“MENINAS
MALVADAS”
ou
(PARECE PUERIL,
MAS NÃO O É.)
ou
(A SORORIDADE
EM ALTA.)
O penúltimo espetáculo a que assisti, na minha mais
recente estada na capital paulista, é um musical sobre o qual eu não sabia ser
tão icônico, seguindo, a uma certa distância, a trajetória de “Wicked”. Refiro-me ao enorme número
de fãs, quase 100% adolescentes,
meninas, a grande maioria, e meninos, que assistem a peça inúmeras vezes e se
comportam, nas plateias, como fanáticos pelo “show”. O nome do espetáculo é “MENINAS MALVADAS”, “Mean Girls”, no original
norte-americano.
SINOPSE:
A peça conta a história de
Cady
Heron (LAURA CASTRO), uma
adolescente que se muda para os Estados Unidos, após ter vivido na África
com seus pais, cientistas, e ter sido educada lá.
Ela entra em uma nova
escola pública, num subúrbio americano, e é acolhida por Janis (LARA SULEIMAN) e Damian (ARTHUR BERGES), que a apresentam a uma
nova estrutura social, o high school,
recebendo uma rápida introdução às “leis” de popularidade que dividem seus
colegas.
Por sugestão de Janis,
Cady
se envolve com o grupo “de elite” e popular de Karen
(ALINE SERRA) e Gretchen (GIGI
DEBEI), liderado por Regina George (ANNA AKISUE), apelidadas
de “As
Poderosas”, mas logo percebe que elas são cruéis e manipuladoras.
A garota aprende que precisa lidar com as
dinâmicas complexas do ensino médio e descobre a dureza da vida social, lidando
com temas como o terrível “bullying”, tudo em
um ritmo divertido e energético.
Cady, então,
resolve fazer com que as “Meninas Malvadas” provem do próprio
veneno.
O musical aborda temas
como amizade, sororidade, aceitação e as pressões sociais enfrentadas pelos
adolescentes, de forma realista e muito engraçada.
Embora seja eu um dos
mais ferrenhos entusiastas dos musicais, um fã declarado deles, a merecer
críticas de alguns ortodoxos que detestam o gênero – NÃO ME IMPORTO! -, confesso
que nunca tive grande entusiasmo pelo que aqui está sendo analisado, embora nunca
tivesse, antes, assistido a uma montagem dele nem ao filme, de 2004,
no qual a peça se baseou e que é um “must” da primeira década do século
XXI, entre os jovens, mormente os adolescentes, se bem que, na sessão
em que conferi esta montagem, inédita no Brasil, observei a presença de
muitos adultos, acompanhando os filhos ou não, a maioria trajando trajes cor de
rosa, que caracterizam as personagens femininas da peça.
Fui ao Teatro
Santander, como sempre, esperando encontrar uma superprodução, como, de
ordem, ocorre lá - Jamais "perdi a viagem" e me decepcionei com nenhum espetáculo encenado no Teatro
Santander. -, mas sem muito interesse na história, que já sabia ser “água
com açúcar”, embora, terminada a sessão, essa primeira impressão acabe
sendo um pouco apagada, dado que, nas entrelinhas, ou nem tanto, encontramos algumas
mensagens edificantes, a principal delas a questão da sororidade, um sentimento de irmandade, solidariedade e empatia
entre mulheres. É um dos pilares do feminismo, que luta pela igualdade de
gênero. As mulheres se unindo e se
valorizando, umas às outras. Fui para me distrair com um espetáculo bonito e
leve, com o propósito de escrever sobre ele, se gostasse da montagem (Vê-se
que gostei; e muito.), e para prestar atenção aos detalhes da
encenação, e qual não foi a minha surpresa, por ter gostado intensamente do que
vi e me surpreendendo pelo fato de o espetáculo ter superado as minhas
expectativas.
Por ordinário, numa produção de STEPHANIE MAYORKIS – e são tantas, campeãs de bilheteria e de aceitação pelo público e pela
crítica especializada -, não houve economia de nada. Tudo, todos os
elementos necessários a uma boa montagem teatral, neste espetáculo, é
superlativo e revestido do maior bom gosto e capricho possíveis, contando a FICHA
TÉCNICA com nomes mais que incensados, devidamente, no universo dos
musicais.
ADAM KOCH assina uma bonita e expressiva cenografia, da mesma
forma como, na minha modéstia, aplaudo os muitos ótimos figurinos, que levam a
chancela de um dos mais festejados artistas de criação brasileiros, FÁBIO NAMATAME. TRAVIS McHAREN é responsável por uma farta, diversificada e multicolorida
iluminação,
a pôr em realce o diálogo entre cenários e indumentárias, estas bem
de acordo com a época e os personagens. O som que emana do palco envolve todos
os espectadores, até os que ocupam as últimas fileiras do imenso auditório,
trabalho impecável de TOCKO MICHELAZZO.
MARIANO DETRY assine uma enxutíssima direção, mas que não me parece ter sido um trabalho muito difícil de ser executado, e muito criativo,
diga-se de passagem, além de preciso nas marcações, em função de um brilhante
elenco, muito coeso e generoso, nivelado bem por cima, no qual se destacam,
pela importância e força de seus respectivos personagens, LAURA CASTRO, ANNA AKISUE, DANIELLE WINITS, GIGI DEBEI, ALINE SERRA, LARA SULEIMANN, ARTHUR BERGES e ANDRÉ TORQUATO. Mas quero deixar bem claro que o rendimento de todos os 27
atores e atrizes merece ser aplaudido. Magnífico
elenco!”
