terça-feira, 21 de julho de 2015


 

KILLER JOE

 

 

(E HAJA ADRENALINA!!!

 

 


 

 

 

            “KILLER JOE”, peça em cartaz no Teatro Poeira, até 26 de agosto (2015), no horário alternativo de 3ªs e 4ªs feiras, às 21h, é daqueles espetáculos sobre os quais temos de pensar muito, antes de recomendar a alguém.  Ou melhor, pode, e deve, ser recomendado, porém com a advertência de que se trata de uma peça “maravilhosamente” perversa, violenta, horrível”.  De arrepiar!!!  Ficou sem entender o aparente paradoxo?

 

            Trata-se de um texto muito denso, de um realismo intenso e recheado de crueldade, de sadismo, que, por vezes, pode até causar, no espectador, um arrependimento por ter ido ao teatro.  Mas, como é TEATRO, ou seja, tudo “mentirinha”, não vi ninguém saindo no meio da peça, e os comentários, na saída, eram unânimes: “terrível, mas fantástica”, e coisas semelhantes.  Indo, já sabendo o que vai encontrar no palco, o espectador, já preparado para grandes emoções, há de se comportar corretamente e aplaudir muito a atuação dos atores, os quais, uma vez descido o pano, não têm condições, nem físicas, nem emocionais, de voltar, para agradecer ao público, pela receptividade.

 

Aliás, fiquei bastante frustrado, quando assisti à peça (Vou voltar.), porque não tenho o hábito de aplaudir no escuro.  Fico aguardando o retorno dos atores ao palco, para direcionar a eles os meus aplausos.  Como não voltaram, e eu entendo muito bem o motivo, não aplaudi, concretamente, mas estou aplaudindo-os até hoje, e não me canso de recomendar o espetáculo a quem se dispõe a ver uma grande encenação, mais uma excelente direção de MÁRIO BORTOLOTTO.

 


 


Tramando.

 

 

A sinopse da peça pode ser esta:

 

 

 
SINOPSE:
 
A peça se passa no Texas, no final da década70, quando quatro membros de uma “família” planejam um assassinato. 
Os quatro são CHRIS SMITH (GABRIEL PINHEIRO), de 22 anos, o mentor do plano; ANSEL SMITH (FERNÃO LACERDA), seu pai; a irmã DOTTIE SMITH (ANA HARTMANN); e SHARLA (ALINE ABOVISKI), atual mulher de ANSEL, uma “periguete”, bem mais jovem que ele, e, consequentemente, madrasta dos irmãos. 
A vítima seria ADELE, que não aparece em cena, ex-esposa de ANSEL, e o motivo, o mais torpe possível, conseguir o dinheiro de um suposto seguro de vida, que teria DOTTIE como beneficiária, o que foi confidenciado a CHRIS por REX, namorado de ADELE. 
Para piorar, ainda mais, a torpeza do plano, parte do dinheiro seria para que CHRIS saldasse dívidas com traficantes de drogas, aos quais estava devendo, vivendo, então, a condição de jurado de morte, caso não “honrasse a sua dívida”.
O plano é aceito pela família e nele estava prevista a contratação de um matador de aluguel, na pele de JOE COPPER (CARCARAH), detetive, integrante do Departamento de Polícia de Dallas e que, nas horas vagas, particularmente, “fazia bicos”, exterminando pessoas, por uma boa “recompensa”.  Atendia pela alcunha de KILLER JOE; JOE MATADOR (ASSASSINO), em bom português.
Juntando-se, num só caldeirão, doses muito generosas de violência; de humor negro; de total falta de escrúpulos; de banalização da vida humana; de desrespeito mútuo, entre seres humanos; de desagregação familiar; de corrupção; de traição; de selvageria sexual, de valorização do capital; e eis que surge o enredo da peça “KILLER JOE”.
Toda a ação se passa dentro do “trailer” da “família, começando pela “visita” do filho, expulso de casa pela mãe, com quem morava, após uma briga com esta, a qual, ao descobrir a droga que CHRIS armazenava em casa, vendeu-a, com o objetivo de reformar um velho veículo de sua propriedade, passando pela primeira visita do matador, para acertar os detalhes do “serviço”, seguindo-se uma série de acontecimentos, que não haviam sido inicialmente previstos, até atingir um clímax chocante e extremamente surpreendente, bem na linha dos grandes filmes ou peças de suspense.
 

