quinta-feira, 30 de novembro de 2023

 “SÓ VENDO COMO DÓI

SER MULHER 

DO TOLSTÓI”

ou

(DA “ARTE” DE

SER UMA “SOFIA”

E SOBREVIVER

COM DIGNIDADE.)

ou

(UMA ÓTIMA PERSONAGEM

PARA UMA ATRIZ MELHOR AINDA.)

 




         Inicio esta crítica chamando a sua atenção para a originalidade do título desta peça, que, além de ser o extrato máximo da obra, ainda é extremamente comercial, daqueles produtos que já vêm com uma ótima embalagem, capaz de atrair muitos interessados neles. Desde quando recebi o convite para a primeira temporada, que aconteceu no Teatro Rogério Cardoso, dentro da Casa de Cultura Laura Alvim, fiquei encantado com tal título, muito atraído por ele. Outros fatores, como a temática da peça e a FICHA TÉCNICA me impeliam a assistir àquela montagem. Em virtude de tantos compromissos a serem cumpridos, já que recebo, diariamente, convites para espetáculos de TEATRO, infelizmente, só consegui realizar meu desejo de conferir o espetáculo, salvo engano, no seu penúltimo dia de temporada, 19 de setembro passado. Gostei imensamente do que vi – MUITO MESMO - e, como ocorre, quando isso se dá, tive vontade de correr para a minha casa, a fim de escrever a crítica – favorável, é claro – que o espetáculo merecia, entretanto não o fiz, por dois motivos: estava muito assoberbado e cansado, além de achar que não valeria a pena, como divulgação, já que só conseguiria tornar pública a minha enorme admiração pela peça depois de terminada a temporada. Como ouvi, das bocas de ROSE ABDALLAH, que idealizou a montagem e interpreta a personagem, Sofia Tolstói, e de JOHAYNE HILDEFONSO, o diretor, que estava prevista uma nova temporada da peça – a atual – no Teatro Dulcina, assumi, com os dois, o compromisso de rever o espetáculo e escrever sobre ele, o que faço agora, com imenso prazer.




 

 SINOPSE:

O casamento de Sofia Tolstói com o célebre escritor russo Leon Tolstói, autor de “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”, foi um pesadelo patriarcal, machista e abusivo, como comprovam os diários escritos por ela durante os 48 anos de relacionamento do casal.

Por dois séculos, ofuscada pela fama do marido, só agora, na era dos movimentos de empoderamento das mulheres, a voz de Sofia começa a ser ouvida.

O escritor Ivan Jaf construiu um belíssimo monólogo, baseado nesses diários.

Uma atriz, enquanto se prepara para entrar em cena, no papel de Sofia, revoltada com o homem Tolstói, mistura sua voz feminista atual à da personagem e sua história.

Em uma linguagem do nosso tempo, Sofia, enfim, fala.

Nos bastidores da vida de um grande homem, havia mesmo uma grande mulher, mas ela foi massacrada e oprimida.

 


 



         “Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”, diz um ditado popular. No caso de Tolstói e Sofia, é preciso ficar claro como o adjetivo “grande” se aplica a um e a outro. Tosltói, foi um grande escritor, porém foi um reles homem, um desprezível ser, o “Pai da Misogenia”, um ser cruel, vil, um “verme”, que merece que lhe viremos o rosto. Quanto a ela, o adjetivo se encaixa como uma luva, no sentido de ser uma pessoa elevada, que suportou, por 48 anos, toda a sorte de terror psicológico, desprezo, humilhação e dor, tudo imposto pelo marido. E aí nos perguntamos: Por que ela suportou todo aquele sofrimento, calada, por tanto tempo? E a resposta é muito simples e clara, na forma de um conselho: Faça uma pesquisa sobre o papel da mulher na sociedade da época em que Sofia Tolstói viveu e encontrará, por si só, a resposta. E quantas mulheres conhecemos, ainda hoje, que sofrem o mesmo que Sofia sofreu nas mãos de Tolstói? E as mulheres vítimas de feminicídio, num pais como o Brasil, que, em 2022, liderou as estatísticas sobre esse hediondo crime – uma mulher morta a cada seis horas, num total de 1437 vítimas? Falta um mês para terminar o ano de 2023 e os estudos e pesquisas já apontam um aumento de 2,6% em relação ao quantitativo do ano passado.




