terça-feira, 9 de abril de 2019


PROJETO
PALCO GIRATÓRIO
2019 - SESC


(CIRCULANDO...
...PLANTANDO...
...E COLHENDO.)








            Mais uma vez, a convite do SESC, fui participar do lançamento do “PROJETO PALCO GIRATÓRIO”, em sua 22ª edição, desta vez, na aprazível cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. Participar desse evento é uma das mais ricas e agradáveis experiências por que já passei, em cinco décadas de dedicação ao TEATRO.

            Se demorei, para escrever sobre tal vivência, foi, única e exclusivamente, por motivos totalmente alheios à minha vontade, principalmente excesso de trabalho e falta de tempo. Mas a ansiedade era muita, para expressar, em palavras, o meu sentimento com relação ao evento e, finalmente, aqui estou, diante da minha ferramenta de trabalho, o computador, para discorrer sobre aquilo que considero O MAIOR E MAIS IMPORTANTE PROJETO DE INTEGRAÇÃO, DIVULGAÇÃO E INCLUSÃO, DE QUE TENHO CONHECIMENTO, NO BRASIL, EM TERMOS DE ARTE, a julgar pelos números gerais que me chegaram às mãos. Desde sua primeira edição, em 1998, até os dias de hoje (Não computados, ainda, evidentemente, os números do ano em curso.), as estatísticas mostram 11 mil apresentações de TEATRO, dança e circo; 5 milhões de espectadores; 509 espetáculos; 353 grupos artísticos; 2.656 artistas e técnicos; e, aproximadamente, 4 mil profissionais atuando, diretamente, na execução do “PROJETO PALCO GIRATÓRIO”, anualmente. Não sei se, em alguma parte do mundo, existe um projeto cultural de tal monta. Como homem de TEATRO, é óbvio que já o conhecia, tendo assistido, no Rio de Janeiro, a vários espetáculos que fizeram parte das edições anteriores. Uma coisa, porém, é saber da existência de um projeto cultural e usufruir das suas atrações; outra é conhecê-lo por dentro, nas coxias, por trás das cortinas, saber como é preparado o chão, como é feita a semeadura, entender todas as fases por que passam a semente e a planta, até chegar aos frutos colhidos e saboreados por milhares de pessoas, de todas as faixas etárias, em todo o Brasil. Conheci, por dentro, o “PROJETO”, pela primeira vez, em 2016, na deliciosa Salvador, na companhia de um seleto e pequeno grupo de jornalistas e outros formadores de opinião. Foi lá que tive o primeiro contato com o “backstage” do “PROJETO”.

            Nesta 22ª edição do “PROJETO”, em tão pouco tempo, em Natal, da noite de uma 3ª feira (27 de março) até a tarde de uma 5ª (29 de março), menos de 48 horas, conheci tanta gente interessante, culta e “iluminada”, profissionais do mais alto nível, em seus ofícios, todos dedicados a produzir e a difundir a boa arte e cultura, a um “Brasil que não conhece o Brasil”, a uma população tão carente de alimento para a alma, gente que não tem só fome de comida (“A gente não quer só comida / A gente quer cultura / diversão e arte.” – Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Marcelo Fromer).





            Começo por elogiar o nome, inteligentemente, atribuído ao “PROJETO”“PALCO”, aqui, não deve ser decodificado denotativamente, e sim como qualquer espaço, até o barro de uma rua ou da margem de um rio, para que se desenvolva uma ação artístico-cultural“GIRATÓRIO”, uma vez que sua missão é “girar”, circular, por todo este país, de dimensões continentais, numa troca, para cumprir seu objetivo (“Todo artista tem de ir aonde o povo está.” – Mílton Nascimento e Fernando Brant.).
  
