segunda-feira, 21 de abril de 2025

 

“MENINAS MALVADAS”

ou

(PARECE PUERIL,

MAS NÃO O É.)

ou

(A SORORIDADE

EM ALTA.)

 

         

           O penúltimo espetáculo a que assisti, na minha mais recente estada na capital paulista, é um musical sobre o qual eu não sabia ser tão icônico, seguindo, a uma certa distância, a trajetória de “Wicked”. Refiro-me ao enorme número de fãs, quase 100% adolescentes, meninas, a grande maioria, e meninos, que assistem a peça inúmeras vezes e se comportam, nas plateias, como fanáticos pelo “show”. O nome do espetáculo é “MENINAS MALVADAS”, “Mean Girls”, no original norte-americano.



 

 

SINOPSE:

A peça conta a história de Cady Heron (LAURA CASTRO), uma adolescente que se muda para os Estados Unidos, após ter vivido na África com seus pais, cientistas, e ter sido educada lá.

Ela entra em uma nova escola pública, num subúrbio americano, e é acolhida por Janis (LARA SULEIMAN) e Damian (ARTHUR BERGES), que a apresentam a uma nova estrutura social, o high school, recebendo uma rápida introdução às “leis” de popularidade que dividem seus colegas.

Por sugestão de Janis, Cady se envolve com o grupo “de elite” e popular de Karen (ALINE SERRA) e Gretchen (GIGI DEBEI), liderado por Regina George (ANNA AKISUE), apelidadas de “As Poderosas”, mas logo percebe que elas são cruéis e manipuladoras.

A garota aprende que precisa lidar com as dinâmicas complexas do ensino médio e descobre a dureza da vida social, lidando com temas como o terrível bullying”, tudo em um ritmo divertido e energético.

Cady, então, resolve fazer com que as “Meninas Malvadas” provem do próprio veneno.

O musical aborda temas como amizade, sororidade, aceitação e as pressões sociais enfrentadas pelos adolescentes, de forma realista e muito engraçada.


 







 

         Embora seja eu um dos mais ferrenhos entusiastas dos musicais, um fã declarado deles, a merecer críticas de alguns ortodoxos que detestam o gênero – NÃO ME IMPORTO! -, confesso que nunca tive grande entusiasmo pelo que aqui está sendo analisado, embora nunca tivesse, antes, assistido a uma montagem dele nem ao filme, de 2004, no qual a peça se baseou e que é um “must” da primeira década do século XXI, entre os jovens, mormente os adolescentes, se bem que, na sessão em que conferi esta montagem, inédita no Brasil, observei a presença de muitos adultos, acompanhando os filhos ou não, a maioria trajando trajes cor de rosa, que caracterizam as personagens femininas da peça.






 

      Fui ao Teatro Santander, como sempre, esperando encontrar uma superprodução, como, de ordem, ocorre lá - Jamais "perdi a viagem" e me decepcionei com nenhum espetáculo encenado no Teatro Santander. -, mas sem muito interesse na história, que já sabia ser “água com açúcar”, embora, terminada a sessão, essa primeira impressão acabe sendo um pouco apagada, dado que, nas entrelinhas, ou nem tanto, encontramos algumas mensagens edificantes, a principal delas a questão da sororidade, um sentimento de irmandade, solidariedade e empatia entre mulheres. É um dos pilares do feminismo, que luta pela igualdade de gênero. As mulheres se unindo e se valorizando, umas às outras. Fui para me distrair com um espetáculo bonito e leve, com o propósito de escrever sobre ele, se gostasse da montagem (Vê-se que gostei; e muito.), e para prestar atenção aos detalhes da encenação, e qual não foi a minha surpresa, por ter gostado intensamente do que vi e me surpreendendo pelo fato de o espetáculo ter superado as minhas expectativas.







 

  Por ordinário, numa produção de STEPHANIE MAYORKIS – e são tantas, campeãs de bilheteria e de aceitação pelo público e pela crítica especializada -, não houve economia de nada. Tudo, todos os elementos necessários a uma boa montagem teatral, neste espetáculo, é superlativo e revestido do maior bom gosto e capricho possíveis, contando a FICHA TÉCNICA com nomes mais que incensados, devidamente, no universo dos musicais.







 

          ADAM KOCH assina uma bonita e expressiva cenografia, da mesma forma como, na minha modéstia, aplaudo os muitos ótimos figurinos, que levam a chancela de um dos mais festejados artistas de criação brasileiros, FÁBIO NAMATAME. TRAVIS McHAREN é responsável por uma farta, diversificada e multicolorida iluminação, a pôr em realce o diálogo entre cenários e indumentárias, estas bem de acordo com a época e os personagens. O som que emana do palco envolve todos os espectadores, até os que ocupam as últimas fileiras do imenso auditório, trabalho impecável de TOCKO MICHELAZZO.






 

         MARIANO DETRY assine uma enxutíssima direção, mas que não me parece ter sido um trabalho muito difícil de ser executado, e muito criativo, diga-se de passagem, além de preciso nas marcações, em função de um brilhante elenco, muito coeso e generoso, nivelado bem por cima, no qual se destacam, pela importância e força de seus respectivos personagens, LAURA CASTRO, ANNA AKISUE, DANIELLE WINITS, GIGI DEBEI, ALINE SERRA, LARA SULEIMANN, ARTHUR BERGES e ANDRÉ TORQUATO. Mas quero deixar bem claro que o rendimento de todos os 27 atores e atrizes merece ser aplaudido. Magnífico elenco!”







