem que seria de LÉO.
Coisas dos deuses do TEATRO!
JULIANE BODINI, em 2009,
recém-formada pela CAL, participou
da remontagem de uma peça que INEZ
dirigira lá, já aqui citada (“O
Casamento”), e que, então, seria apresentada profissionalmente. Ficaram em cartaz na Casa da Glória. Mais tarde,
houve o convite para fazer a assistência de direção do espetáculo "Os Mamutes", onde também
ingressou no elenco, como atriz.
JÚNIOR DANTAS passou a fazer parte
do grupo, primeiramente, antes de seu reconhecido talento, por uma questão
“geográfica”. É que, apesar de ter
nascido no Rio Grande do Norte, morava em Angra dos Reis, em 2009, quando o
espetáculo “As Conchambranças de
Quaderna” foi convidado para participar da FITA. O convite feito a INEZ exigia que, no elenco, houvesse
atores angrenses. Essa condição de
“local adotado” o levou a fazer teste para o elenco e ser aprovado. E o que era para ser um espetáculo de dois
dias, numa espécie de “festival” (O “F”,
de FITA, significa FESTA.) acabou, em janeiro de 2010, estreando, em temporada,
de extremo sucesso, no Teatro Sesc
Ginástico, no Rio de Janeiro. A partir de lá, resolveram que gostariam de ficar
juntos e criar a CIA OmondÉ.
LEONARDO BRÍCIO,
em dezembro de 2009, recebeu um telefonema de DÉBORA LAMM, que havia feito "As
Conchambranças de Quaderna", na FITA,
perguntando-lhe se gostaria de fazer a peça em janeiro. O ator, já bastante conhecido do grande
público, por suas atuações em telenovelas, conversou com INEZ, assistiu ao vídeo da montagem e ficou fascinado com o grupo e
com a direção da peça. Aceitou, então,
substituir o excelente ator Lourival
Prudêncio, e teve uns quinze dias para decorar e dominar o papel. A partir de então, começou sua história de
amor com a CIA.
LUÍS ANTÔNIO
FORTES está na OmondÉ
desde a sua fundação. Em 2009, INEZ o
levou para a Casa da Glória, uma
surpresa como ator, em “O Casamento”. Depois desse trabalho, ela o
chamou para fazer sua assistência de direção, em "As Conchambranças de Quaderna" (2010), sua primeira e vitoriosa direção profissional.
ZÉ WENDELL
é outro que também entrou para a Cia
na “quota geográfica”. Brincadeiras à
parte, também integrou o elenco de “As
Conchambranças de Quaderna”, na FITA. Ele era estudante da Unirio, estava prestes a se formar e sem muitas perspectivas
de trabalho, quando surgiu o teste para fazer a peça. E lá foi ele, a despeito de ser paraibano, mas
ex-morador de Angra dos Reis (Lembram-se
da exigência da curadoria da FITA?), onde fizera alguns espetáculos
teatrais, com Adrén Alves e Júnior Dantas. E quase que não foi fazer o teste, pois
estava envolvido numa montagem da Unirio
– “Woyzek” - e não tivera tempo de
preparar nenhuma cena para o teste. Convencido
por seu amigo Adrén (Obrigado, Adrén!),
baixou, na internet, um poema de Ariano
Suassuna, que falava sobre a morte do pai dele e, “na cara de pau”, segundo
o próprio ZÉ, foi fazer o teste. INEZ,
quando o viu com o papel na mão, para fazer uma leitura dramatizada, e de uma
poesia, engoliu em seco e disse: “Tudo bem, pode
começar!”. E não é que
deu certo?
2)
O que significa, para você,
pertencer à CIA OmondÉ?
(OBSERVAÇÃO: Quero registrar que, conhecendo
todos os integrantes da CIA e sendo amigo deles, atesto a sinceridade de cada
um e concordo com tudo o que dizem. São
depoimentos emocionantes e muito verdadeiros, de causar inveja - branca - e
orgulho.)
CAROLINA PISMEL: “Saber que você tem pessoas que pensam como você, com quem pode
contar e em quem pode confiar, para trabalhar. Somos uma grande família. Temos integrantes de vários lugares e
tipos de formação, e isso poderia ser um problema, mas é uma solução. A gente se completa.”
DÉBORA LAMM: “Fazer parte da OmondÉ é estar perto de pessoas com as quais tenho enorme
identificação e por quem tenho grande admiração. Trabalhar com a CIA é estar em casa, fazendo o de que mais gosto.”
