“PRÊMIO PRIO
DO HUMOR – 2023”
ou
(VIVA O HUMOR!)
ou
(VIVA OS COMEDIANTES!)
Como vem ocorrendo, desde sua criação, em 2017, apenas afetada
durante a pandemia de COVID-19, aconteceu, na última 5ª feira (16 de março), no
EXC.Rio, um espaço de festas dentro do Jockey Club
Brasileiro, no Rio de Janeiro, a festa de revelação e
premiação dos vencedores do “PRÊMIO PRIO DO HUMOR”, versão 2023,
uma feliz ideia do ator, diretor, dublador, roteirista, humorista e
apresentador de televisão FÁBIO PORCHAT.
A honraria foi criada com o objetivo principal de prestigiar e valorizar os
artistas e espetáculos teatrais de COMÉDIA; primeiro, no Rio de
Janeiro, expandindo-se até São Paulo, dois ou três anos
depois da primeira premiação. A festa do “PRÊMIO” na capital paulista se
deu na semana passada, mas é sobre a carioca, para a qual fui convidado, que me
proponho a falar. Para ser mais completo, o “PRÊMIO” está voltado a três
vertentes: reconhecer e premiar projetos e
profissionais de comédia; incentivar a qualificação constante de
profissionais e espetáculos do gênero; e resgatar e divulgar a memória
do humor no Brasil.
Embora
FÁBIO faça questão de repetir bastante que o “PRÊMIO” não é “seu”,
numa demonstração de humildade e reconhecimento do trabalho de todos que o
cercam, para que distinção aconteça, e com muito sucesso, a verdade é que PORCHAT
é, SIM, o grande responsável por sua existência. Como um artista ligado
à COMÉDIA, ele, assim como eu, nunca se conforma com a pouca importância
que se dá ao gênero, de uma forma geral, no Brasil, e com a pequenez, a
mediocridade daqueles que vivem “arrotando” que “a comédia
é um gênero menor” e fácil de ser feita, o que é uma prova cabal de
ignorância, em todos os sentidos, denotativos e conotativos, que o vocábulo
abarca.
Tão
lugar-comum quanto dizer que “O Brasil é o país do futuro”, é a
afirmação, mais que verdadeira, de que É MUITO MAIS DIFÍCIL FAZER UMA BOA
COMÉDIA DO QUE UM DRAMA. Já estou farto de tanto repetir isso e de ouvir outras
pessoas falando e escrevendo o mesmo. Infelizmente, porém, muita gente se
recusa a aceitar essa realidade. E mais, o que é pior: declinam da ideia de ir
a um Teatro, para assistir a uma COMÉDIA. Bem é verdade, por outro lado,
que a quantidade de péssimas montagens do gênero por aí é bem grande, da mesma
forma como ocorre com dramas, tragédias, musicais, monólogos, “stand-up
comedies”...
É
uma lástima que alguns produtores invistam em montagens “baratas”, de texto "cômicos", em termos de
custo e de qualidade, visando a um público mais “desqualificado”, como plateia,
e que, de certo, existe. Reconheço, sim, que HÁ PÚBLICO PARA TUDO. Esses
produtores visam apenas ao lucro fácil. E alguns até “se dão bem”,
“no frigir dos ovos”. O que não se pode fazer é, com base nessas
péssimas produções, nivelar por baixo, igualando certos títulos, os quais não
cito, por questão ética, a adoráveis produções, como é o caso de “DUETOS”,
por exemplo, que concorreu nesta edição do “PRÊMIO”.
Adoro
assistir a uma boa comédia. Adoro aplaudir atores comediantes.
Precisamos, cada vez mais, disso. RIR. Rir de verdade, até de nós
mesmos, fazer uma catarse, a julgar pelo nosso grande esforço para a
sobrevivência no mundo caótico em que estamos vivendo. É por isso que não me
privo de assistir a todas as comédias em cartaz, o máximo possível,
sabendo, sim, que vou me arrepender de ter gasto o meu precioso tempo, com muitas,
mas que vou me divertir, à farta, com outras. Mas isso acontece, também, em relação a
qualquer outro gênero teatral, talvez em menor escala.
