terça-feira, 1 de maio de 2018


MARIA!


(POESIA, HUMOR E BOA MÚSICA A SERVIÇO DO BOM TEATRO.
ou
UMA ODE A QUEM A MERECE.)







            Depois de cinco meses fechado, para obras, o SESC Copacabana abre suas portas com três espetáculos de ótima qualidade: um balé (FAUNO, na Sala Multiuso, temporada já encerrada.) e duas peças de TEATRO. Sobre uma, já escrevi: “A VIDA NÃO É UM MUSICAL”, na Arena. Sobre a segunda, faço-o agora: “MARIA!”, no Mezanino, em cartaz, infelizmente, apenas até o próximo domingo, dia 6 de maio (VER SERVIÇO.).

            O ótimo texto aborda a obra literária de ANTÔNIO MARIA (Recife, 17 de março de 1921 – Rio de Janeiro, 15 de outubro de 1964) e algumas de suas lindíssimas canções, compostas sozinho ou em parceria.

            Num país de memória curta e que não valoriza os grandes nomes de sua arte, abrindo espaço para o que há de pior, do ponto de vista cultural, mas que a mídia consegue vender, enganando os incautos e ignorantes, a lembrança do nome de um dos nossos maiores cronistas e compositores é motivo de júbilo, pois nos dá a certeza de que muitos corações se sentirão acarinhados com a lembrança, os corações daqueles que pertencem à geração do saudoso MARIA, e que os jovens terão a oportunidade de conhecer a arte na sua essência, por meio da beleza das canções do compositor, assim como todos irão se divertir com trechos de seus geniais escritos, como cronista, em alguns dos principais veículos de imprensa escrita do Rio de Janeiro, em sua época.

            Seu nome completo era ANTÔNIO MARIA Araújo de Morais. Além de grande cronista, foi considerado o “rei do samba-canção”, gênero musical de grande destaque, no Brasil, nas décadas de 40 e 50, principalmente. Além dessas atividades, MARIA também se dedicou à poesia e atuou como locutor e comentarista esportivo. Sua carreira, nas artes, teve início aos 17 anos, como apresentador de programas musicais, na Rádio Clube Pernambuco. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1940, aos 19 anos de idade, com o firme propósito de se fixar, como profissional, na capital federal. Aqui, foi trabalhar, como locutor esportivo, na Rádio Ipanema, indo morar na Cinelândia, passando a ser vizinho de gente que também acabava de chegar ao Rio, nomes que vieram a se tornar celebridades, como o do compositor Fernando Lobo, e Abelardo (Chacrinha) Barbosa, também pernambucanos, além do compositor e cantor Dorival Caymmi e o pintor Augusto Rodrigues, com os quais, logo, travou amizade.

            No Rio, MARIA, por mais que tentasse e se esforçasse, não conseguia fazer sua carreira decolar. Ficou aqui, passando períodos de “boa safra e seca”, até 1944, quando retornou ao Recife e se casou com Maria Gonçalves Ferreira.

            Trabalhou em Fortaleza, para a Rádio Clube do Ceará, e, depois, na Bahia, como diretor das Emissoras Associadas, quando conheceu o pintor Di Cavalcanti e o escritor Jorge Amado, dos quais também se tornou grande amigo.






            Em 1947, voltou ao Rio, com dois filhos, e foi trabalhar, como diretor artístico, na Rádio Tupi, tendo sido, com o advento da televisão, convidado, por Assis Chateaubriand, proprietário das Associadas e pioneiro da TV, no Brasil, para ser o primeiro diretor de produção da recém-inaugurada TV Tupi, em 20 de janeiro de 1951.

            A partir de então, agregou, à sua vida profissional, o ofício de cronista, o forte de sua obra literária. Fez isso por mais de quinze anos. Escreveu para O Jornal, O Globo e Última Hora.

            Em 1952, a concorrência entre emissoras de rádio fez com que ele se transferisse para a Rádio Mayrink Veiga, contratado com o maior salário pago a um radialista, na época.

            Como parceiro de Ary Barroso, MARIA também trabalhou na TV Rio, em 1957, tornando-se célebre por suas perguntas indiscretas, feitas aos seus convidados, num programa de entrevistas. Era temido pelos entrevistados.

            Ainda se apresentou em “shows” de boates (Casablanca e Night and Day) e compôs muitos “jingles” publicitários.

