O
CHORO DE PIXINGUINHA
(UMA BELA E JUSTA HOMENAGEM
A UM GÊNIO DA
MÚSICA POPULAR BRASILEIRA.)
Para
comemorar 25 anos de produção teatral,
a LÚDICO PRODUÇÕES escolheu prestar uma
homenagem a um dos maiores músicos da Música
Popular Brasileira, cujo nome verdadeiro, Alfredo da Rocha Vianna Filho, não representa tanto. Provavelmente,
poucos saberão de quem se trata. Quando, porém, a referência se dá com relação
a um dos seus apelidos, o mais célebre, não há quem não o conheça e admire: PIXINGUINHA.
Antes
de qualquer outro comentário, quero registrar a minha homenagem e o meu
agradecimento, em nome do público de
TEATRO, a ANA VELLOSO e VERA NOVELLO, irmãs e sócias, na LÚDICO PRODUÇÕES, por insistirem,
sempre com grande sucesso e aceitação, em investir na Música Popular Brasileira, associada ao TEATRO infantojuvenil,
para levá-la aos pequenos, com o objetivo de informá-los acerca da riqueza da
nossa música popular e de manter
viva a obra de seus grandes mestres, como também o fazem Pedro Henrique Lopes e Diego
Morais (Projeto “Grandes Músicos
Para Pequenos”.), além de outros criadores.
ANA e VERA já nos presentearam com deliciosas e belas produções, superpremiadas, como “Sambinha”, Bossa Novinha” e “Forró
Miudinho”, dedicadas a crianças e adolescentes. Agora, começam a apostar
numa nova trilogia, iniciada por “O CHORO DE PIXINGUINHA”, que deverá
ser seguida por “O Piano da Chiquinha”
(homenagem a Chiquinha Gonzaga) e “Viva
Nelson Cavaquinho” (um preito a Nelson Cavaquinho).
O dito popular
diz que “Não se deve mexer em time que está ganhando.”. Com base nele e
nos frutos colhidos nas três últimas produções
no gênero TEATRO infantojuvenil, as
duas produtoras, ANA e VERA, mantiveram o mesmo elenco
que atuou naquelas produções, assim
como os demais da equipe. Além das
duas, como atrizes, estão presentes,
nesta, ÉDIO NUNES, MÍLTON FILHO e PATRÍCIA COSTA.
SINOPSE:
No
musical "O CHORO DE PIXINGUINHA", os meninos JÚNIOR (ÉDIO NUNES), MARILU (ANA VELLOSO), BETO (MILTON FILHO), BIANCA
(VERA NOVELLO) e LUCINHA (PATRÍCIA
COSTA) - personagens da trilogia
anterior - voltam à cena.
Desta
vez, MARILU e BIANCA, colegas de turma, na escola, estão empenhadas em seu
trabalho da aula de música, cujo tema é nada mais, nada menos que PIXINGUINHA.
As
meninas, muito estudiosas, não se contentam em fazer apenas uma redação ou um
cartaz. Então, chamam os amigos para ajudar a encenar uma "peça" sobre o genial
músico, compositor, arranjador e maestro brasileiro.
A
partir daí, a garotada pesquisa as “histórias
e os sons do Moleque Pizindin” (apelido que, na língua
natal de sua avó, africana, significava "menino
bom").
Vai
surgindo, então, aos olhos da plateia, um "espetáculo",
elaborado por "crianças",
sobre PIXINGUINHA, apresentando
histórias, músicas e arranjos desse grande artista. O TEATRO dentro do TEATRO. A metalinguagem
a serviço do TEATRO.
Com
um olhar infantil, os aspectos da vida e da música de PIXINGUINHA são apresentados, de forma a despertar, no público
infantojuvenil, curiosidade e interesse pela obra deste Mestre.
O
"chorinho", gênero a que o
Mestre dedicou a maior parte de sua
vasta produção, tem destaque especial na peça.