 

 

 


A trama continua.

 


            O texto foi escrito, no início dos anos 90, pelo americano, TRACY LETTS, também ator e roteirista, e encenado, pela primeira vez, em Chicago, em 1993.  Em pouco mais de duas décadas, a peça já foi vista em mais de quinze países, incluindo cidades como Nova York e Londres, traduzido em doze idiomas e já teve a sua versão cinematográfica.
 

Este é seu segundo texto encenado no Brasil.  O primeiro foi “Bichado”, levado ao palco em 2012, em São Paulo, não tendo chegado ao Rio de Janeiro, salvo algum engano de minha parte.  Nele, um soldado norte-americano, desertor da Guerra do Golfo, obcecado por insetos, desenvolve uma estranha paranoia, acreditando que o governo de seu país usara-o em experimentos secretos.  Outro texto muito interessante do autor.


Quando escreveu “KILLER JOE”, TRACY LETTS era um ilustre desconhecido.  Hoje, é um nome respeitado, na dramaturgia norte-americana e em outros países, principalmente depois de ter conquistado o Pulitzer, em 2008, com “Álbum de Família”.  Este título, de LETTS, nos reporta a uma peça homônima, de Nélson Rodrigues, entre os quais podemos identificar muitos pontos em comum.


O espetáculo KILLER JOE, que estreou em junho de 2014 no minúsculo espaço do Teatro e Bar Cemitério dos Automóveis (32 lugares), em São Paulo, estava previsto para uma temporada de apenas dois meses, sem muita expectativa de boa aceitação, por parte do público e da crítica.  Ocorre que os dois meses se transformaram numa longa temporada, de um ano, com dezenas de pessoas voltando, frustradas, para suas casas, a cada sessão, por não terem conseguido um ingresso para a peça.  Aqui, no Rio, é o primeiro trabalho da Companhia Cemitério de Automóveis.

 





Ana Hartmann e Carcarah.

 



            O original de “KILLER JOE” sofreu uma boa tradução, para o português, de MAURÍCIO ARRUDA MENDONÇA, que não nos poupa do contato com um vocabulário forte e chulo, puro realismo, bem dentro das características de cada personagem.  Adequa-se, perfeitamente, ao chamado estilo “pulp”, encontrado em revistas, novelas, romances e filmes (faltava o TEATRO), considerado subliteratura, que se caracteriza por aventuras com violência, chocantes e sensacionalistas.  Tanto que um famoso filme de Quentin Tarantino, lançado em 1994 e que tanto sucesso fez, “Pulp Fiction”, recebeu, entre nós, o subtítulo de “Tempo de Violência”.

 

            O espetáculo é bem do feitio do trabalho explorado pela Companhia Cemitério de Automóveis, voltado para o mundano, o universo do mundo cão, o submundo dos bandidos, dos vícios, das drogas, das bebidas, da prostituição (O quê?!  Lembrou-se de Plínio Marcos?  Por que será?!...)...  Tudo é tão promíscuo, em cena...  A verdadeira estética do horror.  Se a intenção é provocar medo e comiseração, chocar, horrorizar o público, sem dúvida, o objetivo é alcançado.  Ouvem-se, a todo momento, na plateia, risos nervosos, além de muxoxos curtos e abafados.  Parece até faltar oxigênio, em determinados momentos, tal é a “contaminação” do ar que dividimos, atores e público, no acanhado espaço do Teatro Poeira.
 

