quinta-feira, 3 de julho de 2014


A HORA PERIGOSA

 

 

 

 

 

(REVELAÇÕES, SUSPENSE, TENSÃO... HUMOR?   -   UMA GRATA SURPRESA)

 

 


 

 

       O que pode levar uma pessoa a trocar a segurança da sua casa pela insegurança das ruas de uma cidade, como o Rio de Janeiro, entregue a bandidos, sem que possa contar com a proteção policial do Estado?  E se for para ir ao teatro?  O que pode levar uma pessoa a um teatro?

            Antigamente, o que atraía um público teatral era um texto consagrado, ou um autor de renome, ou atores muito conhecidos...  Hoje, esses motivos continuam valendo, só que em menor escala.  É muito comum ouvir pessoas dizendo que querem ver se o galã da novela das nove é mais bonito ao vivo, se a mocinha da novela das sete é simpática pessoalmente, se este ou aquele “personagem” da série da TV é tão novo quanto parece na telinha...  É a TV levando o público ao TEATRO, o que não deixa de ser bom, embora os motivos não sejam tão...  Deixa para lá!

            A mim, o que me motiva ir ao TEATRO é o próprio, é a minha incomensurável paixão por essa arte maior, que é capaz de operar milagres em mim.  Vou ao TEATRO, porque amo TEATRO e, há pouco mais de um ano, por questões “profissionais”.  Assisto a quase tudo o que é encenado, desde as grandes produções às mais simples e alternativas, em dias e horários inusitados, o que me faz ir a espetáculos teatrais, praticamente, de 2ª feira a domingo.  E com que enorme prazer o faço!

            Na maioria das vezes, vou assistir a uma peça motivado por alguma coisa ou por alguém.  No caso de A HORA PERIGOSA, em cartaz no Teatro Fashion Mall, no “shopping” que leva o mesmo nome, não foi o texto, que eu não conhecia; não foi a autora do texto, de quem nunca ouvira falar e nem sei se é seu primeiro trabalho como dramaturga; não foi ninguém do elenco, meio desconhecido para mim...  Fui atendendo a um convite da produção e, mais entusiasmado fiquei, quando vi que a direção era assinada por um dos diretores que mais admiro, o talentoso DANIEL HERZ.  Eu podia não ter a menor ideia do que se tratava a peça, da qualidade do trabalho das quatro atrizes, mas tinha a certeza de que um texto e um elenco, nas mãos do DANIEL, via de regra, rendem um bom espetáculo.

 

 


 

           

A HORA PERIGOSA é um bom espetáculo.

 

            Não devo falar muito sobre o enredo da peça, para não tirar o prazer e a surpresa de quem vai assistir a ela - e eu recomendo que o façam -, mas reproduzo a excelente e instigante sinopse (quem assistir à peça há de concordar comigo) que me foi enviada pela produção do espetáculo:

 

 
Uma noite, um carro, um acidente.  Quatro amigas, ligadas pela culpa e por um mistério.  Um jantar, uma noite de reencontro.  VALENTINA (BEBEL AMBRÓSIO) eterna “de bem com a vida”; BIA (CAROLINA LOPEZ), irrequieta coreógrafa de dança contemporânea, que, há anos, mora em Berlim e revela-se “gay”, para as amigas; ANA (FERNANDA HERAS), médica e mãe perfeita; e CARMEN (TATIANA INFANTE), promissora advogada, grávida.  Esperam pela “convidada mais importante”, REBECA, a quinta amiga, (CAROL SANTARONI, em participação especial), a convidada de honra.  Mas algo leva as horas seguintes a um caminho surpreendente.  O que acontece quando a intimidade começa a intimidar?  Dez anos se passaram, elas já não são mais as mesmas.  Elas estão ligadas pela culpa e por um mistério.  Em meio à espera e taças de vinho,  o inesperado vem à tona.  Tão próximas na legitimidade do afeto, que perdurou no tempo, mas, ainda assim, tão distantes.  O reencontro mudará, para sempre, a vida dessas mulheres.
As quatro personagens do espetáculo A HORA PERIGOSA convidam o público a uma viagem às inquietações humanas.  Os segredos, medos, as pequenas mentiras que se inventam para o outro e, sobretudo, para si mesmo.  O momento em que as camadas mais escondidas por debaixo da pele submergem.
 

