DANÇANDO
NO
ESCURO
(MOTIVO DE ORGULHO
PARA O
TEATRO BRASILEIRO.
ou
UM ESCURO FEITO DE LUZ.)
Fiquei
sem saber como iniciar esta crítica. Faz, hoje, uma semana que assisti ao musical “DANÇANDO NO ESCURO” e não consegui, ainda, me desprender, totalmente,
da emoção que o espetáculo me causou; aliás, causa a todas as pessoas que têm a
oportunidade de assistir a ele, no Teatro
SESC Ginástico, onde ficará em cartaz até
19 de novembro, apenas. Mas é impossível uma obra-prima como esta não conseguir novas pautas, para outras temporadas.
Trata-se de uma peça que marca o espectador e que merece ficar em cartaz por um
tempo indeterminado.
É UM DOS MELHORES ESPETÁCULOS DO ANO!!!
É UM DOS MELHORES ESPETÁCULOS DO ANO!!!
Creio
que só os dois parágrafos acima seriam suficientes para falar do meu sentimento em
relação à peça, porém tentarei fazer uma análise bem setorizada dele.
O
musical é uma adaptação teatral, alíás, a única autorizada, do filme “Dancer in the Dark”, de Lars Von Trier, feita por PATRICK ELLWORTH, com excelente
tradução de ELÍDIA NOVAES.
O
projeto, segundo o “release” da
peça, enviado por NEY MOTTA (CONTEMPORÂNEA
COMUNICAÇÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA),
“nasceu do desejo dos atores-produtores JULIANE BODINI e LUIS ANTONIO FORTES de
trazer, para o TEATRO, a adaptação do premiado filme homônimo, de Lars von Trier, estrelado pela cantora Björk,
que também compôs todo o repertório musical da
obra, a qual expõe o drama de uma mulher, com uma doença degenerativa,
que a leva à cegueira, seu desmedido amor pelo filho e as injustiças
sofridas por ela.”
SINOPSE:
A história se passa em 1964,
nos Estados Unidos.
SELMA JEZKOVÁ (JULIANE BODINI) é uma imigrante tcheca, que se muda para os
EUA com seu filho GENE (GREG BLANZAT), um garoto de doze
anos, cujo pai ele desconhece, uma vez que abandonou a mulher e o filho. É
bastante fácil entender o porquê.
Ela tem uma doença hereditária, degenerativa, que a faz, gradativamente,
perder a visão, algo que também vai acontecer com seu filho.
Saber que, nos EUA, existiam médicos que poderiam operar GENE e dar um fim ao fantasma da condenação à cegueira foi o suficiente
para fazê-la imigrar para aquele país.
SELMA aluga um “trailer”, na (e de) propriedade
de BILL HOUSTON (LUCAS GOUVÊA), um
policial, e sua esposa LINDA HOUSTON
(JÚLIA GORMAN), seus vizinhos, onde vive humildemente, franciscanamente.
Trabalha, de forma exaustiva, até fazendo horas extras, em uma fábrica, com
sua melhor amiga, CARMEN BAKER (CYRIA
COENTRO) e guarda tudo o que ganha, para a cirurgia, visando a evitar que
seu filho sofra o mesmo destino.
Uma mãe extremada, SELMA,
além do amor incondicional pelo filho, por quem é capaz de todos os
sacrifícios, também exercita outra grande paixão, por musicais. Atua, à noite, depois de uma interminável jornada de
trabalho, num grupo de teatro amador, num centro comunitário, no qual estão
tentando montar uma versão de “A Noviça
Rebelde”, em que ela seria a protagonista.
Paradoxalmente, ainda que comunista, SELMA era fascinada pelo “glamour” dos musicais americanos.
Quando BILL
se vê em dificuldades financeiras, por conta das extravagâncias cometidas pela
esposa, após acabar o dinheiro que ele havia ganhado, fruto de uma herança,
rouba o dinheiro que SELMA tinha
economizado duramente.
O roubo é o ponto de partida para trágicos acontecimentos.
Ninguém
pode negar que o musical é um “dramalhão”,
mas, para mim, o emprego dessa palavra jamais seria em tom pejorativo, com
relação a este espetáculo. É que sobram, mesmo, drama e dor, injustiças e
maldades, em cena, o que, inevitavelmente fará gerar, no espectador, um profundo
sentimento de comiseração, em relação à protagonista, deslumbrantemente
interpretada por JULIANE BODINI, a
quem sempre admirei, em todos os trabalhos anteriores em que a vi atuando,
musicais ou não, porém – eu disse para
ela – jamais imaginei que pudesse vê-la atingir um nível tão elevado de
qualidade artística, tanto interpretando como cantando. É uma indiscutível candidata a prêmios.