Um dos grandes pontos altos e dos
maiores acertos da montagem é a coreografia; farta e muito interessante todas as cenas de dança, trabalho de DANILO
SANTANA.
FICHA
TÉCNICA:
Libreto
– Tina Fey
Músicas
– Jeff Richmond
Letras
– Nell Benjamin
Versão
Brasileira: Victor
Mühlethaler
Direção
Artística – Mariano
Detry
Direção
Musical – Jorge
de Godoy
Coreografia
– Danilo
Santana
Elenco: Laura Castro (Cady Heron), Anna Akisue (Regina George), Giovanna Moreira (Cady Heron/Regina George standby), Danielle Winits (Sra. Heron/Sra. George/Srta. Norbury), Gigi Debei (Gretchen Wieners), Aline Serra (Karen Smith), Lara Suleiman (Janis Sarkisian), Arthur Berges (Damian Hubbard), André Torquato (Aaron Samuels), Gabriel Brener (Kevin Ganatra), Isaac Belfort (Sr. Duvall/Ensemble), Amanda Döring (Ensemble + Janis Sarkisian Cover + Regina George 2ª Cover), André Ximenes (Ensemble + Aaron Samuels Cover), Beatrice Miranda (Ensemble + Cady Heron 2ª Cover), Bel Nobre (Ensemble + Gretchen Wieners Cover), Bia Vasconcellos (Ensemble + Karen Smith Cover), Esther Arieiv (Swing), Carol Roberto (Ensemble), Gabriel Kadowaki (Ensemble, + Kevin Ganatra Cover), Gui Figueiredo (Swing), Guilherme Lopez (Ensemble), Julia Sanchis (Swing/Dance Captain), Maju Brunelli (Ensemble), Leo Rocha (Swing), Rafa Diverse (Ensemble + Damian Hubbard Cover), Rupa Figueira (Ensemble + Sr. Duvall Cover), Yasmin Lifer (Ensemble + Sra. Heron/Sra.George/Sra.Norbury Cover) e Yudchi (Ensemble
(OBSERVAÇÃO: O ELENCO DESTE
ESPETÁCULO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES SEM PRÉVIO AVISO.)
Cenografia
– Adam Koch
Cenógrafo
Associado – Tyler
Herald
Figurinos
– Fábio
Namatame
Desenho
de Luz – Travis
McHale
Desenho
de Vídeo – Bryce
Cutler
Desenho
de Som – Tocko
Michelazzo
Desenho
de Perucas – Feliciano
San Roman
Desenho
de Maquiagem – Carlos
Pompeio
Fotos: Pedro Dimitrow (estúdio) e Caio Gallucci (cena)
Produção
Geral – Stephanie
Mayorkis
SERVIÇO:
Temporada: De 13 de março até 29 de junho de 2025.
Local:
Teatro Santander.
Endereço:
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, nº 2041, Itaim Bibi, São Paulo –
Complexo JK Iguatemi.
Dias e
Horários: quintas-feiras, às 20h; sextas-feiras, às 20h; sábados, às 16h e 20h;
e domingos, às 15h e 19h.
Valor dos Ingressos: De R$
21,18 (meia-entrada) a R$ 400 (inteira), dependendo do dia e da localização:
BALCÃO B, FRISA BALCÃO, BALCÃO A, FRISA PLATEIA SUPERIOR, PLATEIA SUPERIOR e
VIP. Verificar todas as formas de descontos.
Venda de Ingressos: Internet (com
taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/
Bilheteria
Física (sem taxa de conveniência): Teatro Santander.
Horário de funcionamento da bilheteria física: Todos os dias, das 12h às 18h.
Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da
apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de
autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por
dia. Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, nº 2041.
Duração: 160 minutos, com intervalo de 15 minutos.
Classificação Etária: Livre,
sendo que menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis
legais.
ASSESSORIA DE IMPRENSA –
MENINAS MALVADAS – O MUSICAL:
VITOR DEYRMANDJIAN – vitor@motisukipr.com.br
GIULIA POLTRONIERI – giulia@motisukipr.com.br
REGIS MOTISUKI – regis@motisukipr.com.br
MARRA COMUNICAÇÃO – Assessoria
de Imprensa Santander Brasil (Cultura e Patrocínios)
PAULO
MARRA: paulo@paulomarra.com.br – 11 99255-3149
VINICIUS OLIVEIRA: vinicius@paulomarra.com.br
– 11 95946-2063
PRISCILA PREVIATO: priscila@paulomarra.com.br – 11 99152-1525
Site: https://marracomunica.com.br
Gênero:
Musical (adolescente).
Num momento em que as mulheres
comemoram algum avanço, ainda não o desejado e o justo, é verdade, na conquista
por vez e voz, este musical cai como uma luva, exaltando, como temas principais
o feminismo e a sororidade. As garotas deixam de brigar por garotos e de se rebaixarem, umas às
outras, para abrir espaço às suas verdadeiras identidades. Também está presente,
na peça, a ideia de que julgar os outros não fará do julgador melhor do que os
julgados. Já ia me esquecendo de dizer que a peça e o filme tiveram como
origem, o livro de autoajuda “Queen Bees and wannabees” (“Abelhas Rainhas e Aspirantes a Abelhas”,
em poprtuguês), de Rosalind Wiseman. Não penso duas
vezes para dizer que RECOMENDO ESTE ESPETÁCULO.
FOTOS:PEDRO DIMITROW (estúdio)
e
CAIO GALLUCCI (cena)
É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO brasileiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário