sábado, 30 de maio de 2020


“SOBRE O TRABALHO DO 
CRÍTICO TEATRO”











            A tecnologia, que deveria, sempre, ajudar as pessoas, vez por outra, só atrapalha e INFERNIZA a vida do ser humano, que a inventou. Mas esse ser, afirmo, peremptoriamente, não fui eu.

            Confesso, sem nenhuma culpa ou pudor, a minha total AVERSÃO, OJERIZA, pela tecnologia, embora, como não sou ignorante, reconheça sua necessidade e importância; é pela informática, especificamente, o meu “ÓDIO”, pelo fato de que existe, entre nós, uma total incompatibilidade, impossível de ser sanada. Já tentei muito, porém já desisti, joguei a toalha.

            Não nasci para isso! É uma questão de habilidade, que existe, para (ou em) uns, e inexiste para (ou em) outros. Além de professor, ator, crítico teatral, canto, modestamente, muito bem, “arranho” um teclado, “de ouvido”, faço bonito na cozinha, além de alguns outros predicados, mas NÃO ME ENTENDO COM AS MÁQUINAS, principalmente os computadores e os celulares. Conheço e faço uso do “BEABÁ”. E olhe lá! Vivo incomodando meus filhos, netos (pequenos), sobrinhos, amigos, quando tenho minhas dúvidas, e a eles sempre sou grato. E quantos “craques” nessas máquinas, nessa parafernália tecnológica, não têm o menor jeito para fazer as coisas que eu faço? Nem para fritar um ovo ou cantar “Parabéns pra Você” afnadamente? Repito: é uma questão de habilidade e afinidade.

            Com relação às redes sociais, tenho conta no FACEBOOK e no INSTAGRAM, mas confesso que, todos os dias, sinto vontade de desativá-las e esquecer que existe esse tal do “mundo virtual”. Eu sou do “REAL”, do "CONCRETO".

            Com relação ao FACE, só não o mando às favas, para ser educado, porque nele publico minhas críticas e compartilho-as na página do blogue, o que me leva a ser lido por um número maior de pessoas. No tal do INSTA, não sei mexer, não há meio de eu aprender. Com todos os problemas, ainda prefiro o FACE. E por que entrei nesse INSTA? Porque trocentos amigos viviam me dizendo que era “uma maravilha” e que estavam abandonando o FACE (Até surgir um novo “demônio”. Melhor, para eles; pior, para mim.).

            Já tentei, também, por influência dos que dizem ser meus amigos (KKKKKKKKKKK), o tal do TWITER, que também achei muito chato, além da questão do limite de caracteres. E eu lá sou de escrever “bilhetinhos”? Meu negócio é “carta”, "missiva", como se falava antigamente, sem ser verborrágico, e não seria um aplicativo que ditaria quantas “letrinhas” poderei usar, para expressar o que desejo. Esse não durou uma semana e logo mandei-o para o espaço.





            Essa introdução é para poder entrar no assunto que me levou a me sentar diante de um computador, ainda um pouco irritado, incomodado, e escrever sobre o que aconteceu, anteontem, com relação a uma programada “LIVE” (Essa palavra já está me causando arrepios.), a convite do amigo João Luiz Azevedo, e que acabou não acontecendo, “por um problema técnico”.

              Quando o João me fez o convite, para falar sobre a minha atividade de crítico teatral, numa “LIVE”, não aceitei de pronto, dizendo-lhe da minha antipatia por esse tipo de transmissão, essas "LIVES" (Nada contra quem gosta delas.), as quais já estão, a meu juízo, saturando a minha paciência – FALO POR MIM – e pela minha dificuldade de utilizar as ferramentas da informática.

Ele me convenceu a aceitar o convite, dizendo-me que seria uma coisa muito “bacana” e me garantindo a eficácia/eficiência de  como seria feito o processo, QUE É MUITO FÁCIL, diga-se de passagem. Então acordamos data e horário: anteontem, 28 de maio, às 17h.

            Explicado o processo, fizemos um teste, A MEU PEDIDO, e tudo funcionou. Só que, na hora “H”, por mais que eu tentasse, DA FORMA MAIS QUE CORRETA, me integrar ao grupo, o qual entrava, facilmente, na conversa, não conseguia ser admitido no “papo”. Eu solicitava permissão, seguindo os passos indicados, o João via a minha solicitação, aceitava-a, aparecia, para ele, segundo o próprio, a mensagem “CONECTANDO”, e nada acontecia.

            Isso foi feito "trocentas vezes". Tentamos de tudo, atendendo às sugestões dos amigos, todos querendo ajudar, com a melhor das intenções, pelo que agradeço bastante, assim como a paciência e a gentileza que tiveram, aguardando, por uma hora e meia, o início da conversa, que acabou não existindo; da minha parte, pelo menos. Desculpo até as "piadinhas" de alguns amigos, feitas, certamente, com o objetivo de me deixar mais descontraído, porém causavam um resultado oposto; irritavam-me algumas. Mas tudo bem! É do jogo. Valeu a intenção deles.