Não
assisti ao filme, de 2000, que dizem
ser excelente e é de relativo difícil acesso, para nós, brasileiros, porém já
tenho a promessa, de um amigo, ator do elenco, de que irá me emprestar uma
cópia, em DVD. Estou muito curioso por assistir ao filme, a fim de melhor poder
avaliar o que, antecipadamente, julgo ter sido uma extraordinária adaptação, com a troca de uma mídia por
outra.
Gosto
do texto, que emociona e nos dá
grandes lições de vida, por meio das palavras sábias do dramaturgo, postas na boca de SELMA,
principalmente. Há frases, dessa personagem, que tocam fundo, no nosso peito,
às vezes, até, nos ferindo, como uma punhalada. Foram colocadas,
propositalmente, no texto, para
tocar as pessoas, chamá-las à realidade, fazê-las olhar ao seu redor e praticar
a empatia. Aqui estão algumas delas:
Gosto dos diálogos, bem dimensionados, de fácil
entendimento e, ao mesmo tempo, de tamanha profundidade. Gosto da urdidura, da metalinguagem (do TEATRO
dentro do TEATRO). Gosto, também,
dos trechos narrativos, ditos por SELMA.
Não
importa se há clichês na trama. Sempre defendi a ideia de que tudo pode ser
repetido, se o "do momento" supera o anterior, se o "do momento" acrescenta ao anterior e,
acima de tudo, se é feito com cuidado e inteligência. É o caso de “DANÇANDO NO ESCURO”.
Esta
é a primeira incursão de DANI BARROS,
uma de nossas mais conceituadas atrizes, no campo da direção. DANI não
estreou com o pé direito; é como se ela tivesse dois pés direitos. Quanta
sensibilidade! Quanta capacidade de não permitir que o tom melodramático, que domina
o espetáculo, durante 120 minutos, não
o faça cair no descrédito, via pieguice, cafonice, “dulcice” (permitam-me o
neologismo) exageradas. Se ela consegue, como maestrina, fazer com que seus
regidos levem muitas pessoas às lágrimas – eu cheguei bem perto –, é porque
ninguém, naquele palco, economiza emoção, sentimento, para contar uma história que, por mais
inverossímil e piegas que possa parecer a alguém, está muito mais próxima de nós do que
podemos imaginar. Nós é que, às vezes, não a enxergamos. Aqueles personagens
existem, tudo o que recheia a trama ocorre por aí.
Ao mesmo tempo
que permite, a cada ator, mergulhar, fundo, nas suas emoções, exigidas por seus
personagens, DANI conduz os “cavalos”
que puxam a sua carruagem, com mãos firmes e precisão, mantendo uma marcha
constante e a mais adequada ao percurso. Espero
que ninguém se ofenda com as metáforas. E consegue um excelente resultado, em
sua primeira direção, incluindo, aí,
todas as ideias e soluções que levou para a cena, como, por exemplo, utilizar
os atores e seus corpos, numa percussão
ajustada a algumas das cenas, e uma parte de sonoplastia, também produzida pelo elenco. Destaque para dois
momentos de sonoplastia ao vivo: a cena que reproduz um trem em movimento e a
das máquinas da fábrica, operando.
Belíssimo
trabalho, em conjunto com MARCELO ALONSO
NEVES, responsável pela ótima direção
musical e pelos arranjos das canções
da trilha sonora, composta por BJÖRK e, ainda que não apareça na ficha técnica, por SJÓN SIGURDSSON, segundo MARCELO, que diz ter sido muito difícil
o trabalho com “composições inusitadas e fora dos padrões” e por “conviver
com esses fantásticos músicos, que, justo por não terem o ‘dom’ da visão,
trouxeram suas sensibilidades musicais”.
Sim, antes que
eu me esqueça, devo dizer que, na banda
(ao fundo, praticamente escondida o tempo todo) que acompanha os atores/cantores, ao vivo, há dois músicos cegos. São eles VANDERSON PEREIRA (multi tecladista) e JOHNNY CAPLER (baterista). Completam o
excelente quarteto ALLAN BASS (baixista)
e DILSON NASCIMENTO (multi
tecladista). VANDERSON ainda
acumula a função de regente do
grupo. Segundo MARCELO,
trata-se de um "gênio musical", que “até as deixas visuais ele capta pelo som”.