            A minha participação oficial no evento ficou restrita ao dia 28 de março, iniciando-se na sede do SESC Rio Branco, um local que havia sido reinaugurado dois dias antes, após ter passado por uma grande reforma, tornando-se um belo espaço, moderno, uma construção arrojada, pronta a abrir as portas ao público, para uma série de atividades sócio-artístico-culturais. Lá, na sua biblioteca, todos os presentes puderam assistir a uma bela apresentação do grupo de balé, do próprio SESC Rio Branco, seguida de uma coletiva de imprensa, que se transformou num agradável bate-papo, sem grandes formalidades, envolvendo os jornalistas locais, os convidados e um grupo de atores que vão circular pelo “PROJETO”: TITINA MEDEIROS e CÉSAR FERRARIO, atriz e diretor, respectivamente, do espetáculo “MEU SERIDÓ”, e HILTON COBRA, ator do monólogo “TRAGA-ME A CABEÇA DE LIMA BARRETO”, e mais a diretora da peça, FERNANDA JÚLIA, além de representantes do SESC. Essa conversa teve um caráter diferente de uma coletiva de imprensa, no seu formato original, uma vez que a ideia era de que pudéssemos conversar e refletir sobre a cultura e as artes cênicas no nosso país, saber o que os artistas estão produzindo hoje, aproveitar, ao máximo, esse tempo em que estivemos juntos. Foi muito profícuo esse encontro. Seguiu-se a isso um agradabilíssimo almoço, no restaurante dessa mesma unidade.








Já com experiência anterior, a coletiva de imprensa, que durou mais de uma hora, me encantou, pelo fato de eu ter tido a oportunidade de penetrar nos meandros do “PROJETO” e conhecer tanta gente inteligente e interessante, talentosa e brava, acostumados a enfrentar toda sorte de desafios, para pôr um espetáculo em pé e levá-lo a públicos díspares.

            Adorei ficar sabendo dos efeitos das trocas de experiências entre artistas de todas as regiões do Brasil, de como o trabalho de uns interfere no dos outros, agregando-lhes valores, sempre positivos. Realmente, o “PALCO GIRATÓRIO” é um projeto de provocar encontros.

            A coletiva de imprensa foi ótima, para que eu consolidasse uma observação que já venho fazendo nos últimos anos (de uns oito ou dez para cá) e com a qual o “PALCO GIRATÓRIO” tem muito a ver. Venho me surpreendendo, já há um bom tempo, no Rio de Janeiro, com excelentes produções artísticas, nos mais diferentes formatos, mas, principalmente o TEATRO, que é a minha “praia”, com trabalhos e propostas de praças de outras capitais e, até mesmo, de cidades do interior, que comprovam que não é apenas no eixo Rio-São Paulo que se faz ARTE com todas as maiúsculas, de extrema qualidade. Há artistas anônimos, ou quase, espalhados por este Brasil, ou conhecidos apenas localmente, que precisam de uma projeção e têm direito a isso, mostrar seu talento ao público que não os conhece, pelos mais diversos motivos. E isso o “PROJETO PALCO GIRATÓRIO” faz. E muito bem!!!  Um dos maiores exemplos do que estou dizendo (Há muitos outros.) é a peça "Jacy", do espetacular Grupo Carmin, de Natal, que girou, pelo "PALCO, na edição de 2016, com muito boa aceitação na capital carioca, esse mesmo grupo que passou a ser conhecido e respeitado no Rio de Janeiro e em outras cidades, graças ao "PROJETO". Tanto é fato que, em 2018, o Carmin levou, para o Rio, o espetáculo “A Invenção do Nordeste”, com texto de Henrique Fontes e Pablo Capistrano, direção de Quitéria Kelly, com Henrique Fontes, Mateus Cardoso e Robson Medeiros, no elenco, o qual, ao chegar à capital fluminense, ganhou, em várias categorias, quatro dos maiores prêmios de TEATRO cariocas. Também poderia citar “Benedita”, que também participou da edição de 2016 e, até hoje, faz sucesso, no Brasil inteiro (Acabou de encerrar mais uma vitoriosa temporada no Rio de Janeiro.), espetáculo (monólogo) em que o ator Bruno de Sousa brilha, numa irretocável interpretação, tendo sido, também, merecedor de vários prêmios. E poderia continuar a desfilar tantos outros exemplos de espetáculos vitoriosos.  





Outro aspecto que me chamou a atenção, na coletiva, foram depoimentos de curadores e artistas, falando sobre o lado da pesquisa, para a qual o “PROJETO” abre seus braços. Gostei, quando mais de uma pessoa afirmou que o “PALCO GIRATÓRIO” é um “projeto transformador”, com o que concordo plenamente; assino embaixo.