Sinceramente, não consegui entender o que aconteceu. Eu tenho, como já disse, com outras palavras, AVERSÃO à tecnologia, é verdade, e aumentou, foi multiplicada, muitas vezes, depois de anteontem. Minha área é de HUMANAS, mas não sou tão ignorante assim. A ferramenta que o João propôs, para a transmissão do “bate-papo”, era muito simples, e eu tenho a consciência, a certeza de que fiz tudo como deveria ter sido feito. Eu não sou o "burro", que alguns possam ter pensado que sou.

Não entra na minha cabeça por que motivo eu não alcançava o meu objetivo de ser admitido na conversa. Eu, a pessoa que seria entrevistada e que tinha o maior interesse em que tudo desse certo.

Pela tela do meu celular, via que a minha conexão estava ótima, no pico máximo, utilizando a tecnologia 4G, e eu estava sentado a meio metro do meu aparelho de WI-FI. E aí? Explica isso!

Acho que os DEUSES DO TEATRO foram “fazer um lanchinho” e uma maldita BRUXA resolveu fazer das suas e me escolheu para “pato”.

Embora não tenha sido culpa minha, peço desculpas a todos os que se interessaram por ouvir o que eu teria a falar. Isso me teria dado tanto prazer! E era muita coisa... (KKKKKKKKKKKKK)

Por esse motivo, resolvi escrever este artigo, abordando alumas questões que, certamente, estariam presentes nas perguntas que me fariam.

Começo por dizer que não me incomoda a imagem, errônea, que muita gente faz de um crítico de TEATRO. Isso se dá por pura ignorância das pessoas, no sentido não ofensivo, mas relacionado à falta de conhecimento, ao fato de elas não atentarem para algumas coisas ou não terem acesso a algumas informações. No fundo, não é culpa delas.

Começamos pela deturpação do sentido das palavras. E, aí, vou incluir o verbo “criticar” e o substantivo “crítica”.





Guimarães Rosa, uma das minhas maiores paixões, tem um brilhante conto, que indico a todos, cujo título é “Famigerado”. Não vou entrar na sua sinopse, exatamente para forçar a leitura dessa delícia de conto. Quando, normalmente, as pessoas empregam o adjetivo “famigerado”, isso é feito com um sentido negativo, pejorativo: “Foi preso o ‘famigerado’ bandido Fulano de Tal.” – um marginal, um fora-da-lei. Ocorre que tal adjetivo tem como sinônimos, acreditem, dentre outros, os seguintes vocábulos:  famoso, insigne, afamado, bem-afamado, bem-conceituado, benemérito, brilhante, celebrado, célebre, conceituado, consagrado, conhecido... E por aí vai. 

           O povo, o falante, não sei quando nem por que razão, decidiu, inconscientemente, ao que parece, que alguém pode se tornar famoso, por uma atitude digna de elogios e aprovação ou por algum(ns) atos ilícitos, condenáveis.  Elegeu “famoso”, para aqueles, e “famigerado”, para estes. E agora? Como fica isso? Se eu me referir a alguém como “o famigerado Fulano”, todos acham que o tal sujeito é “do mal”, quando não teria sido essa a minha intenção.

 Quando se quer elogiar um elenco de uma peça, por exemplo, pode-se utilizar o adjetivo “formidável”, e todos ficarão sabendo que, “na sua opinião” o elenco é excelente. Saibam, entretanto que “formidável”, um adjetivo que foi tão utilizado por Nelson Rodrigues e, ainda hoje, muitas vezes, é repetido por DONA FERNANDA MONTENEGRO (E é por isso que faço o mesmo. “Invejinha branca”, sem nenhuma pretensão.), também tem como sinônimos, dentre tantos outros, estes: horripilante, apavorante, arrepiante, assombroso, assustador, aterrador, aterrorizante, espantoso, horrendo, horrível, horroroso, medonho, pavoroso, terrível... Dá para acreditar? Hoje, não se usa mais a palavra com nenhum desses sentidos, porém, em autores clássicos, como Machado de Assis, por exemplo, pode ser encontrado algo como “Acabei de ver um incêndio formidável no cais.”, o que, absolutamente, não me fará pensar que era Nero falando, que ele era um piromaníaco, que adorou ter visto o tal incêndio, que, de "formidável", como empregamos, hoje, o adjetivo, não tem nada.

