quinta-feira, 2 de novembro de 2017


DANÇANDO NO

ESCURO

(MOTIVO DE ORGULHO

PARA O

TEATRO BRASILEIRO.

ou

UM ESCURO FEITO DE LUZ.)



               



            Fiquei sem saber como iniciar esta crítica. Faz, hoje, uma semana que assisti ao musical “DANÇANDO NO ESCURO” e não consegui, ainda, me desprender, totalmente, da emoção que o espetáculo me causou; aliás, causa a todas as pessoas que têm a oportunidade de assistir a ele, no Teatro SESC Ginástico, onde ficará em cartaz até 19 de novembro, apenas. Mas é impossível uma obra-prima como esta não conseguir novas pautas, para outras temporadas. Trata-se de uma peça que marca o espectador e que merece ficar em cartaz por um tempo indeterminado.

                É UM DOS MELHORES ESPETÁCULOS DO ANO!!!

            Creio que só os dois parágrafos acima seriam suficientes para falar do meu sentimento em relação à peça, porém tentarei fazer uma análise bem setorizada dele.

            O musical é uma adaptação teatral, alíás, a única autorizada, do filme “Dancer in the Dark”, de Lars Von Trier, feita por PATRICK ELLWORTH, com excelente tradução de ELÍDIA NOVAES.

            O projeto, segundo o “release” da peça, enviado por NEY MOTTA (CONTEMPORÂNEA COMUNICAÇÃO ASSESSORIA DE IMPRENSA), nasceu do desejo dos atores-produtores JULIANE BODINI e LUIS ANTONIO FORTES de trazer, para o TEATRO, a adaptação do premiado filme homônimo, de Lars von Trier, estrelado pela cantora Björk, que também compôs todo o repertório musical da obra, a qual expõe o drama de uma mulher, com uma doença degenerativa, que a leva à cegueira, seu desmedido amor pelo filho e as injustiças sofridas por ela.”



 




SINOPSE:
A história se passa em 1964, nos Estados Unidos.
SELMA JEZKOVÁ (JULIANE BODINI) é uma imigrante tcheca, que se muda para os EUA com seu filho GENE (GREG BLANZAT), um garoto de doze anos, cujo pai ele desconhece, uma vez que abandonou a mulher e o filho. É bastante fácil entender o porquê.
Ela tem uma doença hereditária, degenerativa, que a faz, gradativamente, perder a visão, algo que também vai acontecer com seu filho.
Saber que, nos EUA, existiam médicos que poderiam operar GENE e dar um fim ao fantasma da condenação à cegueira foi o suficiente para fazê-la imigrar para aquele país.
SELMA aluga um “trailer”, na (e de) propriedade de BILL HOUSTON (LUCAS GOUVÊA), um policial, e sua esposa LINDA HOUSTON (JÚLIA GORMAN), seus vizinhos, onde vive humildemente, franciscanamente.
Trabalha, de forma exaustiva, até fazendo horas extras, em uma fábrica, com sua melhor amiga, CARMEN BAKER (CYRIA COENTRO) e guarda tudo o que ganha, para a cirurgia, visando a evitar que seu filho sofra o mesmo destino.
Uma mãe extremada, SELMA, além do amor incondicional pelo filho, por quem é capaz de todos os sacrifícios, também exercita outra grande paixão, por musicais. Atua, à noite, depois de uma interminável jornada de trabalho, num grupo de teatro amador, num centro comunitário, no qual estão tentando montar uma versão de “A Noviça Rebelde”, em que ela seria a protagonista.
Paradoxalmente, ainda que comunista, SELMA era fascinada pelo “glamour” dos musicais americanos.
Quando BILL se vê em dificuldades financeiras, por conta das extravagâncias cometidas pela esposa, após acabar o dinheiro que ele havia ganhado, fruto de uma herança, rouba o dinheiro que SELMA tinha economizado duramente.
O roubo é o ponto de partida para trágicos acontecimentos.







