terça-feira, 16 de julho de 2019


PETER PAN,
O MUSICAL

(MONTAR UM MUSICAL 
DE ALTA CATEGORIA
NÃO É PARA OS FRACOS.
ou
UM MOTIVO PARA QUE, TAMBÉM,
NÃO SE QUEIRA CRESCER.
ou
DO MARAVILHOSO ENCANTAMENTO
DO TEATRO MUSICAL.
ou
“MAGIA NÃO TEM IDADE”.)







            Depois de muita espera e graças à tenacidade, à fé e à coragem da produtora, RENATA BORGES (Leia-se: TOUCHÉ ENTRETENIMENTO, antiga Fábula Entretenimento), finalmente, chegou ao Rio de Janeiro, após cinco meses de temporada, no Teatro Alfa, em São Paulo, em 2018, visto, lá, por 160.000 pessoas, e está sendo apresentada  na Grande Sala da Cidade das Artes (VER SERVIÇO), a grandiosa e ousada montagem do espetáculo “PETER PAN, O MUSICAL”, com direção de JOSÉ POSSI NETO, contando com um elenco dos melhores, reunido num só espetáculo musical. Os produtores da Broadway, os quais vieram ao Brasil, consideram a nossa encenação a melhor, depois da original, de acordo com a informação da produtora.






            Temendo que, por sua complexidade, no que diz respeito aos aspectos técnicos que envolvem a encenação e por seu alto custo, para que se pudesse viajar com a peça, ela não viesse para o Rio de Janeiro, fui a São Paulo, no ano passado, para conhecer o espetáculo, que considero um dos melhores musicais a que já assisti em toda a minha vida de “rato de TEATRO”. Revi-o, aqui, no Rio, por duas vezes: na estreia para o público e na sessão para convidados. E ainda quero revê-lo mais outras.








            A análise que farei se reporta à versão carioca – que isso fique bem claro -, a qual sofreu alterações, na ficha técnica, com relação ao elenco original, entretanto mantendo a mesma qualidade da encenação paulista, com uma ou outra perda, sem muita importância, que, absolutamente, em nada, desabona a montagem em tela.








            Dessas alterações, destaca-se uma bem sentida, a de Daniel Boaventura, que interpretava o SR. DARLING e o grande vilão da história, o CAPITÃO GANCHO, papéis aqui assumidos, com competência, por TUCA ANDRADA. No papel de WENDY, Bianca Tadini também foi substituída por KARINA MATHIAS, que já era sua “cover”. Maria Neto também não faz parte do elenco carioca, no papel da SRA. DARLING, tendo sido substituída por GISELE LIMA, que, também, já atuava como sua “cover”. Também entraram no elenco do Rio de Janeiro THADEU TORRES, como JOHN, e LUKE LIMA, como MICHAEL, os dois meninos da Família DARLING. GABRIEL QUIRINO, que, em São Paulo, fazia parte do coro, aqui passou a assumir três papéis: Pirata, “cover” de NANÁ e Índio. Do elenco paulista, veio, ainda, VINÍCIUS TEIXEIRA, que já interpretava SUJINHO, um dos meninos perdidos. O grupo atual conta, salvo engano, com cerca 80% de atores/cantores/bailarinos do Rio de Janeiro, todos escolhidos numa concorrida audição, sobre a qual o diretor confessou, publicamente, sua dificuldade em fazer as escolhas, uma vez que via, no mínimo, três ou quatro excelentes candidatos para um só papel, bem ao contrário do que acontecia há vinte anos. Era o oposto de hoje: se, antigamente, era difícil dizer “sim”, agora, a dificuldade está em dizer “não”, em ter de abrir mão de tantos talentosos multiartistas. Difícil era encontrar quem interpretasse, cantasse dançasse bem. Hoje, o difícil, para o diretor e toda a equipe de criação, é entender que o espetáculo precisa de um número “x” de atores, e não de uma centena ou mais. Estes, de todas as idades, de crianças aos mais maduros, vêm se formando, nos últimos anos. São pessoas dedicadíssimas e aplicadas, que reservam muitas horas do seu dia para aulas de canto e dança, incluindo o sapateado, e, também, para aprender a tocar um instrumento musical, fora as muitas horas de ensaios fatigantes. BRAVO!!! Muitas palmas para os artistas dos nossos musicais!!!