IANO SALOMÃO: “O significado de estar em uma companhia,
para mim, é enorme. Tive um grande professor (Isaac Bernart), que insistia em que a
minha turma do curso (CAL) tentasse
se firmar como companhia. Ele nos via
fortes, juntos, e acreditava muito mais na busca conjunta do que numa busca
solitária. Eu sempre concordei com ele. Além de sempre achar ‘coletivos’ mais
interessantes (em esportes, e até pelo fato de eu pertencer a uma família
grande), sempre acreditei, também, que trilhar uma profissão e área tão pouco
ajudadas e reconhecidas como importante, no nosso país, já seria muito complexo
e difícil em grupo; trilhar sozinho é sempre mais penoso e cruel. Fora que amo grupos que desenvolvem suas
próprias linguagens, criam sua história e vencem e perdem, juntos. E aí entro eu numa companhia, a CIA OmondÉ.
Não é qualquer companhia; é uma companhia
que, graças à INEZ, nasceu com direcionamento, com muito
foco. Sempre nos foi dada a condição de
exercer nosso ofício, sempre. Graças à INEZ e à escolha de
nossos grandes e queridos produtores. Lili e Damiana (Bloco Pi), Bel Themudo e a nossa onipresente Cláudia Marques sempre nos permitiram
criar e continuar nossos projetos e caminhos longos, que cada espetáculo sempre
seguiu. Sem contar que é uma companhia
completamente mesclada de sotaques, culturas,
origens e talentos. Fernanda Montenegro, quando nos viu, em “As Conchambraças de Quaderna”, já no Sesc Ginástico, disse algo que já
percebíamos, mas com um carimbo desses, né?
‘São atores e pessoas muito diferentes entre si e que
funcionam como o Brasil, onde a riqueza está na mistura, no diferente junto’.
E aqui estamos, completando cinco anos,
quatro espetáculos e a vontade de estarmos juntos sempre, como sempre.”
JÉFFERSON
SCHROEDER: “Pertencer À CIA OmondÉ é uma realização. Fazer peças que, se eu assistisse a elas,
gostaria muito de fazer parte do elenco. E pensaria: Como faço para estar ali? É neste teatro que acredito! É ter a certeza de que sempre vai ficar bom e
que estarei feliz. É confiar, plenamente,
em uma diretora que conhece como cada um funciona e sabe tirar o seu melhor. É ser dirigido para, além de informar e fazer
pensar, entreter, sem ser chato, sem forçar o ‘cult’, para parecer inteligente. É priorizar o prazer da plateia em assistir ao
nosso trabalho. É surpreender, com
mágicas e coreografias ensaiadas milhões de vezes, para se chegar a um nível
surpreendente. Fazer parte da CIA OmondÉ é ter a certeza de que,
profissionalmente, no Teatro, já
alcancei o lugar onde eu gostaria de estar.”
JULIANE BODINI:
“Fazer parte da Cia. OmondÉ é o que me realiza artisticamente. O que me completa, como atriz, pela possibilidade
de alçar voos em trabalhos em cujas pesquisas e resultados acredito fielmente. É um luxo poder fazer parte disso, junto a
esta família, que foi criada com o passar desses cinco anos.”
JÚNIOR DANTAS:
“A CIA
OmondÉ, para mim, é minha família. Como
não sou carioca, é na companhia que coloco minhas emoções para fora. Somos amigos, companheiros, estudamos e
aprendemos juntos. Sou muito feliz em
fazer parte deste grande encontro. É
aqui que quero trabalhar e me divertir cada vez mais.”
LEONARDO BRÍCIO: “Sempre sonhei fazer parte de uma companhia.
Sou cria de O Tablado e, apesar de, lá, haver um clima de grupo, isso não
acontece na prática. Fazer parte dessa
companhia, para mim, é um sonho realizado. Adoro estar com o grupo, trabalhar com eles,
viajar e tudo o que envolve a nossa convivência.”
LUÍS ANTÔNIO FORTES: “A CIA
OmondÉ é família / respeito / trabalho / conhecimento e muita diversão. Eu não
só pertenço a ela; eu sou ela, eu visto a camisa. Sou muito feliz e
grato por isso.”
ZÉ WENDELL: “Estar na OmondÉ significa
estar no lugar de algo que, um dia, para mim, era apenas um sonho. Vim da Paraíba, para o Rio, a fim de fazer
carreira, trabalhar como ator e, hoje, me vejo dentro de uma das melhores
companhias de TEATRO do país. Isso, para mim, é uma honra. Nós somos a cara do Brasil: Paraíba, Rio
Grande do Norte, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro. É, realmente, uma grande satisfação aprender e
dividir o palco com tantos talentos. Nós
somos uma família. OmondÉ é meu amparo, é o meu berço no Rio de Janeiro. É a minha arte.”