Quanto à parte
musical, devo acrescentar que as canções
são belíssimas e de fácil assimilação pelo público.
Sobre o magnífico elenco, todos os adjetivos
positivos não seriam suficientes para reconhecer o talento e o trabalho de
todos, com total destaque, como já foi dito, para o protagonismo de JULIANE BODINI. Ser protagonista pode até ser fácil, mas PROTAGONIZAR durante duas horas, sem um
tropeço, sem um mínimo deslize, é para poucos. JULIANE arrebata o espectador da primeira à ultima cena, com uma
interpretação visceral, sem falar na sua capacidade de cantar; ou melhor, de encantar. A atriz conjuga seu incrível potencial
vocal à necessidade das canções, o que equivale dizer que também teatraliza, quando canta. Comporta-se,
em cena, como uma diva e merece os efusivos aplausos, ao final do espetáculo.
Todos os seus
demais companheiros de cena apresentam um rendimento acima do que poderia ser
considerado bom. São todos ótimos!
Ser vilão,
daqueles que provocam a ira do espectador, é o sonho de todos os atores. LUCAS GOUVÊA deve estar se realizando,
na pele de seu BILL, que pede para
ser odiado, de tão mau caráter que é. Reconheço, no personagem, o melhor
trabalho do ator, que é, para mim, um dos melhores de sua geração. E digo isso
com convicção, uma vez que não me lembro de ter deixado de assistir a alguma
das muitas peças em que atuou, sempre se destacando.
CYRIA COENTRO emociona, pela dedicação
e cuidado de sua personagem (CARMEN)
para com a amiga, que necessita de quem “enxergue por ela”. A atriz consegue
passar tal desvelo com muita naturalidade, angariando a simpatia de todos os
que gostariam de subir ao palco e estar no seu lugar.
LUIZ ANTONIO FORTES, um dos
idealizadores do projeto, porém não citado, até agora, como ator, neste
espetáculo, interpreta JEFF, um
amigo fiel de SELMA, apaixonado por
ela. O ator sabe como atrair foco para um personagem coadjuvante e executa um
bom trabalho.
JÚLIA GORMAN (LINDA HOUSTON), ANDREAS GATTO (SAMUEL), MARINO ROCHA (NORMAN) e SUZANA NASCIMENTO (BRENDA YOUNG), cada
um com seu grande talento, também atuam como coadjuvantes de luxo, com um acentuado destaque para SUZANA, cuja personagem cresce bastante
no terceiro quarto da peça.
Como
policial / carcereira, na prisão na qual SELMA
aguarda uma grave decisão para a sua vida (sem “spoiller”), a personagem de SUZANA desenvolve uma imensa empatia,
em relação à prisioneira, por terem identificações comuns, principalmente a
maternidade. SUZANA é uma excelente
atriz e ganha a oportunidade de mostrar isso durante todo o espetáculo,
mormente na situação citada.
Deixei por último
um pequeno comentário ao trabalho do jovem adolescente GREG BLANZAT, GENE, o
filho de SELMA. Não conhecia o seu
trabalho e fiquei muito satisfeito com seu rendimento em cena. Certamente, é
uma promessa, como ator e cantor, precisando, apenas, a meu juízo, projetar
melhor a voz. Em alguns momentos, o que ele diz se torna meio inaudível. Mas é
tudo por conta do peso de seu personagem, por estar cercado de “feras” e por
sua pouca idade e, consequentemente, experiência num palco. Boa revelação!
Tão logo
ocupei uma poltrona da primeira fila, como gosto de fazer, fiquei impactado com
o cenário, de MINA QUENTAL, a qual, aliás, diga-se de passagem, vem dominando o
mercado, neste ano de 2017, com excelentes
trabalhos. Este é mais um deles.
Ao mesmo tempo
que me chamou a atenção o geral, fiquei sem conseguir decodificar alguns
elementos nele contido. Uma posterior conversa com a grande cenógrafa me fez entender alguns
detalhes, até então, não captados. Passei a admirar mais, ainda, aquele cenário, que é composto por dois
grandes painéis, onde predominam o preto o branco e mais o cinza, nos quais estão
aplicados, “colados”, objetos e material reciclável - lixo mesmo -, tudo
pintado com tinta PVA, com compressor.