            “PETER PAN, “O MUSICAL” é considerado um dos grandes clássicos da Broadway e era um sonho antigo da produtora RENATA BORGES, que já trouxe, ao Brasil, outros grandes ícones do universo dos musicais, com destaque para o anterior a este, “Cinderella”, de Rodgers & Hammerstein. Não é comum, nas críticas, que seja aberto um espaço, para se falar dos produtores, dos produtores executivos e dos assistentes de produção, elogiar seu trabalho, quando merecem ser elogiados, no “backstage”, sem os quais é impossível erguer um espetáculo e a realização de cada sessão dele, seja musical ou não; principalmente quando se trata de musicais. Parabéns a esses bravos e eficientes profissionais!








A nossa versão de “PETER PAN...” é uma criação genuinamente brasileira, recebendo, dos detentores dos direitos de montagem, fora da Broadway, liberdade para criação, sem, obviamente, fugir ao essencial. “...não é uma franquia, mas com toda a grandiosidade que o espetáculo pede...”, como diz a produtora, inclusive trazendo os técnicos de efeitos especiais e voos da Broadway.




“PETER PAN, O MUSICAL” estreou, na “meca dos musicais”, em 1954, e venceu três Tony Awards, incluindo Melhor Ator (Cyril Ritchard, o CAPITÃO GANCHO) e Melhor Atriz (Mary Martin), que interpretou PETER PAN, seguindo uma tradição de mulheres no papel-título do espetáculo. No Brasil, porém, a equipe de produção houve por bem escolher um homem, e acertou em cheio, para viver o protagonista, o fantástico MATEUS RIBEIRO, que ganhou a primazia de interpretar o personagem, disputando o papel com cerca de 4000 candidatos.




Em 1979, houve um “revival”, na Boadway, e essa remontagem foi indicada aos Tony´s de Melhor Atriz (Sandy Duncan) e Melhor “Revival”. Em 1990, esse clássico, do universo infantil, que também agrada aos adultos, retornou, mais uma vez, à Broadway, concorrendo ao Tony de Melhor “Revival” e Melhor Atriz, para Cathy Rigby, a qual reassumiu o papel, em uma montagem de 1998, também indicada ao Tony de Melhor “Revival”. O musical é uma adaptação da peça de J. M. BARRIE, de 1904, que gerou, também, o livro “Peter e Wendy”.




De acordo com o “release”, enviado por ALAN DINIZ (XAVANTE COMUNICAÇÃO), “PETER PAN, O MUSICAL” foi o destaque das premiações no ano passado. Teve 10 indicações ao Prêmio Reverência (Venceu Melhor Ensemble e MATEUS RIBEIRO foi eleito Melhor Ator), nove indicações ao Prêmio Bibi Ferreira (Venceu Melhor Cenário, Melhor Figurino e Melhor Coreografia). O espetáculo foi eleito um dos três melhores musicais do ano, pela Folha de São Paulo, e teve 14 indicações ao BroadwayWorld Brazil Awards 2018, além de vencer três categorias do Prêmio Destaque Imprensa Digital: Destaque Musical Estrangeiro, Destaque Ator (Mateus Ribeiro) e Destaque Coreografia (Alonso Barros)”. Com tantas distinções, o que aqueles que ainda não conheciam o espetáculo poderiam esperar? Uma OBRA-PRIMA do TEATRO MUSICAL.









SINOPSE:

A história de “PETER PAN, O MUSICAL” é uma fábula, sobre um menino que se recusou a crescer, e suas aventuras com os irmãos DARLING pela Terra do Nunca.

Três crianças, que moram em Londres, no início do século XX, WENDY (KARINA MATHIAS), JOHN (THADEU TORES) e MICHAEL (LUKE LIMA), os filhos da Família DARLING, no início do século XX, são surpreendidas, numa noite, por um garoto, que entra pela janela do seu quarto, acompanhado pela fada SININHO (NATACHA TRAVASSOS), a qual aparece sob a forma de uma luzinha e só toma corpo quase ao final do espetáculo, quando voa sobre a plateia.

A intenção única do misterioso menino era resgatar a sua sombra, que ficou nas mãos da SRA. DARLING (GISELLE LIMA), numa noite anterior, quando ela o surpreendeu no quarto e ele conseguiu fugir, deixando por lá, porém, a tal sombra, a qual a mãe das crianças guardou numa gaveta e ficou com medo de ele voltar, para recuperá-la, sem saber quem era e quais as suas reais intenções.