            Ninguém pode negar que o musical é um “dramalhão”, mas, para mim, o emprego dessa palavra jamais seria em tom pejorativo, com relação a este espetáculo. É que sobram, mesmo, drama e dor, injustiças e maldades, em cena, o que, inevitavelmente fará gerar, no espectador, um profundo sentimento de comiseração, em relação à protagonista, deslumbrantemente interpretada por JULIANE BODINI, a quem sempre admirei, em todos os trabalhos anteriores em que a vi atuando, musicais ou não, porém – eu disse para ela – jamais imaginei que pudesse vê-la atingir um nível tão elevado de qualidade artística, tanto interpretando como cantando. É uma indiscutível candidata a prêmios.




             



            Não assisti ao filme, de 2000, que dizem ser excelente e é de relativo difícil acesso, para nós, brasileiros, porém já tenho a promessa, de um amigo, ator do elenco, de que irá me emprestar uma cópia, em DVD. Estou muito curioso por assistir ao filme, a fim de melhor poder avaliar o que, antecipadamente, julgo ter sido uma extraordinária adaptação, com a troca de uma mídia por outra.

            Gosto do texto, que emociona e nos dá grandes lições de vida, por meio das palavras sábias do dramaturgo, postas na boca de SELMA, principalmente. Há frases, dessa personagem, que tocam fundo, no nosso peito, às vezes, até, nos ferindo, como uma punhalada. Foram colocadas, propositalmente, no texto, para tocar as pessoas, chamá-las à realidade, fazê-las olhar ao seu redor e praticar a empatia. Aqui estão algumas delas:























Gosto dos diálogos, bem dimensionados, de fácil entendimento e, ao mesmo tempo, de tamanha profundidade. Gosto da urdidura, da metalinguagem (do TEATRO dentro do TEATRO). Gosto, também, dos trechos narrativos, ditos por SELMA.

            Não importa se há clichês na trama. Sempre defendi a ideia de que tudo pode ser repetido, se o "do momento" supera o anterior, se o "do momento" acrescenta ao anterior e, acima de tudo, se é feito com cuidado e inteligência. É o caso de “DANÇANDO NO ESCURO”.

            Esta é a primeira incursão de DANI BARROS, uma de nossas mais conceituadas atrizes, no campo da direção. DANI não estreou com o pé direito; é como se ela tivesse dois pés direitos. Quanta sensibilidade! Quanta capacidade de não permitir que o tom melodramático, que domina o espetáculo, durante 120 minutos, não o faça cair no descrédito, via pieguice, cafonice, “dulcice” (permitam-me o neologismo) exageradas. Se ela consegue, como maestrina, fazer com que seus regidos levem muitas pessoas às lágrimas – eu cheguei bem perto –, é porque ninguém, naquele palco, economiza emoção, sentimento, para contar uma história que, por mais inverossímil e piegas que possa parecer a alguém, está muito mais próxima de nós do que podemos imaginar. Nós é que, às vezes, não a enxergamos. Aqueles personagens existem, tudo o que recheia a trama ocorre por aí.

Ao mesmo tempo que permite, a cada ator, mergulhar, fundo, nas suas emoções, exigidas por seus personagens, DANI conduz os “cavalos” que puxam a sua carruagem, com mãos firmes e precisão, mantendo uma marcha constante e a mais adequada ao percurso. Espero que ninguém se ofenda com as metáforas. E consegue um excelente resultado, em sua primeira direção, incluindo, aí, todas as ideias e soluções que levou para a cena, como, por exemplo, utilizar os atores e seus corpos, numa percussão ajustada a algumas das cenas, e uma parte de sonoplastia, também produzida pelo elenco. Destaque para dois momentos de sonoplastia ao vivo: a cena que reproduz um trem em movimento e a das máquinas da fábrica, operando.

Belíssimo trabalho, em conjunto com MARCELO ALONSO NEVES, responsável pela ótima direção musical e pelos arranjos das canções da trilha sonora, composta por BJÖRK e, ainda que não apareça na ficha técnica, por SJÓN SIGURDSSON, segundo MARCELO, que diz ter sido muito difícil o trabalho com “composições inusitadas e fora dos padrões” e por “conviver com esses fantásticos músicos, que, justo por não terem o ‘dom’ da visão, trouxeram suas sensibilidades musicais”.

