quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

 

“LES MISÉRABLES

SCHOOL EDITION”

ou

(SIMPLESMENTE, 

“LES MIS”,

PARA PRINCIPIANTES.)

ou

(QUANTA CORAGEM

E OUSADIA NUMA

MONTAGEM ACADÊMICA!

 

 


        “LES MISÉRABLES”, ou, simplesmente, “LES MIS”, “é um musical para se amar ou odiar”. Foi o que ouvi, uma vez, de um(a) famoso(a) “crítico(a)” de TEATRO. A decisão de não citar o(a) autor(a) da afirmação, fazendo-o nos gêneros masculino e feminino, foi para evitar especulações. Aliás, é a opinião dele(a), e ninguém tem nada a ver com isso. Concorda ou não. Lamenta ou não. Apenas isso. E não vou revelar a ninguém sua verdadeira identidade.

   Quando ouvi aquilo, fiquei, durante alguns segundos, questionando-me se deveria ou não “cobrar” uma explicação. Não consegui me segurar. POR QUÊ? E a resposta veio rápida, direta seca: “Porque é muito chato: a história é chata, as músicas são chatas e é muito difícil de se entender. O povo não gosta. Tem que gostar muito de musicais, para amar aquilo, como vejo tanta gente dizer.”. Não precisei de mais uma palavra, para entender que ele(a) fazia parte daquele “povo” e que eu era dos que “gostavam muito de musicais e amavam aquilo”. Aliás, não gosto, não; ADORO!!! E “LES MIS” é uma OBRA-PRIMA!!!

   Não pretendo escrever, propriamente, uma crítica sobre a agradabilíssima experiência que vivenciei, no último dia 21 de dezembro (2021), no palco do Teatro Prudential, por vários motivos, e um deles, talvez o principal de todos, é a correria de final de ano e o acúmulo de tarefas a serem concluídas, mas não poderia deixar de traçar algumas linhas, para registrar a minha satisfação, diante do que vi. Uma coisa é certa: não é por se tratar de um espetáculo feito por “amadores”, já que é uma montagem acadêmica do CEFTEM (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical), mais uma neste ano. Aliás, em TEATRO, o adjetivo “amador”, que tem mais de um sentido, não significa, para mim, “aquele que não é profissional ou que não executa um trabalho profissionalmente, remunerado”; no meu entender, em TEATRO, “amador” é “o que ama”, “o que ama o que faz”, “o que põe a alma e o coração num trabalho teatral”, seja atuando ou em qualquer outra função. E é assim que vejo aquele monte de gente, muitos jovens, todos, praticamente, os quais se apresentaram no elenco de ontem, incluindo pré-adolescentes e adolescentes. Soube, lá, que há três elencos diferentes. Elenco numerosíssimo e talentosíssimo.

Discutir com aquela pessoa, que se intitula, e é assim conhecido(a) como, “crítico(a)” de TEATRO, seria uma perda de tempo, “atirar pérolas aos porcos”. Dei um jeito de me despedir e fui para casa, lamentando que possa existir gente assim. Não estou pondo em julgamento o gosto da pessoa, que, como qualquer um, tem todo o direito de gostar, ou não, de uma obra de arte, por se tratar de algo bastante subjetivo; o que ponho em relevo é a maneira como se referiu ao musical e ao fato de lhe faltar, de acordo com o meu ponto de vista – pode ser que eu esteja errado e muitos dos que me leem concordem com ele(a) -, inteligência e sensibilidade, para entender e "sentir" “LES MIS”.

A única coisa daquele “parecer técnico” com a qual eu concordo é que o musical não é “água-com-açúcar”, no sentido de não ser muito fácil, para se assimilar a história; mas, também, não é nenhum problema de física quântica, que pode ser “moleza”, para alguns” e “absolutamente nada”, para mim, por exemplo. Não entendo, nem quero entender, de física quântica. Sim, é necessário, inteligência, sensibilidade e, talvez, principalmente, muita atenção, para entender a narrativa, o que, absolutamente, vejo como um defeito; muito pelo contrário. Mas o resto do “parecer”...

