terça-feira, 4 de novembro de 2025

 

“O CASAL MAIS SEXY

DA AMÉRICA”

ou

(PRATO CHEIO

PARA QUEM APRECIA

UMA DELICIOSA

COMÉDIA.)

 



           Não vou enganar ou esconder a minha primeira reação, quando, por alto, tomei conhecimento da peça “O CASAL MAIS SEXY DA AMÉRICA”. Confesso, pelo título, que pensei em se tratar de mais uma "COMÉDIA" de baixa qualidade, apelativa, daquelas que são montadas com a finalidade única de faturar com alguma coisa de péssimo gosto, muito duvidoso, destinada a um público pouco exigente, e que nem devesse ser chamada de “uma peça de TEATRO”. Sinceramente, até cheguei ao ponto de pensar que poderia ser algo no campo do "pornô". Ledo engano! Logicamente, até então, eu não sabia que tratava de um texto escrito por um respeitável dramaturgo e roteirista norte-americano, KEN LEVINE, e nada conhecia de sua vitoriosa trajetória, no exterior, desde sua estreia.




      Não tinha, por concreto, me interessado, nem um pouco, em assistir ao espetáculo, entretanto, tão logo tive acesso à SINOPSE e à FICHA TÉCNICA do espetáculo e saber do sucesso feito no Brasil, tendo sido assistida por 50.000 pessoas e passado por 25 cidades brasileiras, numa turnê, e por uma bem-sucedida longa temporada em São Paulo, reformulei os meus valores sobre a peça e passei a me interessar muito em assistir a ela, o que se deu no dia da estreia, no Rio de Janeiro, no Teatro Clara Nunes, no último dia 24 de outubro (2025).




 

SINOPSE:

A trama se passa nos bastidores da indústria do entretenimento e acompanha o reencontro de Susan White (VERA FISCHER) e Robert McAllister (LEONARDO FRANCO), dois atores veteranos, que, décadas atrás, formaram um dos casais mais icônicos da TV americana, em uma série de TV de grande sucesso.

Trinta anos depois, eles se encontram, num mesmo hotel em que ficaram hospedados, para comparecer ao velório de um antigo colega de elenco, e, diante da possibilidade de voltarem a trabalhar juntos, são levados a revisitar memórias, confrontar diferenças e encarar as transformações que marcaram suas trajetórias.

Esse reencontro, porém, pode mudar os rumos de suas vidas, reacendendo lembranças adormecidas e trazendo de volta a chama de um romance que parecia perdido no tempo.


 




          Via de regra, além de divertir, as COMÉDIAS, provocam muitas reflexões, trazendo críticas contundentes diversas: aos seres humanos, aos tipos sociais e às instituições. E mais outras. Por se tratar, “O CASAL MAIS SEXY DA AMÉRICA”, de uma leve e deliciosa COMÉDIA romântica, não sei se ela pretende muito mais do que, simplesmente fazer rir, o que já está muito bom, já que a montagem é bem sólida, repousando sobre fortes pilares que a sustentam como uma produção de altíssimo nível. Mas é verdade que, com um pouco mais de atenção, o espectador pode se sentir provocado a reagir mais do que dando boas e justificadas gargalhadas.  




Trata-se de uma COMÉDIA romântica, que combina, na justa medida, humor inteligente e uma disfarçada pequena crítica social, ao abordar temas como etarismo, igualdade de gênero, desigualdade salarial entre homens e mulheres e ética no trabalho, tudo, porém, de uma forma leve, provocativa e emocionante.



  É, verdadeiramente, uma COMÉDIA da melhor qualidade, que valoriza tal gênero teatral, o qual tanto sofre nas mãos de realizadores sem talento e, às vezes, ética profissional, que pensam que é fácil montar uma, que qualquer coisa serve para “distrair”, quando "não é bem assim que a banda toca". Ao contrário, trata-se de um gênero riquíssimo e importante, que demanda muita atenção e cuidado por parte de todos os envolvidos nos projetos.



TADEU AGUIAR é daqueles profissionais sérios e competentes, que encara cada desafio com muito amor e empenho, o que aplica, como sempre faz, nesta produção, cercando-se de gente alfabetizada pela mesma cartilha em que ele aprendeu a ler. Segundo o diretor, tão logo conheceu o texto, achou-o adorável, porém, para ser montado no Brasil, precisaria de uma adaptação cuidadosa. Ele mesmo resolveu traduzir o original, preocupando-se em buscar equivalências no nosso idioma e referências que fizessem sentido ao público brasileiro. A ideia inicial era trazer a história para o nosso país, mas, pelo fato de ela ser tão universal, achou que “bastava manter a ambientação original, permitindo que os atores imprimissem nossa maneira de dizer e sentir”. Seu trabalho de direção é irretocável.




 Muito experiente na escolha de seus atores, TADEU AGUIAR convidou três artistas talhados para os papéis: VERA FISCHER, LEONARDO FRANCO e VITOR THIRÉ, os três perfeitos em suas atuações. Por sua beleza e charme, ninguém melhor que VERA, para interpretar a consagrada atriz norte-americana. Ela esbanja “glamour” e encarna, muito bem, a personagem, com todas as suas idiossincrasias. O mesmo digo com relação a LEONARDO, que encarna, com muito brilho, a figura do ex-galã, o qual mantém seu charme e elegância, com o passar dos anos. É incrível como o casal de consagrados atores criou um nível de cumplicidade total em cena, uma química percebida logo no primeiro contato entre os dois.