Fábio Porchat — Foto: Marcelo/AgNews
Duas
coisas precisam ser lembradas com relação à COMÉDIA. A primeira é que TODO
HUMOR É CRÍTICO, o que implica dizer que um texto cômico se presta a fazer
críticas, acusações, ao que se julga errado, e provoca, por esse motivo, reflexões, no público. A
segunda é que ser um ator cômico, um humorista, não é para qualquer um.
É preciso que a pessoa seja engraçada por natureza, conheça a técnica da comédia,
seu “timing”, diferente dos outros gêneros. Penso que qualquer ator de COMÉDIA possa ser um bom ator dramático, mas a recíproca não é verdadeira. Um bom ator
humorista arranca gargalhadas até com o seu silêncio, às vezes, muito mais
significativo e contagiante do que uma “fala verbal”.
Conheço
bem o regulamento do “PRÊMIO PRIO DO HUMOR”, o suficiente para enxergar
nele uma forma bem justa e democrática de reconhecimento dos trabalhos e sua
valorização.
A festa foi um sucesso total, ocasião em que
tive a oportunidade de confraternizar com dezenas de queridos amigos da classe
teatral, com muitos dos quais eu não tinha um contato direto desde o início da já
citada pandemia, há cerca de três anos.
Fábio Porchat — Foto: Marcelo/AgNews
Passemos
à cerimônia de premiação. Depois de uma saudação aos presentes e uma breve
explicação sobre o “PRÊMIO”, para os poucos, talvez, que ignorassem suas
informações, PORCHAT chamou ao palco FLÁVIO MARINHO,
consagrado dramaturgo, tradutor, redator, roteirista e diretor, para fazer a
entrega do troféu ao vencedor na categoria MELHOR TEXTO (OS
PREMIADOS, EM TODAS AS CATEGORIAS, ESTÃO DESTACADOS NA COR VERMELHA.), na qual estavam indicados CÉSAR
FERRARIO, GIORDANO CASTRO e GRUPO SER TÃO TEATRO, por “ALEGRIA DE NÁUFRAGOS”; TAUÃ DELMIRO, por “AS METADES DA
LARANJA”; ALVARO ASSAD e MARCIO MOURA, por “ESPERANDO BELTRANO”;
e BRUCE DE ARAÚJO, por MAZORCA NA BANDALHA.
Depois, foi a vez de WELDER
RODRIGUES, ator e
humorista, proceder à entrega do prêmio de CATEGORIA
ESPECIAL, na qual
concorriam CELY FARIAS, RAFA GUEDES e THARDELLY LIMA, como elenco de “ALEGRIA
DE NÁUFRAGOS” e pela construção colaborativa da dramaturgia do
espetáculo e sinergia em cena; TONY LUCCHESI, pela direção
musical de “AS METADES DA LARANJA”; CENTRO TEATRAL E ETC E TAL, pelos 30 anos de atividades e
pesquisa do humor na linguagem teatral gestual; e CLAUDIO TOVAR, pelos figurinos
de “DUETOS”.
O próximo prêmio, de MELHOR DIREÇÃO, entregue
por HAMILTON
VAZ PEREIRA, diretor,
autor, ator, compositor e diretor musical, um dos fundadores do icônico grupo “Asdrúbal
Trouxe o Trombone”, reuniu os seguintes nomeados: CÉSAR FERRARIO e GIORDANO CASTRO, por “ALEGRIA DE NÁUFRAGOS”; TAUÃ DELMIRO, por “AS METADES DA LARANJA”; Alvaro Assad, por “ESPERANDO BELTRANO”; e PEDRO
BRÍCIO e RAFAELA AZEVEDO, por “KING KONG FRAN”.
DIOGO
VILELA, vencedor na categoria MELHOR PERFORMANANCE, na última
versão do “PRÊMIO”, foi convocado para fazer a entrega do troféu ao ganhadoror nessa rubrica, na qual os indicados eram: GRACE GIANOUKAS, por “GRACE
EM REVISTA”; SUZY BRASIL, por “BYE BYE BANGU”; CACAU
PROTÁSIO, por “100% CACAU”; TAUÃ DELMIRO, por “AS METADES
DA LARANJA”; ALVARO ASSAD, por “ESPERANDO BELTRANO”; MARCIO
MOURA, por “ESPERANDO BELTRANO”; e RAFAELA AZEVEDO, por “KING
KONG FRAN”.