PETER, realmente, voltou e procurou por sua sombra, mas acabou por despertar a menina WENDY. Os dois começam a conversar, travam uma camaradagem, PETER ensina as crianças a voar, utilizando o pó de pirlimpimpim, e convida WENDY e seus irmãos, que acabaram acordando também, com a conversa dos dois, a embarcar em uma viagem fantástica, rumo ao lugar de onde viera e no qual vivia, a Terra do Nunca, uma ilha paradisíaca, habitada por sereias, índios e piratas, além dos MENINOS PERDIDOS, que são aqueles que caem de seus carrinhos de bebê, perdem-se de seus pais e, para lá, são encaminhados.

Mas, ao chegar ao destino, suas tardes de diversão são interrompidas pelo terrível CAPITÃO GANCHO (TUCA ANDRADA), que tivera uma das mãos comidas por um terrível crocodilo e que, com a ajuda de seus fiéis piratas, planeja capturar todos e fazê-los andar sobre uma prancha, no seu navio, rumo à morte.

Ao longo da história, PETER convida todos os espectadores a conhecer a importância da verdadeira amizade, com muitas brincadeiras e um senso de humor que resgata toda a magia da infância.







Em bem mais de duas horas, e mesmo durante os quinze minutos que separam os dois atos, todos, na plateia, crianças e adultos, são transportados para a Terra do Nunca, graças à magia do TEATRO e deste espetáculo, em especial, que apresenta um texto muito interessante, uma direção excelente, um elenco que dá aula de como se atua num musical, elementos técnicos impecáveis, incluindo, aí, os vários efeitos especiais e o voos. Por ter assistido à peça três vezes, nas duas últimas, dei-me o direito de, em certos momentos, observar a reação dos que estavam à minha volta e vi as pessoas, de todas as idades, com um brilho especial no olhar, totalmente envolvidas no clima do musical. Seria o efeito do pó de pirlimpimpim?  É, realmente, uma montagem muito bonita e divertida, que mexe com a emoção e a sensibilidade do espectador, de qualquer idade.




A dramaturgia, baseada no texto original, de SIR J. M. BARRIE, é ótima. Não conheço a sua versão original, mas podemos perceber que o trabalho de BIANCA TADINI e LUCIANO ANDREY, responsáveis pela versão brasileira, foi bem criterioso e muito próximo do que já conhecemos da história.




A peça traz a música do original da Broadway, de MORRIS (MOOSE) CHARLAP, com música adicional de JULE STYNE, e letras é de CAROLYN LEIGH, com letra adicional de BETTY COMDEN e ADOLPH GREEN. São bonitas as canções e algumas, ou parte delas, ficam guardadas na nossa memória. Particularmente, gosto muito de ouvi-las, nas plataformas digitais, como estou fazendo agora, e sairei à cata de um CD (Sim, eu gosto muito de CD. Isso é um problema?), com a gravação original de alguma montagem no exterior, já que não conseguirei, infelizmente, uma gravação com o elenco brasileiro. Aceito dicas.




Para realizar seu sonho, RENATA BORGES não escalou não um time de futebol, mas uma seleção dos mais competentes profissionais do TEATRO MUSICAL, para a realização de um espetáculo inesquecível.




Além de confiar no talento da dupla que versionou o texto para o português, BIANCA e ANDREY, RENATA convidou um dos mais competentes e premiados diretores, para assumir o comando da ousada encenação, JOSÉ POSSI NETO, acostumado a dirigir alguns dos nossos mais talentosos atores e atrizes, agora trabalhando com nomes gabaritados e muitos jovens e talentosos artistas. POSSI tem, em seu currículo, vários prêmios e indicações a outros, como reconhecimento pelo seu talento. Dirige, com igual eficiência, musicais e espetáculos de outros formatos, sabendo-se que são duas tarefas completamente diferentes e que a direção de um musical exige muito mais do que “dirigir atores”. A responsabilidade é muito maior, principalmente quando está em jogo uma releitura de um clássico, que, passando de geração a geração, vem encantando a todos os que o conhecem. E POSSI dá conta do recado, com muita precisão e firmeza. Sua interação com os demais criadores da equipe, principalmente o coreógrafo, ALONSO BARROS, e o diretor musical e regente, CARLOS BAUZYS, resultou num belo e corretíssimo trabalho. Uma de suas grandes percepções, posta em prática no palco, foi a de que o espetáculo tinha de ser muito movimentado e que o elenco deveria ser provocado, ao máximo, para a exploração do corpo. Em musicais, o corpo fala; e muito. Aqui, fala até demais. E isso é muito bom.




