A
VISITA DA VELHA SENHORA
(INACREDITÁVEL:
EXCELENTE
E GRÁTIS!
ou
“A VINGANÇA É UM PRATO QUE SE
COME PELAS BEIRADAS”.)
Não
há desculpas!
Só não vai ao TEATRO quem não quer!
Apesar
do preço (relativamente) elevado - para os nossos padrões - dos ingressos de TEATRO, felizmente, no Rio de Janeiro, ainda há salas de
espetáculos que cobram preços equiparados aos dos cinemas; às vezes, até mais
baratos, como é o caso, por exemplo, do Centro
Cultural Banco do Brasil (CCBB), Centro
Cultural Correios, Centro Cultural
Justiça Federal, teatros do SESC
e outros mais.
Sem falar na
possibilidade de o espetáculo ser inteiramente GRÁTIS, como são os que oferecem o Centro Cultural do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (CCPJ-Rio, antigo Palácio da Justiça),
que fica escondido, na Rua Dom Manuel,
29, Centro do Rio de Janeiro, atrás do Fórum.
Esse
CCPJ-Rio vem mantendo, há 15 anos,
um projeto (Teatro na Justiça) que
oferece espetáculos teatrais da melhor qualidade, gratuitamente, ao público em geral, mediante a distribuição de
senhas, meia hora antes do início das sessões, no convidativo horário das 19h, de 2ª a 4ª feira.
Todos
os espetáculos que lá vêm sendo apresentados primam pela alta qualidade, e o
que ocupa a Sala Multiuso daquele
majestoso prédio, no momento, é digno de ser encenado nos palcos dos mais concorridos
teatros deste país.
Trata-se
de uma fantástica montagem de um clássico da dramaturgia universal, A VISITA DA VELHA SENHORA, do
dramaturgo suíço FRIEDRICH DÜRRENMATT,
texto montado, e remontado, tantas vezes, no mundo inteiro, inclusive no
Brasil, e cuja última versão, por aqui, das que eu lembro com destaque,
dirigida por Moacyr Góes, em 2002/2003,
trazia a magnífica Tônia Carrero, do
alto dos seus 80 anos, vivendo a protagonista, CLAIRE (CLARA) ZAHANASSIAN. Embora
ainda viva, para a nossa alegria, trata-se, infelizmente, o último trabalho da grande
atriz nos palcos, ela que foi, é e sempre será um dos ícones do nosso TEATRO.
Adorava vê-la em cena!!! Naquela
leitura do clássico texto teatral, destacavam-se, no elenco, além de Tônia, nomes como os de Ednei Giovenazzi, Fábio Sabag, Antônio Pedro, André Valli e Ênio Gonçalves, dentre outros.
Uma homenagem à exuberância e à beleza de Tônia (Mariinha) Carrero, em
cena, como Clara.
Mas
voltemos à montagem que serviu de motivação para esta crítica, começando por
uma sinopse do texto:
SINOPSE:
GÜLLEN, uma pequena cidade da Europa Central, estava arrasada por
violenta crise econômica.
Um dia, porém, o miserável
lugarejo foi tomado por movimentação incomum. Todos os seus habitantes se preparavam para
receber a mulher mais rica do mundo, CLAIRE
(CLARA) ZAHANASIAN (MARIA ADÉLIA).
Como uma rainha, ela chegou, acompanhada por um “séquito” de empregados
e seguranças, além de levar, consigo, dois motivos de curiosidade, para os
locais: uma pantera, seu “animalzinho de estimação”, e um caixão (Destinado a
quem?)
Aos dezessete anos, ela
engravidara de ALFREDO SCHIIL (MARCOS
ÁCHER), seu namorado, por quem era apaixonada e com quem sonhava uma vida
em comum, eterna e plena de felicidade.
Abandonada, na época,
moveu, na justiça de GÜLLEN, uma
ação de “investigação de paternidade” contra SCHILL, um processo humilhante, ao fim do qual, acabou perdendo a
causa, uma vez que o acusado forjara provas falsas contra ela, que a levaram a
ser expulsa da cidade.
CLARA tornou-se, então, prostituta, para sobreviver, e perdeu a
criança.