No conto de Rosa, mencionado acima, um bandido, matador, Damásio, faz uma pergunta a um médico (o próprio Rosa): “Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: famisgerado... faz-me-gerado... falmisgeraldo... famílias-gerado?”. Ele nem sabia pronunciar corretamente o epíteto que lhe reservaram. E o médico, percebendo com que intenção alguém havia se referido a Damásio daquela forma, sabia que, se dissesse o real sentido, como o adjetivo fora empregado, com conotação negativa, alguém seria sangrado, pelo matador sanguinário. Disse-lhe, então, “mentindo” (Não estava.), que se tratava de uma pessoa "famosa", mas não disse por quê. Estaria mentindo? Não, do ponto de vista semântico, mas sim, em relação à intenção como o vocábulo fora empregado. E assim o médico, o “moço do Governo” salvou alguém de ser morto por Damásio.





As pessoas têm uma noção errada do que seja crítica. Não conhecem o verdadeiro sentido, o significado do verbo “criticar”. Uns pensam que é falar mal de alguém, ou de algum trabalho. Outros imaginam que fazer críticas é sempre se opor a alguma coisa, pelo fato de ser contra. Existe, contudo, uma ideia “capenga” do que seja crítica, ou, simplesmente, criticar, tendo em vista uma espécie de vulgarização ou deturpação desses termos.

Vejamos uma coisa chamada de "plurissignificação das palavras", quando somos levados a examinar as várias acepções que um vocábulo pode assumir, dentro de um contexto, os valores denotativo e conotativo de uma palavra ou expressão, ou seja, o sentido real, “do dicionário”, e o sentido figurado”, respectivamente falando.

Assim, ao se ouvir alguém dizer que “viu um cavalo pastando, calmamente, numa campina”, logo se entenderá que a referência era feita a um “animal mamífero, quadrúpede, equino, da família dos muares...”. Por outro lado, se ouço dizerem que “ele foi um cavalo, quando se dirigiu a uma determinada pessoa”, fica patente que estão se referindo a alguém “mal-educado, grosseiro, estúpido, ignorante...”.

            Se a moça me pergunta se eu gostei do seu novo vestido e eu, sinceramente, da forma mais educada possível, lhe digo que não gostei muito do modelo, que ele não a favorece, não lhe ficou bem, não foi bem confeccionado, por este ou aquele motivo, eu lhe fiz uma crítica? De certo, é verdade. Se a resposta tivesse sido de que a peça de roupa era muito bonita, bem confeccionada, com ótimo acabamento, que lhe ficou muito bem, no corpo, valorizando-o e realçando-lhe as belas formas físicas, eu teria feito uma crítica? Evidentemente, sim!

           Aí, diriam: o que você fez, no segundo caso, foi um elogio. E o que é um elogio, senão um tipo de crítica? E sabem por quê? Porque criticar é estabelecer um juízo de valor, crítico, externar uma opinião sobre algo; é a expressão de um pensamento, um posicionamento, um julgamento, acompanhado de um embasamento, sem o qual a crítica não tem o menor sentido nem valor. Não importa se favorável ou desfavorável.

            Podemos, então dizer que todos nós somos críticos, de uma maneira geral. Mas há críticos e “críticos’. Há o crítico que só se baseia apenas no seu gosto pessoal e há o “crítico” que se apoia num embasamento técnico, assim como é a sua justificativa, quando se trata de avaliar uma obra de arte, como o TEATRO.  





            Há um outro detalhe também interessante a ser levado em consideração, que se aplica a qualquer tipo de crítico: o público em geral, o leigo, e os que criticam com conhecimento da matéria, tecnicamente. E tal detalhe é de suma importância e diz respeito ao estado de espírito de quem está assistindo à peça.

    Como exemplo, cito um, pessoal, que me alertou, de vez, para esse detalhe e me serviu de lição. Todos os meus amigos, pessoas sensíveis, cultas e de bom gosto, me indicavam um determinado filme, dizendo maravilhas sobre ele e que eu não poderia deixar de assistir, “de jeito algum”, a “Bagdá Café”. Como não gosto de ir ao cinema (Não é não gostar de cinema.), fui protelando, até que, um dia, resolvi conferir a tal “maravilha”.

  Sabe aqueles dias que a gente deveria pular no calendário? Não acordar nele e dormir mais 24 horas? Foi num desses que eu resolvi ver o filme, à tarde, depois de muita coisa desagradável ter acontecido, desde quando acordei. Não tive a menor condição de prestar atenção ao filme, de me deixar emocionar com a sua beleza, de tanto que a minha cabeça fervilhava de problemas, e torci para que ele acabasse logo. Detestei o filme.

            Quando disse aos amigos a minha opinião sobre a tal “maravilha”, quase fui linchado. Depois de muito tempo, o filme chegou ao mercado, no velho VHS (Hoje, tenho uma cópia em DVD), e resolvi “me dar uma chance de gostar do filme”. Comprei a fita (Entreguei a idade. "Película" teria sido pior. Momento descontração.)  e assisti ao filme em casa. Chorei litros, tive taquicardia e me apaixonei, perdidamente, pela obra . Hoje, é um dos meus filmes preferidos, uma verdadeira OBRA-PRIMA.