3)
Que mudança profissional representou o seu
ingresso na CIA OmondÉ?
CAROLINA PISMEL: “Sou uma atriz de grupo. Sempre
fui. Tive grupo amador na adolescência, formei um grupo profissional (Teatro
Independente) e entrei para a OmondÉ porque me identifiquei de cara.
Sou uma atriz empreendedora, visto a camisa mesmo. Então, profissionalmente, um
grupo só pode me acrescentar. Pensamos a
longo prazo, é uma maneira de se fomentar, através de repertório e turnês. Não conseguiria viver sem!”
DÉBORA LAMM: “Trabalhar em um grupo te dá a oportunidade
de aprofundar um pensamento, discutir opiniões e colocá-las em prática. Desde adolescente, nas aulas de O Tablado, sonhava em participar de uma
companhia de teatro. Hoje, temos uma
para cuidar e dar prosseguimento! Viva OmondÉ!
IANO
SALOMÃO: “A consequência de estar numa companhia tão talentosa
e criativa como esta, com profissionais competentes, em todos os setores, está na chance de
ser sempre visto. Fora o fato de eu
trabalhar, em maior quantidade, para espetáculos da própria companhia, aos
quais sempre dou preferência, quando tenho qualquer outro trabalho que coincida
em datas. Quando se é visto, se é mais
lembrado e chamado. Fora que (sem
puxação de saco) a INEZ é
uma INCRÍVEL diretora de
atores, sabe tirar o que é melhor de cada ator, para aquela situação
específica. Então, estamos sempre sendo
vistos e bem vistos (ou o melhor possível, rs).
E isso gera, sim, outros convites. Um exemplo: faço parte de uma grande série de
TV, dirigida pelo gigante Sérgio Resende.
Fui chamado para o teste, porque a Julia Resende, filha dele, que dirigiu a INEZ numa outra série e num filme, assistiu
aos nossos espetáculos, junto à Marisa
Leão, e me indicou. Mas é importante,
para mim, dizer que, quando nos tornamos a
CIA, virou meu principal foco profissional.
JÉFFERSON
SCHROEDER: “Na vida de ator,
ouvimos, e sentimos, sempre, sobre a instabilidade da profissão. Por mais imprevisível que seja este mercado, a
Cia, ainda assim, é uma segurança. Temos uma equipe sempre se esforçando e
criando novas possibilidades, novas apresentações, novos projetos. Então, vivemos a companhia, ela não para. Com isso, estamos sempre crescendo juntos,
nosso novo olhar sobre a forma de atuar, a renovação constante da direção. É uma escola, com gostos e vontades em comum. Uma linguagem de equipe.”
JULIANE
BODINI: “Foi na Cia OmondÉ que ingressei no mercado
profissional, graças à confiança da INEZ no meu trabalho. Só tenho a agradecer.”
JÚNIOR
DANTAS: “Sempre gostei de
fazer TEATRO. Essa é uma paixão que tenho desde criança. E a gente sabe que o fazer teatral é diário,
passo a passo. Eu participei de
companhia de TEATRO em Ipueira (Rio
Grande do Norte), Campina Grande (Paraiba) e Angra dos Reis (Rio de Janeiro),
até chegar à Cia OmondÉ, que é muito
profissional, e me sinto realizado. Aprendo
muito com nossa diretora, INEZ VIANA,
e com os atores, em cena. OmondÉ também me fez conhecer várias
cidades e teatros do Brasil, por onde nos apresentamos. Já tivemos grandes e emocionantes
experiências.”
LEONARDO
BRÍCIO: “Acho que,
profissionalmente, a CIA OmondÉ, me colocou em um outro
lugar. Mais pessoas conheceram o meu
trabalho e, nesses últimos cinco anos, a CIA
me resgatou paro teatro. Passei a fazer
menos TV, mas acho que, como ator, foi muito rico apra mim. Hoje, fazendo uma retrospectiva com nosso
repertório, isso me fez ver, mais nitidamente, os caminhos que traçamos nesse
tempo, e acho que cresci com a convivência com o grupo.”
LUÍS
ANTÔNIO FORTES: “Desde 2009, trabalho,
como assistente de direção, nos espetáculos que a INEZ dirige. Tento aprender sempre e, a cada
espetáculo, algo muda dentro de mim. E, há
três anos, junto com a INEZ,
dou aula para um grupo de alunos da " melhor idade", lá no Galpão Gamboa. É por isso que agradeço, todos os dias, porque,
maior que o crescimento ou mudança profissional, é o conhecimento da
vida, e lá tudo é especial.”