         Sofia viveu uma relação tóxica, por parte do célebre escritor russo Leon Tolstói. Essa é a grande revelação deste monólogo, que muita gente – aqui eu me incluo - não conhecia. A protagonista nasceu em 22 de agosto de 1844 e faleceu em 4 de novembro de 1919, aos 75 anos de idade. Em 1862, aos 18 anos, conheceu o marido, 16 anos mais velho que ela. Em setembro daquele ano, casaram-se. Para se aquilatar o grau de desprezibilidade de Tolstói, como homem, bastaria dizer que, na véspera da cerimônia de casamento, ele chegou ao extremo de ter dado, “de presente”, a Sofia seus diários, com detalhes sórdidos das relações sexuais que mantivera com mulheres serviçais. Era um depravado, que vivia envolvido com prostitutas e que, por muita sorte, se livrou de contrair sífilis, mas não escapou de episódios de gonorreia. Sofia Tolstói sempre foi devotada ao marido e ao trabalho literário dele, tendo sido, inclusive, copista de "Guerra e Paz" (1225 páginas, na edição original), reescrevendo o manuscrito sete vezes, já que a letra do escritor era péssima. Ela foi cronista e documentarista da vida com Leon Tolstói e teve uma série de cadernos seus publicada, com tradução para o inglês, na década de 1980. Também escreveu suas memórias, com o título de My Life”. Após muitos anos de atritos e crescentes crises no casamento, essa grande mulher se viu livre do jugo, da tirania, do marido, com o falecimento deste, em 1910.




         Eu poderia, numa forma bastante “enxuta”, me referir a esta peça com uma única frase, que até poderia surpreender os que me leem, aos quais sugiro assistir, urgentemente, ao espetáculo, já na reta final desta segunda temporada (VER SERVIÇO.):





            “SÓ VENDO COMO DÓI SER MULHER DO TOLSTÓI” é uma OBRA-PRIMA, um dos melhores espetáculos teatrais a que assisti em 2023, e não se consegue encontrar uma única falha nesta montagem.

 



         Justificativas para a minha avaliação do espetáculo? Não faltam, a começar pelo excelente texto, escrito por IVAN JAF. O dramaturgo demonstra ter mergulhado, profundamente, numa pesquisa sobre a vida conjugal, de quase meio século, de Liev (Leon) e Sofia Tolstói, conseguindo transpor, para o papel, tudo o que merecia destaque nessa relação, para que ficasse bem marcado o clima de terror que o marido impunha à esposa, os absurdos cometidos pelo homem Tolstói, e, ao mesmo tempo, enaltecer, ainda que tardiamente, a figura da mulher submissa e humilhada, presa aos dogmas da época de numa sociedade profundamente machista. Pela boca de Sofia, JAF faz alusão a dois outros grandes escritores russos, Fiódor Dostoiévski, o qual, junto com Tolstói, foi considerado os dois maiores escritores russos de todos os tempos, e Anton Techkov, um transformador da dramaturgia do século XX. Tchekhov, na peça, é lembrado por uma de suas célebres frases: “Tudo bem pregar o amor, mas o que os pobres mais precisam são bons hospitais, escolas decentes e liberdade para pensarem o quiserem”. Outro grande autor russo, Máximo Gorki, também mereceu ser citado, na peça, quando JAF lembra uma frase do autor da peça “Ralé”: “Nunca vi alguém mais hostil com as mulheres; não há nada que Tolstói goste mais do que maltratar as mulheres.”. Isso, dito por um outro homem daquela época, atesta o grau de seriedade do assunto.