Num bordel em Hamburgo,
conheceu o arquimilionário Zahanassian,
com quem se casou, mas, logo, ficou viúva e se tornou sua única herdeira.
Quarenta e cinco anos
depois, ela retornou à GÜLLEN, com o
desejo de ajudar a sua cidade natal, doando-lhe a quantia de um bilhão, sendo
quinhentos milhões para a Prefeitura, a fim de serem aplicados em serviços
públicos e melhorias na cidade, e os outros quinhentos milhões seriam divididos,
igualmente, entre os habitantes do local, impondo, porém, uma condição: que
alguém, para vingar a injustiça de que fora vítima, no passado, matasse SCHILL.
A condição imposta por CLARA foi, a princípio, recebida como
um verdadeiro absurdo, porém a necessidade e a ambição acabaram falando mais
alto e uma assembleia decidiu o destino de SCHILL,
o qual já pode ser “adivinhado”.
Até mesmo a própria
família de ALFREDO SCHILL não
resistiu à força do poder do dinheiro, e mulher e filhos também passam à condição
de “traidores”.
“Um bilhão em troca de justiça”.
Bem-vinda (Será?!) a Güllen, Clarinha!!!”
O prefeito e os demais “ilustres” representantes da sociedade local
recebem Clara.
O
curioso deste louvável projeto é que a grande maioria dos textos contemplados
nele faz críticas, profundas e severas, à própria Justiça.
No
espetáculo ora analisado, além das estocadas contra as pessoas, com relação à perda da dignidade e a deterioração dos
valores éticos e morais humanos, são discutidas as várias faces do poder,
representado por CLARA e pelas
instituições. Com relação a estas,
principalmente, a Justiça, com suas
mazelas e falhas, e a quem ela pode servir, dependendo dos interesses em jogo.
E,
se o “poder” é foco que merece iluminação especial nesta trama, não podemos nos
esquecer de que ele está representado, nela, além da questão do poder pelo
dinheiro, pela figura do PREFEITO
(YASHAR ZAMBUZZI) – personagem sem nome, já que o poder está ligado ao
cargo, e não, propriamente, à pessoa, representando o poder político local;
pelo PÁROCO (PAULO JAPYASSÚ), aquele
que pode perdoar, em nome de Deus, o que foi talhado para aliviar o peso dos
pecados dos homens, também anônimo, pelos mesmos motivos anteriormente citados;
pelo PROFESSOR (EDUARDO RIECHE),
igualmente apresentado sem um nome de batismo e que representa a Escola, instituição responsável pela
educação dos cidadãos, da construção e solidificação de seus valores culturais,
éticos e morais, muito embora eu tenha a opinião de que os dois últimos sejam
mais, ou antes, da alçada familiar;
e pelo MÉDICO (PEDRO LAMIN), outro anônimo,
representante da classe mais privilegiada, o burguês, o que teve a oportunidade
de uma ascensão social.
Para que
atribuir nomes às pessoas? Para o autor
do texto, o “poder” não precisa de nomes; basta que existam instituições que o
exerçam.
Clara: altivez, soberania e autoridade (Autoritarismo?) no olhar.
O texto,
escrito em 1956, mantém-se atual e, infelizmente, não vislumbramos nenhuma
esperança de que venha a se tornar obsoleto um dia. Afinal, como disse a diretora do espetáculo, SÍLVIA MONTE, em conversa comigo, após
a peça, exatamente quando discutíamos a pertinência do tema, “somos
todos güllenenses”. E acrescento
eu: E somos todos, prefeitos, padres, professores, médicos, burgueses ou plebe;
somos todos “humanos”.
Textos que
falam sobre a hipocrisia social e a falência dos valores humanos, fazendo uma
sátira ao poder do dinheiro e à destruição de valores positivos, existem aos
montes. Combinar isso com uma boa
história, com diálogos ágeis e inteligentes, é tarefa para mestres, como DÜRRENMATT, que consegue prender a
atenção do espectador, do início ao fim da historia, levando-nos, sempre, ao
questionamento: E agora? O que vai
acontecer daqui para frente?