            O crítico deve partir para o TEATRO predisposto a gostar do que vai ver, assistir ao espetáculo deixando, do lado de fora, qualquer tipo de preconceito ou “pré-conceito”. E não misturar os "ingredientes". Uma coisa é a pessoa, outra coisa é o(a) artista. Não gosto de algumas pessoas (São pouquíssimas), dos seus CPFs, mas, no palco, só enxergo seus DRTs.

            Uma coisa que me incomoda bastante é uma frase que ouvimos com uma certa frequência: “Todo crítico é um frustrado”. Isso quando não complementam: “Metem o pau 'por vingança'”. Isso não é verdade, a carapuça não me cabe e acho que também não se encaixa na cabeça da grande maioria dos meus colegas de ofício. ("Ofício": outra palavra amplamente utilizada por DONA FERNANDONA, que eu adoro e vivo repetindo.) Isso é um “raciocínio” de uma pobreza...

          Eu me considero um crítico que foge aos padrões, com alguns diferenciais, sem, absolutamente, estar querendo dizer que seja melhor do que ninguém. Mas não mesmo! Apenas assumo algumas características e escrevo de uma forma diferente de todos os que leio, a começar pela extensão dos meus comentários, que são muito profundos e detalhados, não me atentando, apenas, para a parte técnica das montagens, procurando, sempre, que sejam os mais completos possíveis. Pesquiso muito, faço comparações, adiciono assuntos, passagens, fatos e exemplos pessoais, com analogias, e escrevo como se estivesse conversando com o leitor. E sem complicações, com um vocabulário acessível a todos.

          Uma das minhas características, como crítico de TEATRO, é nunca escrever sobre espetáculos de que não gostei. Os que me conhecem, que se interessam pelo meu trabalho, sabem que tenho por princípio só escrever sobre as peças de que gosto. Essa é a minha digital, e dela não abro mão.

Não vejo sentido em criticar negativamente um espetáculo. Não o faço, respeitando todos os que estão envolvidos no projeto, mesmo que a peça seja, realmente, de qualidade ruim ou duvidosa, sabendo, sem nenhuma pretensão, que, inevitavelmente, como formador de opinião, sendo lido, modéstia à parte, por uma boa quantidade de pessoas, isso poderá causar algum tipo de prejuízo a quem está fazendo o seu trabalho de forma honesta, com a melhor das intenções e "da melhor forma possível""dentro das suas possibilidades e limitações", querendo agradar ao público (E sempre haverá quem goste.) e, muitas vezes, sem patrocínios e/ou editais, sacrificando o próprio bolso, sua vida pessoal, sua família, para erguer uma montagem teatral, um dos maiores desafios, neste país, o qual não valoriza a cultura e até faz de tudo (os “mandatários”) para destruí-la. 

       Também não tenho nada contra os colegas que pensam diferente e apontam, sim, nos seus comentários críticos, os erros, as falhas, os deslizes, num espetáculo de TEATRO, desde que o façam de forma elegante e empática. Cada uma que aja como achar melhor! Mas tudo depende da maneira como se fala e da escolha das palavras. Isso é da maior importância. Infelizmente, vez por outra alguém “pisa na bola”, não considerando, antes do artista, o ser humano. Mas isso não é problema meu, e, felizmente, ocorre muito bissextamente. Já foi bem pior. Ah! Se foi...

Lamento, mas sou assim e não vou mudar. Isso não quer dizer que eu consiga escrever sobre todas as peças que me agradam ou que, caso não tenha escrito sobre alguma, teria sido por não ter gostado dela. Ocorre que, indo ao TEATRO, praticamente, todos os dias, assistindo, no mínimo, por baixo, a 300 espetáculos por ano, nove espetáculos por semana, visto que há dias em que consigo ver duas ou, até mesmo, três peças, excepcionalmente, não teria condições de escrever sobre todas as que me agradam. Infelizmente.





Costumo classificar os espetáculos a que assisto - apenas para mim, sem divulgação -, em sete categorias, que poderiam corresponder, respectivamente, em termos de “estrelas” (Eu utilizo as máscaras do TEATRO.), de 1 a 5, a saber: RUIM, REGULAR, BOA, MUITO BOA e ÓTIMA. E quais seriam as outras duas categorias, se falei em sete? Elas são atribuídas, com bem menor frequência, quando as montagens extrapolam os extremos: para baixo, PÉSSIMA; para cima, OBRA-PRIMA.

A primeira crítica que escrevi e publiquei, no blogue, (www.oteatromerepresenta.blogspot.com), no dia 25 de agosto de 2013, foi sobre a peça “PALHAÇOS”, texto assinado pelo brasileiro Timochenko Webhi (1943 - 1986), com direção de Gabriel Carmona, trazendo, no elenco, os atores Dagoberto Feliz e Danilo Grangheia, no simpático e delicioso Teatro Poeirinha, das queridas Marieta Severo e Andréa Beltrão.

