SUSTO
–
O
INCRÍVEL
SEGREDO
(NÃO É FÁCIL FAZER RIR
E SÓ O FAZ QUEM TEM
MUITA COMPETÊNCIA.
ou
HUMOR PARA TODAS AS IDADES,
SEM APELAÇÃO.)
Hoje,
quando a deliciosa e hilariante comédia
“SUSTO – O INCRÍVEL SEGREDO” estiver reestreando, no Teatro dos 4 (VER SERVIÇO), esta crítica já terá sido publicada, uma vez que foi escrita há bastante
tempo, no dia seguinte ao da temporada
anterior do espetáculo, a mais
recente, no mesmo Teatro dos 4, que
foi de 15 de janeiro a 27 de fevereiro
deste ano, em horário alternativo, com imenso sucesso, de público e de
crítica, e guardada para este momento, porque eu já sabia, pelos idealizadores, produtores e atores da peça, RODRIGO FAGUNDES e WENDELL
BENDELACK, que ela, possivelmente (Era intenção deles.) voltaria ao cartaz e achei melhor não queimar
minha modesta opinião terminada a temporada. Só fiz alguns acréscimos.
Na
verdade, a peça, que foi encomendada
a um dramaturgo e diretor paraense, SAULO SISNANDO, pela dupla e, de início, surgiu com outro título, “O Incrível Segredo da Mulher-Macaco”, dirigida pelo próprio autor, contando
com a luxuosa supervisão artística
de DUDA MAIA, com estreia na cidade
serrana de Petrópolis, Rio de Janeiro, no início de 2011. A experiência serviu como um balão de ensaio, uma
espécie de termômetro, para medir a popularidade do espetáculo e
avaliar como o público o receberia. Foi um sucesso absoluto e a peça desceu a serra, passando a cumprir
temporadas na cidade do Rio de Janeiro.
Primeiro, uma curta passagem pelo pequeno Teatro
Candido Mendes, em Ipanema; na zona norte, no popular e ótimo Teatro Miguel Falabella, dento do Norte Shopping, onde assisti a ela
pela primeira vez, numa temporada bem mais longa, com LOTAÇÃO ESGOTADA, em várias sessões. Na época, eu ainda lecionava e
me lembro de ter levado muitas e muitas dezenas de alunos para vê-la, o que já
havia feito, anteriormente, quando os dois, RODRIGO e WENDELL,
protagonizaram um marco da comédia brasileira, “SURTO”, que ficou, por 11
anos, em cartaz. De
lá, a montagem migrou, mais uma vez,
para a zona sul do Rio, no antigo, infelizmente, hoje,
desativado, Teatro Tônia Carrero,
onde a revi, uma das três salas, cujo conjunto formava o emblemático e
inesquecível Teatro do Leblon (As
outras salas homenageavam Fernanda
Montenegro e Marília Pêra.).
Assim foi até 2014, a partir
de quando a peça passou a viajar
pelo Brasil, sempre recebendo a
mesma boa receptividade do público e da crítica.
Em
janeiro deste ano (2019), RODRIGO e WENDELL, às sua próprias expensas, como voltam a fazer agora, ou
seja, produzindo com seus recursos,
sem qualquer patrocínio, resolveram voltar com a peça ao cartaz, sem ser em horário
nobre, com nova roupagem – cenários e figurinos –, mantendo o ótimo texto
e com uma alteração no título: “SUSTO –
O INCRÍVEL SEGREDO”, que me pareceu, por três motivos, uma bela jogada de “marketing”,
visto que – lá vai o primeiro - “SUSTO”
reporta a “SURTO”, de onde saiu o
personagem Patrick, vivido por RODRIGO, composição que alavancou a
carreira do ator, na TV, tornando-o conhecido, do grande
público, em todo o território nacional. O segundo é o fato de o enredo da peça girar em torno de um
grande segredo, ou de outros, que, é óbvio, não revelarei (#spoillernão). O terceiro, de acordo com os próprios produtores, é que o título anterior
poderia sugerir que se tratava de uma peça voltada para crianças ou de algo
meio “bagaceira”, o que, em absoluto, não
é verdade. É, sim, uma produção
muito bem cuidada, sofisticada e, embora a indicação
etária tenha sido fixada em 12 anos,
não é um texto para crianças, se bem
que o público “teen”, muito frequente, na plateia, se diverte à farta, isso
porque a peça é para nos fazer dar boas
gargalhadas, sem qualquer tipo de apelação. É uma comédia para toda a família.
