segunda-feira, 6 de julho de 2015


1ª “MARATONA” TEATRAL
EM SÃO PAULO / 2015
 
  
 
(CHAPLIN, O MUSICAL;
 
GALILEU GALILEI;
 
MAS POR QUÊ?  A HISTÓRIA DE ELVIS;
 
NINE;
MUDANÇA DE HÁBITO.)
 
 
 
            Santa semana a Semana Santa em São Paulo, com o objetivo de assistir a espetáculos de TEATRO, principalmente musicais, que têm nenhuma, ou pouca, chance de vir para o Rio de Janeiro.  Cinco espetáculos em quatro dias.
            Com um mês de atraso, vou me ater a apenas alguns comentários sobre cada um deles, aguardando a oportunidade de fazer uma crítica, completa e profunda, aos que desembarcarem no Rio.
            Por questões técnicas, dividirei os comentários em cinco partes, separadamente.
 
 
PARTE II
 
 
GALILEU GALILEI
(5/6/1015 – TEATRO TUCA)
 
           
 
 
 
            Começo por dizer que não pretendo fazer nenhuma comparação com a inesquecível e histórica montagem deste texto, uma das obras-primas de BERTOLD BRECHET, feita pelo Grupo Oficina, em 1968, com direção de José Celso Martinez Corrêa, que tanta polêmica causou e que deixou tanta saudade.  São, na verdade, dois espetáculos completamente diferentes e, igualmente, maravilhosos. 
Também reafirmo que este texto não é uma crítica ao espetáculo, a qual será escrita, em detalhes, quando estrear entre nós, o que espero seja logo após a brilhante carreira que vem fazendo na capital paulista.
            Eu tinha vários motivos para, estando em São Paulo, não deixar de assistir a este espetáculo, a começar pelo ótimo texto.  Outro era a curiosidade de ver como seria essa nova leitura da peça, arrojada, certamente, feita por uma diretora por quem eu tenho o maior respeito e admiração, CIBELE FORJAZ.  Também seria uma oportunidade de ver e reencontrar um grande ator amigo, RODRIGO PANDOLFO.  E, mais ainda, ver uma mulher, ótima atriz, DENISE FRAGA, vivendo o personagem masculino, além de, mais uma vez, apreciar o trabalho de alguns atores, como ARY FRANÇA, LÚCIA ROMANO, VANDERLEI BERNARDINO e LUÍS MÁRMORA, e conhecer outros, que, certamente, deveriam ser bons profissionais, já que estavam sendo dirigidos por CIBELE. 
E tudo aconteceu como eu previra.  Melhor dizendo, superou as minhas expectativas e me proporcionou um prazer enorme por ter assistido a um espetáculo digno de ser visto e prestigiado pelo número maior possível de espectadores.  A lotação do Tuca, que é um teatro grande, estava esgotada, com muita gente comprando ingressos para outros dias.
            Este GALILEU GALILEI é daqueles espetáculos que nos provocam o desejo de que a cortina não feche.  O tempo passa, sem que nos apercebamos disso, tão forte é a cumplicidade criada entre palco e plateia, atores e espectadores.  Dinamismo e surpresas não faltam a esta arrojada montagem.
 
 
Galileu, sempre tentando comprovar.
 
            O texto sofreu uma impressionante adaptação de CIBELE FORJAZ, CHRISTINE RÖHRING, DENISE FRAGA e MARISTELA CHELALA.  Ficou ótimo!
            A direção de CIBELE é fantástica!  Mais um golaço de placa, depois das goleadas com “O Idiota” e “O Homem Elefante”, as duas últimas direções dela a que tive a oportunidade e o prazer de assistir, até mais de uma vez; a primeira, três vezes, na versão completa, de sete horas de duração; a segunda, infelizmente, apenas duas, por falta de oportunidade.  CIBELE tem uma marca registrada, nas suas assinaturas, que me agrada muito e sobre a qual falarei com mais detalhes, quando o espetáculo estrear no Rio de Janeiro, “promessa” da idealizadora do projeto, DENISE FRAGA.  Se, de fato, vier até nós, DENISE poderá ser “comparada”, por tamanha e ousada façanha, a D. João VI, ao transferir a Corte, de Lisboa para o Rio, considerando-se a quantidade de material de cena, cenários e figurinos, utilizados nesta montagem.  Vai precisar de uma infraestrutura invejável, de grande porte.  Nada, porém, que uma grande vontade e um bom patrocínio não possam resolver.
           
O ESPETÁCULO É MAGNÍFICO!
           
DENISE FRAGA desafiou a si própria, quando decidiu ser GALILEU, e venceu o desafio, com grande vantagem.  Sua atuação é digna de prêmios.  Por enquanto é só!
 
 
Denise Fraga, em seu melhor papel.
 
 
Ratificando: Denise Fraga, em seu melhor papel.
 
 
            RODRIGO PANDOLFO dispensa adjetivos.  Um dos mais completos atores de sua geração, também está impecável em cena.  Também falarei mais depois.
 
 
Rodrigo Pandolfo, confirmando seu talento.
 
 
            ARY FRANÇA é responsável por momentos de grande descontração, com seu humor ingênuo e inteligentemente construído, seja quando está vivendo personagens diversos, o que faz neste espetáculo, seja quando interage com a plateia, antes do início da peça.
            VANDERLEI BERNARDINO e LUÍS MÁRMORA são outros dois excelentes atores, que brilham neste espetáculo.
            Os demais que compõem o elenco estão à altura de contracenar com os nomes anteriormente citados.
            Tudo é muito gigantesco, nesta superprodução, não no aspecto da riqueza material, mas no que se refere às proporções dos cenários, à quantidade de figurinos e de objetos de cena – nada menos que excelente – e à grandeza da criatividade de CIBELE FORJAZ e do elenco do espetáculo, bastante homogêneo, diga-se de passagem.
 
 
Uma das melhores cenas do espetáculo, com destaque para a criatividade nos figurinos.
 
 
            DENISE FRAGA, cumpra a “promessa” que você me fez!  Você não me deu a certeza de poder trazer o espetáculo para o Rio, já que não depende só de você, mas, como boa carioca, demonstrou, com muita sinceridade, o desejo de se empenhar, ao máximo, para mostrar esse magnífico trabalho aos seus conterrâneos, como é costume fazer com todos os projetos nos quais se envolve.  Vamos torcer muito para que possamos assistir a uma longa e vitoriosa temporada de GALILEU GALILEI na ex-Cidade Maravilhosa.  Mas isso é outra história...
 
 
(FOTOS: PRODUÇÃO e DIVULGAÇÃO DA PEÇA.)
 
 

Um comentário: