terça-feira, 14 de junho de 2022

 

“OUTRAS

MARIAS”

ou

(TODAS AS MARIAS

CABEM NA INTERPRETAÇÃO

DE UMA ATRIZ

COM “A” MAIÚSCULO.)


 


    Uma ótima ficha técnica e uma boa sinopse são dois motivos que fazem nascer, em mim, o interesse por assistir a um espetáculo de TEATRO. Foi por conta desses dois motivos, principalmente, que aceitei o convite de CHRISTOVAM DE CHEVALLIER (Assessoria de Imprensa), para assistir a uma peça, um solo, no Teatro II, do SESC Tijuca, local a que vou, sempre, com o maior prazer, porque, além de ser aprazível, conta com um “time” de funcionários, extremamente educados e solícitos, que sabem como tratar o público. Foi no último sábado, dia 11 de junho (2022), e a peça se chama “OUTRAS MARIAS”, com texto de MARCIA ZANELATTO, direção de PATRÍCIA SELONK, estreando na função, espetáculo estrelado por CLARA SANTHANA.



    Considero-me, até certo ponto, “suspeito”, para analisar o trabalho de CLARA, desde quando a vi atuando em “Deixa Clarear”, texto, também, de ZANELATTO, espetáculo no qual a talentosa atriz e cantora interpretava a saudosa Clara Nunes. A peça foi um sucesso absoluto, de público e plateia, conquistou vários prêmios, além de ter tido uma vida longa, felizmente, tendo sido vista, ao longo de nove anos, por mais de 500 mil espectadores. De lá para cá, eu me tornei um dos mais ardorosos fãs do trabalho de CLARA SANTHANA, o que não significa que eu a “endeusaria”, se a sua atuação, em “OUTRAS MARIAS”, não merecesse meus mais calorosos aplausos. Atores e atrizes podem se apresentar de forma magistral, em alguns trabalhos, e nem tanto, em outros. Isso é normal acontecer, o que não tem sido o caso de CLARA. Ela se supera a cada atuação, a cada novo projeto de que faz parte.



   “Maria” deve ser o nome mais popular, para as mulheres, no Brasil. E por que não em outras partes do planeta, com suas variações? Segundo o “release”, enviado pelo querido CRHISTOVAM, Maria é, segundo a mitologia semita, a mulher escolhida por Deus, para gerar e criar seu filho, Jesus. (...) Muitas são as Marias que lutaram (e lutam) por fazer valer seus direitos neste país tão desigual”. Foi a partir daí que CLARA SANTHANA partiu para uma profunda pesquisa, muito bem sucedida, sobre “as nossa importantes marias”. A atriz e cantora, agora, evoca sete mulheres, figuras históricas, emblemáticas, como Maria Bonita e Maria Felipa de Oliveira, pouco conhecida esta, mas que que lutou, como uma grande heroína, na “Conjuração Baiana”, em 1798, além de “marias” que se tornaram divindades, em cultos de origem brasileira e matriz africana, como Maria Molambo, Maria Navalha, Maria Quitéria e a mais conhecida delas, Maria Padilha, amante de um monarca, no antigo reino de Castela. Elas têm suas vidas e lutas contadas e cantadas neste lindo musical“OUTRAS MARIAS”.



  Extraído do “release”: “As histórias de vidas dessas ‘marias’ sustentam a narrativa, que, por sua vez, resulta da costura entre textos falados e cantados. Alguns deles são célebres como “Olha, Maria”, música de Tom Jobim, letrada por Vinicius de Moraes e Chico Buarque, e “Saias e Cor”, parceria de Ana Costa e Zélia Duncan. Essas canções misturam-se a ladainhas e a pontos e louvores às entidades religiosas, como “Arreda homem” e “Pra Ser Rainha”, ambos de domínio público. Um dos temas é a inédita “Brinca, Maria”, composta pelo professor Luiz Antônio Simas, um dos mais respeitados estudiosos do samba e da africanidade no país.”.



     Um detalhe bastante interessante, e importante, é que, por decisão da própria CLARA SANTHANA, idealizadora do projeto, quase toda a equipe inserida nele é formada por mulheres, muito talentosas, como MARCIA ZANELATTO (texto), CLAUDIA ELIZEU (diretora musical), PATRÍCIA SELONK (diretora) e CÁTIA COSTA (diretora de movimento). “Como as mulheres retratadas no espetáculo lutaram por seus direitos e, algumas, foram vítimas de feminicídio, quis ter cabeças femininas, auxiliando na concepção e no resultado deste trabalho”, justifica CLARA. Nada mais legítimo e facilmente aceito como uma grande ideia e homenagem à mulher brasileira.



    Trata-se de um espetáculo “forte”, “robusto” e “impactante”, por diversos motivos. Um deles é o próprio texto, uma “colcha de retalhos”, cada um deles se abrindo e fechando, formando, todos, uma unidade dramatúrgica de excelente qualidade. MARCIA ZANELATTO sabe fazer isso como ninguém.



