quarta-feira, 20 de novembro de 2013


ACADEMIA DO CORAÇÃO   -   UMA MENSAGEM DE OTIMISMO E UMA CELEBRAÇÃO À VIDA
 
 
 
 Cristina Pereira, Sandro Christopher, Renato Reston, Bia Nunes, Ernani Moraes e Arlindo Lopes
 
            Sempre defendi a tese de que um bom espetáculo teatral começa por um bom texto.  Vejo-me agora, na condição de reformular um pouco esse meu conceito, em função do texto da peça ACADEMIA DO CORAÇÃO, comédia de FLÁVIO MARINHO, em cartaz no Teatro Maison de France.  Pode parecer um tanto paradoxal, mas a encenação é boa, apesar do texto.

No programa do espetáculo, o próprio autor diz que a peça “é uma comédia sentimental, que pretende uma abordagem mais original do tema de superação: a chamada ‘sobrevida’”.  “Sentimental” demais para o meu gosto. 

A ideia é muito interessante e a intenção é a melhor possível, entretanto, desta vez, FLÁVIO, que tem inúmeros textos teatrais bem-sucedidos, parece-me ter exagerado na pieguice, e os diálogos são muito previsíveis, assim como o final da peça. 

Mas isso não deve afastar ninguém do desejo de assistir ao espetáculo, uma vez que verão um seleto grupo de ótimos atores, valorizando (ou salvando) um texto “fraco”.

 
Ninguém pode ficar parado.
 
Mas também ninguém e de ferro...

            SINOPSE, de acordo com o programa da peça: “Tudo se passa numa clínica de medicina esportiva, que difere das academias convencionais de ‘malhação’.  Lá, temos uma jovem médica alemã (BIA NUNES), durona, de plantão, que também é a dona do estabelecimento; um alegre e vaidoso professor de educação física (RENATO RESTON), sócio minoritário da ‘academia’ e três alunos de meia-idade, razoavelmente abastados, já que a mensalidade da ‘academia’ é salgada: uma senhora (CRISTINA PEREIRA), de seus sessenta anos, que pensa que é bailarina, mas, na verdade, é artista plástica; um senhor aposentado (ERNANI MORAES), na mesma faixa, que sonha com um passado de sapateador, que ele não foi; e um garanhão (SANDRO CHISTOPHER), também sessentão, antigo cantor de ópera, que não percebe que o tempo passou.  Todos muito ranzinzas, muito mal-humorados, de mal com a vida (todos se recuperam de sequelas por problemas cardíacos). 

Malhação entre farpas
 
Um belo dia, surge Lucas (ARLINDO LOPES), um jovem dos seus trinta anos, que sofreu um problema cardíaco seriíssimo, mas que não perdeu a alegria de viver.  Aos poucos, Lucas vai mudando a vida de todos, trazendo uma luz e um otimismo que eles não acreditavam mais ser ainda possíveis.

            Aos poucos, eles desenvolvem, entre si, um inesperado afeto e amizade.  E, quando Lucas anuncia a sua partida (recebeu alta), uma ponta de tristeza se mistura à alegria da certeza de mudanças bem-vindas.”

  
Amigos para sempre
 
            O que há de melhor no espetáculo é o desempenho excelente de todos do elenco, no mesmo nível de interpretação.

            Acrescentem-se aos aspectos positivos da peça a cenografia, de EDWARD MONTEIRO; os figurinos, de NEY MADEIRA, DANI VIDAL e PATI FAEDO (Espetacular! Produções & Artes) e a iluminação, de PAULO CÉSAR MEDEIROS.

            A direção do espetáculo é do próprio FLÁVIO MARINHO.

 
Aplausos

            Meus sinceros me efusivos aplausos para os atores e atrizes de ACADEMIA DO CORAÇÃO.  O talento de vocês ilumina um texto frágil, pouco interessante.
 

AVISO AOS CARDÍACOS E DESESPERANÇADOS: ESTE ESPETÁCULO DEVE FAZER BEM A VOCÊS.
 
 
SERVIÇO: Teatro Maison de France - 5ªs e 6ªs, às 20h30min; sábados, às 21h; e domingos, às 19h.  Até 15 de dezembro
 
 
(Fotos: divulgação/produção e Marisa Sá)

 

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