sexta-feira, 15 de julho de 2016


O MUSICAL MAMONAS

(“O PRIMEIRO MUSICAL BIOGRÁFICO BESTEIROL”.

ou

QUE DELÍCIA DE ESCRACHO!

ou

“O IMPOSSÍVEL NÃO EXISTE; ACREDITE EM VOCÊ!”)
 
 

            Se é para sair de casa contrariado, para agradar a “A” ou a “B”, por não gostar de musicais, ou da banda que serviu de inspiração para um, ou por outro motivo qualquer, não vá ao Theatro NET Rio, para ver “O MUSICAL MAMONAS”.

Agora, se topa deixar, em casa, qualquer mísera migalha de preconceito e desejar se divertir bastante, com um espetáculo leve, uma brincadeira, ainda que séria, do ponto de vista profissional, fazer parte de uma singela homenagem a cinco rapazes que, por menos de um ano, só fizeram levar alegria às casas dos brasileiros, com seu humor ingênuo e, paradoxalmente, ácido e, acima de tudo conhecer o talento de cinco rapazes, vá correndo assistir ao espetáculo.
 
 



            Resumindo, é o mínimo que tenho a dizer, para recomendar este musical, que vi, em São Paulo, que me divertiu bastante e até me fez chorar um pouquinho, lá – não de tristeza, mas de saudade e felicidade - e que tive a oportunidade de rever na sessão para convidados, na última 2ª feira (11 de julho de 2016), agora, em temporada carioca, no Theatro NET Rio, sempre bem recepcionado por Frederico Reder e sua família.







SINOPSE:
Há vinte anos, cinco garotos de Guarulhos viravam a música brasileira de ponta cabeça.
Em uma carreira meteórica, os “MAMONAS ASSASSINAS” fizeram história, por sua irreverência, conquistando o país, através de um escrachado “rock’n roll”, combinado com diversos ritmos e letras bem-humoradas. Os mesmos jovens que encantaram também comoveram o país inteiro, fãs ou não do grupo, pela maneira abrupta como tiveram suas carreiras interrompidas.
Agora, imagine se os MAMONAS pudessem contar sua própria história? 
Foi pensando nessa pergunta que o dramaturgo WALTER DAGUERRE (mesmo autor do musical "Jim", sobre Jim Morrison) apresenta "O MUSICAL MAMONAS".  Com direção do premiado JOSÉ POSSI NETO, o musical apresenta a mesma irreverência e o mesmo escracho que BENTO (YUDI TAMASHIRO), DINHO (RUY BRISSAC), JÚLIO (ADRIANO TUNES), SAMUEL (ÉLCIO BONAZZI) ) e SÉRGIO (ARTHIR IENZURA) demonstravam, dentro e fora dos palcos.
Os atores foram todos escolhidos em concorridas audições.
"O MUSICAL MAMONAS" é, em primeiro lugar, uma grande brincadeira com o gênero musical biográfico.
Convocados pelo anjo GABRIEL (PATRICK AMSTALDEN), para uma importante missão – dar um jeito na caretice que tomou conta da vida dos brasileiros – os cinco rapazes resolvem contar, em um musical, como conseguiram passar pelo estreito funil do “show business”, na base da persistência e da corajosa aceitação de suas personalidades um tanto quanto “divertidas”. 




O elenco.

 
 
            Ainda que possa ser considerado um “musical biográfico”, deve ficar bem claro que essa “biografia” se resume a poucos anos, apenas os referentes à atividade artística dos cinco rapazes, desde a origem da banda, como “Banda Utopia”, que chegou a gravar um LP, até o apoteótico “show” no histórico ginásio “Thomeuzão”, em Guarulhos (CECAP), já com o nome e a fama que os consagraram, passando por todas as músicas do primeiro, e único, álbum de estúdio da banda, sem falar em todos os percalços que encontraram, durante sua trajetória, até o meteórico sucesso, tudo isso revisitado de forma despojada e muito divertida.

            Também é necessário que se diga que o espetáculo é “pra cima”, visto que, em momento algum, se faz referência direta à morte dos rapazes, não há a menor exploração sobre essa fatalidade. O autor do texto, WALTER DAGUERRE, fez questão de que fossem passados apenas o humor, a alegria e a irreverência do grupo, o qual recebe, já no céu, vestidos de anjos, uma tarefa, a de escrever um musical biográfico, um pouco em função (a aí já começa uma crítica) à onda de musicais biográficos feitos, ultimamente, no Brasil, alguns de qualidade bem duvidosa, o que, absolutamente, é o caso de “O MUSICAL MAMONAS”.

 


Em função disso, o autor faz uso, à larga, do deboche e brinca, metalinguisticamente, com o próprio TEATRO MUSICAL, que é explicado, por um dos personagens, como “um pouquinho de texto, falando da vida do biografado, mais uma musiquinha, mais um pouquinho da vida do homenageado, mais outra musiquinha, e assim por diante...).

O aspecto da brincadeira, da crítica ao próprio TEATRO MUSICAL, se repete, quando um dos atores, ao sair de cena e é questionado por sua saída, responde que “Vou ali, mudar de personagem, e já volto”, já que, em musicais, é comum um mesmo ator fazer vários personagens, o que é repetido, depois, por uma das atrizes, acrescentando que “Só há quatro mulheres no elenco”.

Isso, sem falar nas vezes (algumas) em que a ação se adianta no tempo ou passa de um local a outro, para espanto dos rapazes da banda, até que um deles repete sempre que é assim mesmo, que, “Em Teatro, é assim: o tempo corre rápido.”, ou coisa parecida. São detalhes que podem parecer bobos, ingênuos, mas que funcionam muito bem na peça.

 



Apenas a título de comentário positivo, vale a pena dizer que, antes do início da peça, é projetado, num excelente trabalho de “marketing”, um filmete, com os atores se preparando para entrar em cena, versando sobre as vantagens de um produto oferecido por um dos patrocinadores da peça. Sem citá-lo, garanto-lhes que dá vontade de adquirir o tal produto, além de ser um grande elemento motivador, para despertar a curiosidade do público para o espetáculo.

A peça já começa em ritmo alucinante e contagiante, com o grupo de atores de apoio, o chamado “ensamble”, entrando pela plateia, cantando um “medley” dos diversos sucessos dos rapazes e interagindo com o público; ou seja, há, de cara, uma provocação e um convite a fazer parte da festa, uma empatia total. E o melhor é que a aceitação é quase total, tirando os tímidos e os chatos.

O surgimento do anjo GABRIEL, logo na primeira cena, é o indício inicial de que não faltarão motivos para boas gargalhadas. Caído o gigantesco telão que cobre toda a boca de cena do palco, surgem os cinco rapazes, vestidos de anjos, e a história começa a se desenrolar, qual seja a de cumprir a função de escrever, como já foi dito, um musical biográfico.


 


Ao contar a história do grupo, ou tentar fazê-lo, os rapazes voltam no tempo e revivem os momentos e os mecanismos de como um conheceu o outro, todos com o objetivo de formar uma banda de “rock” progressivo, sem a menor ideia do tipo de música que faria deles, em poucos anos, um dos mais renomados nomes do chamado “show business” brasileiro, que teria tudo, até, para atingir o mercado estrangeiro, não tivessem a carreira tão tragicamente interrompida.

Assim, passam pelos primeiros “shows” da “Banda Utopia”, cujo nome parecia estar bem de acordo com o trabalho do grupo, visto que foram um fracasso, a despeito da gravação de um único disco, que vendeu míseros exemplares. Com essa banda, tentaram se apresentar no Ginásio Thomeuzão”, em Guarulhos, cidade natal de todos, no que foram repelidos pelo diretor do local, que, além  de desqualificá-los, os expulsou de lá, praticamente, profetizando – e, felizmente, errou – que eles jamais tocariam naquele local, de suma importância para a população local.

A “Banda Utopia”, não tinha, ainda, vocalista, quando, durante um “show” do grupo, para atender à solicitação dos presentes, que insistiam em que tocassem canções do grupo americano Guns N’ Roses, foi solicitado, aos presentes, que subisse ao palco alguém que se habilitasse a cantar o repertório da referida banda. DINHO, com sua irreverência, atendeu ao chamado e cantou, num inglês “macarrônico”, um sucesso do “Guns”, porém agradando a todos. A partir daí, ofereceu-se para ser o vocalista titular da “Utopia” e passou a ter aulas de inglês com SAMUEL, o que gera cenas hilárias.

 


Muito descolado, DINHO é contratado, por um candidato a vereador, um tal CELESTINO (número 00.069), composição impagável de PATRICK AMSTALDEN, para animar os chamados “showmícios, que já vinham sendo “animados” por uma dupla sertaneja, da pior qualidade. É claro que DINHO aceitou a proposta de trabalho, estipulando o valor cobrado pela prestação dos serviços e exigindo que a banda inteira fosse contratada.

A versatilidade do ator RUY BRISSAC, sobre quem falarei, detalhadamente, adiante, leva-o a imitar o animador Sílvio Santos e o jornalista Gil Gomes, durante o “showmício”, numa tentativa de, talvez, valorizar o cachê a ser recebido, cônscio que estava de que a banda não era lá essas coisas.

Quis o destino que aparecesse, na vida dos rapazes, RICK BONADIO, um dos mais conceituados produtores musicais do Brasil, que se encantou com o jeito “meio louco de ser” dos cinco e propôs produzir uma disco “escrachado”, a partir das brincadeiras que observou entre o cinco, os quais insistiam em que queriam seguir na carreira, fazendo música séria, “rock” progressivo de primeira, o que, decididamente, não era a praia deles. RICK criticou, severamente, o LP da “Banda “Utopia” e propôs um novo sentido na vida profissional do grupo, que acabou se rendendo à valiosa opinião do conceituado e respeitado produtor, o qual lhes encomendou músicas novas, todas na mesma linha cômico/crítica. Gravou, então, com eles, uma fita demo, para apresentar às gravadoras.

Uma dessas fitas chega às mãos do diretor de uma delas, um certo JOÃO AUGUSTO (Seria uma alusão e, ao mesmo tempo, uma homenagem a João Araújo, um grande descobridor de talentos, recentemente falecido?), cujos filhos adolescentes, com destaque para RAFINHA, excelente composição do ator BERNARDO BERRO, se apaixonam pela banda e convencem o pai a gravar com os meninos. Daí para frente, todos conhecemos o resto da história, depois que BONADIO confiou a carreira da banda ao empresário SAMY ELIA.

 



Alguns detalhes, no espetáculo, merecem destaque e aqui vão sendo desfilados.

Comecemos pelo texto, de WALTER DAGUERRE, que, como já foi mencionado, não se preocupou em explorar o lado triste da história dos MAMONAS. Escreveu cenas leves, com um humor bem superficial, na forma, e, ao mesmo tempo, com certa profundidade, no que diz respeito ao aspecto crítico. São ótimas as suas tiradas de crítica aos musicais, às “armações” de bastidores, para se promover, ou não, um artista, e as soluções para contar uma biografia de forma lúdica, sem didatismo. Gosto bastante dos seus diálogos, curtos, e, apesar da imbecilidade do conceito pregado, por muitos, do “politicamente correto”, agrada-me, sobremaneira, o falar errado dos personagens, uma reprodução fiel do que foram os verdadeiros MAMONAS, totalmente descontraídos e descompromissados com o vernáculo, quando se comunicavam.
 
 
 
 
 

A direção da peça é excelente e vale um elogio especial a seu responsável. JOSÉ POSSI NETO é um dos nossos melhores diretores e tem seu nome ligado a grandes montagens teatrais, atuando, também, com certa frequência, na direção de óperas. Eu havia acabado de ver, por duas vezes, seu magistral trabalho, numa peça séria, como “Master Class”, um espetáculo também biográfico, baseado num dos maiores mitos da música clássica, Maria Callas. De repente, a guinada de 360°. Confesso que fiquei, no mínimo, curioso, quando soube que era o POSSI quem estava à frente da direção do espetáculo. Custou-me um pouco digerir a ideia. Mas como o diretor de “Master Class” vai dirigir “MAMONAS”?! Não por preconceito, mas, como outras pessoas, com as quais conversei, soou como uma espécie de “heresia”, talvez. Que possibilidade isso teria de dar certo? Quanta bobagem!!! Eu só havia me esquecido, tomado pelo susto, de que JOSÉ POSSI NETO é um diretor de uma versatilidade a toda prova, e o resultado de seu trabalho, na direção deste musical, é brilhante.

Além habilidoso na seleção do elenco, soube explorar o talento individual do quinteto, e dos demais atores, além de bolar soluções excelentes e criativas, ainda que simples, para algumas cenas, como, por exemplo, a melhor de todas, na minha modesta opinião, que é a da disputa entre os dois apresentadores, que viviam em guerra, pela audiência, nas tardes de domingo: Faustão e Gugu. A ideia da “guerra”, transformada num “cabo de guerra”, com a utilização de uma corda com um microfone em cada ponta, puxada pelos dois comunicadores, é um achado na peça.
A cena do churrasco, na cidade de Itu, para durante o qual a banda (ainda “Utopia”) fora contratada, é muito divertida, por conta do texto e da atuação dos atores. O mesmo, em termos de bom gosto, pode ser dito com relação à cena em que os MAMONAS cantam o seu maior “hit”, “Pelados em Santos” (“Brasília Amarela”, para quase todos), na qual é bem interessante a maneira encontrada para que, como num quebra-cabeças, fosse montado e desmontado o carro.