            Se podemos qualificar TRACY LETTS de arrojado, corajoso, atrevido, por escrever sobre gente inescrupulosa, repugnante, que provoca repulsa, muito distante dos personagens de comerciais de margarina, que representam a típica família classe média americana e seu “american way of life”, não poderíamos negar os mesmos adjetivos a MÁRIO BORTOLOTTO, que assina mais uma de suas brilhantes direções, e que não se preocupa em agradar a quem procura, no TEATRO, apenas uma diversão leve, digestiva.  Ao contrário, torna-se muito difícil digerir o seu TEATRO, sem correr, inclusive, o perigo de uma indigestão.  É um prato, intencionalmente, muito pesado, principalmente para ser “degustado” à noite.  MÁRIO é um dos nossos melhores diretores, infelizmente, conhecido, no Rio de Janeiro, apenas por quem é mais chegado ao TEATRO.  Espero não ter mais de ir a São Paulo para ver seus trabalhos.  Que venham todos para cá!  Também é um bom ator e ótimo autor, já tendo sido indicado a vários prêmios de TEATRO, tendo conquistado alguns.

 





Aline Abovski e Ana Hartmann.



 

            A peça é um balde de água quase congelando, vinda dos polos, sobre as cabeças de quem tem a ideia de perfeição e prosperidade da típica família americana, a das telinhas e telonas.  Trata-se, a de KILLER JOE, de uma “família” mais que disfuncional: grotesca.

            Por ter reunido um elenco corajoso e muito competente, que topou as propostas do diretor, MÁRIO BORTOLOTTO conseguiu montar um espetáculo com um teor de verdade cênica, de um realismo superlativo, cujo saldo, ao final de cada sessão, é um chafariz de adrenalina, jorrando dos sete buracos da cabeça de cada ator, no palco; de cada espectador, na plateia; e (Por que não dizer?) de cada técnico, nos bastidores.

            Creio que os personagens da peça não se dão conta do quanto não prestam, e quão vis e doentes são.  Há uma patologia mental tão exacerbada neles, que até poderiam ser considerados amorais e isentos de qualquer “culpa”, não fosse tão grande o requinte de perversidade contido em cada fala e em cada gesto, não escapando ninguém, nem mesmo a “aparentemente ingênua” DOTTIE, explicitamente perturbada psiquicamente, um misto de retardada mental e sonsa, de inimputável e cúmplice consciente de um bárbaro crime.

            Sobre o elenco da peça, posso assegurar que cada um dos atores demonstra uma total entrega ao personagem, quase que sem destaques.

 




O elenco.

 



            Como protagonista, JOE COPPER, ou KILLER JOE, é representado por CARCARAH (Carlos Henrique Figueroa, parece-me ser seu nome civil).  O personagem é um detetive profissional, funcionário público (Portanto, um representante da “lei”.  Veio-lhe à cabeça alguma relação com a atual situação política brasileira?), porém um grande profissional do crime, com um considerável currículo e grande especialista em extermínios encomendados.  Em função da falha no plano sinistro, aceita receber, como “pagamento”, os favores sexuais de DOTTIE, passando a ser o seu “dono”.  O ator se sai bem na composição do personagem.  Na sua primeira entrada, achei que estaria diante de algo bem estereotipado, que pudesse chegar ao patamar do ridículo, principalmente em função de sua postura, meio na linha dos cow-boys” do faroeste americano.  Enganei-me.  O personagem assusta, por seus instintos nada convencionais.  Bom trabalho do ator!

 

 

 


De pé, Carcarah (Joe), num dos seus muitos momentos de fúria.

 

 

            Apesar de todo o elenco estar bastante nivelado, por cima, destaco, com apenas um pouco de vantagem sobre os demais, GABRIEL PINHEIRO (CHRIS) e ANA HARTMANN (DOTTIE).