Na falta de
dinheiro, o grande flagelo das produções, a criatividade de gente sensível e
inteligente, como MINA, resolve o
problema. São duas ambientações: embaixo, funciona a fábrica em que a
protagonista trabalha. Equivale ao painel maior. Complementam a ambientação
duas fileiras de cadeiras, nas laterais do palco, e duas máquinas, de fabricação
de algo, que não fica claro o que seja, mas não tem a menor importância. Estas
são confeccionadas com eletrocalhas e outros materiais afins.
Trata-se de um
cenário conceitual, ligado à temática da cegueira. Dentre os objetos afixados
aos painéis, há conduítes, mangueiras de plástico, calotas de carros, parte de
aparelho de ar-condicionado, ventiladores, restos de material de obra, objetos
do cotidiano, tudo fazendo referência ao mundo de SELMA.
Segundo MINA, ela projetou, e confeccionou, um “painel
em braile, com texturas”. Muito original a ideia.
O outro painel,
menor, fica no alto do canto superior esquerdo do palco, representando o “quarto”
de SELMA. Os móveis e outros objetos
de cena também são aplicados ao painel. Esse espaço fica montado sobre um
andaime.
Os figurinos são obra de CAROL LOBATO. Mais uma vez, a carência
de recursos financeiros obriga o / a artista a buscar soluções práticas, baratas
e criativas. Todos em cena, à exceção do menino, usam um tipo de macacão cinza,
que se ajusta a todas as situações. Podem ser roupas de ensaio de TEATRO, de operários e, até mesmo, uniformes
de presidiários. Ponto para CAROL!
São muito boas
as coreografias, de DENISE STUTZ, que também assina a direção de movimento. São em pouca
quantidade, em se tratando de um musical de duas horas de duração, que passam sem que o público perceba, mas de
grande qualidade.
Uma boa luz, a serviço do texto, foi desenhada por FELÍCIO
MAFRA.
A ficha técnica é extensa e todos os
profissionais que fazem parte dela contribuíram, com a sua parte, para o
sucesso desta montagem e estão todos de parabéns. Um crédito a mais para a preparação vocal, a cargo de MIRNA RUBIM.
Se eu, como
seria de minha vontade, fosse comentar algumas das cenas mais impactantes do
espetáculo, teria de escrever esta crítica em capítulos.
FICHA
TÉCNICA:
Musical baseado no longa-metragem de Lars von Trier
Idealização: Juliane Bodini e Luis Antonio Fortes
Adaptação Teatral: Patrick
Ellsworth
Tradução: Elídia Novaes
Direção: Dani Barros
Tradução: Elídia Novaes
Direção: Dani Barros
Assistentes de Direção: Rúbia
Rodrigues e Camila Caputti
Elenco: Juliane Bodini (Selma Jezková), Cyria Coentro (Carmen Baker), Luis Antonio Fortes (Jeff), Andreas Gatto (Samuel), Greg Blanzat (Gene Jezková), Júlia Gorman (Linda Houston), Lucas Gouvêa (Bill Houston), Marino Rocha (Norman) e Suzana Nascimento (Brenda Young)
Músicos: Vanderson Pereira (multi
tecladista), Johnny Capler (baterista), Allan Bass (baixista) e Dilson
Nascimento (multi tecladista)
Músicas Originais: Björk
Direção Musical e Arranjos: Marcelo Alonso Neves
Cenário: Mina Quental
Figurino: Carol Lobato
Iluminação: Felício Mafra
Preparação Vocal: Mirna Rubim
Direção de Movimento e Coreografias: Denise Stutz
Aulas de Coreografia do Sapateado: Clara Equi
Preparação Corporal e Assistente de Direção de Coreografias: Camila Caputti
Visagismo: Marcio Mello
Direção Musical e Arranjos: Marcelo Alonso Neves
Cenário: Mina Quental
Figurino: Carol Lobato
Iluminação: Felício Mafra
Preparação Vocal: Mirna Rubim
Direção de Movimento e Coreografias: Denise Stutz
Aulas de Coreografia do Sapateado: Clara Equi
Preparação Corporal e Assistente de Direção de Coreografias: Camila Caputti
Visagismo: Marcio Mello
Assistente de Visagismo:
Roberto Santiago
Versionista: Marcelo Frankel e Juliane Bodini
Percussão Corporal: Mauricio Chiari
Sonorização: ÁUDIO CÊNICO - Andrea Zeni e Joyce Santiago
Direção de Produção: Jéssica Santiago
Produção Executiva: Camila Santana e Liliana Mont Serrat
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Daniel de Jesus
Fotos do Material Gráfico: Nana Moraes
Fotos de Making Off e Registros: Los Padrinos Fotografia - Roberto Carneiro
Versionista: Marcelo Frankel e Juliane Bodini
Percussão Corporal: Mauricio Chiari
Sonorização: ÁUDIO CÊNICO - Andrea Zeni e Joyce Santiago
Direção de Produção: Jéssica Santiago
Produção Executiva: Camila Santana e Liliana Mont Serrat
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Daniel de Jesus
Fotos do Material Gráfico: Nana Moraes
Fotos de Making Off e Registros: Los Padrinos Fotografia - Roberto Carneiro
Fotos: Elisa Mendes
Marketing Digital: Maria Alice
Marketing Cultural: TEM DENDÊ! Produções - Tamires Nascimento
Assessoria Jurídica: Heloísa Mourão
Assessoria Contábil: FORTES Contabilidade
Confecção de Boneco: Bruno Dante
Instrutor de Manipulação de Bonecos: Márcio Nascimento
Marketing Digital: Maria Alice
Marketing Cultural: TEM DENDÊ! Produções - Tamires Nascimento
Assessoria Jurídica: Heloísa Mourão
Assessoria Contábil: FORTES Contabilidade
Confecção de Boneco: Bruno Dante
Instrutor de Manipulação de Bonecos: Márcio Nascimento
SERVIÇO:
Temporada: De 19 de outubro a 19 de
novembro de 2017.