Durante o
breve intervalo previsto, ocorreu-me, num momento de reflexão, uma comparação
entre CLARA ZAHANASIANN e a
personagem Tieta, de Tieta do Agreste, consagrado romance de
Jorge Amado, transformado em novela
e em filme. Fiquei questionando-me se o
grande escritor brasileiro não teria bebido na fonte de DÜRRENMATT ou se teria sido apenas uma coincidência. No caso de Tieta, a analogia se faz presente pela forma como a volta desta é
recebida em sua cidade natal, “com pompas e circunstâncias”, como ocorrera na chegada de CLARA, e como foi
construída a sua fortuna. Ambas, CLARA e Tieta, se tornaram poderosas, pelo dinheiro, por meio da
prostituição, a qual se viram obrigadas a encarar, depois das respectivas expulsões
de suas cidades, por seus “desvios morais”, pela “quebra do decoro”, “pela
ofensa às famílias”...
Ainda falando
em coincidências, ou pontos de convergência, a morte de SCHILL se dá, pela opção cênica da direção, de forma muito
interessante, de modo a que não se saiba quem teria sido o autor do disparo que
representaria a vingança de CLARA,
com uma marcação em que todos os que estão em cena cercam a “presa”. Da mesma forma, em O Pagador de Promessas, obra-prima de Dias Gomes, o tiro que matou Zé-do-Burro
parte de uma arma desconhecida, já que o disparo acontece no momento em que o
protagonista é envolvido por várias pessoas, na escadaria da igreja, todas
empenhadas em tirar-lhe das mãos a faquinha de picar fumo de rolo, com a qual o
“comunista” poderia atingir o irredutível Padre
Olavo (ingenuidade), o qual impedia
o pretenso cumprimento de uma simples promessa.
Para mim, Dias Gomes quis, com a cena, imputar a
culpa à instituição Igreja Católica. Zé-do-Burro
foi morto pela Igreja Católica,
representada, na trama, pela intransigência do Padre Olavo.
Da mesma
forma, em A VISITA DA VELHA SENHORA,
na minha visão, a criminosa seria a JUSTIÇA.
Tramas e segredos.
Ainda que esta MINHA opinião possa desagradar aos magistrados, “data
venia”, saímos da peça (eu, pelo
menos), com a certeza maior de que, infelizmente, “a Justiça é cega”; sim, mas por não enxergar os verdadeiros
culpados nem atribuir a inocência a quem de direito, deixando-se, algumas
vezes, corromper.
O momento, no Brasil, nos mostra
isso. Triste realidade, que não pode, e
não deve, ser varrida para debaixo do tapete.
A Justiça é o “poder” maior ou ela se curva, ante outros tipos de
poder, principalmente o representado pelo dinheiro?
Não se trata de uma generalização,
é óbvio, mas, infelizmente, o que a imprensa nos revela, a cada dia, são
episódios que jamais pensaríamos ser protagonizados por aqueles que deveriam
ser modelos no cumprimento das leis neste país, ou em qualquer outro.
É preciso rever a noção de Justiça e entender, de vez, que O DINHEIRO NÃO PODE COMPRAR TUDO,
principalmente a dignidade, a honra humana.
A direção do espetáculo, de SÍLVIA
MONTE, é primorosa.
A montagem deste texto é um grande
desafio para a direção, não só pela
importância da obra, como também pelas limitações de espaço reservados à
encenação. A despeito de a Sala Multiuso do CCPJ-Rio ser muito
aconchegante, é quase um “milagre” o que SÍLVIA
conseguiu fazer, para aproveitar, da melhor maneira possível, o espaço cênico,
pondo em cena muitos atores (doze, fazendo mais de trinta personagens), os
quais, em entradas e saídas muito rápidas, se deslocam, fácil e naturalmente,
no exíguo espaço, sem esbarrar um no outro nem criar situações embaraçosas em
cena. Um dos maiores méritos da
direção.
Ainda acrescento que a disposição
dos espectadores, no perímetro da pequena sala, reservando os cantos, para as
entradas e saídas dos atores, também foi uma boa solução, vinda da direção. A grande proximidade entre atores e público
permite a estes uma maior participação no drama, quase coadjuvantes da ação.
Clara e um dos seus vários maridos.