            A última crítica que consegui escrever e publicar, antes da quarentena, foi “AO REDOR DA MESA, COM CLARICE LISPECTOR”, a qual, assim como tantas outras, infelizmente, teve sua temporada abortada, por conta da pandemia que atingiu o planeta. Com o que escrevi acerca dessa peça, atingi a marca de 632 críticas.

Vou dar uma de muito atrevido e pretensioso, ao citar o mestre maior da literatura brasileira, Machado de Assis, que, além do exímio escritor, também foi um grande crítico, literário, apontando, já na sua época, como qualidades inerentes a um crítico, que se estendem, penso eu, a qualquer outro tipo de crítica, incluindo a teatral, “ciência, consciência, sinceridade, coerência, independência, imparcialidade, tolerância, moderação e urbanidade na expressão e perseverança”. Esforço-me bastante, para seguir os ensinamentos do mestre. Oxalá o consiga!

            Por uma questão ética, não citarei nomes dos colegas que admiro ou sobre os quais faço algumas restrições, porém, se me fosse solicitado o nome de algum crítico “que me representa”, eu poderia citar mais de um, todos, evidente e infelizmente falecidos: (por ordem alfabética) Décio de Almeida Prado, Hermilo Borba Filho, Miroel Silveira, Sábato Magaldi e Yan Michalski.





            Muitos atores me dizem que ficam nervosos, quando sabem da presença de críticos na plateia. Sinceramente, não vejo motivo para isso. Quando eu atuava, não acontecia comigo, porque eu era consciente de que tinha a obrigação de fazer, todos os dias, o melhor espetáculo da minha vida, para uma plateia, e não para este ou aquele crítico, pondo em prática um ensinamento de um grande mestre, Ziembinski, que me disse, um dia, isto, mais ou menos assim, ao final de uma das suas aulas: “Menino, antes de entrar em cena, olha por um buraquinho da cortina, porque sempre há um, e procura ver algum parente ou amigo, na plateia, e dedica o espetáculo a ele. Caso não encontre ninguém, escolha alguém, aleatoriamente, e imagine que aquela pessoa veio de muito longe, para te ver, pagou um ingresso, talvez, com sacrifício, e merece ver o melhor espetáculo de sua vida. Faça esse espetáculo para ela”. Não é lindo isso?  
  
            Também, ainda no tempo em que eu atuava, aprendi a conhecer quem merecia o meu respeito ou não, como crítico.

Certa vez, quando eu protagonizava uma grande produção infantojuvenil, antes de uma sessão, o elenco, formado, a maioria, por jovens, estava em polvorosa, porque um determinado crítico iria assistir ao espetáculo naquela sessão. Nós, críticos e jurados de prêmios, somos convidados, pelas produções, via assessorias de imprensa, para as estreias ou sessões “vips” (Detesto essa denominação.), ou para o dia em que quisermos ou pudermos assistir à peça, e ganhamos dois convites, para levar um(a) acompanhante. Aquele senhor tinha o hábito de, quando convidado, pedir vários convites, para levar alguns amigos. Um absurdo, mas sempre era atendido.

            Eu e a atriz protagonista éramos os únicos tranquilos, naquele elenco de oito pessoas. Ela, por ser muito famosa e respeitada. E eu? Eu? Simplesmente, porque, cerca de dois meses antes, num bar, com outros atores, após ter assistido a uma peça, ouvimos aquele senhor, falando bem alto, para quem quisesse ouvir, muito por conta do excesso de álcool, que ator bom, para ele, era o que tinha uma certa parte de sua anatomia bonita e que tinha acabado de regressar de Londres, onde tivera experiências íntimas com um jovem e belo ator inglês, protagonista de um filme de Zeffirelli. Verdade ou mentira dele, não era para ser dito ali, daquela maneira, revelando sua incompetência e falta de decoro para exercer a função de um crítico de TEATRO. Fiz aquela sessão como se a poltrona dele estivesse vazia. E não me arrependo. Nem me lembro se ele escreveu sobre a peça, o que nenhuma falta me faria nem importância teria. Por favor, não me peçam para revelar o nome do tal “crítico”. Nem sob tortura! 





            Imaginem a quantas peças eu já assisti, na minha vida, desde a adolescência, em mais de cinquenta anos de "rato-de TEATRO" e quantas me marcaram profundamente, de forma positiva! Não haveria espaço, aqui, para tantos títulos. Posso, porém, relacionar “ALGUNS” dos melhores espetáculos a que assisti, a partir de 2013, quando criei o blogue. Eu disse “ALGUNS”:

Em 2013: “INCÊNDIOS”.

Em 2014: “OS GIGANTES DA MONTANHA”, “THE BOOK OF MORMON”, “RICARDO III”, SILÊNCIO” e “BEIJE MINHA LÁPIDE”.