 

            CHRIS é o responsável pela existência da macabra trama.  Representante legítimo do submundo, em todas as suas classificações e particularidades, é um pária, que vive com a mãe, desempregado, sem estudos, viciado em drogas, “avião” do tráfico e, ainda apor cima, ameaçado de morte por representantes deste, por “descumprimento de compromisso”.  O personagem exige muito do ator incumbido de representá-lo e requer, para isso, bastante talento e uma enorme dose de disposição, física e psicológica.  É muita pressão para um ator só!!!  Encontrou, em GABRIEL, um perfeito “cavalo”, para que “o santo baixasse”.  Fiquei bastante impressionado com o grau de naturalidade  e realismo com que o ator executa seu trabalho.  Um forte candidato a prêmios!

 

 

 


Gabriel Pinheiro.

 

 

            ANA convence a plateia logo em sua primeira aparição, num episódio de sonambulismo, adentrando o espaço onde o pai está tomando conhecimento da proposta do filho.  E ela ouve tudo.  Percebe-se, logo de cara, uma fragilidade e inocência da personagem, a serem questionadas, com o desfecho da peça.  Ao longo do espetáculo, o público vai percebendo os traços de debilidade mental de DOTTIE.  Apesar de (Ou “por causa de”.) tudo isso, entra no jogo proposto pelo irmão, mas acaba caindo na teia, minuciosa e ardilosamente, armada por JOE.  Sua reação, no desfecho da trama, é surpreendente, de deixar o público de queixo caído.  A atriz gaúcha já foi premiada por sua atuação na peça, o que tem grandes chances de se repetir.

 

 

 


Ana Hartmann (Dottie), em primeiro plano, “cortejada” por Joe (Carcarah).

 

 

            ANSEL (FERNÃO LACERDA) é o pai, o chefe daquela “família”, um homem rude, trabalhador rural, bebedor compulsivo de cervejas e apreciador de maconha.  Apesar da aparência de esperto” e durão, é covarde e, interesseiro que é, sem nenhum escrúpulo, por se tratar da ex-mulher, cai, facilmente, na lábia do filho, que ele conhece muito bem, como sendo um vagabundo, um desclassificado.  É incapaz de perceber que dorme com o inimigo, SHARLA.  Gostei da atuação do ator, cujo trabalho eu não conhecia.

 

 

 


Fernão Lacerda.

 

 

            Fechando o elenco, “last, but not least”, falemos do ótimo trabalho de ALINE ABOVSKY, que interpreta a periguete e oportunista SHARLA.  Visivelmente, é quem mais sofre, fisicamente, durante a encenação.  A atriz compõe, com bastante competência, a personagem e demonstra muita garra, nas violentas cenas com CARCARAH, no final da peça, após este ter “decifrado o enigma”.  A plateia sofre com, e por, ela e tem vontade de interferir na cena (Eu tive.), mesmo conhecendo o “enigma”, do qual ela é a peça chave.  Muito bom o trabalho da atriz, que eu também não conhecia anteriormente e que espero ver em outros espetáculos.

 

 

 


Aline Abovski.

 

 

            Fica um pouco difícil acreditar que o ótimo cenário, de MARIKO e SEIJI OGAWA, represente o interior de um “trailer”, que todos sabemos ser um espaço exíguo, claustrofóbico até.  Nem mesmo um super e moderníssimo “home car”, bem equipado, dispõe de tanto espaço.  A decisão da dupla de cenógrafos deve ter sido tomada por motivos práticos, apenas para favorecer bastante a circulação dos atores no espaço cênico e, por não corresponder, fielmente, à realidade, a cenografia pode ser considerada uma “licença poética”.  Não há o menor problema.  Gostei muito dos detalhes contidos no cenário, mas confesso que gostaria de ver a ação se passar dentro de um contêiner, por exemplo, como no espetáculo “Blackbird”.

 

 

 


A conquista.

 

 

            O figurino, de LETÍCIA MADEIRA, é satisfatório e não compromete, em nada, a encenação.