Sim, antes que eu me esqueça, devo dizer que, na banda (ao fundo, praticamente escondida o tempo todo) que acompanha os atores/cantores, ao vivo, há dois músicos cegos. São eles VANDERSON PEREIRA (multi tecladista) e JOHNNY CAPLER (baterista). Completam o excelente quarteto ALLAN BASS (baixista) e DILSON NASCIMENTO (multi tecladista). VANDERSON ainda acumula a função de regente do grupo. Segundo MARCELO, trata-se de um "gênio musical", que “até as deixas visuais ele capta pelo som”.

Quanto à parte musical, devo acrescentar que as canções são belíssimas e de fácil assimilação pelo público.

Sobre o magnífico elenco, todos os adjetivos positivos não seriam suficientes para reconhecer o talento e o trabalho de todos, com total destaque, como já foi dito, para o protagonismo de JULIANE BODINI. Ser protagonista pode até ser fácil, mas PROTAGONIZAR durante duas horas, sem um tropeço, sem um mínimo deslize, é para poucos. JULIANE arrebata o espectador da primeira à ultima cena, com uma interpretação visceral, sem falar na sua capacidade de cantar; ou melhor, de encantar. A atriz conjuga seu incrível potencial vocal à necessidade das canções, o que equivale dizer que também teatraliza, quando canta. Comporta-se, em cena, como uma diva e merece os efusivos aplausos, ao final do espetáculo.



                



Todos os seus demais companheiros de cena apresentam um rendimento acima do que poderia ser considerado bom. São todos ótimos!

Ser vilão, daqueles que provocam a ira do espectador, é o sonho de todos os atores. LUCAS GOUVÊA deve estar se realizando, na pele de seu BILL, que pede para ser odiado, de tão mau caráter que é. Reconheço, no personagem, o melhor trabalho do ator, que é, para mim, um dos melhores de sua geração. E digo isso com convicção, uma vez que não me lembro de ter deixado de assistir a alguma das muitas peças em que atuou, sempre se destacando.

CYRIA COENTRO emociona, pela dedicação e cuidado de sua personagem (CARMEN) para com a amiga, que necessita de quem “enxergue por ela”. A atriz consegue passar tal desvelo com muita naturalidade, angariando a simpatia de todos os que gostariam de subir ao palco e estar no seu lugar.

LUIZ ANTONIO FORTES, um dos idealizadores do projeto, porém não citado, até agora, como ator, neste espetáculo, interpreta JEFF, um amigo fiel de SELMA, apaixonado por ela. O ator sabe como atrair foco para um personagem coadjuvante e executa um bom trabalho.

JÚLIA GORMAN (LINDA HOUSTON), ANDREAS GATTO (SAMUEL), MARINO ROCHA (NORMAN) e SUZANA NASCIMENTO (BRENDA YOUNG), cada um com seu grande talento, também atuam como coadjuvantes de luxo, com um acentuado destaque para SUZANA, cuja personagem cresce bastante no terceiro quarto da peça.

Como policial / carcereira, na prisão na qual SELMA aguarda uma grave decisão para a sua vida (sem “spoiller”), a personagem de SUZANA desenvolve uma imensa empatia, em relação à prisioneira, por terem identificações comuns, principalmente a maternidade. SUZANA é uma excelente atriz e ganha a oportunidade de mostrar isso durante todo o espetáculo, mormente na situação citada.

Deixei por último um pequeno comentário ao trabalho do jovem adolescente GREG BLANZAT, GENE, o filho de SELMA. Não conhecia o seu trabalho e fiquei muito satisfeito com seu rendimento em cena. Certamente, é uma promessa, como ator e cantor, precisando, apenas, a meu juízo, projetar melhor a voz. Em alguns momentos, o que ele diz se torna meio inaudível. Mas é tudo por conta do peso de seu personagem, por estar cercado de “feras” e por sua pouca idade e, consequentemente, experiência num palco. Boa revelação!



               



Tão logo ocupei uma poltrona da primeira fila, como gosto de fazer, fiquei impactado com o cenário, de MINA QUENTAL, a qual, aliás, diga-se de passagem, vem dominando o mercado, neste ano de 2017, com excelentes trabalhos. Este é mais um deles.