O saber, de forma muito competente,
reunir, num minúsculo espaço, vários ambientes exigidos pelo texto é digno de todos
os elogios. Esse trabalho de direção, evidentemente, foi feito em
conjunto com JOSÉ DIAS e seu talento
de cenógrafo. A construção de uma floresta, com Atores-Árvores, é estupenda,
principalmente com estes produzindo os sons da floresta. Ideia esplêndida!
E já que estamos
falando de DIAS, não há como não
elogiar sua cenografia, criativa e,
acima de tudo, bastante ajustada ao espaço, sem deixar de obedecer às
exigências do texto. Pouquíssimos são os
elementos cênicos: alguns poucos bancos e algumas cadeiras, que são utilizados no
centro da arena, além de uma sugestão de empório, ou coisa parecida, a loja com
a qual SCHILL ganha o seu pão de
cada dia. Além disso, “apenas” algumas
criativas ideias aplicadas a alguns elementos de cena, complementando a cenografia, como as ótimas projeções, de JP ANDRADE e os adereços,
de PARÁ PRODUÇÕES e CLÁUDIA TAYLOR.
Destaque,
também, para o minúsculo quarto de CLARA,
assim como para uma espécie de liteira, utilizada por ela, em seus passeios, em
função de sua dificuldade de locomoção, fruto de um acidente de avião, do qual
fora a única sobrevivente e que lhe rendera algumas severas sequelas,
forçando-a a utilizar uma perna e um braço mecânicos, bem como as coroas de
flores e um caixão, quase tudo sugerido, por silhuetas, apenas, mas de grande
efeito cênico e plástico.
A supremacia de Clara, exercida do alto do
seu quarto.
Passeio pela cidade, na “liteira de fachada”.
A quem seria destinada a coroa de flores?
A loja de SCHIL. Sua mulher (Anita Terrana) atendendo à
freguesia.
São ótimos os figurinos, de PEDRO SAYAD, principalmente os deslumbrantes trajes de CLARA, e seus acessórios.
À medida que,
contando com o dinheiro que “iriam receber”, os güllenenses iam contraindo
dívidas, adquirindo bens, principalmente roupas, na loja de SCHILL, sempre “botando na conta”, os
figurinos vão sendo modificados, para mais “apreciáveis”, com destaque para os
sapatos, símbolo de ascensão social.
Ainda sobre a
parte técnica do espetáculo, não poderiam faltar elogios à ótima iluminação, de ELISA TANDETA, e à correta trilha
sonora, de MARCOS CAMINHA, além
da caracterização, de ALEXANDRE RODRIGUES, e a identidade visual, de SYDNEY MICHELETTE.
E, agora, a cereja do bolo: o elenco!
Detalhe da excelente luz da peça.
Mais um detalhe da luz.
Todos os atores, sem
qualquer exceção, em papéis de destaque ou em outros, de pequena projeção, na
trama, fazem um trabalho digno de todos os elogios. Não se pode, porém, deixar de destacar algumas
atuações:
MARIA ADÉLIA, como a protagonista, CLARA, convence, da primeira à última cena, como a mulher humilhada
e transbordante em sede de vingança, desprovida de qualquer escrúpulo e
misericórdia, para levar a termo sua intenção de punir aquele que fora
responsável por um determinado momento de profunda desgraça em sua vida, o que
poderia levá-la à ruína, física e moral, não fosse o acaso lhe pôr no caminho
um homem rico e generoso, que deu o pontapé inicial para a grande transformação
em sua vida.
Figura exuberante em cena, a atriz faz um
trabalho digno de premiação, utilizando entonações perfeitas, para indicar
a intenção de suas falas, além de trabalhar muito bem a máscara facial, assim
como total domínio de corpo, inclusive nos momentos em que tem de interferir,
com as mãos, para o perfeito funcionamento das partes “mecânicas” atreladas a
seu corpo. Uma mulher biônica. Parece-me, inclusive, que os elementos cenográficos
que sugerem as peças mecânicas foram confeccionados pela própria atriz. Se a informação não procede, já me antecipo
nas desculpas a quem de direito (e de fato).
Poucas vezes, vi, em cena, uma atriz como uma postura
que pudesse transmitir toda a altivez, arrogância e superioridade de uma
personagem, como vislumbrei em MARIA ADÉLIA/CLARA. Uma interpretação antológica, para uma
personagem de dificílima construção.
