“O QUE SÓ
SABEMOS JUNTOS”
ou
(UM SÉCULO DE
TALENTO.)
ou
(UMA GRANDE CELEBRAÇÃO.)
Motivos não nos faltam para ir a um Teatro, com o objetivo de ver, atuando, TONY RAMOS e DENISE FRAGA, dois dos nossos mais festejados e conhecidos artistas. Ela, muito identificada pela TV e, para mim, especialmente, mais pelo TEATRO; ele, tão mais que uma presença “bissexta” nos palcos, uma unanimidade na telinha. Ambos se reuniram para montar um espetáculo, juntos, que fez um estrondoso sucesso de público em São Paulo, estando, agora, em cartaz, por apenas três finais de semana, no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro. Não tive a oportunidade de assistir à montagem na capital paulista, numa das vezes em que lá estive, por algum motivo do qual não me lembro, e, quando me programei, em outra ocasião, para fazê-lo, fui surpreendido, como toda uma legião de admiradores dos atores, com a notícia de que a peça teria que ser suspensa, por um sério problema de saúde “do”* TONY (*Como se amigos íntimos fôssemos. Momento descontração!)), felizmente contornado. Restou-me a esperança de assistir a “O QUE SÓ SABEMOS JUNTOS” no Rio, para o que me agarrei aos DEUSES DO TEATRO.
Convidado pela assessoria de
imprensa da peça (Barata Comunicação), acedi ao gentil convite, com uma expectativa que não foi correspondida “in totum”. “O quê?! Você não gostou da peça?” E eu disse isso?! É CLARO QUE GOSTEI!!! Só não sei
se assisti a uma peça de Teatro
ou a uma “CELEBRAÇÃO NUM TEATRO”, que são coisas bem diferentes.
Valeu a pena ter ido ao Casa Grande,
porém, sem ter lido qualquer SINOPSE
ou crítica ao espetáculo, tinha uma ideia diferente do que iria encontrar
naquele palco. Sabia apenas que a motivação maior para a concretização do
projeto seria comemorar os 60 anos
de uma carreira artística, de TONY, brilhante e de nos dar muito orgulho.
As seis décadas, somadas aos 40 anos,
como atriz, de DENISE, somam um
século de talento, a favor da
ARTE DRAMÁTICA BRASILEIRA. Pensava, então, que veria uma espécie de “colagem” de momentos da vida
artística de ambos, na forma de esquetes ou reprodução de cenas de espetáculos,
novelas ou filmes, feitos pelos dois, juntos ou individualmente, mas, agora,
acho que isso seria uma ideia, talvez, muito “chinfrim”, muito aquém do que eles merecem e têm capacidade de
apresentar. Sei lá! Mas, também, poderia ter sido uma boa ideia. Quem sabe? E o que foi
que vi?
SINOPSE:
Primeiro encontro, nos palcos, do ator TONY RAMOS e da atriz DENISE FRAGA, “O
QUE SÓ SABEMOS JUNTOS” é um chamado urgente.
Uma convocação, para que cada pessoa saia de sua
bolha de isolamento e seja capaz de, genuinamente, se colocar no lugar do outro,
sentir suas dores e compreender suas angústias, mas também suas alegrias,
transformações e conquistas.
Está em jogo a difícil e necessária arte de ser empático.
Um encontro de dois atores, um homem e uma mulher,
com uma multidão de pessoas na plateia.
Suas memórias.
Suas próprias histórias e outras tantas que ouviram
por aí.
E o que só saberão juntos esses dois atores e esse
público?
Uma sala cheia de gente que escolheu estar ali, na
companhia umas das outras.
Há algo a celebrar, juntos?
TUDO!!!
Existe, sim, no palco, um pouco do que eu esperava ver: há um desfile de memórias, mas de momentos da vida dos dois atores, além de pequenos diálogos especialmente escritos para o espetáculo. Acho que, desta vez, conseguirei ser bem sucinto na minha explanação sobre o que vi. Não pela falta do que escrever, não por não haver o que ser elogiado, e, sim, para não ser prolixo e redundante. Indiscutivelmente, o casal de atores faz parte de uma seleta casta de artistas brasileiros, por seu talento no ofício que escolheram, pelo profissionalismo e pelo carisma de ambos, não desprezando “sua consciência cidadã e sua necessidade de estar sempre em diálogo artístico com temas urgentes da vida do país e do mundo”, que isto é uma das principais funções dos artistas, em geral, muito mais dos atores, como formadores de opinião.