 

            A peça, apresentada como uma “comédia dramática”, foi “encomendada” a CLARA MEIRELLES pelas quatro atrizes, que estavam à procura de um texto inédito, que falasse sobre ser mulher, sobre máscaras sociais e sobre os trinta anos.  Em vários encontros semanais, as cinco “cúmplices” foram trocando ideias e experiências próprias, e o texto foi sendo costurado.  Com a chegada de DANIEL HERZ, deu-se início a um processo, chamado por ele mesmo de “costurar para dentro”, aprofundando os temas e as atuações. 

Reproduzo, aqui, algumas palavras da autora do texto acerca dele, extraídas do programa da peça: “Essa é a história de um jantar em que se misturam, no mesmo abismo, a estranheza, a intimidade e a campainha da memória, que teima em tocar, anunciando uma nova hora.  Deliciosamente perigosa.”

            Não poderia me furtar a transcrever, também do programa da peça, alguns trechos do que diz o diretor: “Perigoso remexer o passado, que ficou suspenso num átimo de segundo.  Aquele segundo que não pode voltar, que tentamos driblar, mas que fica nas entrelinhas dos fatos que seguem na vida dos que estavam ali naquele instante.  (...)  Quatro mulheres lindas, apaixonantes, únicas, como cada mulher é, que vivem o perigo do reencontro, depois de um afastamento de tantos anos.  A sutileza da fronteira dos afetos.  Nesse reencontro, depois de tanto tempo, serão demarcadas novas fronteiras e, como maior negociador, o TEATRO.  Ele vai desenhar os novos limites dessas mulheres.  (...)”.

            Recomendo, com empenho, este espetáculo, do qual nem esperava tanto, mas que me surpreendeu, pela combinação dos trabalhos e talentos dos nomes que compõem sua ficha técnica:

 

Texto: CLARA MEIRELLES - Muito bom.  Leve, inteligente, engraçado (quando deve ser) e profundo (quando a intenção é levar o espectador a refletir e se pôr no lugar das personagens).

Dramaturgia: DANIEL HERZ.

Consultoria Dramatúrgica (Psicanalítica): EVELYN DISITZER.

Direção: DANIEL HERZ – Ainda que dispense qualquer comentário, é sempre oportuno lembrar que DANIEL é um dos fundadores da premiadíssima Companhia Atores de Laura.  É diretor, ator e professor de teatro, tem várias indicações e prêmios por diversos espetáculos, como “O Filho Eterno” (Prêmio Orilaxê 2012, pela direção), “Adultério” (indicado ao Prêmio Shell 2012, na categoria de melhor direção) e “O barbeiro de Ervilha”, (indicado ao Prêmio Zilka Salaberry de Teatro Infantil 2010, na categoria de melhor direção).  Entre seus excelentes trabalhos, estão várias peças produzidas pelos Atores de Laura e outras, como Zastrozzi, As Artimanhas de Scarpino, Ensaio de Mulheres, Tom e Vinícius – o musical, Beatriz e A Importância de Ser Perfeito.  Dirigiu, também, o evento de premiação do Prêmio APTR 2013.  Agora, certamente, podemos acrescer a essa lista A HORA PERIGOSA.

Diretora Assistente: CLARISSA KAHANE.

Assistente de Direção: CAROL SANTARONI.

Direção Musical: LEANDRO CASTILHOLEANDRO é um “workaholic” do TEATRO e, invariavelmente, acerta naquilo que faz.  Seu dedo está presente nos acertos desta direção musical.