         O dramaturgo ainda faz alusão, em seu texto, ao Domostroy”, que, em russo, significa “ordem na casa”, um conjunto de regras religiosas e sociais, do século XVI com 67 capítulos, referentes a assuntos familiares da sociedade russa. As regras do "Domostroy" pregavam um reforço à obediência e submissão a Deus, ao Czar e à Igreja. As obrigações básicas eram o jejum, a oração, a veneração de ícones e a doação de esmolas. Para os investigadores modernos, é uma preciosa fonte para se saber sobre a sociedade russa e a vida dos ricos boiardos (senhores feudais) e comerciantes. ​Pode-se dizer que o “Domostroy”, o qual deveria se chamar “DoMONSTROy”, seria uma espécie de código moral para os ricos. É lembrado, ainda hoje, quando se deseja fazer referência aos modos tradicionais de vida, associados à tirania patriarcal, como nos exemplos seguintes: “Uma esposa que é boa, laboriosa e silenciosa é uma coroa para seu marido.” e “Não te compadeças de uma jovem, enquanto a golpeias; se a castigas com uma vara, não morrerá, mas se tornará mais saudável". Um dos “ensinamentos” mais deploráveis do “Domostroy”: “Se o marido não domar a esposa, todo o lar desmorona!”. E Tolstói era um seguidor do “Domostroy”.




 JAF utiliza uma linguagem de hoje, bem simples e direta, sem meias palavras, incluindo palavrões nem um pouco gratuitos, o que facilita muito a comunicação entre a atriz e o público. A dramaturgia, num solo, deve conter um diferencial, com relação a peças que reúnem mais de um ator no palco. Se não for construída com empatia e juntando “ganchos”, alternando-se momentos de maior ou menor tensão; se não contiver pitadas de um humor, nem que seja bem refinado, se possível; e se não for uma boa história, do interesse da plateia, o sucesso não será garantido. IVAN JAF, a meu juízo, acertou em cheio e foi cirúrgico no seu texto.




         Outro ponto importantíssimo, na encenação de um monólogo, é que a direção encontre soluções criativas, para fugir à monotonia, quer com marcações que tornem o espetáculo dinâmico, quer por outros recursos à sua mão. Quando os DEUSES DO TEATRO conspiram, positivamente, ninguém os segura. Isso aconteceu em “SÓ VENDO COMO DÓI SER MULHER DO TOLSTÓI”, já que, além da excelente qualidade do texto, trata-se de uma produção que conta com o corretíssimo trabalho de direção, de JOHAYANE HILDEFONSO, a magnífica interpretação de uma atriz grandiosa, ROSE ABDALLAH, e, ainda por cima, traz, na FICHA TÉCNICA, nomes consagrados do universo dos artistas de criação, “cada um no seu quadrado” e todos, coletivamente, trabalhando, para que a montagem chegasse ao um fabuloso resultado. Afinal de contas, TEATRO não é a ARTE do COLETIVO?




         É muitíssimo bom o trabalho de direção de JOHAYANE HILDEFONSO, que soube captar roda a essência do texto e trabalhar, junto à atriz, para que não pairasse nenhuma dúvida quanto às intenções do dramaturgo. Tudo fica muito claro, pelas mãos do diretor. É boa a ideia de fazer a atriz entrar pela plateia, sem ninguém esperar, vociferando contra Tostói; ainda a atriz, não a personagem. É ótimo o conjunto de marcações. Da mesma forma, funciona muito bem o momento em que a atriz executa uma série de movimentos, à primeira vista, desconexos, sem nada ter a ver com a peça, mas que serão repetidos, quase ao final da peça, em outro contexto, aí, então, entendidos. Muito oportuna e criativa é também a imagem da atriz, enquanto dá o texto, passando uma caneta de tinta prateada, na cabeça, como um tique nervoso, para compor a personagem envelhecida. A sensibilidade e o respeito pelas mulheres, por parte de JOHAYNE, é diametralmente oposto à posição de Tostói.