 

       Um dos grandes pontos altos e dos maiores acertos da montagem é a coreografia; farta e muito interessante todas as cenas de dança, trabalho de DANILO SANTANA.




 

 

FICHA TÉCNICA:


Libreto – Tina Fey

Músicas – Jeff Richmond

Letras – Nell Benjamin

Versão Brasileira: Victor Mühlethaler

Direção Artística – Mariano Detry

Direção Musical – Jorge de Godoy

Coreografia – Danilo Santana

 


Elenco: Laura Castro (Cady Heron), Anna Akisue (Regina George), Giovanna Moreira (Cady Heron/Regina George standby), Danielle Winits (Sra. Heron/Sra. George/Srta. Norbury), Gigi Debei (Gretchen Wieners), Aline Serra (Karen Smith), Lara Suleiman (Janis Sarkisian), Arthur Berges (Damian Hubbard), André Torquato (Aaron Samuels), Gabriel Brener (Kevin Ganatra), Isaac Belfort (Sr. Duvall/Ensemble), Amanda Döring (Ensemble + Janis Sarkisian Cover + Regina George 2ª Cover), André Ximenes (Ensemble + Aaron Samuels Cover), Beatrice Miranda (Ensemble + Cady Heron 2ª Cover), Bel Nobre (Ensemble + Gretchen Wieners Cover), Bia Vasconcellos (Ensemble + Karen Smith Cover), Esther Arieiv (Swing), Carol Roberto (Ensemble), Gabriel Kadowaki (Ensemble, + Kevin Ganatra Cover), Gui Figueiredo (Swing), Guilherme Lopez (Ensemble), Julia Sanchis (Swing/Dance Captain), Maju Brunelli (Ensemble), Leo Rocha (Swing), Rafa Diverse (Ensemble + Damian Hubbard Cover), Rupa Figueira (Ensemble + Sr. Duvall Cover), Yasmin Lifer (Ensemble + Sra. Heron/Sra.George/Sra.Norbury Cover) e Yudchi (Ensemble 


(OBSERVAÇÃO: O ELENCO DESTE ESPETÁCULO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES SEM PRÉVIO AVISO.)

 


Cenografia – Adam Koch

Cenógrafo Associado – Tyler Herald

Figurinos – Fábio Namatame

Desenho de Luz – Travis McHale

Desenho de Vídeo – Bryce Cutler

Desenho de Som – Tocko Michelazzo

Desenho de Perucas – Feliciano San Roman

Desenho de Maquiagem – Carlos Pompeio

Fotos: Pedro Dimitrow (estúdio) e Caio Gallucci (cena)

Produção Geral – Stephanie Mayorkis


 

 






 

 

SERVIÇO:

Temporada: De 13 de março até 29 de junho de 2025.


Local: Teatro Santander.


Endereço: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, nº 2041, Itaim Bibi, São Paulo – Complexo JK Iguatemi.


Dias e Horários: quintas-feiras, às 20h; sextas-feiras, às 20h; sábados, às 16h e 20h; e domingos, às 15h e 19h.


Valor dos Ingressos: De R$ 21,18 (meia-entrada) a R$ 400 (inteira), dependendo do dia e da localização: BALCÃO B, FRISA BALCÃO, BALCÃO A, FRISA PLATEIA SUPERIOR, PLATEIA SUPERIOR e VIP. Verificar todas as formas de descontos.

Venda de Ingressos: Internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/

Bilheteria Física (sem taxa de conveniência): Teatro Santander.
Horário de funcionamento da bilheteria física: Todos os dias, das 12h às 18h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por dia. Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, nº 2041.


Duração: 160 minutos, com intervalo de 15 minutos.

Classificação Etária: Livre, sendo que menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais.


ASSESSORIA DE IMPRENSA – MENINAS MALVADAS – O MUSICAL:

VITOR DEYRMANDJIAN – vitor@motisukipr.com.br 

GIULIA POLTRONIERI – giulia@motisukipr.com.br 

REGIS MOTISUKI – regis@motisukipr.com.br 

MARRA COMUNICAÇÃO – Assessoria de Imprensa Santander Brasil (Cultura e Patrocínios)

PAULO MARRA: paulo@paulomarra.com.br – 11 99255-3149
VINICIUS OLIVEIRA: 
vinicius@paulomarra.com.br – 11 95946-2063
PRISCILA PREVIATO:  
priscila@paulomarra.com.br – 11 99152-1525
Site:
 https://marracomunica.com.br


Gênero: Musical (adolescente).


 

 

 



             Num momento em que as mulheres comemoram algum avanço, ainda não o desejado e o justo, é verdade, na conquista por vez e voz, este musical cai como uma luva, exaltando, como temas principais o feminismo e a sororidade. As garotas deixam de brigar por garotos e de se rebaixarem, umas às outras, para abrir espaço às suas verdadeiras identidades. Também está presente, na peça, a ideia de que julgar os outros não fará do julgador melhor do que os julgados. Já ia me esquecendo de dizer que a peça e o filme tiveram como origem, o livro de autoajuda “Queen Bees and wannabees” (“Abelhas Rainhas e Aspirantes a Abelhas”, em poprtuguês), de Rosalind Wiseman. Não penso duas vezes para dizer que RECOMENDO ESTE ESPETÁCULO.


 

 

 

FOTOS:PEDRO DIMITROW (estúdio)

e

CAIO GALLUCCI (cena)

 

 


É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO brasileiro! 
















































Nenhum comentário:

Postar um comentário