O LAGO
DOS CISNES
(O BALÉ QUE VIROU
TEATRO INFANTOJUVENIL,
MAS QUE É PARA TODAS AS
IDADES.)
Embora
seja um amante e incentivador inveterado do teatro infantojuvenil, em função de uma agenda que me leva ao
chamado “teatro de adultos” de 2ª
feira a domingo, com rara “folga”, num dia do meio da semana, não me sobra
muito tempo para assistir a espetáculos destinados aos públicos infantil e
“teen”. Por outro lado, como jurado
de um Prêmio (Botequim Cultural),
que contempla várias categorias no nicho Teatro
Infantojuvenil, sou levado a assistir o que está em cartaz, nesse segmento,
frustrando-me, na maioria das vezes. Na verdade, raramente, surge uma produção que mereça ser aplaudida e que
eu dedique parte do meu tempo a escrever sobre ela, como ocorre, agora, com relação
ao espetáculo “O LAGO DOS CISNES”, em curta temporada no Centro Cultural João Nogueira, mais conhecido como Imperator, um maravilhoso espaço na zona norte do Rio de Janeiro (Méier) (VER
SERVIÇO.).
SINOPSE:
"O LAGO DOS CISNES" conta a história de ODETTE (JULIANA MARTINS), uma princesa, transformada em cisne,
por Rothbart, um feiticeiro
perverso, que desejava com ela se casar e possuir o seu reino.
Condenada a permanecer como cisne, ODETTE só pode ter seu feitiço quebrado, quando encontrar alguém que
lhe jure amor eterno, que viria a ser o príncipe Siegfried.
A música do balé foi composta, originalmente, por PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY, em 1876,
em Paris, por encomenda do Teatro Bolshoi, de Moscou.
“O LAGO DOS CISNES” é o balé mais montado mundialmente.
O
espetáculo, habilmente dirigido por ALEXANDRE
LINO, tem texto de DANIEL PORTO e traz, no elenco, apenas um nome, o de JULIANA MARTINS. A peça é não é inovadora, ao reunir, no palco, destinado a um público
de pequenos, diferentes linguagens, TEATRO,
dança e música, mas ganha esse “status”,
quando a música, em questão, foi composta para um balé, e faz parte de um
projeto de apresentar música clássica,
no TEATRO, para crianças.
“O LAGO DOS CISNES” é o primeiro de
outros que já estão no forno. O diretor
está preparando novas surpresas, envolvendo outros balés consagrados mundialmente,
utilizando a música dos grandes compositores clássicos. Em outras palavras, apoderando-me
de parte do “release”, enviado por FÁBIO AMARAL (MINAS DE IDEIAS – ASSESSORIA
DE IMPRENSA), “A partir do balé original de TCHAIKOVSKY (1840-1893), a peça faz parte
do projeto ‘Música Clássica no Teatro para Crianças’, que levará, ao público
infantil, grandes obras do universo erudito, em formato de peças curtas, em
solos, infantis. Além de estimular reflexões sobre o amor e as relações humanas,
esse é um projeto que nasce com a perspectiva de continuidade e irá transitar
pelos balés de TCHAIKOVSKY e na musicalidade de outros gênios, como Chopin,
Beethoven e Vivaldi”.
“O LAGO DOS CISNES”, originalmente, é
um balé em quatro atos, aqui compactado num solo que dura cerca de 50 minutos, o suficiente para deleitar
e encantar os olhos e os ouvidos de crianças e adultos. Ainda extraído do já
citado “release”, “...o
espetáculo é um amálgama, para provocar experiências, além do TEATRO, que irão
ao encontro do diálogo das artes, para contar a história da princesa ODETTE e
sua maldição. O propósito é estabelecer uma reaproximação com uma cultura quase
esquecida, e pouco difundida, no Brasil. trazer, para as novas gerações, o
acesso à música clássica e com uma leitura atraente para toda a família. As
nuances da música erudita, vividas com a potência teatral, trazendo o lúdico e
a beleza, em contornos abstratos, sutis e delicados”.
Confesso
que fui ao Imperator muito mais
curioso que cético, mas fui. A curiosidade era muito grande, por achar muito "ousada" a proposta. Por outro lado, um trabalho que reúne uma dupla tão afinada, o que
já foi comprovado inúmeras vezes, como DANIEL
PORTO e ALEXANDRE LINO, os quais tocam no mesmo diapasão, já é uma garantia de que algo de bom gosto será
exibido ao público.
Gostei
bastante do espetáculo, por reunir
tantas qualidades e pela bela intenção que está por trás dele.