Um dos seus momentos solo de maior impacto está
representado pela emblemática fala: “O mundo fez de mim uma
puta; agora, eu faço dele um bordel!”
Roubando a
cena.
Continua
roubando...
No mesmo patamar de atuação, incluo
MARCOS ÁCHER, com seu primoroso ALFREDO SCHILL. Que
ótimo ator! A princípio, feliz com a
volta de seu antigo “amor”, relembra, com paixão e ternura, os momentos de juventude,
os encontros furtivos na floresta, com CLARA,
mas, à medida que o cerco vai se fechando, ao seu redor, e a iminência da
morte, por assassinato, passa a rondar o seu caminho, o personagem vai se
modificando, exigindo, do ator, outra postura, quanto à interpretação, o que
encanta a plateia. Também se mostra
covarde e hipócrita, além de não conseguir (ou não querer) aquilatar quão desastrosa
havia sido sua atitude no passado, com relação à mulher que engravidara. É sempre bom lembrar que, até a chegada da VELHA SENHORA, era tido como um homem
probo, a ponto de ser o candidato natural à sucessão do PREFEITO, cujo mandato estava chegando ao final. Com a presença de CLARA e a condição por ela imposta, para tirar a cidade da miséria,
caiu em desgraça e tornou-se muito frágil, à espera de uma apunhalada a
qualquer momento. O grande mérito da
atuação deste magnífico ator está nessa transformação.
Relembrando os velhos tempos.
Marcos Ácher: trabalho primoroso.
YASHAR ZAMBUZZI teve de “pegar o touro
a unha”, substituindo, em brevíssimo tempo, o excelente Rogério Freitas, no difícil papel do PREFEITO, que seria o de grande “mediador”, naquela crise”, mas que
também acaba sucumbindo à corrupção (“Farinha pouca, meu pirão primeiro”.)
Trata-se de um grande ator,
felizmente, agora, com mais presença nos palcos cariocas. Em todas as suas aparições, chama a atenção
para o seu personagem, pela elegância e imponência que o cargo exige, valorizados
por sua potente voz, e representa, com perfeição, o estereótipo do político;
uma raposa em pele de lobo, pronta a pular do barco, no momento em que se
divisa o perigo iminente do naufrágio.
Irônico, sarcástico, traiçoeiro, egoísta, o “puxa-saco” ou o “baba-ovo”
perfeito, dependendo do grau de vulgaridade linguística que se deseja utilizar,
para definir, com precisão, o personagem.
Um grande trabalho do ator.
Infelizmene, não tive a oportunidade
de ver Rogério, o titular do papel, que
se ausentou da montagem a fim de se inserir em outro projeto. Gostaria muito de, também, tê-lo visto como o
PREFEITO. Segundo a diretora da peça, na mesma conversa
comigo, acima citada, os dois atores interpretam, de formas bem distintas, o
mesmo personagem, não tendo poupado elogios aos dois trabalhos.
Rogério Freitas, o primeiro Prefeito, preside à assembleia.
Yashar Zambuzzi, o segundo Prefeito, idem.
Outro
nome que merece destaque, por sua atuação e pela importância do principal personagem
que representa, é PAULO JAPYASSÚ, na pele
do PÁROCO. Irônico, dissimulado, até cínico,
principalmente nos vários momentos em que interage, por meio de gestos e
máscaras faciais, com a plateia. O ator
dá um trato especial a um personagem meio clichê, na dramaturgia universal,
quando o desejo é criticar a instituição Igreja
Católica. Esse detalhe confere ao
ator uma importância especial no elenco.
Palmas para ele!
EDUARDO RIECHE completa a relação dos atores que merecem destaque. A composição do seu PROFESSOR é perfeita. Um
homem profundamente inseguro, apesar de suas posições, aparentemente firmes, a
respeito dos valores morais, pelos quais luta insistentemente, tentando servir
de modelo na formação dos jovens. Mas
também não resiste à tentação das benesses oferecidas pela VELHA SENHORA. Ótima atuação!
Eduardo Rieche.