A trama, o enredo, é interessantíssima; as músicas são belíssimas; a partitura, mesmo para quem não é entendido no “métier”, como eu, parece-me dificílima, para ser tocada e, mais ainda, creio, para ser cantada. E “povo” não é sinônimo de quem só gosta do “popularzão”.

O musical, é francês e foi composto por CLAUDE-MICHEL SCHÖNBERG, em 1980, com libreto de ALAIN BOUBLIL e letras de HERBERT KRETZMER. É um dos musicais mais famosos e mais encenados pelo mundo, baseado no romance épico francês "Les Misérables", de Victor Hugo. O espetáculo já foi representado, com estrondoso sucesso, no Brasil, e se divide em dois atos. Tive a oportunidade de assistir a ele na Broadway, em Londres e, naturalmente, em São Paulo. E tenho o DVD (Sou “das antigas”, com muita honra!!!) do filme.

A montagem acadêmica utiliza a versão, excelente, de CLAUDIO BOTELHO, utilizada nas montagens profissionais no Brasil, em 2001 e 2017. A direção, idem, é de MENELICK DE CARVALHO, o qual contou com a brilhante direção musical de CLAUDIA ELIZEU, além de preparação vocal de LÉO WAGNER, que, no Brasil, viveu, em diversas apresentações, o protagonista do espetáculo, o ex-presidiário JEAN VALJEAN, além de ter sido convidado a fazê-lo, também, na versão mexicana do musical.

O espetáculo não conta com texto falado, “recitado”, e é embalada, o tempo todo, por canções inesquecíveis, como as célebres “On My Own” e “I Dreamed a Dream”, além dos recorrentes temas musicais marcantes, que se entrelaçam, criando uma sonoridade absolutamente inconfundível. “LES MISÉRABLES”, decididamente, tornou-se, nas últimas décadas, um dos maiores clássicos do gênero do TEATRO MUSICAL.


 

 

SINOPSE CURTÍSSIMA:

 

Na França do século XIX, o ex-prisioneiro JEAN VALJEAN, perseguido, ao longo de décadas, pelo impiedoso policial JAVERT, por ter violado sua liberdade condicional, busca redenção pelo seu passado e decide acolher, COSETTE, a filha da prostituta FANTINE.

 

(Isso representa o mínimo do mínimo em que se pode resumir a trama, uma vez que, entrelaçadas a essa, principal, orbitam, como satélites, muitos outros dramas, pessoais e coletivos, voltados, sempre para os ideais de justiça e liberdade.)

 

 

Valho-me do “release”, enviado por RIBAMAR FILHO (MercadoCom Assessoria de Imprensa), para transcrever palavras do competentíssimo diretor desta montagem, MENELICK DE CARVALHO: “Acredito que trazer esta versão “School Edition” desse clássico é ótimo, pois é uma história que traz aspectos literários, sociais e históricos. Fazer essa peça é trazer um pouco disso. E fazer isso, com um elenco jovem, é extremamente estimulante. Eu fico muito feliz, em ver pessoas tão jovens, podendo contar, de uma forma tão bonita, esta história tão complexa (...).”

Quando me referi, num dos subtítulos, à coragem” e ousadia”, utilizo os dois substantivos como sinônimos, porque a “ousadia” existe pela “coragem” de se decidir montar um texto tão complexo, uma montagem tão difícil de ser erguida, o que só poderia mesmo acontecer, contando com preparadores de comprovado saber e competência e pessoas de um talento que me surpreendeu extremamente, e tão comprometidas com o projeto.