Gostaria de transcrever todas as anotações que fiz, em mais de dez páginas de um caderninho, entretanto isso tornaria mais cansativo, ainda, esta minha análise e poderia afastar os leitores. Todos os relatos foram muito sinceros, comoventes e críveis. Notava-se, no semblante dos artistas e dos organizadores do “PROJETO” muita alegria, entusiasmo e verdade, e isso me contagia bastante.

            De volta ao Imirá Plaza Hotel, onde fiquei hospedado e, também, o local em que aconteceria a outra parte do evento, à noite, pudemos descansar um pouco. A partir das 19h, iniciou-se a continuação da festa, pontuada pelos seguintes passos:

* Uma intervenção musical, com os grupos FOLIA DE RUA e ZAMBÊRACATU, momento de rara beleza e emoção, quando nos vimos diante de uma “batalha” entre um grupo, representando o bumba-meu-boi, e outro, o maracatu, duas das mais fortes e interessantes manifestações culturais populares do Brasil. A apresentação contagiou a todos os presentes.
  
* Uma fala, de abertura oficial do “PROJETO”, feita pelo senhor Carlos Artexes Simões, Diretor-Geral do Departamento Nacional do SESC.

* Apresentação do espetáculo “MEU SERIDÓ”, pela CIA. CASA DE ZOÉ, sobre o qual falarei, um pouco mais, à frente.

* Um delicioso e animado coquetel, durante o “show” dançante, “Batuque-se”, animado por Sueldo Soares e sua banda.

            Creio que vale a pena conhecer detalhes do “PROJETO PALCO GIRATÓRIO”, via material que me foi enviado pela Assessoria de Imprensa do SESC:








O PROJETO:
O interesse e a sensibilidade do público para as mais diversas manifestações culturais, a valorização do artista, o debate, a reflexão e o diálogo, entre criadores e espectadores, são perspectivas que pautam a atuação do SESC no campo da cultura. Um encontro permanente de distintas visões de mundo no rumo da construção de conhecimentos.
Nas Artes Cênicas, além do entretenimento proporcionado pelo TEATRO, dança, circo, intervenção urbana e ‘performance’, integrando tradição e contemporaneidade, o público também desenvolve olhares que possibilitam o surgimento de novas práticas no dia a dia. A arte transforma a vida e reafirma o sentido da comunidade.
O ‘PALCO GIRATÓRIO’, reconhecido, no cenário cultural brasileiro, como um importante projeto de difusão e intercâmbio das Artes Cênicas, intensifica a formação de platéias, a partir da circulação de espetáculos dos mais variados gêneros, em todos os estados brasileiros, nas capitais e no interior, desde 1998. Muitos desses espetáculos, dificilmente, encontrariam, sem o apoio do SESC, viabilidade comercial para apresentações nas diversas regiões do país.
Além de espetáculos para todas as faixas etárias, uma vasta programação de oficinas, festivais, mesas-redondas e palestras é realizada, com a participação ativa da comunidade, artistas locais e convidados, promovendo uma troca de experiências enriquecedoras, divulgando o trabalho de profissionais de todo o país e gerando emprego para os inúmeros trabalhadores que atuam no circuito.
Os espetáculos selecionados pela curadoria têm como características a mistura de sotaques, as diferentes expressões artísticas e modos de criação. Apoiar manifestações artísticas voltadas para o desenvolvimento cultural e a democratização da cultura nacional é um compromisso do SESC.
O ‘PALCO GIRATÓRIO’ é um projeto consolidado no cenário cultural brasileiro e de importância especial para municípios do interior, cujas populações encontram mais dificuldade em acessar uma produção artística diversificada e continuada. A grande capilaridade do SESC possibilita que todos os estados brasileiros recebam o projeto. Cada vez mais, alcança não apenas as capitais, mas também as pequenas cidades, descentralizando a arte e estabelecendo outras redes de circulação e intercâmbio no país. 
Este trabalho de interiorização é uma metáfora de fios entremeados em diversos nós: nós apertados que solidificam e marcam posições ou nós que se desfazem, desatando o que estava emaranhado, originando interessantes bordados.
São potentes as transformações que o “PROJETO” faz nas pequenas cidades. Em muitas delas, o ‘PALCO GIRATÓRIO’ constitui-se como a única programação cultural, possibilitando, a muitas pessoas, assistir a um espetáculo pela primeira vez na vida. Permite que demandas sejam criadas e reforçadas pela população, mobilizando a política local em articulação com o SESC, para o fortalecimento das Artes Cênicas, fazendo com que teatros sejam construídos e/ou reformados, que editais sejam lançados e que profissionais das artes sejam valorizados. O mapeamento de artistas e a construção de estratégias de visibilidade são também pontos-chave deste processo. 
É importante ressaltar que este movimento não se dá de “fora para dentro”, colocando a cidade como mera receptora de cultura. A programação é articulada de modo a envolver a produção local, sendo a própria curadoria dos espetáculos do circuito voltada para as questões e preocupações mais latentes da cidade, promovendo intercâmbio de modos de fazer, criar, pensar e sentir. O ‘PALCO GIRATÓRIO’ tem um efeito de transformação, quase que imediato, para público e artistas, sobretudo em um estado com pouquíssimas iniciativas de subvenção artística.