Ao mesmo tempo que me chamou a atenção o geral, fiquei sem conseguir decodificar alguns elementos nele contido. Uma posterior conversa com a grande cenógrafa me fez entender alguns detalhes, até então, não captados. Passei a admirar mais, ainda, aquele cenário, que é composto por dois grandes painéis, onde predominam o preto o branco e mais o cinza, nos quais estão aplicados, “colados”, objetos e material reciclável - lixo mesmo -, tudo pintado com tinta PVA, com compressor.

Na falta de dinheiro, o grande flagelo das produções, a criatividade de gente sensível e inteligente, como MINA, resolve o problema. São duas ambientações: embaixo, funciona a fábrica em que a protagonista trabalha. Equivale ao painel maior. Complementam a ambientação duas fileiras de cadeiras, nas laterais do palco, e duas máquinas, de fabricação de algo, que não fica claro o que seja, mas não tem a menor importância. Estas são confeccionadas com eletrocalhas e outros materiais afins.

Trata-se de um cenário conceitual, ligado à temática da cegueira. Dentre os objetos afixados aos painéis, há conduítes, mangueiras de plástico, calotas de carros, parte de aparelho de ar-condicionado, ventiladores, restos de material de obra, objetos do cotidiano, tudo fazendo referência ao mundo de SELMA.

Segundo MINA, ela projetou, e confeccionou, um “painel em braile, com texturas”. Muito original a ideia.

O outro painel, menor, fica no alto do canto superior esquerdo do palco, representando o “quarto” de SELMA. Os móveis e outros objetos de cena também são aplicados ao painel. Esse espaço fica montado sobre um andaime.

Os figurinos são obra de CAROL LOBATO. Mais uma vez, a carência de recursos financeiros obriga o / a artista a buscar soluções práticas, baratas e criativas. Todos em cena, à exceção do menino, usam um tipo de macacão cinza, que se ajusta a todas as situações. Podem ser roupas de ensaio de TEATRO, de operários e, até mesmo, uniformes de presidiários. Ponto para CAROL!

São muito boas as coreografias, de DENISE STUTZ, que também assina a direção de movimento. São em pouca quantidade, em se tratando de um musical de duas horas de duração, que passam sem que o público perceba, mas de grande qualidade.






Uma boa luz, a serviço do texto, foi desenhada por FELÍCIO MAFRA.

A ficha técnica é extensa e todos os profissionais que fazem parte dela contribuíram, com a sua parte, para o sucesso desta montagem e estão todos de parabéns. Um crédito a mais para a preparação vocal, a cargo de MIRNA RUBIM.

Se eu, como seria de minha vontade, fosse comentar algumas das cenas mais impactantes do espetáculo, teria de escrever esta crítica em capítulos.


 



FICHA TÉCNICA:

Musical baseado no longa-metragem de Lars von Trier

Idealização: Juliane Bodini e Luis Antonio Fortes

Adaptação Teatral: Patrick Ellsworth
Tradução: Elídia Novaes
Direção: Dani Barros
Assistentes de Direção: Rúbia Rodrigues e Camila Caputti

Elenco: Juliane Bodini (Selma Jezková), Cyria Coentro (Carmen Baker), Luis Antonio Fortes (Jeff), Andreas Gatto (Samuel), Greg Blanzat (Gene Jezková), Júlia Gorman (Linda Houston), Lucas Gouvêa (Bill Houston), Marino Rocha (Norman) e Suzana Nascimento (Brenda Young)


Músicos: Vanderson Pereira (multi tecladista), Johnny Capler (baterista), Allan Bass (baixista) e Dilson Nascimento (multi tecladista)

