ISAAC
NO MUNDO
DAS PARTÍCULAS
(DIDATISMO, SIM, MAS COM
LEVEZA, BELEZA E HUMOR.
ou
FÍSICA PARA OS PEQUENINOS.)
Assisti
a um espetáculo infantojuvenil
surpreendente: “ISAAC NO MUNDO DAS
PARTÍCULAS”, em cartaz no Teatro OI
Futuro Flamengo (VER SERVIÇO.).
A
peça é uma adaptação do livro da professora de Física ELIKA TAKIMOTO,
feita, para os palcos, por JOANA
LEBREIRO, que também dirige o espetáculo. A montagem tem estética inspirada no personagem Ziggy Stardust, de David Bowie.
Trata-se
de um lindo e didático projeto, que une TEATRO,
ciência, “rock” e tecnologia, bem ao gosto das novas
gerações. Durante o período de duração da temporada, estará exposta, no
térreo do OI Futuro Flamengo, uma instalação, que
recebeu o nome de “Os mundos de Isaac”,
dos irmãos videoartistas RICO e RENATO VILAROUCA, os quais criaram cenários virtuais, usando óculos de realidade virtual, e que criaram
e executaram toda a parte de videografismo
da peça.
SINOPSE:
A
história começa quando o protagonista
ISAAC (JOÃO LUCAS ROMERO) vai à
praia de Copacabana, segura um
pequeníssimo grão de areia e começa a se interessar pelos mistérios universais.
O
GRÃO DE AREIA (CLÁUDIO MENDES) ganha
vida e, na tentativa de responder a dezenas de perguntas, leva o menino para
uma viagem no tempo, que começa na Grécia,
em contato com os grandes filósofos Leucipo
e Demócrito, e acaba no CERN, com sede em Genebra (European
Organization for Nuclear Research - Organização Europeia para a Pesquisa
Nuclear).
Tudo
isso é narrado por um enigmático personagem: a partícula subatômica BÓSON DE HIGGS (JÚLIA GORMAN), um dos
mais fundamentais elementos do universo.
No
elenco, também estão ANDRÉ ARTECHE e JÚLIA SHIMURA, que vivem MÚSICOS-PARTÍCULAS e CIENTISTAS.
Extraído do “release”,
enviado por RACHEL ALMEIDA (RACCA
COMUNICAÇÃO – ASSESSORIA DE IMPRENSA): “Todo bom cientista deve ser criativo, ter
espírito investigativo e uma certa obsessão pelo desafio. Mas como será que
nasce esse cientista? Ou melhor: será que existe um cientista desses em
cada um de nós?”
O espetáculo, chamado de um “musical quântico” (novamente, extraído
do “release”) “trata de um tema nada fácil – a física de partículas – de maneira
envolvente, divertida e informativa. O músico David Bowie e seu lendário
personagem Ziggy Stardust inspiram a estética e a proposta da encenação, que
propõe transformar o palco em um show de rock”.
A diretora e adaptadora do
livro, JOANA LEBREIRO, teve uma
atitude muito corajosa, completamente oposta à que seria a minha, se estivesse
em seu lugar. Confessa JOANA que “Física
era uma das matérias de que menos gostava na adolescência” e, quando
tomou conhecimento do livro de ELIKA,
teve o interesse despertado para torná-lo uma peça para crianças e adolescentes,
com o objetivo de introduzi-los nesse universo, só conhecido pelos mais velhos.
Eu, “inexplicavelmente”, odeio Física,
sem nunca ter tido uma aula dessa disciplina. Justifica-se o “inexplicavelmente”? Na minha época
escolar, o, então, chamado 2º Grau
era dividido em dois segmentos: Científico
e Clássico. Tendo optado pelo Clássico, por querer, depois, cursar a Faculdade de Letras e, também, TEATRO, jamais tive uma aula de Física, matéria que não fazia parte do
currículo referente à minha opção. Conheço, apenas, o básico do básico do
básico do básico... Sou quase um analfabeto no assunto. Eu disse “quase”? Fui modesto.