Vinte companhias participam do “PALCO GIRATÓRIO 2019”. Ao todo, serão 614 apresentações artísticas (todas gratuitas), além de 1382 horas de oficinas teatrais e passagem por mais de 138 diferentes cidades, em todo o Brasil. Entre as novidades desta edição, está a Cena Expandida – Circuito Especial, que promoverá ações com duração estendida, como residências e mapeamento de artistas. Segundo Mariana Pimentel, analista de artes cênicas do Departamento Nacional do SESC, são pontos importantíssimos, no “PROJETO”, a formação de público e democratização do acesso à cultura.
  
Já consolidado no cenário cultural brasileiro, o “PALCO GIRATÓRIO” apresenta espetáculos simultâneos, percorrendo todos os estados brasileiros e contribuindo para uma política de descentralização e difusão das produções cênicas no país. A cada ano, novos grupos teatrais são avaliados, para entrar no “PROJETO”, em um trabalho que envolve técnicos da área de cultura do SESC, em todo país, os chamados “curadores”, num total de 33 pessoas. São utilizados critérios diversos, como diversidade de linguagem, regiões do país, faixa etária e trajetória dos artistas. Assim, a curadoria mapeia questões e tendências latentes no contexto atual das artes cênicas brasileiras“A proposta é destacar questões presentes na contemporaneidade, por meio da arte: a importância do diálogo, da empatia, do encontro das diferenças, a visibilidade negra, a cultura indígena, as questões do feminino, a diversidade, são algumas das temáticas presentes este ano.”, reforça Vicente Pereira Júnior, analista de artes cênicas do Departamento Nacional do SESC

Nas Cenas Expandidas, Andreza Nóbrega, da Vouver Acessibilidade (PE / SC), fará sessões acessíveis, com recursos de audiodescrição, além de uma oficina de teatro focada na relação entre o corpo e acessibilidade. O Cabaré das Rachas, um grupo formado por palhaças de Brasília, convocará artistas / palhaças locais, para a construção coletiva de um espetáculo. E, no “Performance Preta no Brasil: Mapeamento, Escuta e Mediação Crítica”, a dupla Saraelton Panamby e Dinho Araújo (MA) desenvolverá, junto aos artistas locais, um trabalho de pesquisa e ação formativa com propósito de provocar diálogos e vivências sobre a cena negra no país.

Alguns destaques para o público infantil: o espetáculo para bebês “Voa”, do Coletivo Antônia (DF), e o “Tandan!”, da Cia Etc. (PE), que apresentará, para o público infantil, uma experiência de imersão em dança, a partir de estímulos sensoriais.  Na linguagem da dança, o “PALCO” contará com a Cia. Suave / Alice Ripoll (RJ), Gumboot Dance Brasil (SP) e Jessé Batista (AL), com trabalhos que ressignificam as danças urbanas no contexto brasileiro.
                                                              
Também estão na programação, os grupos 1Comum Coletivo (RJ), Cavalo Marinho Estrela de Ouro (PE), Chocobrothers (SP), Cia Casa Circo (AP), Manada Teatro (CE)Dramaturgia Diones Camargo (RS)Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê (RS), Soufflé de Bodó Company (AM) e Teatro Público (MG).