 

            A ótima sonoplastia, do diretor, e as chamadas inserções sonoras, de GABRIELA SPACIARI e de uma pessoa que se assina, artisticamente, como NINGUÉM, assim como os efeitos especiais, de KAPEL FURMAN, RODRIGO TELLES e VICTOR AKKAS, também são fundamentais, para que a história seja bem contada.

 

            O reforço, na divulgação do espetáculo, está bem entregue, nas mãos de JOÃO e STELLA, da JS PONTES COMUNICAÇÃO, na parte de assessoria de imprensa.

             

            A PROMISCUIDADE está presente em tudo, nesta peça: no tipo de moradia; no comportamento dos personagens, principalmente no que diz respeito ao vocabulário chulo e no altíssimo volume de voz; no comer, grotescamente, frango frito, empanado, de uma conhecida cadeia de “fast-food”, com as mãos, a gordura a correr pelo canto das bocas; na ingestão excessiva de cerveja (Chegam a não beber todo o conteúdo de uma lata e já abrem outra, ou garrafa.); na desarrumação da “casa”, um verdadeiro caos; e no lixo acumulado por todo o espaço cênico...

 

O que esse tipo de TEATRO pode agregar, em termos de valores positivos?  Por incrível que possa parecer, muito.  Talvez nem tanto, como fator de informação e formação, com o objetivo de criticar um “status quo”.  Por outro lado, como representação artística, vale a pena a ida ao Teatro Poeira, para conferir a minha empolgação com o espetáculo.

 

Recomendo muito!!! 

 

 

 


A casa está caindo?

 

 

 


Está caindo?

 

 

 


Caiu?

 

 

 

 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Tracy Letts

Tradução: Maurício Arruda Mendonça

Direção: Mário Bortolotto

Assistentes de Direção: Gabriella Spaciari e Valentine Durant
 
Iluminação: Fernando Azevedo

Elenco (por ordem alfabética): Aline Abovski (Sharla), Ana Hartmann (Dottie),  Carcarah (Joe Copper ou Killer Joe), Fernão Lacerda (Ansel) e Gabriel Pinheiro  (Chris) 

Cenário: Mariko e Seiji Ogawa

Figurino: Letícia Madeira

Sonoplastia: Mário Bortolotto

Inserções Sonoras: Gabriella Spaciari e Ninguém

Operação Técnica: Gabriel Oliveira (Little Beat)

Efeitos Especiais: Kapel Furman, Rodrigo Telles e Victor Akkas
 
Coreografia das Lutas: Aline Abovkki e Mário Bortolotto

Programação Visual: André Kitagawa
 
Fotos: Hudson Motta e Leekyung Kim 

Produção: Aline Abovsky (SP), Ana Hartmann (SP) e Ana Nero (RJ)

Produção Executiva: Carcarah

Assessoria de Imprensa: JS Pontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
 
 

 

 

 


Entre uma coxa e um peito de frango empanado, a verdade vai surgindo.

 

 

 


Fim trágico.

 

 

 
SERVIÇO:
 
Temporada: Até 26 de agosto.

Local: Teatro Poeira – Rua São João Batista, 104 – Botafogo, RJ
 
Telefone: (21) 2537-8053.

Horários: Às 3ªs e 4ªs feiras, às 21h.
 
Ingressos: R$50,00 e R$25,00 (meia entrada).

Horário de funcionamento da bilheteria: De 3ª feira a sábado, das 16h às 21h; domingo, das 16h às 20h.

Formas de Pagamento: dinheiro e todos os cartões de débito e crédito (NÃO ACEITA CHEQUE.).
 
Vendas: ingresso.com
 
Duração: 90min.
 
Capacidade: 90 espectadores (ACESSO A CADEIRANTES).

Gênero: Drama.

Classificação: 16 anos.

 

 

 

 

 


Sim, a casa caiu!!!

 

 

(FOTOS: HUDSON MOTTA

e LEEKIUNG KIM.)

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