 


E já que estamos falando de cenas que se destacam, vale a pena citar a dos pais (JOÃO AUGUSTO e esposa) e filhos, no carro, quando o diretor da gravadora, para fugir ao tédio de ouvir um determinado tipo de música, põe, para executar, a já citada fita demo dos MAMONAS, logo bem recebidos pelos filhos do diretor da gravadora, em princípio, o que viria a ser o público alvo que iria consumir aquele produto, os jovens. Posteriormente, vimos que a banda agradava a um público de todas as idades, dos mais conservadores aos progressistas.

É marcante, e comovente, nem por isso menos engraçada, a cena em que os rapazes tentam, a todo custo, se oferecer, para tocar num “show” (na verdade, abrir a apresentação da banda “Engenheiros do Havaii”) no conceituado Ginásio Poliesportivo Paschoal Thomeu, mais conhecido como “Thomeuzão”, em Guarulhos, tendo sido rechaçados por seu diretor, o mesmo que, cinco anos mais tarde, se não me equivoco, implorava para que o grupo abrilhantasse um evento naquele Ginásio, o que se deu, de verdade, reconhecendo-lhes o talento e as possibilidades de auferir lucro com eles. Quando isso se aconteceu, é comovente o discurso que DINHO fez, durante o “show”, mostrando que “vale a pena insistir num sonho, que nada é impossível” e que cada um deve acreditar em si.

Não sei se o fato é verídico ou se foi criação do autor, mas a cena em que os cinco rapazes, em pleno aeroporto de Guarulhos, simulam uma viagem e pagam a um amigo para assediá-los, como fã, com o intuito de chamar a atenção para si, é ótima.
 
 
 


Também são interessantes as cenas em que a banda se apresenta no “5º Festival de Rock da Freguesia do Ó” e quando fazem um “show” “privê”, na boate “Lua Nua”, para o diretor da gravadora, sempre acompanhado de seu filho RAFINHA, que rouba a cena. Outro “show” também foi montado, na gravadora EMI, para formadores de opinião, como “cartão de visitas” do grupo. Boas cenas.

Ainda em termos de “show”, o ecletismo da banda os leva a fazer uma apresentação numa festa de casamento, na Base Aérea de Cumbica, em que o repertório não parecia muito bem selecionado ou adequado para a ocasião, o que gera gargalhadas na plateia. Como um grupo eclético, também vale lembrar que até samba eles gravaram, por imposição do diretor da gravadora. Ma base da gozação, é claro!

A única restrição que eu faço ao musical diz respeito à cena em que os rapazes embarcam para os Estados Unidos. Achei uma grande “barriga”, no espetáculo, que poderia ser sacrificada, em prol da melhor qualidade do espetáculo. Não me agradou aquela correria toda, assim como as intervenções dos personagens da Disney e a transformação das quatro comissárias de bordo em modelos de “sexy appeal”, para cantar uma paródia, sem-graça, de “New York, New York”, assim como não me agradou ouvir DINHO cantando uma outra paródia, desta vez, para “Hey Jude”. Sinatra e Os Beatles não o mereciam. Não compromete o espetáculo, mas este, certamente dispensaria esses momentos. Talvez uma compensação para essa “gordura” seja a cena em que Dinho interpreta “Robocop Gay”. Impagável!!!













Uma das melhores cenas da peça é a que inicia o segundo ato, salvo engano, quando os rapazes são entrevistados no “Programa Jô Onze e Meia”, A cena é ótima, por tudo, mas, principalmente, pela fantástica imitação do Gordo, feita pelo excelente ator BERNARDO BERRO, que também se sobressai, como Faustão. No programa, o grupo canta outro grande sucesso (Qual das canções do único disco não o foi?) “Vira Vira”, mais conhecida como “Vira Bunda”.
 