            Na sua bagagem musical, somam-se 62 composições, gravadas pelos maiores intérpretes de sua época, como Nora Ney, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Lúcio Alves, Dóris Monteiro, Jamelão, Ângela Maria, Aracy de Almeida, Agostinho dos Santos, Dircinha Batista e outros. Até o consagrado cantor norte-americano Nat King Cole gravou duas de suas canções.

            Suas principais parcerias se deram com Luís Bonfá, Fernando Lobo, Moacyr Silva, Vinícius de Moraes, Zé da Zilda, Reynaldo Dias Leme e Dolores Duran, sua grande amiga.

            O destaque para as suas melhores criações musicais vai para “Menino Grande” (“Dorme, menino grande, / Que eu estou perto de ti. / Sonha o que bem quiseres, / Que eu não sairei daqui.”), “Ninguém me Ama” (“Ninguém me ama / Ninguém me quer / Ninguém me chama / De meu amor / A vida passa / E eu sem ninguém / E quem me abraça / Não me quer bem.”), “Valsa de Uma Cidade” (“Vento do mar no meu rosto / E o sol a queimar, queimar. / Calçada cheia de gente a passar / E a me ver passar. / Rio de Janeiro, gosto de você.”), “Canção da Volta” (“Nunca mais vou fazer / O que o meu coração pedir. / Nunca mais vou ouvir / O que o meu coração mandar.”), “Manhã de Carnaval” (“Manhã, tão bonita manhã! / Na vida, uma nova canção, / Cantando só teus olhos, / Teu riso e tuas mãos, / Pois há de haver um dia / Em que virás.”), “Samba do Orfeu” (“Quero viver, quero sambar. / Se a fantasia se perder, eu compro outra.”), “O Amor e a Rosa” (“Guarda a rosa que eu te dei / Esquece os males que eu te fiz / A rosa vale mais que a tua dor.”), “As Suas Mãos” (“Ai, suas mãos onde estão? / Onde está o seu carinho? / Onde está você?”), “Se Eu morresse Amanhã de Manhã” (“De que serve viver tantos anos sem amor, / Se viver é juntar desenganos de amor? / Se eu morresse amanhã de manhã, / Não faria falta a ninguém. / Eu seria um enterro qualquer, / Sem saudade, sem luto também.”) e “Frevo Nº 1 do Recife” (“Ô ô ô saudade, / Saudade tão grande. / Saudade que eu sinto / Do Clube das Pás, do Vassouras, / Passistas traçando tesouras / Nas ruas repletas de lá. / Batidas de bombos / São maracatus retardados, / Chegando à cidade, cansados, / Com seus estandartes no ar.”) , algumas delas inseridas na peça.

            Desde criança, portador de problemas cardíacos, MARIA, um “cardiodisplicente”, como se autodenominava, morreu, precocemente, aos 43 anos, de um fulminante enfarto do miocárdio, em Copacabana, onde viveu por muito tempo e de onde tirou muita inspiração para as suas criações.








SINOPSE:


O espetáculo começa com o artista voltando para casa, um apartamento de quarto e sala, em Copacabana, com o dia amanhecendo, vindo de mais uma noitada boêmia.

Faz uma ode ao Rio de Janeiro, cidade que escolheu para viver, e também critica seu abandono.

Antes de dormir, fala sobre cansaço, velhice e sua vida irrequieta.

Adormece, enfim, e, ao acordar, entre as várias tarefas que tem para cumprir, escrevendo crônicas para a rádio e para o jornal, conversa sobre feiura, velhice, solidão, amor, trabalho, dívidas, insatisfações...

Sem conseguir escrever uma linha, nem sobre si mesmo, ele abre o seu diário e relembra o Carnaval de sua infância, no Recife, sua chegada ao Rio de Janeiro, na Lapa dos anos 40, cheio de deslumbramentos.

Ao anoitecer, ele sai de casa, vai cair no Sacha’s (famosa boate da época), como sempre, e lá encontra seus amigos: Vinícius de MoraesDi Cavalcanti, Maysa e lamenta a perda de sua amiga querida, Dolores Duran, de quem se recorda com muita saudade.

Dia amanhecendo, nosso cronista volta para casa, pela orla, onde o “colar de pérolas”, ainda aceso, vai se apagando, com a luz da manhã. Ele fala sobre Copacabana, bairro onde morou boa parte de sua vida e onde morreu.