Com relação às Ações Formativas, estas existem a partir de técnicas e processos criativos dos grupos que integram o “PROJETO”: Oficinas, atividades abertas para todos, e não apenas para os que possuem formação artística.  Intercâmbio, encontro entre um grupo do “PALCO GIRATÓRIO” e um grupo local, para a troca de ideias, experiências, técnicas, metodologias e processos criativos (A condição é que ambos os grupos assistam aos espetáculos uns dos outros, compartilhando, assim, reflexões sobre o fazer artístico.). Pensamento Giratório, momento para reflexão e discussão, aberta ao público, que conta com a participação de um grupo do “PALCO GIRATÓRIO” e de um convidado especial, para uma mesa-redonda.

Todas as atividades abraçadas pelo “PROJETO” acontecem em instalações do SESC, praças e outros espaços urbanos. Mais do que entretenimento, essa iniciativa tem como objetivo não só a troca de experiências e vivências entre os artistas, mas também a difusão de montagens regionais pelo país afora, além de criar oportunidades de inserção de artistas, produtores e técnicos no mercado de trabalho.

Como se pode ver, o “PROJETO” não se limita a apresentações artísticas. Também devem ser citadas as Aldeias, mostras locais, de Artes Cênicas e outras manifestações culturais, organizadas pelos Departamentos Regionais do SESC, durante a passagem de espetáculos do “PALCO GIRATÓRIO” por seus estados, de modo a possibilitar que os trabalhos selecionados pela Curadoria dialoguem com a produção local. Com o objetivo de estimular a produção e o consumo dos bens culturais, as Aldeias reafirmam, assim, o compromisso com o fomento a uma política para a produção e a difusão das artes cênicas em âmbito nacional.

            De uma forma bem sucinta, tentarei explicar como são selecionados os 20 espetáculos que circularão no “PROJETO PALCO GIRATÓRIO”. Quanto ao processo de seleção, se não houve alguma alteração, salvo algum engano, não muito distante do que entendi, em cada estado, há um ou mais curadores, num total de 33 pessoas, que têm de assistir ao número máximo de espetáculos: teatro “de adultos”, teatro infantil, teatro musical, teatro de bonecos, teatro de rua, dança, circo..., nas capitais e nas cidades do interior, e gravar, em vídeo, o que lhes chama mais a atenção, os trabalhos por eles selecionados, enviando esse material a todos os demais curadores. Todos assistem a tudo, presencialmente, em seus estados, ou em vídeos. Num determinado momento, que se concretiza num encontro de todos os curadores, com a duração de dez dias, todos apresentam, uns aos outros, as suas companhias preferidas, formando uma pré-seleção, e discutem, entre si, até chegarem a uma lista das 20 selecionadas. Nesses debates, quem defende a inclusão de uma companhia no “PROJETO” não é algum artista, ligado a ela, mas sim um curador.








PROJETOS SELECIONADOS PARA A 22ª EDIÇÃO DO “PALCO GIRATÓRIO” – 2019:


1) 1COMUM COLETIVO – RIO DE JANEIRO (RJ)
- SE EU FOSSE IRACEMA (GÊNERO: TEATRO ADULTO)

2) CASA DE ZOÉ – NATAL (RN)
- MEU SERIDÓ (GÊNERO: DRAMA)

3) CAVALO MARINHO ESTRELA DE OURO – CONDADO (PE)
- CAVALO MARINHO ESTRELA DE OURO (GÊNERO: RUA / DANÇA / TEATRO / MÚSICA

4) CHOCOBROTHERS – SÃO PAULO (SP)
- CHOCOBROTHERS (GÊNERO: CIRCO)

5) CIA. CASA CIRCO – MACAPÁ (AP)
- A MULHER DO FIM DO MUNDO (GÊNERO: DANÇA)
- CHICA, FULÔ DE MANDACARU (GÊNERO: TEATRO)