ZÉ WENDELL: “Estar
na CIA OmondÉ é uma realização profissional
constante, principalmente, porque estamos sempre na ativa, criando e produzindo,
e isso, para qualquer artista, hoje em dia, é um feito. Desde que nos tornamos CIA, só tenho crescido como ator e artista.”
Também foram feitas seis
perguntas a INEZ VIANA, a “arquiteta’ da CIA OmondÉ e diretora dos espetáculos,
aqui reproduzidas, com as respectivas respostas:
1) Qual foi o
pontapé inicial, ou a motivação, para a criação da CIA OmondÉ?
INEZ
VIANA: “Nos anos 80, fiz parte
de um Coletivo, oriundo de dois grupos teatrais - o “Manhas e Manias” e o “Pessoal
do Cabaré”. Era o “Manhãs de Cabaré”. Nos anos 90, fiz parte do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, grupo do Aderbal Freire-Filho. Sempre gostei de trabalhar em grupo. Mas a CIA
OmondÉ nasceu de forma espontânea, decorrente de um trabalho realizado
no fim de 2009, “As Conchambranças de
Quaderna”, com o intuito de ficar apenas dois dias em cartaz. Movidos por esse encontro inicial e pelo
desejo de compartilhar processos e criar em colaboração, nove atores, de
diferentes lugares do Brasil, e eu, iniciamos uma pesquisa, dialogando com
diferentes recursos do teatro e da dança contemporâneos, pensando a cena a
partir do lugar do ator no espaço vazio.”
2) O que representa, para você, ter seu nome, como
profissional, automaticamente vinculado ao de uma companhia de TEATRO de
sucesso, como a OmondÉ?
INEZ
VIANA: “Além de uma conquista
e de um aprendizado constante, representa um caminho do que eu penso sobre TEATRO: fazer em grupo e trocar com outros
grupos.”
3) Além do bom gosto, que outro(s) critério(s) pesa(m) na
escolha “do próximo texto a ser montado”? Você escolhe sozinha ou é
discutido no grupo?
INEZ
VIANA: “Além de desejos
antigos, como foi o caso do “NEM MESMO
TODO O OCEANO”, a gente percebe, juntos, sobre o que queremos falar, o que
é importante dizer no momento, tentando vincular, sempre, com o tempo atual. A vontade de trabalhar com o Jô Bilac, por exemplo, era comum a
todos da CIA.”
4) De excelente atriz a, não menos excelente, diretora, quem
te serviu de inspiração nesta carreira? Em que fontes você bebeu?
INEZ
VIANA: “Obrigada, pelo “excelente”, mas continuo na eterna
pesquisa de um caminho poético. Artistas
que sempre admirei continuam me inspirando, como Enrique Diaz, Márcio Abreu,
Grace Passô, Aderbal Freire-Filho, Bia Lessa, Vinícius Arneiro, Cibele
Forjaz, Peter Brook, Alain Platel, Dimitris Papaioannou, Albert
Renaut, Bob Wilson, Sacha Waltz, Thomas Ostermeir, Mats Ek...”
5) Apesar da presença da música, até mesmo ao vivo, em “AS
CONCHAMBRANÇAS DE QUADERNA” e “OS MAMUTES”, estes espetáculos não podem ser
considerados musicais. Você, que também
é excelente cantora, já tendo participado de musicais e gravado um CD, pretende
dirigir um?
INEZ
VIANA: “Amo música! Tenho vontade de dirigir uma ópera.”
6) Pode nos adiantar qual será o próximo projeto da CIA?
INEZ
VIANA: “Estamos estudando
ainda...”
Inez Viana.
Com relação a INEZ VIANA, tenho a dizer isto: Quando,
em 2010, vi “AS CONCHAMBRANÇAS DE
QUADERNA”, no palco do Teatro
Ginástico, sua primeira assinatura profissional, na direção, saí de lá com
a convicção de que INEZ era uma boa diretora de TEATRO.
Hoje, cinco anos depois, após ter assistido, mais de uma vez, àquele espetáculo e a “OS MAMUTES”, “NEM TODO O
OCEANO” e “INFÂNCIA, TIROS E PLUMAS”,
mudei de opinião: ela é uma das melhores
profissionais em direção de que dispomos.
Acompanho os
trabalhos da CIA OmondÉ, desde sua
primeira produção, e a considero uma das melhores e mais importantes companhias
do Brasil.
Ela me representa!!!
(FOTOS:
PRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO
DOS
ESPETÁCULOS.)
Sou super fã da Cia OmondÉ, amei saber como cada participante chegou😍
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