Como todos os diálogos são cantados, o fator “tempo” e a “contagem dos compassos” são fundamentais, para que tudo dê certo. Se alguém errar uma nota, ou não a atingir, isso pode ser relevado, entretanto ninguém pode abrir mão da atenção e da concentração, para não perder o seu tempo, a sua hora de entrar e de ceder a vez ao colega, sob risco de estragar o trabalho. E ISSO NÃO ACONTECE!!! É INCRÍVEL!!!

E o que faz uma pessoa, que já teve a sorte e a felicidade de poder ter assistido a este espetáculo na "Meca dos Musicais", em West End e em São Paulo, feito por magníficos artistas profissionais, a se deslocar de casa até um Teatro, cerca de 30 quilômetros de distância, um do outro, para testemunhar uma montagem acadêmica? A resposta é muito simples e pode caber numa só palavra, uma sigla, na verdade, que já diz tudo: CEFTEM.

O elenco é magnífico, com vários destaques; alguns que eu já considero mais que profissionais e outros que demonstram ter talento para o TEATRO MUSICAL e que estão no caminho certo, do aprender, para, depois, aperfeiçoar.

Segue a relação do elenco, com os respectivos personagens, que se apresentou na sessão a que assisti:

 

VALJEAN - Gabriel Boliclifer

JAVERT - Leonardo Araújo

FANTINE - Sophia Fried

THENARDIER - Matheus Ananias

MARIUS - Eric Daumas

EPONINE - Letícia Ballard

COSETTE - Danielly Rufino

SRA. THENARDIER - Elisa Toledo

ENJOLRAS - Enzo Campeão

GAVROCHE - Lia Campos

PEQ. COSETTE - Alice Pinheiro

GRANTAIRE - Thaíssa Aceti

FEUILLY - Mariana Magalhães

COMBEFERRE - Sophia Fried

COURFEYRAC - Luísa Rossi

JOLY / SENTINELA 1 - Nico

LESGLES - Juliana Queiroz

PROUVAIRE / SENTINELA 2 - Maria Luísa

BISPO - Matheus Ananias

BAMATABOIS - Matheus Ananias

CAPATAZ - Enzo Campeão

VELHA SENHORA - Ísis Câmara

PROSTITUTA DOENTE - Danielly Rufino

CAFETÃO - Enzo Campeão

GAROTA 5 - Teresa Neves

MARINHEIRO - Eric Daumas

FAUCHELEVANT - Julia Vilhena

FAZENDEIRO - Mariana Magalhães

TRABALHADOR - Nico

OFICIAL DO EXÉRCITO (ATO II) - Matheus Ananias

BRUJON - Mariana Magalhães

BABET - Ísis Câmara

MONTPARNASSE - Julia Vilhena

CLAQUESOUS - Maria Luísa

CONDENADO 1 - Eric Daumas

CONDENADO 2 - Enzo Campeão

CONDENADO 3 - Laura Rabello

CONDENADO 4 - Juliana Queiroz

CONDENADO 5 - Danielly Rufino

PROSTITUTA 1 - Juliana Queiroz

PROSTITUTA 2 - Elisa Toledo

GAROTA 1 - Laura Rabello

GAROTA 2 - Letícia Ballard

GAROTA 3 - Fernanda Gonçalves

GAROTA 4 - Julia Vilhena

MULHER 1 (SUICÍDIO) - Sophia Fried

MULHER 2 (SUICÍDIO) - Thaíssa Aceti

MULHER 3 (SUICÍDIO) - Juliana Queiroz

MULHER 4 (SUICÍDIO) - Leticia Ballard

MULHER 5 (SUICÍDIO) - Laura Rabello

MULHER 6 (SUICÍDIO) - Luísa Rossi

MULHER 7 (SUICÍDIO) - Ísis Câmara

MULHER 8 (SUICÍDIO) - Elisa Toledo

OFICIAL 1 - Fernanda Gonçalves

OFICIAL 2 - Letícia Ballard

OPERÁRIO 1 - Eric Daumas

OPERÁRIO 2 - Juliana Queiroz

OBSERVADOR 1 - Ísis Câmara

OBSERVADOR 2 - Elisa Toledo

OBSERVADOR 3 - Enzo Campeão

OBSERVADOR 4 - Mariana Magalhães

MENINO DE RUA - Maria Luísa

MULHER (FÁBRICA) - Cecilia Diniz