SINOPSE:
“SUSTO...” conta a clássica história de um desconhecido que para
numa mansão misteriosa e pede para dar um simples telefonema.
Mal sabe ele que ali mora
um terrível segredo, que habita o segundo andar da casa.
Tudo começa, quando o
desconhecido encontra, no meio da sala, um cadáver.
A partir daí, inicia-se o
jogo de detetive, para se descobrir o que, de fato, existe por trás daquelas
pessoas: uma jovem adolescente, enlouquecida com os preparativos do seu
casamento; uma velha enigmática, presa numa cadeira de rodas; uma diva do
cinema, que volta para se vingar; um noivo bobo e milionário, alheio a tudo; e
a austera e misteriosa AGATHA, a
governanta da casa.
Os atores WENDELL BENDELACK e RODRIGO FAGUNDES desafiaram o dramaturgo
e diretor teatral paraense, SAULO SISNANDO, a escrever uma peça cômica, que seguisse os moldes das
películas clássicas “noir hollywoodianas”.
Mergulhando no universo do
impecável romance inglês “O Morro dos
Ventos Uivantes”, de Emily Brontë,
o autor transportou a trama das
charnecas bucólicas (terrenos áridos e não cultivados, onde só crescem plantas
rasteiras e silvestres) de Yorkshire
para a “meca” do cinema – Hollywood –,
onde as loiras são geladas e os galãs têm caráter duvidoso.
SAULO os presenteou com uma história desmiolada, divertida, leve e absurda,
recheada de revelações bombásticas. E muitas, muitas piadas.
De
acordo com o “release”, enviado por WENDELL BENDELACK, “SUSTO...” é uma comédia que passeia
por vários gêneros. Do besteirol ao melodrama. Do suspense ao clássico. Uma celebração
à sétima arte, Hitchcock e as grandes divas dos áureos tempos de Hollywood.
Também uma homenagem aos livros de Agatha Christie, Arthur Conan Doyle e outros.
No palco, WENDELL BENDELACK e RODRIGO FAGUNDES vivem diversos personagens. (...)
Todos têm seus segredos lúgubres e são movidos por uma grande paixão: o cinema.”.
Por
vezes, a peça nos faz lembrar “O Mistério de Irma Vap”, não pela
história, em si, completamente diferentes, mas pela ambientação e por tantas
trocas de roupas e entra e sai de personagens,
num tom de “vaudeville”. É de nos
fazer sair do Teatro com a mandíbula
doendo, de tanto rir. Eles não nos dão trégua e parecem que querem testar a
nossa capacidade de vencer a morte, pelo riso excessivo, um eufemismo para a hipérbole “morrer de tanto
rir”. E o público fica preso, o tempo todo, à pergunta: Quem matou quem? (Se é que alguém matou
e outro alguém morreu.). E haja vocação para detetive!!!
O
texto, muito bem escrito, com diálogos
excelentemente construídos, debocha, da forma mais inteligente e “cafona” (Por
que não?) de tudo o que já foi escrito e filmado acerca do gênero terror, com referências facilmente reconhecíveis pelos que
admiram tal tipo de filme e literatura. A dupla
de atores consegue dar conta, em cena, de todos os personagens que representam – assassinos frios e calculistas,
mocinhas puras e indefesas, lacaios subservientes (pleonasmo), detetives
perspicazes; todos guardando segredos -, num ritmo frenético, que exige, do público,
uma atenção redobrada, para não perder nenhum detalhe, já que tudo, entrelaçado,
é muito importante para se entender o final da trama, quando ela chega.