E já que estamos falando de corpos se movimentando, passarei a comentar um dos mais altos pontos desta montagem, na minha visão, que é o trabalho extremamente inventivo, criativo, técnico e lindo, proposto por ALONSO BARROS, talvez – quase tenho certeza – assinando, aqui, o seu melhor trabalho de coreografia. Não há um senão em todas as cenas coreografadas, com grande destaque para o número “Uga Uga”, logo no início do segundo ato, reunindo, praticamente, todo o elenco, juntando os mais diversos personagens, coreografia que mistura técnicas de se expressar por meio da dança, incluindo o delicioso sapateado. Dura cerca de sete minutos e leva a plateia ao delírio. É ovacionada, ao final, de tal forma, que resisti a só aplaudir a cena de pé na primeira vez em que vi o musical. Nas duas seguintes, além do aplauso de pé, não pude conter meus gritos de “BRAVO!”, no que fui seguido por muitos outros espectadores, os quais, como eu, pareciam não acreditar no que estavam vendo. Uma das mais fantásticas coreografias que já vi num musical. Apenas por ela, na minha modesta visão, não técnica, mas de um grande apreciador do belo, ALONSO merecia ganhar todos os prêmios na categoria que representa, pelo que vi, até o momento, neste ano. Além dos números de dança, ele ainda faz um excelente trabalho de direção de movimento.












            Como uma superprodução, que consumiu alguns milhões de reais, tudo é muito grandioso, no sentido espacial e de qualidade, como os cenários, de RENATO THEOBALDO e BETO ROLNIK, e os figurinos, assinados por THANARA SCHÖNARDIE e TONINHO MIRANDA.




            O cenário apresenta variações, dependendo, obviamente, das locações. São três bases: o quarto das crianças da Família DARLING, A Terra dos Meninos Perdidos (uma ilha) e o gigantesco navio do Capitão Gancho. Em todos eles, RENATO e BETO se preocuparam com um acabamento é perfeito e tudo passa, ao espectador, a mais pura impressão de verdade. O quarto das crianças, representando bem a arquitetura e a decoração da época em que se passa a trama, é lindo, delicado, ricamente cheio de detalhes decorativos, aconchegante, em tons pastéis. Sugere a harmonia de uma família. A Terra dos Meninos Perdidos é um convite à exploração, à aventura e à imaginação, lembrando-nos, aos adultos – a mim, muito –, nossos tempos de criança, sem celulares e "videogames". Cheia de cavernas, pedras, árvores, provoca a vontade de subir ao palco e, também explorar os meandros daquela ilha. O navio do Capitão Gancho é uma verdadeira obra-prima, daquelas que mereciam ficar, depois de encerradas todas temporadas, expostas num utópico “museu dos cenários”, o qual deveria ser criado por algum mecenas. Um detalhe muito interessante nessa parafernália cenográfica reside na funcionalidade como a cenografia se transforma. Há uma “engenharia” muito bem planejada, para que, em poucos segundos, uma locação se transforme em outra. Existem, ainda, algumas pequenas peças e objetos de cena, que também fazem parte desses maravilhosos cenários, incluindo um crocodilo gigante, tamanho natural, “supertropical e high tech, que se movimenta, atravessando o palco e escancarando uma bocarra, que não amedronta, mas causa um excelente efeito, principalmente em função dos estímulos sonoros que acompanham cada uma de suas aparições. É o crocodilo que havia comido uma das mãos do Capitão Gancho e sempre volta a persegui-lo, para acabar de devorá-lo. É o seu grande pesadelo. O animal, até onde sei, não foi confeccionado no Brasil, porém desconheço outros detalhes sobre ele.  




Os figurinos são outro grande destaque na peça e também merecem a classificação de obra-prima. THANARA e TONINHO abusaram do bom gosto e da criatividade para a criação de muito mais que uma centena de roupas, todas bem ajustadas aos personagens, atendendo às necessidades. Os figurinistas mergulharam no mundo das cores e criaram peças muito coloridas e alegres, o que muito colabora para que fixemos nossa atenção no palco e nos deixemos encantar pelo visual dos figurinos. São todos muito originais e singulares, por vezes, exagerados, de propósito.