De
acordo com o “release” deste musical infantojuvenil, enviado por ALESSANDRA COSTA (DUETO – ASSESSORIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO), o espetáculo
proporciona, “(...) um ‘mergulho’ no universo da MPB, dessa vez, tendo, como
inspiração, a obra de PIXINGUINHA”, um “iluminado musical”, que, desde tenra idade, se dedicou à música. “Aos
12 anos, tocava cavaquinho; aos 13, passou ao bombardino e à flauta. Mais velho,
trocaria a flauta pelo saxofone. Aos 17 anos, gravou suas primeiras
instrumentações e, aos 18, suas primeiras composições, nada menos que ‘Rosa’
(‘TU ÉS DIVINA E GRACIOSA / ESTÁTUA
MAJESTOSA DO AMOR, / POR DEUS ESCULTURADA / E FORMADA COM ARDOR / DA ALMA DA
MAIS LINDA FLOR / DE MAIS ATIVO OLOR, / QUE, NA VIDA, É PREFERIDA PELO
BEIJA-FLOR...’) e ‘Sofres Porque Queres’
(‘EU
SEMPRE FUI CARINHOSA CONTIGO / E TE PROVEI QUE ERA TEU MEU AMOR. / SEM QUE
HOUVESSE UM MOTIVO, / FOSTE EMBORA E, AGORA, SEI QUE / ANDAS DIZENDO QUE
ÉS MEU INIMIGO. / NEM PROCURAS SABER COMO EU FICO, / MAS NÃO FAZ MAL
/ AINDA ÉS, PRA MIM, O MEU IDEAL.’)”.
Se
vivo fosse, teria completado 121 anos
de idade, no ano em curso (2018). Por muito tempo, acreditou-se
que ele teria nascido no dia 23 de abril
de 1897, a ponto de esse dia (23 de
abril) passar a ser conhecido, a partir do ano 2000, como o “Dia do Choro”,
em homenagem ao “chorão”. Mais
recentemente, o pesquisador e músico Alexandre Dias, em profundo trabalho de pesquisa, sobre a obra de PIXINGUINHA, descobriu, no cartório em
que o menino fora batizado, que sua verdadeira data de nascimento é 4 de maio daquele mesmo ano de 1897.
Faleceu no dia 17 de fevereiro de 1973,
aos 75 anos de idade, bastante
debilitado, enquanto participava, como padrinho, do batizado do filho de um
amigo, na Igreja de Nossa Senhora da Paz,
em Ipanema, Rio de Janeiro. Era um sábado, à tarde, duas semanas antes do
carnaval daquele ano, chovia muito e a famosa Banda de Ipanema fazia seu tradicional primeiro desfile do ano. Ao
passar diante daquela Igreja, em
sinal de respeito e em homenagem ao grande gênio
musical, o cordão carnavalesco, liderado pelo jornalista Albino Pinheiro, que soubera da
notícia, mas não a divulgara, até então, fez uma parada, um minuto de silêncio
e, em seguida, tocou o maior sucesso do consagrado homenageado e, certamente,
uma das canções mais lindas e emblemáticas da MPB, “Carinhoso”, tendo
sido acompanhada por uma multidão, a qual entoava, emocionada, a canção, então
em ritmo de marcha-rancho, com letra, feita, posteriormente à composição da
melodia, por João de Barro, o Braguinha. Não se sabe a data exata de
sua composição, porém, certamente, ela se deu entre 1916 e 1917. Na época,
sofreu críticas, pois muitos achavam que a canção teria uma inaceitável e indesejada
influência do “jazz”, o que aconteceria, mais tarde, também, com o movimento da bossa-nova, Hoje, “Carinhoso”
é considerada uma composição de vanguarda, para aquela época.
Em
seus últimos anos de vida, morou no bairro de Ramos, subúrbio carioca, que ele adorava, e passava grande parte do
dia sentado no “Bar da Portuguesa”,
muitas vezes, na companhia de Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) e João da Baiana (João Machado Guedes),
outros grandes expoentes da MPB,
ambos falecidos em 1974. Ao lado
desse bar, morava uma amiga minha, de colégio, Cristina,
que me avisava quando os três estavam reunidos e, por diversas vezes, fui até
lá, para testemunhar tal efeméride e, apesar de muito jovem, em torno dos 20 anos, algumas vezes, o trio me
convidava a participar da conversa. Música,
só muito raramente, mas essa recordação ficou, para sempre, na minha mente
e no meu coração. Em 2016, PIXINGUINHA ganhou uma estátua nesse Bar, na forma como ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e
de pijamas, numa das mesas daquele estabelecimento comercial.
O
espetáculo em tela é um dos melhores, no gênero, surgidos neste ano, no Rio de
Janeiro. Trata-se de uma produção
muito bem cuidada, atenta às exigências do público-alvo.