         Conheço o trabalho de ROSE ABDALAH “de outros carnavais”, desde 1995, principalmente por suas atuações na “Cia. Os Fodidos Privilegiados”, fundada em 1991 pelo mestre Antônio Abujamra. Sempre a considerei uma boa atriz, ocupando um determinado patamar – uma boa colocação – na minha lista de boas intérpretes, entretanto confesso que, com sua Sofia, ROSE subiu muitos degraus na minha “escada da fama”. Na posição de jurado de algum prêmio de TEATRO, eu não hesitaria em voltar meus olhos para ela, pensando na possibilidade de vê-la como Melhor Atriz do Ano, pelo que vi até agora, numa disputa acirrada com outras grandes no ofício, tais como Rosana Stavis, por “A Aforista”, ainda em cartaz, no CCBB – RJ; Beth Zalcman, por “Helena Blavatsky – A Voz do Silêncio”, também ainda em cartaz, no Teatro dos 4; e Sirlea Aleixo, por “Furacão”. ROSE compôs a personagem com total força e empatia, parecendo querer fazer de SOFIA a porta-voz de seus próprios anseios e revolta, chamando a si a vez e a voz para representar todas as mulheres de hoje que passam por situações análogas à da “mulher de Tolstói”. Tanto quando fala por si, a mulher, a atriz, quanto quando empresta seu corpo e sua voz à personagem, ROSE o faz com total verdade, com muita emoção e toca o público, o qual sabe reconhecer seu talento e a aplaude à farta, como ela bem o merece.




      “SÓ VENDO COMO DÓI SER MULHER DO TOLSTÓI” é um belíssimo e importantíssimo espetáculo teatral, erguido à força de muito trabalho, garra e dedicação, da parte de um grupo de pessoas, sem nenhum tipo de patrocínio e apoio. A falta de recursos financeiros foi compensada, e muito bem, pelo imenso talento e o amor ao TEATRO, de todos os envolvidos no projeto, dos quais ressalto os nomes dos responsáveis pela cenografia, figurinos, iluminação, visagismo e música original.




         Tanto a cenografia quanto o figurino são frutos de um trabalho coletivo, de um único quarteto de artistas: GIOVANNI TARGA, ALESSANDRA MIRANDA, MIGUEL SASSE e RICARDO FERREIRA. Num palco nu, apenas uma penteadeira clássica, com um toque de contemporaneidade, uma vez que é totalmente revestida por recortes coloridos de capas de revistas, coladas ao móvel. A ele, foi acoplado um banco, com o mesmo revestimento. O figurino, recém- premiado num importante festival de Teatro brasileiro – a “FITA – Festa Internacional de TEATRO de Angra dos Reis”, no Rio de Janeiro -, é uma verdadeira obra de arte e fica no chão, para ser vestido pela atriz, à vista da plateia: um traje de época, muito bem desenhado e confeccionado em camadas e com muitos detalhes de acabamento, que a atriz veste, aos poucos, enquanto vai compondo a personagem. Um detalhe: ao entrar pela plateia, ROSE veste um traje hodierno, do qual ela se despe, já no palco para vestir o figurino da personagem. Quase ao final da peça, com a personagem já envelhecida, Sofia se vê livre de algumas camadas daquela “cebola” e veste um traje de inverno, igualmente deslumbrante, com direito a gola de peles e um “ushanka”, típico chapéu de inverno, usado pelos russos abastados.






         EVELYN SILVA – salvo engano, não conhecia nenhum trabalho anterior desta “designer” de luz – nos brinda com uma luz simples, porém muito bonita, de bom gosto, cujas mudanças entram com bastante precisão em cada cena.




         Sempre que escrevo sobre uma peça de TEATRO, procuro evidenciar, caso seja pertinente, o trabalho de visagismo, valorizando-o ao máximo, por sua grande importância numa montagem e como uma sincera e justa homenagem e reconhecimento a profissionais que “passam batidos” para a maioria das pessoas, nas quais incluo os críticos teatrais. Aqui, ANCELMO SALOMÃO SAFFI desenhou e propôs um perfeito trabalho de caracterização externa da personagem, que a própria atriz vai executando, à frente de um “espelho de camarim”, outro grande acerto da direção.




         Companheiro dos palcos de ROSE e JOHAYNE, desde os tempos da “Cia. Os Fodidos Privilegiados”, ANDRÉ ABUJAMRA assina mais uma de suas excepcionais trilhas sonoras. Se último trabalho a que tive acesso, na peça “A Cerimônia do Adeus”, à qual assisti este ano, me fez sair do Teatro totalmente impactado. No espetáculo ora comentado, sua música original é deslumbrante.