Local: Teatro SESC Ginástico.
Endereço: Avenida Graça Aranha, 187, Centro
– Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 2279-4027.
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às
19h; domingo, às 18h.
Valor dos Ingressos: R$30,00 (inteira),
R$15,00 (para jovens até 21 anos, estudantes e maiores de 60 anos) e R$7,50
(Associados Sesc).
Horário de Funcionamento da Bilheteria: De
3ª feira a domingo, das 13h às 20h.
Capacidade de Público: 513 lugares.
Duração: 120 minutos.
Classificação Etária: 14 anos.
Gênero: Drama Musical
(Acessibilidade para pessoas com deficiência
e assentos especiais).
Audiodescrição e Libras aos domingos: 29/10,
5/11, 12/11 e 19/11.
Vou quebrar a surpresa,
mas não posso deixar de fazer menção a um momento muito importante e
emocionante, na peça, que é quando uma
canção é interrompida, bruscamente, assim como a coreografia que a acompanha,
e os atores ficam, durante cerca de trinta segundos, parados, completamente estáticos,
apenas movimentando os olhos, como à procura de toda a plateia, até que um dos
atores, LUIZ ANTONIO FORTES, interrompe o silêncio, para justificá-lo, dizendo se tratar de uma manifestação
de protesto contra o “calote do fomento”
(o atual prefeito do Rio de Janeiro, na
sua incompetência e má fé, não pagou o fomento às companhias que a ele faziam
jus, desde o final da administração passada) e também um “grito” contra a censura a qualquer tipo de
manifestação artística. Um momento
muito emocionante, necessário e importante!!!
Recomendo, com o maior
empenho, o espetáculo, pela garra e determinação de todos os envolvidos, por
sua altíssima qualidade e por abordar assuntos tão pertinentes, no mundo
de hoje (De 1964 para cá, praticamente, nada mudou.), como preconceito, exclusão
social e injustiça. Pensam os artistas da peça que, assim, estão tentando mudar
os padrões e os vícios de uma sociedade, em que a intolerância prevalece e
o descaso nos envenena. “É preciso enxergar o outro”.
“Além do espetáculo teatral, o trabalho dos
artistas envolvidos está focado em movimentar, semear, articular e
desenvolver um trabalho sério de acessibilidade, dentro e fora do palco, com
equipe capacitada, para atender ao público com diversos tipos de deficiência,
buscando não só o entretenimento cultural como também fazer do espetáculo
um movimento de inclusão social”.
Vida muito longa a “DANÇANDO NO ESCURO”, espetáculo em que O ESCURO É FEITO DE LUZ!!!
(FOTOS: ELISA MENDES.)
O musical é belíssimo e com sua crítica acrescentei detalhes que me fizeram admirar ainda mais esse espetáculo, por exemplo: os dois músicos cegos!
ResponderExcluirParabéns Gilberto, crítica ótima!
FELICIDADE assistir a um espetáculo tão caprichado❤️
Tive o prazer de assistir na estréia e pretendo voltar em breve.
ResponderExcluirEsse espetáculo realmente é necessário, uma sensabilidade que comove! Aquela luz de resistência no fim do túnel diante dos descasos que assolam o cenário cultural brasileiro.
Crítica iluminada, parabéns !