Eu jamais teria, como JOANA,
me interessado pelo livro da ELIKA,
não por sua qualidade, é óbvio, na qual creio, piamente, mas pelos motivos já,
então, revelados.
Mas que bom que JOANA se sentiu provocada e nos brinda com um lindo espetáculo que,
além de bonito, lúdico e alegre, cumpre seu objetivo didático, sem ser “chato”;
muito pelo contrário. Não é, propriamente,
para crianças pequenas. Eles entendem alguma coisa e ficam sem entender outras,
entretanto o que observei, no dia em que assisti à montagem, é que elas saem do
teatro muito curiosas, fazendo perguntas aos pais e demonstrando interesse por
pesquisar sobre o assunto e se aprofundar nele. Isso é maravilhoso, se
considerarmos que são crianças.
O livro, que deu origem à peça, surgiu em função das muitas perguntas
que Yuki, o filho caçula de ELIKA TAKIMOTO, lhe fazia “seguidas
de infinitos pontos de interrogação”, segundo a própria autora, à
medida que ela ia contando, em casa, as suas experiências no CERN, o maior laboratório de Física do mundo, onde ELIKA fizera um curso de física
das partículas. Ainda é a mãe do menino quem afirma que, “na essência”, Yuki é o próprio ISAAC; ou seja, deu origem, na ficção, ao simpático e carismático
personagem.
A minha sinceridade me obriga a dizer que fui assistir à peça com uma
grande expectativa, em função dos nomes dos profissionais que compõem a ficha técnica do espetáculo, porém sem
muita de vontade de fazê-lo, tudo pela minha implicância e quase total
ignorância, com relação a um “bicho-papão”, para mim (continua sendo), chamado Física. Meus neurônios, por mais que eu
tivesse atento ao texto, não colaboraram.
Devem estar muito cansados, de forma que não agreguei mais tantos conhecimentos
sobre a matéria, além dos parcos que levava comigo. Chegou um momento em que
abandonei qualquer tentativa de apreender Física
e me detive nos aspectos técnicos da montagem, um conjunto de acertos,
resultando numa interessantíssima
produção.
Estou falando por mim, pobre e assumido ignorante em Física, porém JOANA LEBREIRO soube encontrar, metaforicamente, uma fórmula de
despertar o interesse dos pequenos pela matéria, a ponto de eles saírem bem satisfeitos
da peça, como pude apurar, entre alguns com os quais conversei. Todos disseram
ter entendido o que viram e ouviram e que gostaram muito da peça, o que é um
bom sinal, porque criança não mente; pelo menos com relação a TEATRO. Quando gostam, aplaudem; quando
não gostam, vaiam. Todos aplaudiram.
E eles são o público-alvo.
Não conheço o livro e, provavelmente, não o conhecerei, mas confio no
acerto da adaptação, feito por JOANA. O que sei, sobre ele, é que ELIKA também encontrou uma maneira
simples de explicar, ao filho pequeno e a todos os seus leitores, os mistérios
da Física (das partículas), sobre os quais ela mesma se encarregava de fazer
seus questionamentos.
A direção de JOANA LEBREIRO também facilita, aos
pequenos espectadores, a assimilação dos conceitos, principalmente pela
utilização dos apelos para o visual (estéticos) e a música. Transpor o material
do livro, para um palco, sob a forma de um musical
foi uma jogada de mestre.
Enganam-se, redondamente, os que ainda pensam que, “se é para criança, qualquer coisa serve”. Estupidez total!!! A criança, além de merecer todo o nosso
respeito, porque é um ser humano e será o público do futuro, é muito exigente e
sincera. Na sua ingenuidade, ela sabe distinguir o joio do trigo. Ela sabe reconhecer
o que é bom, o que tem valor. Nesse sentido, aplaudo, de pé, a escalação do
time que entrou em campo, nesta peça, do elenco
a todos os criadores e técnicos. São eles, além do texto e da direção, que fazem deste “ISAAC...”
um espetáculo digno de abrir o ano
teatral infantojuvenil de 2018,
no Rio de Janeiro, com o pé direito.