Em 2015: “BEATLES NUM CÉU DE DIAMANTES” (Vi 62 vezes, desde 2008, mas só escrevi em 2015.), “UM ESTRANHO NO NINHO”, “SALINA (A ÚLTIMA VÉRTEBRA)”, “LUDWIG/2” e “O BEIJO NO ASFALTO – O MUSICAL”

Em 2016:AUÊ”, “GOTA D’ÁGUA [A SECO], “A VIDA PASSOU POR AQUI”, “O ESCÂNDALO PHILLIPE DUSSAERT” e “60! DÉCADA DE ARROMBA – DOC.MUSICAL”.

Em 2017: GISBERTA”, “TOM NA FAZENDA”, “SUASSUNA – O AUTO DO REINO DO SOL”, “LUIS ANTONIO - GABRIELA” e “AGOSTO”.

Em 2018: “BIBI – UMA VIDA EM MUSICAL”, “GRANDE SERTÃO: VEREDAS”, “O HOMEM DE LA MANCHA”, “A INVENÇÃO DO NORDESTE”, “A NOVIÇA REBELDE”, “PIPPIN” e “TEBAS LAND”.

Em 2019: “A IRA DE NARCISO”, “AS CRIANÇAS”, “O SOM E A SÍLABA”, “AO SOM DE RAUL SEIXAS, MERLIN E ARTUR, UM SONHO DE LIBERDADE”, “BILLY ELLIOT, O MUSICAL”, “TODAS AS COISAS MARAVILHOSAS”, “EU, MOBY DICK”, “ESTADO DE SÍTIO”, “SANGUE”, “A COR PÚRPURA”, “3 MANEIRAS DE TOCAR NO ASSUNTO”, “NASTÁCIA”, “O DESPERTAR DA PRIMAVERA”, “TEATRO PARA QUEM NÃO GOSTA” e “MEU SERIDÓ”.

Em 2020: “A GOLONDRINA”, “O MARIDO DO DANIEL”, “BILLDOG 2 – O MONSTRO DENTRO DELE” e “LUPITA”.

          Em função de não ter podido acontecer a "LIVE", programada para anteontem, ficou remarcada uma nova para o dia 11 de Junho, uma 5ª feira, Dia de Corpus Christi, também às 17h, só que, desta vez, será transmitida pelo INSTAGRAM. O teste já foi feito e deu certo. Tomara que os Deuses do TEATRO estejam atentos e torcendo por nós!

                    Até lá!



VAMOS AO TEATRO, MAS, POR ENQUANTO, 
FIQUE EM CASA!

ACREDITE NA CIÊNCIA!

VAI PASSAR, SIM, MAS "NADA SERÁ COMO ANTES, AMANHÃ"!














































terça-feira, 12 de maio de 2020


VERDADES SOBRE O TEATRO (e o cinema).

(9 de outubro de 1985/12 de maio de 2020)

(Durante a quarentena, fazendo limpeza nas gavetas, encontrei, em folhas amareladas, datilografado, um artigo que escrevi, há 35 anos, e resolvi publicá-lo agora, feitos os devidos ajustes, de acordo com o momento que vivemos.)

 

            Sempre que, durante alguma conversa, com pessoas, de uma forma geral, que não pertençam ao universo teatral e não o conheçam de perto, o assunto é o TEATRO, os comentários se repetem, desfavoráveis, nos mais diversos aspectos.

            A primeira acusação que pesa sobre ele é de que se trata de uma arte “elitista”, voltada para as classes mais favorecidas, principalmente em virtude dos “elevados preços cobrados pelos ingressos”. Na verdade, temos de reconhecer que, para os padrões brasileiros, o TEATRO é uma das artes mais “elitistas” e caras, e não sem motivo; porém já o foi mais.

            Ocorre que muitas das pessoas que fazem esse tipo de reclamação não medem nenhum esforço para pagar, por exemplo, um valor altíssimo, para assistir a uma partida de futebol, ou para ver o “show” de algum astro da música internacional, ou, até mesmo, brasileiro, em estádios ou arenas que comportam milhares de torcedores e/ou espectadores. Faltam educação, estímulo e cultura teatral.




Na Grécia Antiga, onde teve sua origem, pelo menos na forma como o reconhecemos hoje, no ocidente, o TEATRO também era mais voltado para a aristocracia, porém era dirigido a todos, nos anfiteatros, não fosse a religião (procissões dionisíacas) a verdadeira origem daquela forma de expressão. E, onde há religião, lá está o povo.

O TEATRO surgiu das cerimônias e rituais gregos, como as Dionisíacas, celebrações de caráter religioso a Dionísio, o deus do vinho, do entusiasmo, da fertilidade e, posteriormente, do TEATRO. As celebrações se davam uma vez por ano, na primavera, duravam seis dias e, ainda que não se tenha certeza, cogita-se que tenham iniciado por volta do ano 550 a.C. Nelas, as pessoas bebiam, cantavam, dançavam, agradeciam e reverenciavam seu deus. Havia algum espaço para o povo também.