Quanto a LAURA NIELSEN, ANITA TERRANA, ANDRÉ FRAZZI, PEDRO MESSINA, ANTÔNIO ALVES, RENATO PERES e PEDRO LAMIN, todos coadjuvam brilhantemente os que se destacam na
trama. PEDRO MESSINA ainda atua como músico, ao vivo, um toque especial em
seu trabalho.
Festa de recepção à Velha Senhora.
É uma pena que, a despeito da longa
temporada, de seis meses, o que é fato incomum, hoje em dia, em TEATRO, ainda que seja apresentada
apenas três dias por semana (de 2ª a 4ª feira), a peça atinja um público tão
pequeno, menos de 60 pessoas por sessão.
Um espetáculo da categoria de A VISITA DA VELHA SENHORA deveria, e
merece, ser visto por um grande público, inclusive para estudantes, dada sua
função didática.
Oxalá os deuses do TEATRO conspirem, favoravelmente, para
que isso aconteça!
Agradeço, profundamente, ao CCPJ-Rio e a todos os envolvidos no
projeto a enorme alegria que me proporcionaram naquela noite de 4 de maio de
2015.
O adeus!
FICHA TÉCNICA:
Autor: Friedrich Dürrenmatt
Tradução: Mário da Silva
Direção e Adaptação: Sílvia Monte
Assistente de Direção: Pedro Pedruzzi
Elenco (por ordem de entrada):
LAURA NIELSEN: Cidadão 1 / Neta do Prefeito / Árvore-Cidadão / Loby
/ Filha de Schill / Mulher 1
ANITA TERRANA: Cidadão 2 / Neta do Prefeito /Árvore-Cidadão / Koby / Mulher 2 / Mulher De Schill
ANDRÉ FRAZZI: Cidadão 3 / Criança / Toby, Gângster /
Hofbauer
PEDRO LAMIN: Cidadão 4 / Marido nº 7 (Moby) / Médico / Marido nº 9
(Zoby)
YASHAR ZAMBRUZZI: (substituindo Rogério Freitas): Prefeito
EDUARDO RIECHE: Professor
PAULO JAPYASSÚ: Pároco / Árvore-Cidadão / Helmesberguer
MARCOS ÁCHER: Alfredo Schill
MARIA ADÉLIA: Claire Zahanassian
ANTÔNIO ALVES (em substituição a Sávio Moll): Oficial de Justiça / Chefe do Trem / Criança /
Policial / Árvore-Cidadão / Filho de Schill
RENATO PERES: Mordomo (Boby) / Jornalista 1 / Locutor de Rádio
PEDRO MESSINA: Criança / Roby / Gângster Violonista / Jornalista 2
/ Fotógrafo
Direção Musical: Marcelo Coutinho
Cenografia: José Dias
Figurino: Pedro Sayad
Iluminação: Elisa Tandeta
Trilha Sonora: Marcos Caminha
Caracterização: Alexandre Rodrigues
Assessoria de Imprensa: Mônica Riani
Identidade Visual: Sydney Michelette
Fotografia: Marcelo Carnaval
Ilustrações Projetadas: JP Andrade
Adereços: Pará Produções e Cláudia Taylor
Produção Executiva: Débora Paganni
Direção de Produção: Renata Blasi e Ana Paula Abreu
Produção: Diálogo das Artes Produções Culturais
Criação: CCPJ-Rio
Realização: Centro Cultural do Poder Judiciário do Rio de
Janeiro
Diretoria-Geral de Comunicação e Difusão do Conhecimento
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Expectativa.
Aguardando a decisão.
SERVIÇO:
Local: Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Antigo Palácio da Justiça) – Sala Multiuso.
Endereço: Rua Dom Manuel, 29, Centro, Térreo – Rio de Janeiro – RJ.
Telefones para informações: (21) 3133-3366/ 3133-3368.
Temporada: Até 29 de julho de 2015.
Dias e Horários: De 2ª a 4ª feira, às 19h.
Capacidade: 54 lugares.
Duração do espetáculo: 120 minutos, com intervalo de 10 minutos.
Recomendação etária: 14 anos.
Entrada Franca, com distribuição de senhas meia hora antes do início da sessão.
Comigo, Maria Adélia, Ariane Hime (Salina) e Iashar Zambuzzi, após uma
agradabilíssima noite.
(FOTOS
- à exceção da última – MARCELO CARNAVAL.)
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