O texto apresenta uma dramaturgia
que não foge muito ao convencional, nesse tipo de espetáculo, biográfico,
conseguindo, entretanto, ser didático, sem ser maçante, sem muita preocupação
com a cronologia da vida do biografado, sustentando-se, predominantemente, nos seus feitos
mais importantes, naquilo que marcou a sua vida, como ser humano e artista. Gosto,
quando a arquitetura textual não
apresenta grandes novidades, porém consegue despertar o interesse do público e
prender sua atenção para o que vem depois do depois, do depois, do depois... Longe
de achar falhas imperdoáveis na dramaturgia,
prefiro vê-la com algo intencionalmente escrito, para informar e entreter,
objetivos amplamente alcançados.
SERGIO
MÓDENA assina uma boa direção,
valendo-se de alguns aspectos, sem os quais a montagem poderia, talvez, não agradar tanto, a começar pela divisão
do espaço cênico em duas partes, por
meio de um telão transparente, que
deixa à mostra os músicos e que
serve para dividir as cenas entre o trabalho de pesquisa dos meninos e as suas
ações mais concretas. Acerta o diretor,
ao fazer seus atores, adultos,
representarem crianças, sem os infantilizar a ponto de idiotizá-los. Não se vê,
em cena, o que muito encontramos por aí, ou seja, adultos representando, de
forma caricata, crianças. O tom de interpretação
proposto pelo diretor, e seguido
pelo excelente elenco, é feito com
muita naturalidade e atinge o nível correto do que a peça exige.
Comporta-se com muita competência e
num amálgama perfeito, o quinteto de
atores, afinadíssimos, entrosamento “nota
DEZ”, não só porque já estão acostumados a trabalhar juntos, mas também
porque, individualmente, cada um é um ótimo profissional. Admirador do talento dos
cinco, não consigo estabelecer um critério de valores, capaz de de
posicioná-los, de um 1 a 5, por
ordem de importância e de excelência de atuação, no palco. Todos defendem, com
bastante correção, seus personagens,
sendo que, vez por outra, o próprio texto
permite que cada um alce um voo mais alto. No frigir dos ovos, os mesmos
aplausos para todos, por ordem alfabética: ANA
VELLOSO (MARILU), ÉDIO NUNES
(JÚNIOR), MILTON FILHO
(BETO), PATRÍCIA COSTA (LUCINHA) e VERA
NOVELLO (BIANCA).
Ana Velloso
Vera Novello
Milton Filho
O cenário da peça, criado
por MARCELO MARQUES, não apresenta
grandes complexidades; ao contrário, é simples, mas consegue ser um atrativo
para o público, em função das proporções dos objetos em cena, grandes caixas,
em forma de livros (os da pesquisa), de dentro das quais saem objetos de cena.
É um cenário simples, porém bonito e
bastante funcional. Além desses elementos, há o já citado telão, que se reveste
de grande importância no decorrer da trama. MARCELO também assina os figurinos,
todos em tons pastéis, seguindo a mesma linha da simplicidade e vestindo os personagens dentro das exigências do texto.
Sempre acertando a mão naquilo em
que se mete, conseguindo dar realce e funcionalidade às cenas, merece um
destaque o desenho de luz
proposto por AURÉLIO DE SIMONI. É
muito importante esse elemento técnico,
nesta montagem, para evidenciar a
presença e atuação dos músicos, atrás
do telão, e para ocultá-los, quando o que merece foco é o que se passa na parte
anterior do palco, incluindo o proscênio.
Este espetáculo deve muito ao trabalho de direção musical, a cargo de RICARDO RENTE, responsável pelos arranjos musicais, muito próximos à
sonoridade da época de Pixinguinha.
Atentem para este detalhe: não se trata
de cópia; é, sim, fruto de um belo trabalho de pesquisa de RICARDO, o qual,
além te fazer parte da banda,
tocando o instrumento que imortalizou PIXINGUINHA,
o sax, ainda conta com outros excelentes
profissionais, tocando, ao vivo, com ele: FELIPE
PEDRO SANTOS (cavaquinho), ANDRÉ RENTE (violão), JÉFERSON SILVA
(flauta) e ANDRÉ VERCELINO (percussão).