Paulatinamente, as atividades do TEATRO grego foram evoluindo e o ato de ir ao TEATRO foi sendo transformado numa atividade social, como ainda o é, hoje, para muitas pessoas.

            Saltando no tempo, um outro momento em que a relação TEATRO/povo foi bem possível e teve uma certa duração foi durante a Idade Média, na Europa, no interior das igrejas ou através do trabalho dos grupos de saltimbancos, os quais encenavam seus espetáculos em ruas e praças, abordando, quase sempre, temas religiosos, populares e sociais.

            Principalmente a partir do período vitoriano, o TEATRO como forma de lazer e/ou transmissão de cultura, passou a se revestir de um caráter mais aristocrático, sim, que o tornou acessível, quase que apenas, à burguesia, em todo o mundo.

            Quanto ao aspecto do preço elevado dos ingressos, é bom que se esclareça que o TEATRO, no Brasil, é um dos mais baratos do mundo, muito embora, para os parcos recursos econômicos do bolso do brasileiro médio, esse pouco represente muito.

            Mas o TEATRO tem de ser uma arte cara, já que não pode abrir mão da presença, “in loco”, do ser humano. Para existir, o TEATRO precisa de gente, ao vivo, no momento em que o fato teatral está existindo. Isso está presente na própria etimologia do termo: do grego, “theatron”, que significa “local onde se vê” ou “lugar para ver”, ficando estabelecido, portanto, que é um “lugar físico do espectador", “lugar aonde se vai, para ver”.




O TEATRO não é como o cinema, embora também este seja um “lugar aonde se vai para ver”, entretanto, no caso, normalmente, os investimentos numa produção cinematográfica superam, em muito, os de uma montagem teatral, por mais elevado que seja, por exemplo, o orçamento de um super musical. Uma vez, porém, montado o filme, podem ser reproduzidas centenas de cópias, as quais são exibidas a milhares de pessoas, simultaneamente, em várias partes do mundo, várias vezes por dia, durante todo o tempo que se deseja. (Isso era em 1985. Hoje, os processos de reprodução de cópias são outros, muito mais modernos.)

            É óbvio que o cinema tem a obrigação de ser mais popular, no sentido de chegar a um número maior de pessoas e, em consequência, pode cobrar bem menos pelas entradas, se bem que, hoje em dia, algumas vezes, o ingresso para uma peça de TEATRO custe menos do que uma entrada para o cinema.

           O tíquete que dá acesso ao TEATRO custa caro, porque o tempo do profissional é caro, porque o aluguel do TEATRO é caro, porque todas as despesas que envolvem uma montagem teatral, e sua manutenção em cartaz, são muito caras e as casas de espetáculo são pequenas (média de 300 lugares). Além disso, os atores conseguem fazer, no máximo, dois espetáculos num dia, o que somaria nove apresentações, no máximo, por semana. Uma pausa: isso era antigamente (Cansei de fazer, quando atuava, e os espetáculos ficavam em cartaz por muito tempo.), Hoje, é uma utopia, visto que, de muito tempo para cá, as peças ficam em cartaz por uma média de um mês, apenas de 6ª feira a domingo; algumas, de 5ª a domingo, sem falar nos horários alternativos, duas vezes por semana, às 3ªs e 4ªs feiras.




            Um chavão, embora não mentiroso, porém não tão verdadeiro, atribuído ao TEATRO é o de que ele está em crise. Sim! Não se pode deixar de admitir que, a cada dia, se torna mais difícil a batalha contra os “monstros”, para se conseguir erguer, e manter erguida, uma peça. Nem me darei o trabalho de dizer quem são esses “monstros”. Vale a pena lembrar que já dizia, se bem que a título de piada, o saudoso, também dramaturgo, Millôr Fernandes, que tal crise existe há milhares de anos, desde a sua origem (Do TEATRO, é claro!).

           É verdade, sim – e isso é muito triste - que os TEATROS não estão sempre lotados. Quando acontece, muito amiúde, de estarem cheios, um ou outro, e com a lotação esgotada, isso é digno de grandes celebrações. Na verdade, não sejamos eufemistas: estão cada vez mais vazios, por inúmeras causas, que não o valor dos ingressos, já que, por conta das “benesses” dos (des)governantes, os quais, como dizia a vovó Leonor, adoram “fazer cortesia com o chapéu alheio”, quase todo mundo paga meia entrada.

           Algumas vezes, como amante e assíduo frequentador, diário, desta arte maior e milenar, sinto a tristeza e a frustração de constatar que belíssimos e importantíssimos espetáculos não estão recebendo o devido reconhecimento, por parte do público, o qual não chega a ocupar, muitas vezes, a metade do auditório (E muitos vão como convidados ou por força de contrapartidas.), mesmo que não seja por falta de divulgação e que, no elenco, haja atores conhecidos do grande público.