Elenco: BEBEL AMBRÓSIO (VALENTINA), CAROLINA LOPEZ (BIA), FERNANDA HERAS (ANA), TATIANA INFANTE (CARMEM)N e (CAROL SANTARONI, em participação especial).  As quatro jovens atrizes fazem um bom trabalho, uniforme, defendendo, muito bem, suas personagens, cada uma tão diversa das outras.

 

 


 

 


 

    

Cenário e Objetos: AURORA DOS CAMPOS – Ótimos.  AURORA criou, com bastante habilidade e criatividade, um cenário simples e despojado, bem de acordo com o que seria a sala de estar da anfitriã, combinando com sua personalidade: poucos móveis, apenas alguns objetos de decoração e uma admirável e exagerada paleta de cores muito vivas nas paredes, nos móveis e nos pisos.  A pujança das cores, vivas e quentes, utilizadas no cenário contribui para um equilíbrio, às vezes, ou para realçar as situações de tensão, que vão surgindo no decorrer da peça.

 

 


   

 

Assistente de Cenografia: ANA MACHADO. 

Figurinos: ANTÔNIO GUEDES – Acertados.

Assistente de Figurino: LUZ DE LUCENA.

Iluminação: AURÉLIO DI SIMONI – Boa, sem maiores destaques, porém com ótimas resoluções para fazer a transição entre o real e o imaginário, o presente e o passado.

 

 


 

 

Direção de produção: JOSÉ LUIZ COUTINHO.

Projeto Gráfico: ANDRESSA AMBRÓSIO – É muito interessante o programa da peça, no que diz respeito aos texto ilustrativos e aos demais elementos.

Designer Gráfico Assistente: ANNA PAULA MORGADO.

Fotos: CAROL BEIRIZ.

Assessoria de Imprensa:  DEBS COMUNICAÇÃO.

Preparadora Vocal: EDI MONTECCHI.

Produção Executiva: WAGNER PACHECO.

Assistente de Produção: GILBERTO ZANGRANDE.

Coordenação do projeto: DANIEL TORRIERI BALDI e MARISTELA BUENO.

Visagismo: DIDIER SÉ.

Cenotécnico: ABEL GOMES (P&G CENOGRAFIA).

Equipe de cenotécnica: FÁTIMA OLIVEIRA e ROSANE FERREIRA.

Operador de Luz: YURI RIBEIRO.

Operador de Som: DANS SOUZA.

Camareira: CONCEIÇÃO TELLES.

Contrarregra: LENILSSON SOUZA.

Administração: DANIEL TORRIERI BALDI e MARISTELA BUENO.

Auxiliares Administrativos: FERNANDO ROSSILHO e ANNA AMÉLIA BALDI.

Colaboração no Texto: DANIEL HERZ, EVELYN DISITZER, CLARISSA KAHANE, CAROL SANTARONI, BEBEL AMBRÓSIO, CAROLINA LOPEZ, FERNANDA HERAS e TATIANA INFANTE.

Idealização: BEBEL AMBRÓSIO, CAROLINA LOPEZ, FERNANDA HERAS e TATIANA INFANTE.

Realização: CAROLINA LOPES PRODUÇÕES ARTÍSTICAS.

 

SERVIÇO:

Temporada: de 13 de junho a 31 de agosto, de sexta a domingo.

Local: Teatro Fashion Mall – Estrada da Gávea, 899 /213, São Conrado

Tels: 3322-2495 2422-9800

Horários: sexta, 21h30min; sábado, 21h; domingo, 20h.

 

 

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O elenco e o diretor.

 

 

 

 

 


Gilberto(s): Zangrande e Bartholo.

 

 

 

 

 

(FOTOS: PRODUÇÃO / DIVULGAÇÃO DO ESPETÁCULO; PÁGINA DA PEÇA NO FACEBOOK e GILBERTO ZANGRANDE.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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