MORDOMO - Nico

TRANSEUNTE 1 - Nico

TRANSEUNTE 2 - Teresa Neves

TRANSEUNTE 3 - Cecilia Diniz

PEQ. EPONINE - Maria Luísa

IRMÃ DO BISPO - Julia Vilhena

SERVA DO BISPO - Elisa Toledo

FREIRA 1 - Danielly Rufino

FREIRA 2 - Cecilia Diniz


Como já disse, aplaudo a todos, contudo não posso omitir o fato de que, se eu fosse produtor e estivesse prestes a montar um musical, neste momento, dois nomes já estariam certos no meu “cast”: GABRIEL BOLICLIFER e LEONARDO ARAÚJO. Seus VALJEAN e JAVERT, respectivamente, são interpretações irretocáveis. Que vozes e que presença de palco têm esses dois jovens rapazes. Deveriam rezar e agradecer a Deus, todos os dias, pelo “dom” que lhes foi concedido. Que os DEUSES DO TEATRO abrarm todas as portas para a dupla!!!

Os cenários e os figurinos, dentro da parca verba de que dispunham para a montagem, estão corretíssimos, funcionam muito bem, assim como a iluminação. Há efeitos plásticos em cena que não se veem, a toda hora, no chamado "TEATRO profissional".

Como se trata de uma “School Edition”, dentro das negociações de licenciamento, entra no "pacote" o “playback”, que já vem gravado, dos Estados Unidos, por uma orquestra de fazer arrepiar, com arranjos belíssimos para as canções, idem. A peça é longa, porém foi cortada uma pequena parte dela, (Uns 15 ou 20 minutos, talvez.), o que não compromete o todo.

Também, segundo me foi informado, é vedada e divulgação de fotos da montagem, o que, na minha modesta opinião, considero uma grande tolice dos cedentes. É uma pena, pois não teremos, aqui, registros fotográficos desta montagem.

 

 

 

FICHA TÉCNICA:

 

Texto, músicas e letra original: Bolbill e Schonberg

Baseado no romance “Les Misérables”, de Victor Hugo

Versão Brasileira: Claudio Botelho

Direção geral: Menelick de Carvalho

Assistente de Direção: Vitor Louzada

Direção Musical: Claudia Elizeu

Assistência de Direção Musical: Sulamita Lage

Preparação Vocal: Léo Wagner

Preparação de Atores e Coordenação Pedagógica: Reiner Tenente

 

Elenco: Letícia Ballard, Nico Leão, Julia Vilhena, Thaíssa Aceti, Sophia Fried, Sidarta Senna, Laura Rabello, Cecilia Diniz, Fernanda Bicudo, Matheus Ananias, Lia Campos, Ísis Câmara, Eric Daumas, Luísa Rossi, Juliana Queiroz, Enzo Campeão, Tereza Neves, Leonardo Araújo, Dani Ruf, Gabriel Boliclifer, Alice Pinheiro, Mariana Magalhães, Maria Luisa Amado, Elisa Toledo.

 

Direção de Produção: Joana Mendes

Produção Executiva: Duda Salles

Cenário e Figurino: Nícolas Gonçalves, Jovanna Souza,Rebecca Cardoso, Gabriel Boliclifer e Luisa Rossi

Assessoria de Imprensa: Ribamar Filho / MercadoCom

 


    O CEFTEM é um celeiro de grandes atores e atrizes de musicais e, por esse motivo é uma recomendação que sempre faço a quem pensa, um dia, abraçar esse nicho do mercado, e sua produção acadêmica é sempre da melhor qualidade, levando-se em consideração esse importante detalhe.

 

E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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