6) CIA. DOS COMUNS – RIO DE JANEIRO (RJ)
- TRAGA-ME A CABEÇA DE LIMA BARRETO (GÊNERO: TEATRO)

7) CIA. ETC. – RECIFE - PE
- TANDAN (GÊNERO: DANÇA PARA CRIANÇAS)

8) CIA. SERES IMAGINÁRIOS – PORTO ALEGRE (RS)
- TEATRO DOS SERES IMAGINÁRIOS (GÊNERO: TEATRO DE BONECOS)

9) CIA, SUAVE – ALICE RIPOLL – RIO DE JANEIRO (RJ)
- CRIA (GÊNERO: DANÇA)

10) COLETIVO ANTÔNIA – BRASÍLIA (DF)
- VOA (GÊNERO: TEATRO PARA BEBÊS)

11) GUMBOOT DANCE BRASIL – SÃO PAULO (SP)
- SUBTERRÂNEO (GÊNERO: DANÇA)
- YEBO (GÊNERO: DANÇA)

12) JESSÉ BATISTA – MACEIÓ (AL)
- R.A.L.E – REALIDADE APROPRIADA LIBERA EVIDÊNCIA (GÊNERO: DANÇA)
- BREAKER DE PAISAGEM (GÊNERO: DANÇA INTERVENÇÃO)

13) MANADA TEATRO – CRATO e FORTALEZA (CE)
- AQUELAS (GÊNERO: ADULTO)

14) DRAMATURGIA DIONES CAMARGO – PORTO ALEGRE (RS)
- A MULHER ARRASTADA (GÊNERO: TEATRO ADULTO)

15) QUIMERA CRIAÇÕES ARTÍSTICAS E TEATRO ATELIÊ – PORTO ALEGRE - RS
- DAS CINZAS CORAÇÃO (GÊNERO: CIRCO)

16) SOUFLÉ DE BODÓ COMPANY – MANAUS (AM)
- VESTIDO QUEIMADO (GÊNERO: TEATRO)

17) TEATRO PÚBLICO – BELO HORIZONTE (MG)
- NAQUELE BAIRRO ENCANTADO – EPISÓDIO 1: ESTRANHOS VISITANTES (GÊNERO: INTERVENÇÃO CÊNICA)
- NAQUELE BAIRRO ENCANTADO – EPISÓDIO 2: ENSAIO PARA UMA SERENATA (GÊNERO: ESPETÁCULO DE RUA ITINERANTE)
- CAFÉ ENCANTADO (GÊNERO: INTERVENÇÃO CÊNICA)


CIRCUITO ESPECIAL – CENA EXPANDIDA:

18) ANDREZA NÓBREGA   /   VOUVER ACESSIBILIDADE – RECIFE (PE)   /   FLORIANÓPOLIS (SC)
AUDIODESCRIÇÃOLAB (GÊNERO: CENA EXPANDIDA)

19) CABARÉ DAS RACHAS – BRASÍLIA (DF)
- FEMI-CLOWN CABARÉ-SHOW (GÊNERO: CIRCO)

20) SARAELTON PANAMBY E DINHO ARAÚJO – SÃO LUÍS (MA)
- PERFORMANCE PRETA NO BRASIL: MAPEAMENTO, ESCUTA E MEDFIAÇÃO CRÍTICA (GÊNERO: PESQUISA E AÇÃO FORMATIVA)





“MEU SERIDÓ?

O interessantíssimo espetáculo “MEU SERIDÓ”, da CIA. CASA DE ZOÉ, de Natal, RN, foi o escolhido para abrir, oficialmente, num espaço do Imirá Plaza Hotel, em Natal, o ciclo de atividades da 22ª edição do “PROJETO PALCO GIRATÓRIO”.

Trata-se de um drama, numa montagem muito instigante, que promete arrancar muitos aplausos, em todas as praças que percorrer, a julgar pelo sucesso que fez na apresentação daquela noite de abertura do “PROJETO”.