 


O cenário da peça, sob a responsabilidade de NELLO MARRESSE, é muito bom e segue os padrões, normalmente, utilizados em musicais: muitos detalhes que entram e sem de cena, por todos os lados, para formar diversos ambientes diferentes. Todas as soluções propostas pelo cenógrafo são excelentes, práticas e ágeis, para as trocas, como a entrada dos elementos que formam os quartos, a mesa de som de RICK BONADIO, o aeroporto, a boate e os demais. A ideia de deixar à mostra, logo que o público adentra o teatro, um enorme painel, reproduzindo um detalhe da capa do disco dos rapazes, é excelente. São dois seios desnudos e um cordão com uma mamona. Convém dizer que, no nome da banda, “MAMOMAS” significa seios.





Mamonas nada assassinas.
 
 

Muito alegres e variadas, completamente inseridas no contexto da proposta são as coreografias, de VANESSA GUILLHEN, com alguns momentos que se destacam.

Com a ótima direção musical de MIGUEL BRIAMONTE o musical traz, também, músicas de bandas que “fizeram a cabeça” dos cinco rapazes” e marcaram a década de 90, como Titãs, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Guns’n Roses, Rush e, ainda, reserva espaço para paródias e músicas originais, compostas para o espetáculo. Vale a pena a seleção das canções “pré-MAMONAS”, além, é obvio, de todo o repertório da banda.

WAGNER FREIRE assina uma ótima luz, comportada e frenética, na dosagem certa para cada cena.

Apesar de não passar a impressão de uma produção de custo muito elevado, há muitos figurinos, todos ótimos, alguns reproduzindo os que eram utilizados pelos rapazes e criações especialmente feitas para a peça, assinados pelo craque FÁBIO NAMATAME, que se preocupou não só com a concepção, mas também com a confecção das peças, que deveriam ser bem práticas, em função das várias e rápidas trocas de figurinos.
 
 
Patrick Amstalden.

Um dos profissionais mais importantes, num musical, é o que é responsável pelo som. Aqui, quem assina o chamado “design” de som é um dos profissionais mais conceituados no ramo, GABRIEL D’ANGELO, que tem atuado nos maiores musicais dos últimos tempos. Graças a ele, não há problema de captação do que é dito e/ou cantado.

Por fim, na equipe técnica, merece uma boa citação o responsável pelo visagismo dos atores, aquele que se esforça por tornar parecidos atores e personagens, por meio de maquiagem, perucas e outros recursos. Parabéns, ANDERSON BUENO!

O espetáculo pode ser considerado “high tech”, em função dos recursos de uma parafernália, que envolve efeitos especiais, como projeções, por exemplo. O videografismo chegou mesmo. Ao TEATRO, para ficar!

No elenco, todos os cinco atores que interpretam os músicos são ótimos em suas “performances”, porém o maior destaque vai, evidentemente, para RUY BRISSAC, que, além de ser o vocalista da banda, função que, regra geral, já concentra um maior destaque, em relação aos demais, é o que mais se aproxima, do personagem DINHO, tanto na semelhança física quanto no comportamento cênico.

 
 
 
Ruy Brissac.



Élcio Bonazzi.
 
 

Yudi Tamashiro.



Arthur Ienzura.



Adriano Tunes.



Se esperavam que eu fosse dizer que RUY encarnou DINHO, “podem tirar o Rocinante da perturbação atmosférica”, que jamais o farei, assim como nunca disse que Laila Garin incorporou Elis Regina e que Emílio Dantas virou Cazuza. RUY ainda é quase sósia perfeito do DINHO, mas os outros dois citados, em nada, se parecem, fisicamente, com os personagens que interpretaram. O que existe é um longo e profundo trabalho de estudo, dedicação e pesquisa, para que surja um personagem. Assim foi com os três, o que gerou, e ainda gera, no caso de RUY, trabalhos irretocáveis, irrepreensíveis.

Dentre os coadjuvantes, há dois destaques, que, indireta, ou diretamente, já citei e que parecem ser unanimidade, a julgar pelos comentários que ouvi, durante o coquetel, após a sessão. Um deles é PATRICK AMSTALDEN, que interpreta o anjo GABRIEL e o produtor musical RICK BONADIO; o outro é BERNARDO BERRO, impagável em todos os personagens que interpreta (RAFINHA, JÔ SOARES e FAUSTÃO), além de, os dois, terem outras pequenas participações no espetáculo.

Completam o elenco, MARCO AZEVEDO, RAFAEL ARAGÃO, MARIA CLARA MANESCO, NINA SATO, VANESSA MELLO, ANDRÉ LUIZ ODIN, REGINALDO SAMA e GARIELA GERMANO 
 
 
 

Patrick Amstalden.