Chegando a casa, só quer o merecido descanso, o sossego. É apenas mais uma noite de sono, mas podemos imaginar que possa ser a última. O “Menino Grande” deixa-nos um último samba, melancólico, mas cheio de humor, como era o próprio ANTÔNIO MARIA.







            No momento em que o primeiro samba-canção completa 90 anos de sua gravação, o espetáculo “MARIA!” reabre um dos espaços do SESC Copacabana, o seu Mezanino.

Gosto de extrair, do “release” da peça, este enviado por NEY MOTTA (ASSESSORIA DE IMPRENSA), trechos que considero enriquecedores para este meu trabalho de dissecação de um espetáculo. Aqui, reproduzo um deles: “A peça é uma organização das crônicas e canções de ANTÔNIO MARIA, costuradas de modo a constituírem um enredo. O tempo cronológico do espetáculo é o de um dia na vida de MARIA, o dia de seu aniversário, mas suas lembranças é que dão o tom biográfico que cria o enredo da peça. ‘MARIA!’ resgata o poeta e o traz de volta à luz, no seu “palco original”, Copacabana, bairro no qual viveu a maior parte de sua vida. Em cena, CLAUDIO MENDES atua em um palco, em forma de arena, acompanhado pela violoncelista MARIA CLARA VALLE, dizendo trechos da obra do homenageado, interpretando-o, por vezes, e cantando alguns de seus sucessos”.

            Não há, da parte do ator, menos ainda da direção - e isso é bem louvável - a intenção de imitar ANTÔNIO MARIA, entretanto tudo o que é dito e cantado, em cena, é feito com tanto sentimento, emergindo da alma do ator, que, ajudado pelo fato de o texto ser dito em primeira pessoa, queiramos ou não, estamos diante do personagem MARIA, com toda a sua poesia, seu profundo senso de humor e seu inquestionável carisma. Um homem de poucos atributos físicos, fugindo, totalmente, aos padrões de beleza da época, que se estendem até nossos dias, era feio e gordo. Sua beleza vinha de seu interior, tão grande, a ponto de conquistar algumas das mais belas mulheres da época, como a, então, modelo Danuza Leão, que abandonou um sólido casamento com Samuel Wainer, homem poderoso do ramo da comunicação, proprietário do jornal “Última Hora”, para viver com MARIA.

Um detalhe que muito me encanta, como professor de língua portuguesa, e que não pode ser esquecido, quando se fala em, ou de, ANTÔNIO MARIA, é a sua permanente preocupação com o escorreito emprego do idioma. Utilizava construções pouco frequentes na imprensa da época. Era um mestre na forma de se expressar, um mago da linguagem, inclusive um neologista, que conseguiu incorporar alguns vocábulos e expressões à linguagem cotidiana. Como poucos que se dedicavam à crônica, um veículo de comunicação considerado popular, o que não significa vulgar, ANTÔNIO MARIA pode ser considerado “um documento vivo dos costumes de sua época, incorporando, em suas crônicas, a linguagem do povo, enriquecendo os dicionários do nosso idioma. A noite do Rio, os modismos dos anos dourados, os seus ‘personagens’, alegrias e dissabores de encontros amorosos e sua fascinação pelas mulheres, poesia, música, política, esporte, TEATRO, restaurantes, moda, vida social, humor, amor, está tudo em ANTÔNIO MARIA (...)”.

Entrando, propriamente, na avaliação do espetáculo, talvez bastasse dizer que se trata de um dos melhores em cartaz, no momento, e uma das mais importantes produções, inéditas, deste primeiro semestre de 2018.

Devo, porém, obviamente, falar de alguns dos elementos que engrandecem esta montagem, a começar pela excelente interpretação de CLAUDIO MENDES, a meu juízo, seu melhor trabalho num palco, a despeito de tantos outros, também marcantes, a que já tive a satisfação e o privilégio de assistir, como o recente, em “AGOSTO”, prestes a voltar em cartaz, cuja atuação foi indicada a prêmios. E foram muitos espetáculos mesmo, em 32 anos de carreira do grande ator. Aqui, numa apresentação solo, CLAUDIO tem a oportunidade de mostrar um trabalho completamente diferente de tudo o que vem fazendo, até agora, conquistando o público com seu talento e grande carisma. CLAUDIO MENDES não tem os dotes técnicos necessários a um ator de musicais, mas, como “MARIA!” não é um musical, mas, sim, uma peça de TEATRO com inserções de músicas, ele dá conta do recado, bem, porque imprime amor e sensibilidade às canções que interpreta, o que basta para nos agradar e emocionar. Se “escorrega”, aqui ou ali, “nem percebemos”. Não podemos, também, omitir seu ótimo trabalho de corpo, que, segundo apurei com o próprio, não contou com nenhuma orientação de um profissional. Foi fruto de uma intuição de CLAUDIO, por força de tantos anos de palco, mais um aspecto a valorizar a sua atuação.