SINOPSE:
Você conhece o Seridó?
Um espetáculo teatral resolveu trazer o sertão do Rio Grande do Norte até você.
"MEU SERIDÓ" vai lhe proporcionar um passeio imaginário e delirante por este lugar arcaico e mítico.
Um território nostálgico, de arengas e amores.
Em apenas uma hora, dez mil anos passarão diante de seus olhos.
Universal, ao falar da própria aldeia, "MEU SERIDÓ" versa, acima de tudo, sobre o mais atual (e eterno) dos temas.
Trata da relação do Homem com a Terra – que, nesse começo de milênio, chega a um grave impasse.
Tudo, é claro, com muito humor, música e boas doses de reflexão.





           
A CASA DE ZOÉ é uma produtora, idealizada pela atriz TITINA MEDEIROS, em Natal, Rio Grande do Norte, com o intuito de promover encontros artísticos e suas derivações criativas. Tendo como seu primeiro grande projeto o espetáculo “MEU SERIDÓ”, essa realizadora de arte e cultura tem sua ênfase voltada para o TEATRO, mas já despontando projetos em diversas outras áreas de expressão.

            O espetáculo é fabuloso, porque, de forma lúdica, porém provocando muitas reflexões a respeito do nosso passado histórico, refletido e projetado no presente que, infelizmente, ainda vivemos, diverte e nos proporciona o prazer de ver um trabalho de interpretação tão correto, feito por um quinteto de admiráveis atores / músicos, sob uma criativa e enriquecedora direção, de CÉSAR FERRARIO, para um rico e bem escrito texto, de FILIPE MIGUEZ.



            TITINA MEDEIROS e seus companheiros de cena, NARA KELLY, CAIO PADILHA, MARCÍLIO AMORIM e IGOR FORTUNATO são artistas de primeira grandeza, os quais reúnem seus talentos em torno de uma grande produção, que ainda conta com um belo e criativo cenário (direção de arte), assim como ótimos figurinos.

            Apesar de encenado num local não apropriado para uma apresentação teatral, o que mais valoriza o trabalho da equipe, tudo correu às mil maravilhas e custou-me muito crer que se tratava da primeira produção da CIA..

            Quando o espetáculo, fazendo o seu “giro”, passar pelo Rio de Janeiro, não só reassitirei a ele, com o máximo prazer, como vou recomendá-lo bastante e escrever uma crítica detalhada, que bem o merece


 





FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia: Filipe Miguez
Direção: César Ferrario

Elenco: Titina Medeiros, Nara Kelly, Caio Padilha, Marcílio Amorim e Igor Fortunato.

Direção de Arte: João Marcelino
Direção Musical: Caio Padilha
Pesquisadora: Leusa Araújo
“Design” de Luz: Ronaldo Costa
Cenotécnico: Rogério Ferraz
Produção Executiva: Arlindo Bezerra
Operação de Luz: Janielson Silva e Ronaldo Costa
Operação de Som: César Ferrario
Técnico de Montagem: Sandro Paixão
Fotos: Bruno Martins

                        




                 
            Gostaria de expressar o meu agradecimento, nominalmente, a todos os envolvidos no “PROJETO” – diretores, curadores, artistas e funcionários do SESC – pela gentileza do convite e pela fidalguia como me trataram, durante aquele curto, porém inesquecível, tempo que passamos, juntos, em Natal, porém isso ocuparia um grande espaço e eu correria o grave, desagradável e deselegante risco de me esquecer de citar alguns nomes.

Assim, faço um agradecimento coletivo, nas pessoas de JULIANA ALBERICO GUTIERRE, Analista de Comunicação e Cultura da Gerência de Cultura do Departamento Nacional do SESC, que intermediou o convite, entre mim e aquela entidade, a DENISE MARQUES DE OLIVEIRAAssessora de Comunicação do Departamento Nacional do SESC, e a MARCOS HENRIQUE REGO, Gerente de Cultura da Coordenação Geral do “PALCO GIRATÓRIO”.

Sempre que convidado, novamente, para alguma das próximas edições do “PROJETO”, não titubearei em responder afirmativamente e cancelarei qualquer atividade, para atender a tão honroso e generoso convite, na certeza de que sempre voltarei dele mais enriquecido, em termos de cultura e de Brasil.



E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTE ARTIGO, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O QUE SE FAZ DE MELHOR
PELA CULTURA BRASILEIRA!!!




(FOTOS CEDIDAS PELA

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO SESC.)








































































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