No elenco, não há falhas; há,
sim, apenas alguns pequenos destaques, o que, no total, nos faz atribuir a ele
adjetivos, como competente, coeso, nivelado, amalgamado, engajado (na proposta), produzindo um
excelente resultado final.
O protagonista, JOÃO LUCAS ROMERO (ISAAC), já teve várias oportunidades
de mostrar seu talento, em trabalhos para crianças, e, aqui, só faz ratificar essa
qualidade. Carisma é algo indispensável, para um ator agradar aos petizes, e
isso JOÃO tem de sobra. Excelente trabalho!
CLÁUDIO MENDES, grande ator,
acostumado a ser visto em ótimos trabalhos “para adultos”, como no recente e
excelente “AGOSTO”, por exemplo,
aqui, na pele de ARGO, o GRÃO DE AREIA, brinca com o texto e as situações, caindo no gosto
das crianças, por saírem de sua boca algumas das falas que provocam humor no
espetáculo. É muito bom o seu trabalho!
Se tivermos de apontar um destaque, aplicado ao canto, neste musical,
ele vai para JÚLIA GORMAN, que sola
a maioria das canções, com uma linda e potente voz, além de narrar boa parte da
história e atuar com correção.
Em papéis de menor destaque, na trama, porém de excelente qualidade
profissional, estão ANDRÉ ARTECHE e JÚLIA SHIMURA, os dois MÚSICOS-PARTÍCULAS e CIENTISTAS, que dão sustento aos
arranjos vocais em grupo, mas também têm seus momentos solo e funcionam muito
bem, atuando.
Agradou-me muito a opção de NATÁLIA
LANA, por um cenário simples,
dispensando o luxo e as peças de grandes dimensões - até porque o palco do OI Futuro Flamengo é bem pequeno –, limitando-o
a um praticável, ao fundo, sobre o qual se instala a banda, formada por ARTECHE, GORMAN e SHIMURA,
liberando o resto do palco, do centro ao proscênio, para as ações de ISAAC e ARGO. Além disso, apenas duas tapadeiras e duas colunas laterais,
feitas de tiras de elástico largo, esticado, do teto ao chão (foi a impressão
que tive) branco, assimilando todas as cores, fartamente utilizadas por PAULO CÉSAR MEDEIROS, no seu belo
projeto de iluminação, que colabora
bastante para a beleza estética da peça.
BRUNO PERLATTO,
acertadamente, criou interessantes figurinos,
seguindo uma linha meio futurista e psicodélica, para os personagens de ANDRÉ ARTECHE e as duas atrizes / instrumentistas / cantoras, JÚLIA GORMAN e JÚLIA SHIMURA. Para ISAAC,
ficou nos trajes do dia a dia de um menino. Abusou da criatividade e da
brincadeira para o difícil, indecifrável (no bom sentido) e exótico traje de ARGO. Como vestir um GRÃO DE AREIA? BRUNO sabe.
Antes de pôr em evidência os dois pontos altos do espetáculo, a trilha sonora e o videografismo, quero registrar os ótimos trabalhos dos maquiadores DIEGO NARDES, DIVA CORREIA e LUCAS SOUZA; o visagismo, assinado por DUOELO
VISAGISMO; e a direção de movimento
e as coreografias, de BRUNO CEZÁRIO.
Este bolo não tem apenas uma cereja. São duas: uma, para ser saboreada
durante o espetáculo, e outra idem, mas que, também, nos acompanha no caminho
de casa.
A primeira é o magnífico trabalho de videografismo, criado pelos mais competentes profissionais do ramo,
que eu conheço. Há outros profissionais, atuando, também de comprovada competência,
mas me vejo na obrigação de elevar os nomes dos irmãos RICO e RENATO VILAROUCA
ao mais alto patamar de sucesso e competência. As imagens garimpadas pela dupla
e as criadas por eles são belíssimas e ilustrativas, colaborando para a pronta
assimilação dos conhecimentos transmitidos. Uma pérola de trabalho!!!