A tarimbada atriz e diretora INEZ VIANA foi muito feliz na escolha de uma arena, como configuração para o espetáculo, porque isso permite ao ator uma certa liberdade nos seus deslocamentos, em cena, e escancara uma porta para a sua comunicação com o público, convidado a participar, algumas vezes, da encenação, de forma simpática e não compulsória, como deve ser mesmo. E todos querem participar, uma vez que se deixam contagiar pelo trabalho do ator. Mas é de INEZ que estamos falando, de sua capacidade criativa, para chegar a soluções muito simples e funcionais, para todas as cenas. Já de início, o ator recebe o público, ao som de “Frevo Nº 1 do Recife”, cantando, dançando e conduzindo alguns espectadores a seus lugares, já criando um clima de simpatia e cordialidade. Com poucos elementos de cena, INEZ brinca de inventar e tira partido de tudo o que possa render uma boa cena. A ideia de fazer o ator bater, com as pontas dos dedos, numa bandeja, que ele segura durante boa parte do espetáculo, como se estivesse datilografando, é ótima. Não é exigência, para o ofício, mas penso que o ideal seria que todos os diretores fossem, antes, atores. Creio que isso criaria uma empatia, com relação ao elenco, e poderia fazer o espetáculo render muito mais. É isso o que INEZ VIANA faz, na direção deste “MARIA!”.

Um espetáculo com um bom texto, uma boa direção e um bom elenco, mesmo que seja de um solitário ator, consegue, até, abrir mão de tanta parafernália tecnológica e ser merecedor de todos os elogios e recomendação, como “MARIA!”.

Mesmo assim, vejo-me na obrigação de mencionar a boa direção musical, de RICARDO GÓES, responsável por uma grande descoberta, qual seja a combinação das canções de ANTÔNIO MARIA com o violoncelo, instrumento dos meus prediletos, divinamente executado, na peça, por MARIA CLARA VALLE, a partir de um determinado trecho do espetáculo. Ficaram lindos os arranjos e as combinações.

Que constem, também, os devidos elogios à bela luz, de PAULO CÉSAR MEDEIROS, pronta a iluminar os caminhos de MARIA, por mais tortuosos que alguns sejam, e o figurino, assinado por FLAVIO SOUZA, que deixa o ator bem à vontade, próximo à realidade do personagem, na vida real.

Não há, na ficha técnica, a indicação de quem idealizou o cenário da peça, muito simples e totalmente dentro da proposta do espetáculo, utilizando, apenas, um banco giratório, de piano, e dois objetos de cena: uma bandeja, muito bem explorada, ao extremo, como um espelho, e um pequeno abajur.   









FICHA TÉCNICA:

Autor: Antônio Maria
Dramaturgia: Claudio Mendes
Direção: Inez Viana

Elenco: Claudio Mendes
Instrumentista: Maria Clara Valle

Assistente de Direção: Marta Paret
Direção Musical: Ricardo Góes
Iluminação: Paulo César Medeiros
Figurino: Flavio Souza
Produção: Bábara Montes Claros
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Silvana Andrade
Fotos e Vídeo: Elisa Mendes
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Realização: J.R. Mac Niven Produções Ltda.










SERVIÇO:

Temporada: De 12 de abril a 6 de maio de 2018
Local: SESC Copacabana – Mezanino
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana – Rio de Janeiro
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 21h; domingo, às 20h
Informações pelo telefone (21) 2547-0156
Valor dos Ingressos: R$ 7,50 (Associados do SESC) e R$ 30,00 (Casos previstos em lei pagam meia entrada.)
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 70 minutos
Lotação: 80 pessoas









                Para aguçar mais a curiosidade do leitor e, se possível, convencê-lo a assistir a este lindo, divertido e emocionante espetáculo, breve no tempo cronológico (50 minutos), mas longo, no psicológico (Uma eternidade, graças a Deus!), considero pertinente reproduzir alguns trechos ditos durante a peça:








               
“É o retrato do Rio, cidade que já foi livre, bonita e alegre. Hoje, da boca de cada carioca, sai um resmungo, um palavrão, um gemido. Tudo está, irremediavelmente, perdido, abandonado, sob um céu de névoa densa”.