Músicas Originais: Björk
Direção Musical e Arranjos: Marcelo Alonso Neves
Cenário: Mina Quental
Figurino: Carol Lobato
Iluminação: Felício Mafra
Preparação Vocal: Mirna Rubim
Direção de Movimento e Coreografias: Denise Stutz
Aulas de Coreografia do Sapateado: Clara Equi
Preparação Corporal e Assistente de Direção de Coreografias: Camila Caputti
Visagismo: Marcio Mello
Assistente de Visagismo: Roberto Santiago
Versionista: Marcelo Frankel e Juliane Bodini
Percussão Corporal: Mauricio Chiari
Sonorização: ÁUDIO CÊNICO - Andrea Zeni e Joyce Santiago
Direção de Produção: Jéssica Santiago
Produção Executiva: Camila Santana e Liliana Mont Serrat
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Daniel de Jesus
Fotos do Material Gráfico: Nana Moraes
Fotos de Making Off e Registros: Los Padrinos Fotografia - Roberto Carneiro
Fotos: Elisa Mendes
Marketing Digital: Maria Alice
Marketing Cultural: TEM DENDÊ! Produções - Tamires Nascimento
Assessoria Jurídica: Heloísa Mourão
Assessoria Contábil: FORTES Contabilidade
Confecção de Boneco: Bruno Dante
Instrutor de Manipulação de Bonecos: Márcio Nascimento



                       






SERVIÇO:
Temporada: De 19 de outubro a 19 de novembro de 2017.
Local: Teatro SESC Ginástico.
Endereço: Avenida Graça Aranha, 187, Centro – Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 2279-4027.
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 19h; domingo, às 18h.
Valor dos Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (para jovens até 21 anos, estudantes e maiores de 60 anos) e R$7,50 (Associados Sesc).
Horário de Funcionamento da Bilheteria: De 3ª feira a domingo, das 13h às 20h.
Capacidade de Público: 513 lugares.
Duração: 120 minutos.
Classificação Etária: 14 anos.
Gênero: Drama Musical
(Acessibilidade para pessoas com deficiência e assentos especiais).
Audiodescrição e Libras aos domingos: 29/10, 5/11, 12/11 e 19/11.


 


            Vou quebrar a surpresa, mas não posso deixar de fazer menção a um momento muito importante e emocionante, na peça, que é quando uma canção é interrompida, bruscamente, assim como a coreografia que a acompanha, e os atores ficam, durante cerca de trinta segundos, parados, completamente estáticos, apenas movimentando os olhos, como à procura de toda a plateia, até que um dos atores, LUIZ ANTONIO FORTES, interrompe o silêncio, para justificá-lo, dizendo se tratar de uma manifestação de protesto contra o “calote do fomento” (o atual prefeito do Rio de Janeiro, na sua incompetência e má fé, não pagou o fomento às companhias que a ele faziam jus, desde o final da administração passada) e também um “grito” contra a censura a qualquer tipo de manifestação artística. Um momento muito emocionante, necessário e importante!!!

            Recomendo, com o maior empenho, o espetáculo, pela garra e determinação de todos os envolvidos, por sua altíssima qualidade e por abordar assuntos tão pertinentes, no mundo de hoje (De 1964 para cá, praticamente, nada mudou.), como preconceito, exclusão social e injustiça. Pensam os artistas da peça que, assim, estão tentando mudar os padrões e os vícios de uma sociedade, em que a intolerância prevalece e o descaso nos envenena. “É preciso enxergar o outro”.

Além do espetáculo teatral, o trabalho dos artistas envolvidos está focado em movimentar, semear, articular e desenvolver um trabalho sério de acessibilidade, dentro e fora do palco, com equipe capacitada, para atender ao público com diversos tipos de deficiência, buscando não só o entretenimento cultural como também fazer do espetáculo um movimento de inclusão social”.

Vida muito longa a “DANÇANDO NO ESCURO”, espetáculo em que O ESCURO É FEITO DE LUZ!!!


 





(FOTOS: ELISA MENDES.)
























































2 comentários:

  1. O musical é belíssimo e com sua crítica acrescentei detalhes que me fizeram admirar ainda mais esse espetáculo, por exemplo: os dois músicos cegos!
    Parabéns Gilberto, crítica ótima!
    FELICIDADE assistir a um espetáculo tão caprichado❤️

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  2. Tive o prazer de assistir na estréia e pretendo voltar em breve.

    Esse espetáculo realmente é necessário, uma sensabilidade que comove! Aquela luz de resistência no fim do túnel diante dos descasos que assolam o cenário cultural brasileiro.

    Crítica iluminada, parabéns !

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