O musical pode até ser criticado, negativamente, por alguns, mas não o será por mim, que não fui ao Teatro esperando outra coisa. Fui para me divertir, para participar de uma festa; uma festa de celebração à vida, uma festa de agradecimento pelos momentos de descontração e alegria que aqueles cinco caras nos proporcionaram; uma festa de amor à vida. E foi isso o que eu encontrei e me satisfez muito. Já cantei e vibrei duas vezes com eles e quero mais.

Assista ao espetáculo, se você é muito jovem ou se já conhecia o trabalho da banda, mas nunca atentou para o fato da importância desses cinco rapazes, que, há vinte anos, ousaram dar um pontapé inicial para desmascarar a hipocrisia de uma sociedade, que teve de se render à deliciosa ousadia do grupo. E quem não embarcou nessa viagem, perdeu o bonde, morreu e apenas se esqueceu de deitar-se.
 

E que fique a mensagem dos MAMONAS: “O impossível não existe. Acredite em você!


Acredite no TEATRO MUSICAL BRASILEIRO e no talento dos nossos artistas!!!


Bernardo Berro.

 

FICHA TÉCNICA:
Texto: Walter Daguerre
Direção Geral: José Possi Neto
Direção Musical: Miguel Briamonte
ELENCO: RUY BRISSAC (DINHO), ADRIANO TUNES (JÚLIO), YUDI TAMASHIRO (BENTO), ÉLCIO BONAZZI (SAMUEL), ARTHUR IENZURA (SÉRGIO), RAFAEL ARAGÃO (“COVER” DE DINHO) e PATRICK AMSTALDEN (ANJO GABRIEL e RICK BONADIO) 
ENSEMBLE: Vanessa Mello, Nina Sato, Gabriela Germano, Maria Clara Manesco, Marco Azevedo, Reginaldo Sama, Bernardo Berro e Andre Luiz Odin
Coreografia: Vanessa Guillen
Cenário: Nello Marrese
Figurinos: Fábio Namatame
“Designer” de Maquiagem e Cabelo: Anderson Bueno
“Designer” de Luz: Wagner Freire
“Designer” de som: Gabriel D’Angelo
Produtores Associados: Rose Dalney, Márcio Sam e Túlio Rivadávia
Realização: MINIATURA 9


 


SERVIÇO:
Temporada: De 7 se julho a 28 de agosto
Local: Theatro NET Rio – Sala Tereza Rachel.
Endereço: Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana (Shopping Cidade Copacabana)
Dias e Horários: Às 6ªs e 6ªs feira e sábados, às 21h; domingo, às 19h
Valor do Ingresso: R$120,00 (plateia, frisa e balcão I) e R$50,00 (balcão II) (Direito à meia entrada e descontos a quem fizer jus.)
Classificação Etária: 12 anos.
Duração: 90 minutos.
Capacidade do Teatro: 622 lugares.
Telefone do Teatro: 21 2147 8060 / 2148 8060
Vendas pela internet:  www.ingressorapido.com.br ou pelo aplicativo do Ingresso Rápido.
Vendas pelo telefone: Informações e Compra Ingresso Rápido - (11) 4003-1212
Atendimento pós-venda Ingresso Rápido - (11) 4003-2051
Informações sobre ponto de venda da Ingresso Rápido de outros eventos fora do Theatro Net Rio, somente pelo telefone - (11) 4003-1212
Horário de funcionamento - Todos os dias, das 10h às 18h.
Horário de funcionamento daBilheteria: De 2ª feira a domingo, das 10h às 22h, inclusive feriados.
Reservas para Grupos: Carolina Hiller - relacionamento@brainstorming.art.br 
Somente pelo telefone: (21) 96629-0012
Horário de Atendimento - De 2ª feira a sábado, das 14h às 21h.
Formas de Pagamento: Aceitamos todos os cartões de crédito, débito, vale cultura nas bandeiras (Alelo & Ticket) e dinheiro. Não aceitamos cheques.
ACESSIBILIDADE
Estacionamento no Shopping, entrada pela Rua Figueiredo Magalhães, 598.




Agradecimento.

(FOTOS DE CENA: DO RODRIGO ROSA.

FOTOS DE ESTÚDIO: IKE LEVY.)




Peguei uma carona na Brasília Amarela.
 




























































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