Embora sem a certeza de que o
espetáculo desembarcaria em águas da Baía de Guanabara, no fundo,
esperava que meu desejo seria concretizado, pelo fato de TONY, ainda que paulistano, ser um morador do Rio, praticamente, de uma
vida inteira, enquanto DENISE, fez o
caminho contrário: nascida e residente, por muito tempo, no bairro suburbano
carioca de Lins de Vasconcelos, migrou para São Paulo, onde construiu
sua vida no Teatro. Acontece que, embora seus espetáculos teatrais tenham suas estreias na capital paulista, DENISE
sempre, rompendo e transpondo os maiores obstáculos, de forma muito corajosa e
amorosa, consegue trazer à sua cidade natal o que ela e seus companheiros de
cena fazem no palco. Pode demorar um pouco, mas ela chega aqui. E nos encanta
com suas montagens. Jamais assisti a alguma que não me tenha agradado muito, o
que as fez merecer minhas críticas, sempre apenas sobre o que me agrada.
Quando o espectador adentra o auditório do Teatro, já encontra, nas duas laterais do palco, nas coxias, mais propriamente, porém à vista do público, uma ótima banda, formada por cinco mulheres, duas de um lado e três do outro, executando ritmos caribenhos, que eu adoro. São elas: ANA RODRIGUES (piano), CLARA BASTOS (baixo), GRAZI PISANI (trompete), PRISCILA BRIGANTE (bateria) e TAÍS CAVALCANTI (sax), sob a direção musical de FERNANDA MAIA. É um excelente “esquenta”. Na entrada do salão, recebendo o público, os dois atores – uma marca registrada de DENISE –, o que, além de ser um gesto muito simpático, quebra a austeridade entre idolatrados e “idolatrantes” (Eu e minha mania de criar neologismos.) Cria-se, então, uma intimidade entre palco e plateia, que é muito favorável ao espetáculo. Desta vez, nesses contatos dos atores com o público, em algumas abordagens, num “papo” rápido e objetivo, na verdade, o casal vai coletando informações, as quais serão utilizadas, posteriormente, pelos dois, na representação.
Ao longo de 90 minutos de ação, por várias vezes, depois de já terem rompido a quarta parede, em intervenções, ora não tão interessantes, compensadas por outras, a maioria, muito pertinentes e agradabilíssimas, a dupla, desce à plateia e interage com o público, de uma forma muito espontânea e respeitosa. Neste espetáculo, as pessoas se emocionam e se divertem; riem, ainda que não seja um espetáculo de COMÉDIA.
Embora,
já algumas vezes, eu venha fazendo referência a “O QUE SÓ SABEMOS JUNTOS”,
pelos substantivos, “peça” e “espetáculo”, sinto que aquilo
transpõe os limites do TEATRO,
se é que este tem alguma limitação, e enxergo mais do que uma encenação, e,
sim, um “encontro marcado”,
no qual todos os presentes quiseram estar; uma grande festa de celebração, muito mais,
propriamente, dos dois atores, a qual eles, generosamente, dividem conosco. Não
fosse a calorosa e afetuosa recepção que nos reservam, à entrada, poderia até me
considerar um “penetra”
naquele “rega-bofe”. E o que
celebram? TONY e DENISE celebram, exatamente, aquilo que só sabem fazer juntos:
o TEATRO, uma arte coletiva,
que envolve um sem-número de profissionais, para que, ao final de tudo, possa
parecer que só os atores têm importância sobre o palco. É, sim, uma celebração
do encontro de dois grandes artistas das ARTES
CÊNICAS, de suas brilhantes trajetórias profissionais e da primazia de
estar vivo, esta, para TONY, com
muito mais sentido, após o susto pelo qual passou, relacionado à sua saúde.
“Empatia” é um substantivo evocado durante toda a peça. O espetáculo se propões a fazer uso dela para tirar o espectador de sua zona de conforto e a se permitir experimentar o novo e entender, definitivamente, que homens e mulheres, artistas e plateia, famosos e anônimos, pretos e brancos, judeus e palestinos, héteros e homos, adultos e crianças, sábios e ignorantes, todos dependemos uns dos outros, para a nossa sobrevivência, e precisamos nos enxergar no outro semelhante, para que possamos viver em harmonia. Também se pode dizer que “memórias” é outro nome que está muito presente neste trabalho.
Nesse “brincar de fazer TEATRO”, no melhor
sentido possível, cabe tudo, como as recordações de TONY, cuja infância e adolescência, como ocorreu comigo, foram
marcadas pela presença de um velho cinema de bairro, de cuja cabine de projeção
ele assistia a “filmes proibidos para menores”. Talvez ele, como acontecia
comigo, por conta daquela “clandestinidade permitida e permissível”,
tenha passado por noites “perturbadoras”, sonhando com a
nudez de Brigitte Bardot, em suas sensuais e picantes “fitas”
(Agora,
deixei escapar um arcaísmo e entreguei a idade. A minha e a “do”** TONY (**Olha
a intimidade de novo, pela presença do artigo definido! Será que Freud explica?