A segunda diz respeito à parte
musical, começando pela excelente trilha
original, que comporta 10 ótimas
canções, com letras de JOANA LEBREIRO e melodias de RICCO VIANA,
também responsável pela ótima direção
musical, estendendo-se à perfeita execução das canções. O público sai do teatro com trechos de algumas delas na cabeça, aquilo que, popularmente, é chamado de “música chiclete” só que no bom sentido São fáceis de serem
assimiladas e as letras contêm informações, as quais, mais facilmente são
captadas pelo pequenos público.
FICHA
TÉCNICA:
Baseado na obra
homônima de Elika Takimoto
Texto Adaptado e Direção: Joana Lebreiro
Elenco: André Arteche, Cláudio Mendes, João Lucas
Romero, Júlia Gorman e Júlia Shimura
Stand-in: Vicente Coelho e Pedrinhu Junqueira
Projeções do Espetáculo
e Videoinstalação ‘Os mundos de Isaac’: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca
Direção Musical: Ricco Viana
Canções: Ricco Viana e Joana Lebreiro
Figurinos: Bruno Perlatto
Iluminação: Paulo César Medeiros
Cenário: Natália Lana
Direção de Movimento e
Coreografias: Bruno Cezário
Diretora
Assistente: Brunna Napoleão
Visagismo: Duoelo Visagismo
Maquiadores: Diego Nardes, Diva Correia e Lucas Souza
Figurinista
Assistente: Rachel Rozenberg
Assistente de
Figurino: Luísa Marques
Cenotécnico: André Salles
Técnico de Som: Leandro Meireles
Operador de Luz: José Luiz Jr.
Operadora de Vídeo: Stella Maiques
Mídias Sociais: André Mizarela (Humans Creative
Group)
Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Programação
Visual: Renato Vilarouca e Rico
Vilarouca
Fotos: Rudy Hühold e Renato Mangolin
Administração
Financeira: Rodrigo Gerstner
Assistente de
Produção: Marina Caran
Produtora
Executiva: Débora Amorim
Direção de
Produção: Camila Vidal
Idealização: Joana Lebreiro e Camila Vidal
SERVIÇOS:
ESPETÁCULO “ISAAC NO MUNDO DAS PARTÍCULAS”:
Temporada: De 27/01 a 25/03 de 2018
Local: Teatro Oi Futuro
Flamengo: Rua Dois de Dezembro, 63,
Flamengo – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3131-3060
Dias e Horários: sábados e domingos, às 16h
Valor dos Ingressos: R$20,00 (inteira) R$10,00 (meia entrada)
Lotação: 63 lugares
Duração: 70 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Funcionamento da
Bilheteria: De 3ª feira a
domingo, das 14h às 20h
INSTALAÇÃO “OS MUNDOS DE ISAAC”, DE RICO
VILAROUCA E RENATO VILAROUCA:
Temporada: De 03/02 a 19/03 de
2018
Local: Oi Futuro
Flamengo / Térreo: Rua Dois de
Dezembro, 63, Flamengo – Rio de Janeiro
Telefone: (212) 3131-3060
Dias e Horários: De 3ª feira a domingo, das 11h às 20h
ENTRADA FRANCA
Classificação Etária: Livre
LANÇAMENTO DO LIVRO “ISAAC NO MUNDO DAS PARTÍCULAS”, DE ELIKA TAKIMOTO:
Dia 17/02, às 17h10min
Local: Oi Futuro
Flamengo
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo – Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3131-3060
“ISAAC NO MUNDO DAS PARTÍCULAS” é
daqueles espetáculos infantojuvenis que encantam as crianças, de todas as
idades, incluindo os adultos que se propuserem a libertar sua porção guri.
É
um espetáculo que dignifica o teatro infantojuvenil, por ter sido
criado por um grupo, dedicado e competente, de profissionais, exigentes consigo
mesmos, visando a oferecer um produto de primeiríssima qualidade, como é este musical, o qual eu recomendo com o maior empenho.
VIDA LONGA A “ISAAC NO MUNDO DAS PARTÍCULAS”!!!
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS
SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
DIVULGUEM O TEATRO
BRASILEIRO!!!
(FOTOS: RUDY HÜHOLD
e
RENATO MANGOLIN.))
e
RENATO MANGOLIN.))
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