O
texto se alterna, entre narrações,
feitas por ALEXANDRE LINO, e falas,
ao vivo, ditas pela atriz responsável pelo solo, JULIANA MARTINS, e vai ajudando a contar a história, a qual se torna
muito simples de ser entendida. E nem poderia ser de outra forma, considerando-se
o público-alvo.
LINO foi muito inteligente e feliz, ao criar
uma direção bastante simples,
descomplicada, que facilitasse a compreensão da trama, e isso é, certamente, um
grande ganho, para o espetáculo. Ele
é um artista familiarizado com a música
erudita, já tendo se envolvido num espetáculo
teatral e num documentário cinematográfico em que ela é pano de fundo.
A
escolha de JULIANA MARTINS, para o
papel de ODETTE me pareceu perfeita.
Causou-me grande surpresa saber que seus conhecimentos de balé clássico ficaram
na infância, quando, em outros tempos, as mães se empenhavam em colocar suas
filhinhas em cursos de balé. Era quase que uma obrigação. Atraída pelas artes
cênicas, JULIANA não deu
prosseguimento aos estudos de balé, entretanto se comporta, em cena, como uma
profissional da dança clássica, exibindo um belo trabalho corporal, harmonioso,
digno de respeito, admiração e elogios. “Enganou-me” muito bem (momento descontração), com sua leveza,
expressão corporal e domínio da técnica exibida. Esse é seu primeiro trabalho
solo, apesar de tantos anos dedicados ao TEATRO.
JULIANA estreou muito bem no desafio,
para o qual ela tanto se empenhou, a ponto de ter quebrado um dedo, na
tentativa de praticar um dos mais difíceis passos (não sei se é o termo correto), no balé, que é fazer ponta. E ela o conseguiu.
O
espetáculo, em função das
dificuldades financeiras para se fazer TEATRO,
nos dias de hoje, tem um custo baixo, é uma montagem modesta, em termos de produção,
contudo, a falta de dinheiro é compensada pela criatividade dos artistas e
técnicos envolvidos no projeto, como
é o caso, por exemplo, de KARLLA DE LUCA,
que assina a direção de arte. O cenário se resume a uma espécie de
ringue, cercado por plástico bolha, salvo engano (é o que parece ser, de
longe), representando um “confinamento”, o destino da pobre ODETTE, até ela se livrar dele; um
balanço e montes de sacos plásticos, pretos, espalhados pelo palco.
A
bela plasticidade do espetáculo se completa com a boa iluminação, de PAULO DENIZOT, e o delicado figurino, assinado por KARLA DE LUCCA, responsável pelo visagismo.
Um
bom trabalho também está registrado na direção
de movimento e consultoria sobre o Cisne, atribuído a Giselda
Fernandes.
ALEX FONSECA é o responsável pela boa trilha sonora original.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Daniel Porto
Direção: Alexandre Lino
Elenco: Juliana Martins
Direção de Arte (Cenografia,
Figurino e Visagismo): Karlla De
Luca
Trilha Sonora Original: Alex Fonseca
Iluminação: Paulo Denizot
Direção de Movimento e
Consultoria Sobre o Cisne: Giselda Fernandes
Direção de Produção: Cineteatro e Bubu Produções
Designer Gráfico: Guilherme Lopes Moura
Assessoria de Imprensa: Minas de Ideias
Produção e Realização: Cineteatro e Bubu Produções
Idealização: Alexandre Lino
SERVIÇO:
Temporada: De 21 de julho a 05 de
agosto de 2018.
Local: Centro Cultural João Nogueira – IMPERATOR.
Endereço:
Rua Dias da Cruz, 170 – Méier – Rio de Janeiro.
Telefone:
(21) 2597-3897.
Dias e Horários: Sábados e domingos, às 16h.
Valor dos Ingressos: R$30,00
(inteira) e R$15,00 (meia entrada).
Duração: 50 minutos.
Classificação: Livre (indicado para crianças a partir de
2 anos).
Gênero: Infantojuvenil.
Capacidade: 607 lugares.
Horário de
Funcionamento da Bilheteria do Teatro: 3ªs e 4ªs feiras,
das 13h às 20h; 5ªs e 6ªs feiras, das 13h às 21h30min; sábados e domingos, a
partir das 10h.
Vendas na Bilheteria ou www.ingressorapido.com.br
“O
LAGO DOS CISNES” é um espetáculo
infantojuvenil, que, na verdade, é para toda a família, que deve ser visto
por quem ama o TEATRO e tem a
sensibilidade desenvolvida para admirar o belo.
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO
BRASIL!!!
COMPARTILHE ESTA CRÍTICA, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O BOM TEATRO
BRASILEIRO!!!
(FOTOS: JANDERSON PIRES.)
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