Outro momento descontração!): ele, completando, hoje, 76 anos e eu, daqui a
duas semanas, 75). TONY e
eu, como na grande OBRA-PRIMA da “sétima arte”, “Cinema Paradiso”, também
tivemos um Alfredo na nossa vida. Não me recordo do nome do dele; o meu
era o Seu Matias, um amigo de infância do meu pai. Nessa passagem sobre
o cinema, o ator revela toda a sua paixão por ele e homenageia, muito
merecidamente, o seu ídolo, Oscarito, também meu. Éramos
apaixonados pelas chanchadas da Atântida, só que TONY queria ser Oscarito; eu, Cyll Farney,
o galã. Quanta pretensão a minha!!!
Também DENISE se reporta às suas memórias de estimação e valoriza, por exemplo, o dia em que conseguiu driblar os vigilantes e entrar, também clandestinamente, num estúdio de televisão, na qual ela era, ainda, uma incipiente atriz, quase uma figurante, para, à espreita, se encantar e emocionar com a gravação de uma cena, envolvendo o protagonista de uma novela, que não era outro, senão TONY RAMOS. Isso sem imaginar que, um dia, dividiria o palco com o seu ídolo de então. E, nessa “sessão nostalgia” são lembrados os seus passeios no carro de um tio e imagens muito significativas da sua casa de subúrbio carioca.
Mas também cabem outras coisas: passagens que aludem a problemas como o aquecimento global, a crise climática, o machismo, o etarismo, as catástrofes ambientais, provocadas pela Natureza, por culpa do próprio Homem, e outros. Também cabe um espaço para que TONY leia um pequeno trecho de uma das obras geniais de Anton Tchékhov, Tio “Vânia”... “Naquela festa, vale tudo. Vale ser alguém como eu, como você.” – “Dancin’ Days – Nelson Motta e Ruban.). Alguém já imagino ver o "Seu" TONY cantando e dançando num palco? "Meninos, eu vi!" Não era um mocinho nem um vilão de algum folhetim global; era um ator, dando tudo de si, permitindo-se.
Apenas
dois artistas num palco, porém um batalhão de pessoas colocando um dedinho, que
seja, para que nos seja oferecido um grande banquete, a ser degustado, com calma
e apreciação. Bom texto (DENISE FRAGA, LUIZ VILLAÇA e VINICIUS CALDERONI); boa dramaturgia (KENIA DIAS, DENISE FRAGA, LUIZ VILLAÇA, VINICIUS CALDERONI, TONY
RAMOS e JOSÉ MARIA); ótima direção
geral (LUIZ VILLAÇA); cenografia
(DUDA ARRUK), cuja proposta não entendi bem; figurinos (VERÔNICA JULIAN);
iluminação
(WAGNER ANTÔNIO); direção musical (FERNANDA MAIA); e tantos outros artistas e técnicos.
A “cereja do bolo”, metáfora que significa o
detalhe que faltava, o toque final ou o algo a mais, que torna alguma coisa
perfeita, sem a menor sombra de dúvida, aquilo que atrai e leva as pessoas ao Teatro,
neste trabalho, na verdade, não é uma só cereja; são duas: TONY e DENISE. Os seus
nomes e as suas presenças no palco despertam, no expectador, a expectativa de
uma determinada entrega, contudo eles entregam muito mais, talvez, do que
merecíamos. São dois artistas que sabem tudo, na arte de representar e se
dirigir a uma plateia, inclusive com uma extremíssima dose de paciência e
educação, para suportar intervenções desnecessárias e desagradáveis, vindas da
plateia, sempre da parte de alguém que não sabe se comportar como espectador,
num Teatro,
como ocorreu na sessão em que estive presente. Uma senhora pediu para ser
inconveniente e entrou na fila trocentas vezes e, dentro de uma câmara de eco.
(Mais um momento descontração.). Os atores têm que estar muito
preparados para as surpresas, quando o espetáculo comporta a interatividade.
Parabéns a TONY e DENISE! Parabéns e obrigado; por tudo!