Não guardo muita lembrança de detalhes da iluminação que vi em São Paulo, criada por EDUARDO ESDRA e RANGEL DANTAS, mas consta, na ficha técnica, que houve uma adaptação, no desenho de luz, para a temporada carioca, sob a responsabilidade de EDUARDO CARECA. O que posso afirmar é que os efeitos produzidos pela luz são magníficos e valorizam cada cena. 




            Sempre digo, quando escrevo sobre um musical, que não pode haver falhas no que tange ao som. Não faz sentido o espectador não conseguir ouvir, com clareza, o que dizem ou cantam os atores, porque a voz fica prejudicada pelo volume dos instrumentos musicais, por exemplo. Isso destrói qualquer musical. Quando, porém, o nome de GABRIEL D’ANGELO consta, na ficha técnica, como o responsável pelo desenho de som, temos certeza de que não correremos tal risco, pois se trata de um grande profissional, que põe em prática seus conhecimentos técnicos, com o objetivo de que tudo seja ouvido por todos, independentemente do lugar em que se senta o espectador. Tudo é muito bem equalizado e o som funciona às mil maravilhas.






            SÉRGIO ABAJUR é um nome muito importante, na equipe de criadores, pois é dele todo o trabalho de visagismo, que resulta num visual fantástico, com detalhes de maquiagem que marcam cada personagem, com a força, também, dos adereços, de GEORGE SILVEIRA.




            Não há ninguém que se proponha a ver o espetáculo que não tenha uma grande curiosidade para ver todos os efeitos especiais em funcionamento, um dos grandes encantamentos da peça, principalmente os voos. São MAZE FX e ZFX FLYING EFFECTS as empresas credenciadas para a realização dessas magias, sendo que, na produção brasileira, cabe a BRUNO JUNQUEIRA a função de diretor de efeitos especiais. E são muitos. E os voos são fantásticos. Não como “spoiler”, porque todos já sabem que os voos existem, mas, ao contrário, como fator de estímulo, para quem não assistiu, ainda, ao musical, há muito voos; individuais, em duplas e com quatro “voadores”, simultaneamente, sem falar do incrível sobrevoo de SININHO e PETER PAN na parte anterior da plateia. Quase inacreditável!!! E vale, aqui, um crédito positivo aos rapazes que controlam esses voos, tarefa difícil e arriscada, ainda que haja muita segurança nessas manobras.




            E “the last but not the least”, muito pelo contrário, falemos do elenco, deste grandioso elenco!

            Difícil, muito difícil mesmo, é encontrar palavras que qualifiquem a atuação de MATEUS RIBEIRO, o PETER PAN. Sou um admirador inconteste de seu talento, que conheço não é de hoje. Em todos os seus trabalhos, mesmo na condição de ator em papéis coadjuvantes, MATEUS sempre se destacou. Reconheci seu enorme talento, desde a primeira vez em que o vi atuando e, de lá para cá, venho acompanhando, com muita alegria, seu crescimento constante, como multiartista, o que só acontece porque se trata de um profissional aplicadíssimo naquilo que faz, procurando, sempre, se aprimorar, seja na interpretação, seja no canto, seja na dança, seara em que ele se sente muito à vontade. Só para exemplificar, um pouco, sua dedicação à dança, ele estudou/estuda vários tipos de dança e já participou de cursos e “workshops” com grandes nomes da dança nacional e internacional, como Tony Gogo (Japão), Gigi Torres (EUA) e Lyle Beniga (EUA). Neste espetáculo, MATEUS extrapola seus limites, até então, que eu conhecia, superlativa-se, dando cambalhotas e fazendo mil piruetas em cena, sem falar nas acrobacias aéreas, em nove voos. Este jovem, de apenas 23 anos, dono de um carisma ímpar, de uma inesgotável energia, de uma impressionante flexibilidade de corpo e de uma presença de palco invejável, é considerado, merecidamente, um dos principais nomes da nova geração do TEATRO BRASILEIRO, principalmente dos musicais. “Foi eleito, pela revista Forbes, um dos jovens mais promissores do país, na área de Arte/Entretenimento, entrando, em 2018, para a lista “Under 30”. (Wikipédia). Não consigo ver outra pessoa, homem ou mulher, interpretando o menino que se recusava a crescer.