Ainda
no campo musical, um aplauso
especial para as autoras do texto, que souberam selecionar bem as
canções do repertório de PIXINGUINHA,
fazendo com que elas fossem bem encaixadas na dramaturgia, como deve ser num musical,
sem artificialismos e “forçação de barra”, o que significa que nenhuma canção “caiu
de paraquedas”, no espetáculo; todas
têm relação com as cenas às quais estão atreladas. Fazem parte deste riquíssimo
“set list”, as seguintes
composições: CASCATINHA (Pixinguinha), JÁ TE DIGO (Pixinguinha e Octávio Vianna
“China”), O MUNDO MELHOR DE
PIXINGUINHA (Evaldo Gouveia, Jair Amorim e Velha), YAÔ (Pixinguinha e Gastão Viana), BENGUELÊ (Pixinguinha e Gastão Viana), NAQUELE TEMPO (Pixinguinha e Benedito Lacerda), URUBATAN (Pixinguinha e Benedito Lacerda), INGÊNUO (Pixinguinha, Benedito Lacerda e
Paulo César Pinheiro), O GATO E O
CANÁRIO (Pixinguinha e Benedito Lacerda), UM A ZERO (Pixinguinha e Benedito Lacerda), OS OITO BATUTAS (Pixinguinha e Benedito Lacerda), COCHICHANDO (Pixinguinha, João de Barro e
Alberto Ribeiro), LES BATUTAS (Os
Batutas) (Pixinguinha e Duque),
DESCENDO A SERRA (Pixinguinha e Benedito Lacerda), GAVIÃO CALÇUDO (Pixinguinha e Cícero de Almeida), PATRÃO, PRENDA SEU GADO (Pixinguinha,
Donga e João da Bahiana), CARINHOSO
(arranjo vocal de Tim Rescala) (Pixinguinha e João de Barro), LAMENTO (Lamentos) (Pixinguinha e Vinícius
de Moraes), ROSA (Pixinguinha,
Octávio de Souza e Cândido das Neves),
ATÉ A LUA GOSTOU (Djalma Esteves, Milton de Oliveira e Raul Resende), LINDA MORENA (Lamartine Babo), CHIQUITA BACANA (Alberto Ribeiro e João de
Barro), MINHA TERRA TEM PALMEIRAS
(Alberto Ribeiro e João de Barro).
Profissionais
que também devem ter seus nomes citados, nesta apreciação crítica, já que também deram sua participação neste
vitorioso projeto: DÉBORA GARCIA (preparação vocal), ÉDIO NUNES (coreografia), ADERSON LAGO (direção de imagem) e CACAU GONDOMAR (programação visual).
FICHA
TÉCNICA:
Texto: Ana Velloso e Vera Novello
Direção: Sergio Módena
Direção Musical: Ricardo Rente
Direção: Sergio Módena
Direção Musical: Ricardo Rente
Elenco: Ana Velloso (Marilu), Vera Novello (Bianca), Patrícia Costa (Lucinha),
Édio Nunes (Júnior) e Milton Filho (Beto)
Músicos: Felipe Pedro Santos (cavaquinho); André Rente (violão);
Ricardo Rente (sax); Jeferson Silva (flauta); André Vercelino (Percussão)
Iluminação: Aurélio de Simoni
Cenografia e Figurinos: Marcelo Marques
Preparação Vocal: Débora Garcia
Coreografias: Édio Nunes
Direção de Imagem: Aderson Lago
Engenharia de Som: Filipe Chagas
Programação Visual: Cacau Gondomar
Fotos: Cláudia Ribeiro
Assessoria de Imprensa - Duetto Comunicação
Realização e Produção – Lúdico Produções
Cenografia e Figurinos: Marcelo Marques
Preparação Vocal: Débora Garcia
Coreografias: Édio Nunes
Direção de Imagem: Aderson Lago
Engenharia de Som: Filipe Chagas
Programação Visual: Cacau Gondomar
Fotos: Cláudia Ribeiro
Assessoria de Imprensa - Duetto Comunicação
Realização e Produção – Lúdico Produções
SERVIÇO:
Temporada: De 18 de agosto a 04 de novembro de 2018.
Local: Teatro Oi Futuro Flamengo.
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: Sábados e domingos, às 16h.
Valor dos Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia entrada)
Gênero: Musical Infantojuvenil.
Duração: 60 minutos.
Classificação Etária: Livre.
Lotação: 63 lugares.
“O
CHORO DE PINXIGUINHA” é um espetáculo,
originalmente, voltado a um nicho específico de público de TEATRO, o infantojuvenil,
que, porém, é muito bem recebido pelos adultos de qualquer idade. É um daqueles
espetáculos que costumamos dizer que
conseguem agradar do netinho ao vovô. Em suma, um espetáculo para a família, bastante divertido, de muito com
gosto, que merece ser visto e bastante divulgado.
Recomendo
bastante esta obra.
O elenco e o diretor Sergio Módena
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE
MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
Pixinguinha
(FOTOS: CLÁUDIA RIBEIRO.)
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