A
quinta, e última, premiação da noite, a de MELHOR
ESPETÁCULO, foi anunciada e entregue pela grande atriz
e produtora MARIETA
SEVERO. Concorriam “ALEGRIA DE
NÁUFRAGOS”, “GRACE EM REVISTA”, “BYE BYE BANGU”, “AS METADES DA LARANJA”, “ESPERANDO BELTRANO” e “KING KONG FRAN”.
Os grandes destaques desta versão do “PRÊMIO PRIO DO HUMOR” foram os espetáculos “AS METADES DA LARANJA”, indicado nas cinco categorias e vencedora em duas; “ALEGRIA DE NÁUFRAGOS” e “ESPERANDO BELTRANO”, em quatro. Se considerarmos que a COMÉDIA
“ESPERANDO BELTRANO” é produzida
pelo CENTRO TEATRAL E ETC E TAL, companhia
que se sagrou vencedora na CATEGORIA
ESPECIAL, a peça se igualaria, em premiações, a “AS METADES DA LARANJA”.
Conhecidos
os vencedores da noite, para encerrar a cerimônia de premiação, FABIO
PORCHAT passou a comandar a parte destinada ao HOMENAGEADO desta
versão do “PRÊMIO”, o grande ator, diretor, roteirista e produtor de cinema, televisão e TEATRO, ANTÔNIO PEDRO, que, infelizmente, faleceu na madrugada do último domingo, 12 de março, aos 82 anos. A
família do HOMENAGEADO esteve presente à festa, para receber a reverência de todos
os presentes, ainda que póstuma: ANDREA BORDADAGUA, atriz, escritora,
diretora e maquiadora, esposa; e ALICE BORGES, ANA BAIRD e FÁBIO
BORGES, todos atores, seus filhos. Foi um preito muito lindo e “leve”, como ANTÔNIO PEDRO,
certamente, gostaria de ser lembrado, com direito a uma interpretação, “a
capella”, de ANA BAIRD, da canção “Non, Je Ne Regret Rien”,
que se tornou um clássico da canção popular francesa, na voz da inesquecível Edith
Piaf, no que foi seguida por quantos conheciam a sua letra.
Depois
disso, a festa prosseguiu, com a música de um animado “dj”, responsável por fazerr
os convidados dançarem e se divertirem, até as primeiras horas da madrugada do
dia seguinte.
Prêmios
como este merecem todo o apoio e prestígio de quem vive de e para o TEATRO,
assim como, também, de quem por ele é apaixonado.
Antônio Pedro — Foto: Divulgação/ TV Globo
Idealização: Fábio Porchat
Direção Geral: Fábio Porchat
Produção Rio: Fernanda D’Oliveira
Concepção Visual / Direção e Arte: Marcos Guimarães (Designorama)
Jurados: Aloisio de Abreu, Eber Inácio, Josie Antello, Rafael Teixeira, Sura Berditchevski e Zezeh Barbosa
Com o querido amigo e anfitrião Fábio Porchat.
Além da entrega dos troféus, nas categorias
citadas, FÁBIO PORCHAT ainda anunciou mais uma edição do projeto “Seleção
do Prêmio PRIO do Humor”, uma iniciativa que contempla três
projetos de peças de humor inéditas com R$80.000,00 cada, para as montagens. As
inscrições já estão abertas e serão aceitas até o dia 9 de abril.
GALERIA PARTICULAR:
Aplaudindo meus ídolos, à saída da festa.
No tapete vermelho.
Com o querido amigo Carlos Loffler, neto de um dos meus ídolos de infância, e até hoje: OSCARITO.
Com minha amiga Paty Lopes.
Com meus amigos Paty Lopes e Rogério Fanju.
Com minha amiga Juliana Caldas.
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