                Não fosse a ameaça futura de ter um fígado transformado em ‘pâte-maison’ e não pesassem outras ameaças sobre os devotados do álcool, os sábios e doutores aconselhariam que a humanidade bebesse o mais possível – isto, na constatação de não nos ter o Criador concedido nascer bêbados, o que seria, além de nobre, muito mais barato”. (De um bilhete de ANTÔNIO MARIA à cantora Maysa.)

            “A velhice chega de repente; às vezes, como um pássaro, que pousa, fatigado, na varanda, ao entardecer”.

 Da guarita do Forte do Leme à guarita do Forte de Copacabana, de sentinela a sentinela, são 121 postes de iluminação, formando o ‘colar de pérolas’, tantas vezes invocado em sambas e marchinhas. Cada edifício tem uma média de 50 janelas, por trás das quais se escondem, estatisticamente, 3 casos de adultério, 5 de amor avulso e solteiro, 6 de casal sem bênção e 2 entre cônjuges que se uniram, legalmente, no padre e no juiz. Por trás das 34 janelas restantes, não acontece nada, mas muita coisa está por acontecer. É só continuar comprando os jornais e esperar: eles falarão de tiroteios, assassínios, roubos, desquites e suicídios. E, como se não bastasse, falta d’água”.

“O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever a máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira”.

“Eu só não devo a mim mesmo por falta de crédito pessoal”.

“Minha admiração pelos homens que passam o dia inteiro na praia. Não fazem negócios escusos, não emprestam dinheiro a 4% nem ganham comissões nas empretitadas do governo. Gosto mais dessa gente, dessa humanidade, que não ajuda, mas, também, não atrapalha”.

“A música me desvendará algum tempo. A poesia explicará o mistério”.

“Não quero nada, além de viver no tempo, sem pensar em aproveitá-lo. Os bens virão ao acaso. O acaso é a verdadeira hora certa”.

“Rio, Edifício Souza. Minha cama é diferente das outras. Só tem dois pés – os da cabeceira. Teófilo Barros Filho embarcou para o Norte e levou os pés da cama, para que ninguém a usasse. Os outros dois, eu os fiz, com revistas velhas, pilhas de ‘O Cruzeiro”. Às vezes, perco o sono e preciso ler. Deito-me no chão e leio os pés da minha cama”.

“São quatro e meia da tarde, tenho muito tempo, ainda, para viver. Horas, dias, semanas, anos. Quantos anos? Como não sou uma pessoa de futuro, tenho medo de ficar aqui, sempre aqui, nesta janela, contando os anos da minha vida...”.











RELAÇÃO DAS CANÇÕES INSERIDAS NA PEÇA:


“VALSA DE UMA CIDADE”, em parceria com Ismael Netto.

“MENINO GRANDE”

“SE EU MORRESSE AMANHà DE MANHÔ

“FREVO Nº1 DO RECIFE”

“QUANDO TU PASSAS POR MIM”, em parceria com Vinícius de Moraes.

“CARIOCA 1954”, em parceria com Ismael Netto.

“NINGUÉM ME AMA”, em parceria com Fernando Lobo.

“A NOITE DO MEU BEM”, de Dolores Duran.

“MANHÃ DE CARNAVAL”, em parceria com Luiz Bonfá.








            CLAUDIO MENDES investiu mais de dez anos neste projeto, só recebendo recusas, até ser aceito pelo SESC Rio de Janeiro, a que devemos agradecer, também, pela oportunidade de assistir a um espetáculo completo, inesquecível.

            Não deixem de assitir a “MARIA!”!!!

            E VAMOS AO TEATRO!!!

            OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

          COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA UMA MAIOR DIVULGAÇÃO DO BOM TEATRO BRASILEIRO!!!







(FOTOS: ELISA MENDES)







GALERIA PARTICULAR.
FOTOS: GILBERTO BARTHOLO:



































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