Trata-se
de um belo trabalho de equipe, de dedicação total, de entrega ao TEATRO, por amor à Arte, para que o resultado seja o mais
favorável possível. E isso é de um valor inestimável, uma vez que estamos
falando de comédia, gênero que, embora considerado “menor”,
por muitos ignorantes, sempre é um grande desafio para qualquer ator. Fazer rir não é para os fracos; é para quem tem muito competência para
isso, o que sobra em RODRIGO e WENDELL, talhados para os personagens que representam nesta peça, na qual aproveitam para despejar “cacos” absolutamente próprios e
ajustados às situações em que surgem.
Ainda, em pequenas participações, não por
isso menos importante, há a presença de RENATO
BAVIER, que acompanha a dupla, desde “Surto”,
famoso como o “Trakinas”, um
apelido, improviso que deu certo e foi incorporado ao texto daquela peça.
Um
ator de comédia precisa de um “timing” especial, para fazer rir, e,
em geral, se apoia num(a) “escada”,
alguém do elenco que serve de suporte, para que o outro possa “aparecer”. Aqui, não há isso, já que
um serve de apoio para o outro, numa grande generosidade entre dois grandes
artistas e amigos.
Todos
os elementos técnicos funcionam a
contento, nesta montagem, desde o cenário e todos os objetos de cena (direção de
arte), a cargo de RODRIGO, WENDELL e SAULO, com detalhes muito significativos e característicos desse tipo
de ambientação, passando pelos requintados e extravagantes figurinos, de MARCELO MARQUES,
com uma parada para uma atenta observação da trilha sonora e dos efeitos
especiais de sons, selecionados por RODRIGO
e SAULO, acrescentando-se a luz especialíssima, de PAULO ROBERTO MOREIRA, construindo a
atmosfera lúgubre que a peça exige.
FICHA TÉCNICA:
Texto e Direção: Saulo Sisnando
Supervisão Artística: Duda Maia
Elenco: Rodrigo Fagundes e Wendell Bendelack
Ator Convidado: Renato Bavier
Voz Off: Malu Mader
Iluminação: Paulo Roberto Moreira
Figurino: Marcelo Marques
Trilha e Efeitos Sonoros: Rodrigo Fagundes e Saulo Sisnando
Gravação e Mixagem: Christiano Pedreira
Concepção de Cenário: Rodrigo Fagundes, Wendell Bendelack e Saulo
Sisnando
Produção de Arte: Rodrigo Fagundes e Wendell Bendelack
Fotos: Guido Giacomazzi
Programação Visual e Desinger Gráfico: Leonardo Miranda
Produção de Apoios: Alessandro Monteiro
Produção: Os Surtados Prod. Artísticas Ltda.
Idealização e Realização: Rodrigo Fagundes e Wendell Bendelack
Agradecimento especialíssimo para a equipe: Barroso Pires Produções
Artísticas, Jackeline Barroso, Eduardo Pires e Liliane Xexéo
SERVIÇO:
Temporada: De 03 a
26 de maio de 2019.
Local: Teatro dos 4.
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, nº 54 (Shopping da Gávea – 2º
piso) – Gávea – Rio de Janeiro.
Telefones: (21)2239-1095 e (21) 2274-9895.
Dias e Horários: 6ª feira e sábado, às 21h; domingo, às 20h.
Valor dos ingressos: 6ª feira = R$60,00; sábado e domingo = R$70,00 (Há
meia entrada para os que fazem jus a ela, previsto em lei.).
Indicação Etária: 12 anos.
Gênero: Comédia.
Não
penso duas vezes, para dizer que este espetáculo se trata de uma das melhores comédias a que já assisti
em toda a minha vida e que merece,
portanto, ser vista, principalmente no momento político pelo qual passamos,
que nos puxa para baixo, afeta o nosso ânimo e o nosso moral. Aí, vem “SUSTO...”, estendendo-nos as mãos,
para nos puxar para cima. E nunca podemos nos esquecer de que ninguém morre se “SUSTO”.
E, por falar nisso,
vida longa ao espetáculo!!!
E VAMOS AO
TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS
SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO
BRASILEIRO!!!
(FOTOS:
GUIDO GIACOMAZZI.)
GALERIA PARTICULAR:
Aplausos.
Aplausos.
Com Wendell Bendelack e Rodrigo Fagundes.
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