  Ao adentrar o minúsculo local onde se dá a encenação, o espectador se depara com um cenário bonito, mas simples e com poucos elementos, e não se dá conta da surpresa que o espera. Refiro-me, especialmente, a uma peça cenográfica, um manequim, que se abre em quatro partes, por quatro pequenas portinholas, deixando à mostra uma grande quantidade de detalhes e objetos, no interior oco da referida peça, muitos dos quais são utilizados pela atriz, em cena. Mais um belo trabalho de DÓRIS ROLLEMBERG.



   DANIELA SANCHEZ assina uma iluminação que se adéqua a cada história explorada e cria, com suas variações de cores e intensidades de luz, momentos de rara beleza, dialogando com todos os demais elementos de criação do musical.

  O figurino, criado por WANDERLEY GOMES, é bastante simples e funcional, porém se torna muito valorizado pela forma como a atriz o utiliza, com ênfase para uma saia longa, de dupla face.



   Pelo fato de CLARA SANTHANA ser uma excelente cantora, dona de uma belíssima e afinada voz, CLÁUDIA ELIZEU não deve ter tido tanto trabalho, para tratar da ótima direção musical do espetáculo. Toda a parte musical não apresenta um senão, uma vez que, além dos talentos e competências de CLAUDIA e CLARA, lá estão, ainda, BEÀ AYÒÓLA, uma exímia percussionista, e VERÓNICA FERNANDES, tocando acordeão, as duas acompanhando a protagonista, ao vivo, nas canções, durante todo o espetáculo.



   PATRÍCIA SELONK estreia, com o pé direito, na atividade de direção artística. Uma das nossas grandes atrizes faz uso de sua vasta experiência nos palcos e a divide com CLARA. Passa-nos a impressão de que houve um grande entrosamento entre ela e a atriz, para que suas ideias e soluções pudessem ser aplicadas e produzir os efeitos esperados por ambas. São corretas e variadas as suas boas marcações, explorando todo o espaço cênico, e, para cada uma das “marias”, uma diferente linha de atuação.



    Uma dos nomes mais importantes, para a beleza do espetáculo é o de CÁTIA COSTA, responsável por um excelente trabalho de direção de movimento, explorando, ao máximo, a potencialidade da atriz, na utilização da uma das ferramentas de trabalho do ator/atriz, que é o seu corpo; a outra é a voz.

  Não seria justo, se não fizesse alusão à participação de DIEGO NARDES, responsável pelo visagismo de CLARA.

 

 

 

 

FICHA TÉCNICA:

Atuação, Idealização e Pesquisa: Clara Santhana

Texto: Marcia Zanelatto

Direção: Patrícia Selonk

Direção Musical: Claudia Elizeu

Direção de Movimento: Cátia Costa

Percussão: Beà Ayòóla

Acordeão: Verónica Fernandes

Atriz Convidada (voz em “off”): Ilea Ferraz

Cenografia: Dóris Rollemberg

Iluminação: Daniela Sanchez

Figurino: Wanderley Gomes

Visagismo: Diego Nardes

Arte Gráfica: Raquel Alvarenga

Fotos Arte: João Saidler

Fotos Cena: Ariel Cavotti

Bordadeira: Angela Santtana

Assessoria de Imprensa: Christovam de Chevalier

Produção Executiva: Nicholas Bastos

Direção de Produção: Diga Sim! Produções (Sandro Rabello)

Realização: Naine Produções Artísticas

Realização SESC/ ARRJ

Projeto contemplado no EDITAL SESC RJ DE CULTURA 2022

 


 

 

 

SERVIÇO:

Temporada: de 02 de junho a 03 de julho de 2022.

Local: Sesc Tijuca - Teatro II.

Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539 – Tijuca – Rio de Janeiro.

Telefone: (21)4020-2101.

Dias e Horários: quintas, sextas-feiras e sábados, às 19h; domingos, às 18h.

Valor dos Ingressos: Grátis (PCG), R$7,50 (Credencial Plena), R$15,00 (meia-entrada) e R$ 30,00 (inteira).

Funcionamento da Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 9h às 19h.

Classificação Indicativa: 12 anos.

Duração: 60 minutos.

Lotação: 44 lugares.

Gênero: Musical.


 

 


  As histórias de cada uma das sete personagens apresentam aspectos que nos emocionam por demais, umas mais que outras, valorizados, intensamente, por uma interpretação magistral de CLARA SANTHANA, e o somatório de tudo isso é mais que suficiente para que eu RECOMENDE O ESPETÁCULO, COM BASTANTE ÊNFASE.




 

FOTOS: JOÃO SAIDLER (arte)

E

ARIEL CAVOTTI 

(cena)

 

 

 

GALERIA PARTICULAR:

 

 

(Com Clara Santhana.)

 



 

E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

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