            TUCA ANDRADA entrou no elenco, no Rio de Janeiro, com a dificílima missão de substituir Daniel Boaventura, que fazia um excelente trabalho, na versão paulista do musical. Ainda que mais conhecido pelos inúmeros trabalhos de sucesso na TV (novelas, séries, minisséries e especiais) e alguns no cinema, TUCA, é um excelente ator dos palcos e já atuou em outros musicais, o que lhe facilitou a tarefa de substituir um colega, ainda que precise aprimorar um pouco o canto. Tanto como o chefe da Família DARLING, um rígido e metódico marido e pai de três filhos, como na pele do grande vilão, o CAPITÃO GANCHO, TUCA faz um ótimo trabalho, obtendo mais sucesso com este, por ser um vilão “fora da caixa”, um quase anti-herói, engraçado, histriônico, com tiradas inesperadas, sem esquecer seus “cacos”, que enriquecem as cenas e agradam à plateia.






            Gastaria horas e muitas linhas para falar de cada um dos demais artistas completos (interpretação, canto e dança) que integram o elenco, numa total sintonia e equivalência em talento, mas não posso deixar de dar destaque a alguns, como PEDRO NAVARRO, que é aplaudido em cena aberta, rouba a cena, algumas vezes, com a sua hilária composição para o personagem SMEE, o braço direito do CAPITÃO GANCHO, sem qualquer intenção de fazer piada ou trocadilho. O personagem é muito carismático e conquista, num piscar de olhos, a simpatia do público, desde sua primeira aparição. Atrapalhado, meio “bobo da corte” e com uma voz e um jeito de falar "diferentes", o SMEE consegue arrancar as maiores e melhores gargalhadas, no espetáculo. Posso garantir que, mesmo calado, quando entra em cena, já causa um “frisson” no público. Em mim, pelo menos. PEDRO entra em cena e eu já começo a rir. 



  
            Em todas as montagens, mundo afora, a personagem SININHO só se faz presente, em cena, por meio de uma luz, com a qual PETER e WENDY “contracenam”. Aqui, também é assim, entretanto a personagem é materializada, numa cena curtíssima, quase ao final do espetáculo, quando faz seu único e inesquecível voo, representada pela atriz NATACHA TRAVASSOS.






            As crianças da Família DARLING, conquanto os atores façam um bom trabalho, na minha modesta visão, deveriam ser interpretadas por adolescentes. E é fato que os temos aos montes, tão talentosos quanto KARINA MATHIAS (WENDY DARLING), THADEU TORRES (JOHN DARLING) e LUKE LIMA (MICHAEL DARLING), que estão corretos, no que fazem, contudo já são adultos. Com relação à intérprete de WENDY, KARINA, quero fazer um elogio à sua bela e possante voz.




            E, para finalizar os destaques, reforçando que todo o elenco se comporta de maneira impecável, os nomes de CAROL BOTELHO, como a índia TIGER LILLY, e VINÍCIUS TEIXEIRA, SUJINHO, um dos Meninos Perdidos.









FICHA TÉCNICA:

Um musical baseado na obra de SIR J. M. BARRIE
Letras: Carolyn Leigh
Músicas: Morris (Moose) Charlap
Letras Adicionais: Betty Comden e Adolph Green
Músicas Adicionais: Jule Styne
Originalmente dirigido, coreografado e adaptado por Jerome Robbins
Encenação e Direção de Arte: José Possi Neto
Direção Residente: Ciça Simões
Direção Musical e Regência: Caulos Bauzys
Produção e Idealização: Renata Borges
Versão Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey

Elenco: Mateus Ribeiro (Peter Pan), Tuca Andrada (Capitão Gancho e Sr. Darling), Karina Mathias (Wendy Darling), Giselle Lima (Sra. Darling), Pedro Navarro (Smee), Carol Botelho (Tiger Lilly), Thadeu Torres (John Darling), Luke Lima (Michael Darling), Natacha Travassos (Sininho, cover de Liza e Swing), Vinícius Teixeira (Menino Perdido), Vicenthe Oliveira (Menino Perdido), Marcelo Ferrari (Menino Perdido e cover de Peter Pan), Pedro Valério (Menino Perdido e cover de Michael), Leonardo Rocha (Menino Perdido e cover de John), João Canedo (Menino Perdido e cover de Peter Pan), Julie Duarte (Ensemble, índia, Sereia e cover da Sra. Darling), Mariana Gomes (Ensemble, Índia, Sereia, cover de Tiger Lilly e cover de Avestruz),  Arthur Ienzura (Pirata e cover de Capitão Gancho), Caio Zalc (Pirata, Índio e cover de Smee), Mariana Montenegro (Jane alternante, cover de Wendy, cover de Tiger Lilly, Índia e Sereia), Danilo Santana (Swing, Pirata e Menino Perdido), Leandro Marbali (Pirata e Índio), Paulo de Mello (Pirata e Índio), Daniel Lack (Pirata, Índio e Naná), Gabriel Querino (cover de Naná, Pirata e Índio), Sofia Mendonça (Jane alternante e Ensemble) e Gabriela Camisotti (Liza, Índia, Avestruz, cover de Sininho, Coro Feminino, cover de Jane, Pirata e Menino Perdido).

Coreografia e Direção de Movimento: Alonso Barros
Assistência de Coreografia: Giu Mallen
Cenografia: Renato Theobaldo e Beto Rolnik
Figurinos: Thanara Schörnardie e Toninho Miranda
Desenho de Luz: Eduardo Esdra e Rangel Dantas
Adaptação de Desenho de Luz para a Temporada no Rio de Janeiro: Eduardo Careca
Desenho de Som: Gabriel D’Angelo
Visagismo: Sérgio Abajur

Efeitos Especiais: Maze FX e ZFX Flying Effects
Diretor de Efeitos Especiais: Bruno Junqueira
Direção de Produção: Elisa Padilha e Rômulo Salles
Coordenação de Produção: Lucas Pimenta
Coordenação Geral de Produção: Rômulo Sales
Produção de Elenco: Gisele Lima
Fotos: João Caldas e Chico Lima (de cena) e Léo Aversa (de estúdio)
Assessoria de Imprensa: Xavante Comunicação - Alan Diniz
alan@xavantecomunicacao.com.br
(21) 99473.6974













SERVIÇO:

Temporada: De 20 de junho a 18 de agosto de 2019.
Local: Grande Sala - Cidade das Artes.
Endereço: Avenida das Américas, 5300 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 3325 0102).
Dias e Horários: 6s feiras, às 20h30min; sábados e domingos, às 16h e 20h.
Valor dos Ingressos: Plateia 1 = R$240,00; Plateia 2 = R$220,00; Fosso = R$240,00; Frisa Lateral = R$160,00; Camarote 2º Nível = R$50,00; Galeria Alta = R$ 50,00; Galeria Baixa = R$ 50,00.
Há o benefício de meia entrada para todos os que estiverem dentro das exigências legais. O benefício de meia-entrada é assegurado para 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento, conforme o Decreto nº 8.537/15.
Vendas na bilheteria do Teatro ou através do ingresso rápido (www.ingressorapido.com.br).
Ponto de Venda sem Taxa de Conveniência: Bilheteria da Cidade das Artes (Av. das Américas, 5300).
Horário de Funcionamento da Bilheteria: De 3ª feira a domingo, das 13h às 19h.
Duração: 160 minutos, com intervalo de 15 minutos.
Classificação Etária: 
Livre















            Que ninguém vá assistir a “PETER PAN, O MUSICAL”, esperando ver mais um musical óbvio, quadradinho, obedecendo aos padrões seguidos pela maioria deles, porque não é o que verão, e sim um musical diferenciado, para todas as idades.




            Por fim, um obrigado especial a RENATA BORGES, representando a TOUCHÉ ENTRETENIMENTO, não só por mim, mas por todos os cariocas que foram e/ou ainda vão aproveitar essa grande oportunidade que ela nos está oferecendo, de poder assistir a um magnífico espetáculo musical.






            Depois de tudo o que escrevi sobre esta obra-prima, não precisaria nem dizer que recomendo, com o maior empenho, o espetáculo, ansioso para voltar à Cidade das Artes, tão bem administrada, por Bel Kutner, que, generosa e inteligentemente, abriu as suas portas, para receber PETER PAN e sua turma.





E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE TEXTO, 
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!





 






(FOTOS: JOÃO CALDAS,
CHICO LIMA
e
LÉO AVERSA.)


























































































































































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