               


 


 FICHA TÉCNICA:

Idealização: Rose Abdallah

Autor: Ivan Jaf

Direção: Johayne Hildefonso

 

Atuação: Rose Abdallah

 

Cenografia: Giovanni Targa, Alessandra Miranda, Miguel Sasse e Ricardo Ferreira

Figurinos: Giovanni Targa, Alessandra Miranda, Miguel Sasse e Ricardo Ferreira

Desenho de Luz: Evelyn Silva

Visagismo e Adereços: Ancelmo Salomão Saffi

Direção de Arte: Giovanni Targa

Música Original: André Abujamra

Costureira: Edeneire Santos

Marcenaria: Alexandre Ramos

Fotografia: Vitor Kruter

“Designer” Gráfico: Maurício Tavares / Inova Brand

Artes Gráficas e Redes Sociais: Silvana Costa

Assessoria de Imprensa: Sheila Gomes

Direção de Produção: Rose Abdallah e Sandro Rabello

Produção Executiva: Márcio Netto / Ganga Projetos Culturais

Realização: Rose Abdallah / Abdallah Produções e Sandro Rabello / Diga Sim Produções

 

 




 SERVIÇO:

Temporada: De 15 de novembro a 07 de dezembro de 2023.

Local: Teatro Dulcina.

Endereço: Rua Alcindo Guanabara, nº 17 – Cinelândia – Centro – Rio de Janeiro.

Telefone: (21)2240-4879.

Dias e Horários: 4ªs e 5ªs feiras, às 19h.

Valor dos Ingressos: R$50,00 (inteira) e R$25,00 (meia-entrada).

Vendas na bilheteria do Teatro e na plataforma SYMPLA.

Indicação Etária: 14 anos.

Duração: 60 minutos.

Gênero: Monólogo.

 

 



Não bastasse Sofia ter sido casada, por 48 anos, com aquele "ogro" e ter sido massacrada em suas garras, ainda foi acusada de responsável pela morte do marido, o qual fugiu de casa, sem nenhuma justificativa plausível ou explicação, morrendo, parece que de frio, dez dias depois de sua fuga, na estação ferroviária de uma pequena vila, a 300 quilômetros de distância de casa. Nossa grande mulher foi considerada, pelos admiradores do escritor, uma “megera”, da qual “Tolstói havia fugido”.




Em russo, “Sofia” tem, como diminutivo, “Sônia”, nome pelo qual Tolstói tratava a esposa. Não com a conotação afetiva, que o diminutivo pode assumir, mas no sentido de “coisa pequena, menor”. “Sofia” é um nome feminino, de origem grega (Sophia), que significa “sabedoria”. Por extensão, “a sábia”. Teria sido isso o que pautou o comportamento da nossa personagem, diante do péssimo tratamento que lhe era conferido pelo marido? Valeria a pena “bater de frente” com ele, totalmente desamparada naquela sociedade extremamente machista?




Felizmente, essa injustiça vem sendo trabalhada e corrigida nos últimos anos, graças à conscientização da mulher, na luta por seus direitos de igualdade a qualquer outro ser humano, com o apoio de instituições, governamentais e particulares, e, em boa parte, da imprensa. A leitura atual dos diários de Sofia e de Tolstói, à luz do desejo de se chegar à verdade, está revelando o verdadeiro vilão dessa história. Está mais do que claro que, a despeito de sua genialidade, como escritor, Tolstói foi um “bárbaro”, um sádico, no trato com a fiel esposa.




Não percam a oportunidade de assistir a este, que é um dos melhores espetáculos a que assisti em 2023. Recomendo-o, com todo o meu entusiasmo. Apenas mais três oportunidades para assistir à peça.

 

 


 

 

 

FOTOS: ALBERTO MAURÍCIO

e ANCELMO SALOMÃO.

 

 

GALERIA PARTICULAR:


Com Rose Abdallah, Wagner Corrêa de Araújo, 

Cris Mayrink, Johayne Hildefnso e Nello Marrese.


Com Rose Abdallah.


 

Idem.


Idem.


Idem.




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