  Para provar, mais uma vez, que não existem pequenos papéis para bons atores, temos VITOR THIRÉ, muito hilário, na pele de um jovem funcionário do hotel, extremoso fã do ator lá hospedado. Desde sua primeira aparição, o público ri do jeito descontraído de seu personagem e de suas falas estapafúrdias, e assim acontece a cada nova entrada do rapaz. “Apesar da ingenuidade dos seus 22 anos, o ‘boy’ do hotel traz à cena o universo contemporâneo das redes sociais e da internet, dialogando com os jovens de hoje com humor e leveza”, afirma VITOR, que vem de uma consagrada família de atores, que começou com sua bisavó, a eterna Tônia Carrero, passando pelo avô, Cecil Thiré, e pela mãe, Luísa Thiré.




  Não só de bons profissionais da interpretação se cerca TADEU AGUIAR. Também se preocupa bastante, o diretor, com todos os nomes da FICHA TÉCNICA, muitos dos quais já o acompanham de tantos outros espetáculos dirigidos por ele, como é o caso de NATÁLIA LANA, uma das melhores cenógrafas brasileiras, que criou uma cenografia suntuosa, de um fino acabamento e cheia de lindos detalhes, com um interessante toque de realismo, quando coloca água escorrendo pelos vidros da janela do refinado hotel, quando chove. Uma dupla de artistas de criação muito premiada, que, de há muito, também faz parte da equipe de TADEU: DANI VIDAL e NEY MADEIRA, os quais não economizaram nada na confecção dos elegantes figurinos. SÉRGIO MARTINS assina um desenho de luz que favorece atores e elementos cênicos no palco. SUELI GUERRA, outra que faz parte do TAFC (Tadeu Aguiar Futebol Clube), é responsável pela boa direção de movimento da peça. Sempre que posso e que seja merecido, valorizo a contribuição de outro profissional importante numa produção teatral: o visagista. Aqui, aplaudo ANDERSON BUENO.




         Para que tudo, num projeto teatral funcione a contento, outras pessoas também importam, como NORMA THIRÉ e EDUARDO BAKR, na direção de produção da peça, produzida pela “Estamos Aqui Produções Artísticas”.



        Um detalhe que me chamou muito a atenção, na peça, é mostrar que pessoas da terceira idade podem, e merecem, viver romances, amar e ser felizes.




 

FICHA TÉCNICA:

Texto Original: Ken Levine

Versão Brasileira: Tadeu Aguiar

Direção Geral: Tadeu Aguiar

Assistência de Direção: Maria Maria Griffith

 

Elenco: Vera Fischer, Leonardo Franco e Vitor Thiré

 

Cenografia: Natália Lana

Figurino: Dani Vidal e Ney Madeira

Desenho de Luz: Sérgio Martins

Direção de Movimento: Sueli Guerra

Visagismo: Anderson Bueno

Fotos: Joaquim Araújo e Carlos Costa

Assessoria de Imprensa: GPress Comunicação (Grazy Pisacane)

Produção: Norma Thiré & Eduardo Bakr

Coordenação de Produção: Estamos Aqui Produções Artísticas

Produção Geral: JF Soluções e Serviços


 

 



 

SERVIÇO:

Temporada: De 24 de outubro a 23 de novembro de 2025.

Local: Teatro Clara Nunes.
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, nº 52 (Shopping da Gávea) - Loja 370 - Gávea - Rio de Janeiro.

Dias e Horários: 6ª feira e sábado, às 20h; domingo, às 19h.

Valor dos Ingressos: Os preços dos ingressos variam, dependendo da data, da localização e da promoção e podem ir de R$ 50 (em promoção) a R$ 227,50, por pessoa, ou, ainda, ter faixas de preço entre R$ 80 e R$ 160, em alguns casos. Para saber o valor exato, verifique diretamente a fonte de venda do ingresso.

Capacidade do Teatro: 742 cadeiras e oito espaços para cadeirantes.

Duração: 90 minutos.

Classificação Etária: 14 anos.

Gênero: COMÉDIA Romântica.


OBSERVAÇÕES:

1) Bilheteria física: Todos os dias, das 14h às 20h (sem taxa de conveniência).
2) Aceita todos os cartões de débito, crédito e pix.

3) Informações: (21) 2274-9696 ou WhatsApp (21) 97531-5514.

4) Para maiores informações, por favor, entrar em contato no e-mail: tclaranunes@gmail.com


 



 

         “O CASAL MAIS SEXY DA AMÉRICA” nos passa a lição de que, embora profundamente importante, o título de uma peça teatral, ou de um filme, por exemplo, não podem servir de parâmetro para um prévio julgamento da obra. Não sei se caberia outro melhor; talvez não. Seria algo como julgar uma pessoa por sua aparência física ou por seu modo de se vestir. Esta COMÉDIA é das coisas mais agradáveis no gênero e eu a RECOMENDO SEM PESTANEJAR.

 

 


 

FOTOS: JOAQUIM ARAÚJO

e

CARLOS COSTA.

 

 

É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO BRASILEIRO!















































































































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