FICHA TÉCNICA:
Idealização e Criação:
Denise Fraga, José Maria e Luiz Villaça
Texto: Denise Fraga,
Luiz Villaça e Vinicius Calderoni
Dramaturgia: Kenia Dias,
Denise Fraga, Luiz Villaça, Vinicius Calderoni, Tony Ramos e José Maria
Direção Geral: Luiz Villaça
Elenco: Denise Fraga e
Tony Ramos
Cenografia: Duda Arruk
Figurinos: Verônica
Julian
Iluminação: Wagner
Antônio
“Sound Designer”: João Baracho
Direção de Movimento:
Kenia Dias
Direção Musical, Arranjos
e Preparação Vocal: Fernanda Maia
Musicistas: Ana
Rodrigues, Clara Bastos, Priscila Brigante, Grazi Pizani e Taís Cavalcanti
Direção de Produção:
José Maria
Assistência de
Dramaturgia e de Direção: Fluiz e Luiza Aron
Contrarregra e Camareira:
Cristiane Ferreira
Assistência de Produção:
Leonardo Shammah
“Sound Designer” Associado e Operador de
Som: Carlos Henrique
Técnicos de Som: Luca
Moreli e Gabriel Fernandes da Silva
Assistência de Iluminação
e Programação de Luz: Dimitri Luppi e Ricardo Barbosa
Operação de Luz: Ricardo
Barbosa e Michelle Bezerra
Assistência de Cenografia:
Olívia Chimenti
Cenotécnicos: Alexander
Peixoto, Douglas André Caldas, Diego Tadeu Caldas, Victor Santos Silva, Eduardo
da Cruz Ferreira, Gonçalo Severino Neres
Técnico de Palco e
Maquinaria: Alexander Peixoto e Gonçalo Severino Neres
Transporte: Edmilson
Ferreira da Silva
Desenvolvimento e
Modelagem: Edson Honda
Assistência de Figurino:
Alice Leão
Costureiras: Salete
André e Judite Lima
Programação Visual:
Guime Davidson e Phillipe Marks
Fotos de Cena: Cacá
Bernardes | Bruta Flor
Assessoria de Imprensa
RJ: Barata Comunicação
Roteiro de
Audiodescrição: Márcia Caspary e Bell Machado
Consultoria
Audiodescrição: Aline Borges
Intérpretes em Libras:
Maísa Ferreira Buldrini, Alice Stephanie Ramos, Karoline Amparo Fernandes e Camila
Ramos Milan | Libras sem Fronteiras
Produção Executiva:
Adriana Tavares e Juliana Borges
Diretora de Fotografia:
Elisa Mendes
Operadora de Câmera:
Giovanna Gil
Assistente de Câmera:
Gabriel Henrique
Técnico de Som: Vicente
Lacerda
Montador: Guili
Minkovicius
Administração Financeira:
Evandro Fernandes
Apoio Institucional:
Teatro Tuca – PUC SP
Coprodução: Café
Royal
Realização: NIA Teatro
ESTE
ESPETÁCULO É APRESENTADO PELO MINISTÉRIO DA CULTURA E BRADESCO SEGUROS.
“O QUE SÓ
SABEMOS JUNTOS” foi
realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura
e Governo Federal.
SERVIÇO:
Temporada: De 22 de agosto a 08 de
setembro de 2024.
Local: Teatro Casa Grande.
Endereço: Rua
Afrânio de Melo Franco, nº 290, Leblon – Rio de Janeiro.
Informações: (21) 2511-0800.
Dias e Horários: 5ªs e 6ªs feiras, e sábados, às 20h; domingos, às
18h.
Valor dos Ingressos: De
R$ 21 a R$ 200, a depender do setor e do dia.
Venda dos ingressos:
Bilheteria Física (no endereço do Teatro e sem cobrança de taxa de
conveniência) ou pela plataforma Eventim (com cobrança de taxa de
coneviência).
Funcionamento da Bilheteria
Física: 4ª feira, das 12h às 18h; de 5ª feira a domingo, das 15h até 30
minutos após o início da última sessão.
Em dias de espetáculo, mesmo durante a semana, sempre a partir das 15h. (Para
dúvidas e informações, no email contato@teatrocasagrande.com.br).
Capacidade: 900 lugares
ACESSIBILIDADE: O Teatro
possui áreas para cadeiras de rodas, assentos especiais para obesos, rampas,
elevadores e toda acessibilidade arquitetônica.
Em todas as sessões, haverá Intérprete em LIBRAS e Audiodescrição. Se precisar desse serviço, entre em contato com a produção pelo
e-mail comunicacao@niafilmes.com.br ou diretamente na bilheteria,
Duração: 90 minutos.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Gênero: Dramédia (?)
O espetáculo, que RECOMENDO
TANTO, teve sua estreia em 26 de abril de 2024, no Teatro
Tuca, em São Paulo, está fazendo a presente parada no Rio
de Janeiro e, depois, a produção segue para as cidades de Belo
Horizonte, Porto Alegre e Brasília, sempre
por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.
FOTOS: CACÁ BERNARDES
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E
SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA
QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!
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