           Por outro lado, felizmente, o contrário também se dá, ainda que raramente, principalmente nos últimos tempos, quando as temporadas teatrais, no Rio de Janeiro e em São Paulo têm sido das mais ricas e vemos, embora atipicamente, pessoas voltando das bilheterias de alguns TEATROS, porque a lotação já está esgotada (Alguns aceitam sentar no chão.), sendo obrigadas a fazer uma reserva ou compra antecipada, para alguns dias depois.

            Outra inverdade muito levantada é a de que a televisão seria uma das grandes responsáveis pelo esvaziamento dos TEATROS. Pelo contrário, ela tem contribuído bastante na divulgação das peças e, ainda, desperta, no grande público, um interesse em ver, de perto, o/a personagem “X” ou “Y”, da telinha, seja o galã da novela das sete, a mocinha da novela das nove ou o bandido do seriado das dez. E, ainda por cima, arriscar uma “selfie”, já que autógrafo virou anacronismo.




            Quanto ao aspecto da comunicação, mais direta e objetiva, com o público, no que se refere à identificação deste com a “verdade” encenada e questionada, no palco, não resta a menor dúvida de que o TEATRO cumpre o seu papel com muito mais eficiência (Ou eficácia? Confesso que, até hoje, não consigo distinguir bem a diferença entre os dois vocábulos. E que atire a primeira pedra quem for diferente de mim!), pelo fato de que a presença, ao vivo, de outros seres humanos, “vivendo” os conflitos criados por um dramaturgo, e a pouca distância física entre o espectador e os atores, isto é, a aproximação palco/plateia ao fato teatral, fazem com que, muito mais facilmente, as pessoas se "projetem", da plateia ao espaço cênico, identificando-se com algum(ns) dos personagens ou reconhecendo, neles, o parente, o amigo ou, simplesmente, algum conhecido.




            Muito embora, no cinema, o aspecto dramático possa ser mais valorizado, muitas vezes, causando um grade impacto, graças à tecnologia, que enquadra, em “close-up”, a lágrima, por exemplo, que escorre na face do(a) personagem, realçando-lhe a expressão (Tal detalhe, dificilmente, pode ser percebido no TEATRO, a não ser pelos que ocupam as primeiras fileiras.), além dos efeitos especiais, o grande fato é que, no fundo, consciente ou inconscientemente, o espectador do cinema sabe que aquela “verdade” não está ocorrendo naquele momento e naquele lugar. Foi gravada, sabe-se lá quantas vezes, para se chegar àquele efeito. Trata-se de uma mensagem fria, por mais palpitante que seja a trama, distanciada do público por duas categorias: tempo e espaço.




            No que diz respeito à preferência do público por este ou aquele, no sentido de ir a um ou a outro, enganam-se os que garantem a primazia do cinema. Em geral, quem gosta de TEATRO também aprecia o cinema e frequenta os dois; os cinéfilos, por outro lado, é que vão pouco ao TEATRO. Sim, esta é uma verdade. Comparando-se, contudo, a quantidade de cinemas que foram fechados e demolidos, numa velocidade cada vez maior, nos últimos anos, muitos sendo transformados em templos “religiosos”, nos quais se pratica o “comércio da fé alheia”, em todo o país, e o número de novos TEATROS, grandes e pequenos, que vêm sendo abertos, embora, também muitos estejam, da mesma forma, desaparecendo, é fácil verificar que o prestígio da chamada “sétima arte” parece estar um pouco abalado ou, pelo menos, diminuído, em relação a outras épocas. E ainda há os “Netflix” da vida.




            Vaticinavam alguns, quando escrevi o original deste artigo, que o futuro do cinema seria seu confinamento a pequenas salas de exibição, principalmente dentro dos “shoppings”. Os chamados "cinemas de rua" , os quais comportavam muita gente, tinham seus dias contados. Não estavam enganados, embora, naquela época, eu não ratificasse tal profecia, mas sou obrigado a reconhecer, hoje, a verdade nela contida. Apenas como informação, não tenho o hábito de ir ao cinema, embora, na infância e na adolescência, fosse comum eu ir duas ou três vezes por semana. Há muitos anos, muitos mesmo, faço-o muito raramente, pouquíssimas vezes por ano, apesar de achá-lo uma bela arte.

            Nada melhor, para concluir este artigo do que uma conclamação geral: VAMOS AO TEATRO! E, por que não, ao cinema também?








VAMOS AO TEATRO, MAS, POR ENQUANTO, FIQUE EM CASA!

ACREDITE NA CIÊNCIA!

VAI PASSAR, SIM, MAS "NADA SERÁ COMO ANTES AMANHÃ"!