terça-feira, 15 de março de 2016


 

CAIXA

DE

FERRAMENTAS

 

 (UMA BELA CAIXINHA DE SURPRESAS

E DE BONS ENSINAMENTOS.)

 

 

 


 

 

            É mais que sabido que não tenho o hábito de escrever sobre TEATRO INFANTIL, não por faltar vontade ou interesse; falta de tempo é o único motivo pelo qual não o faço com mais frequência. Quando, porém, assisto a um teatro para crianças, em que estas são devidamente respeitadas, já que estão em formação e serão a plateia do amanhã, consigo um tempinho, para escrever sobre a peça, nem que seja um breve texto, como este, porém gerado de coração.

 

            É por isso que aqui estou, para falar, ainda que, superficialmente (Olha a falta de tempo aí, gente!), sobre um musical infantil muito bem escrito, dirigido e interpretado, que trata de um tema tão importante e merecedor de muitas discussões e reflexões, na atual conjuntura mundial: saber conviver com as diferenças. Eis, portanto, um tema universal.

 

            Estou falando de “CAIXA DE FERRAMENTAS”, em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal (Ver SERVIÇO.), uma ideia brilhante da dramaturga, escritora, professora, diretora de TEATRO e excelente atriz SIMONE KALIL, sobre o qual transcrevo partes do “release” (com adaptações), que me foi enviado pela própria SIMONE:

 

 

 


Elenco.

 

 

 

 
Com texto e direção de SIMONE KALIL (indicada ao Prêmio Shell 2015, pelo texto “Brimas”), o espetáculo infantil “CAIXA DE FERRAMENTAS” está em cartaz, no Centro Cultural da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
 
Com trilha sonora composta especialmente para esta peça teatral, a montagem retrata uma grande confusão que há numa caixa de ferramentas, porque as mesmas não conseguem conviver com suas diferenças.
 
A LIXA é muito áspera com todos; a CHAVE INGLESA é metida a falar outro idioma, o inglês, que ninguém entende; o MARTELO quer bater em todo mundo; e o PARAFUSO fica dando voltas, sem sair do lugar.
 
Até que algo de inesperado acontece e as ferramentas se veem obrigadas a trabalhar, juntas, pelo bem comum. Elas aprendem a respeitar o próximo, suas limitações e características.
 
‘O texto, além de entreter muito as crianças, faz com que possamos refletir em relação às diferenças. Num momento em que se vê tanta intolerância com o próximo, acredito que a peça possa ajudar, um pouquinho, nessa conscientização de que todos somos diferentes e merecemos ser respeitados’ - diz SIMONE KALIL.
RENATO FRAZÃO, da BANDA ESCAMBO, é responsável pela (ótima) trilha sonora original, pela direção musical e pelos arranjos do espetáculo, que envolve cinco atores-cantores-instrumentistas.
O elenco é formado por ESTER FREITAS (LIXA), FLORA BORGES (CHAVE INGLESA), JOÃO VÍTOR NOVAES (MARTELO), MARCELO DE PAULA (PARAFUSO) e PAULA SHOLL (MARIE ANNE ou MARIANE, como ela prefere ser chamada.).
Inicialmente publicada como livro infantil, “CAIXA DE FERRAMENTAS” tornou-se um projeto mais amplo, englobando peça teatral musical e CD com as canções originais da peça. A produção do DVD “CAIXA DE FERRAMENTAS” é uma aposta para 2016. 

 

 

 


Marcelo de Paula e Paula Scholl.

 

 

 

 
SINOPSE:
 
Dentro de uma caixa, as ferramentas precisam aprender a respeitar o próximo, para trabalhar, unidas, a fim de resolver um grande problema que as envolve.
 
MARIE ANNE quer ser “pilota”, o que não agrada a ninguém da família, nem aos amiguinhos, visto que “não é para meninas”.
 
Apresenta seu desejo/problema às ferramentas e estas constroem um carrinho para a menina, realizando, assim o seu sonho.
 

 

 

 


 

 

 

            Os pontos de destaque do espetáculo são:

 

1) O texto, não só pela mensagem que passa, como também, por sua carpintaria. É simples, ao alcance dos pequenos, sem ser “imbecilizado”, como é e costume em espetáculos para criança. Há certos detalhes, é verdade, que precisarão ser explicados pelos pais, principalmente aos de menor idade, entretanto isso é um aspecto super positivo, pois estimula o diálogo pais/filhos.

 

2) Os figurinos da peça, assim como o cenário, são de CAKÁ OLIVEIRA, de uma beleza, uma delicadeza, uma criatividade e um bom gosto sem par, os figurinos.

 

3) As canções que formam a trilha sonora, de RENATO FRAZÃO, além de lindas e bem populares, são do tipo “chiclete” e ficam grudadas nos nossos ouvidos. Algumas letras apresentam interessantes jogos de palavras. Saí do teatro cantarolando-as, enquanto caminhava pela Avenida Rio Branco, até o Teatro Glauce Rocha, onde assistiria a um outro espetáculo.

 

4) É excelente a atuação dos atores, sem destaque para ninguém. Todos fazem um trabalho correto, com total respeito ao público infantil. A única menção especial que faço é para a belíssima voz de ESTER FREITAS, que se prepara para atuar no musical “Love Story”, em fase de produção, com direção de Tadeu Aguiar. No dia em que assisti à peça, a atriz PAULA SCHOLL foi substituída por TAMIRES NASCIMENTO, com ótima atuação.

 

 

 


Paula Scholl.

 

 


Ester Freitas.

 

 


Flora Borges.

 

 


João Vítor Novaes.

 

 


Marcelo de Paula.

 

 

5) Bem interessante e simples o cenário, que começa como uma grande caixa de ferramentas, vazada, em ripas, e que, depois, se transforma em quatro grandes painéis.

 

6) É muito oportuna e bonita a homenagem prestada a Ayrton Senna, no final do espetáculo, na cena em que MARIE ANNE passa a pilotar seu carrinho, simulando-se uma vitória, com direito a bandeira do Brasil e tudo, inclusive a canção que era executada a cada vitória do grande e saudoso piloto.

 

7) Um crédito de louvor ao trabalho de identidade visual, feito por DAVI PALMEIRA, assim como a caracterização e visagismo, sob a responsabilidade de PAULA SCHOLL.

 

8) Com alguns pequenos problemas na luz, já que, em teatros nos quais há, paralelamente, um espetáculo infantil e outro, para adultos, à noite, sempre “sobra” para o infantil o “se virar”, em relação à iluminação. Mas LÍVIA ATAÍDE faz o que pode, dentro dos limites que lhe são conferidos, e seu trabalho, ainda que pudesse ser melhor, não por culpa dela, não compromete a plasticidade da peça.

 

9) Em musical, o desenho de som tem de funcionar a contento. A equipe de FOGUETE SONORIZAÇÃO se incumbe disso.

 

 

 


A vitória.

 

 


Cantando, dançando e interpretando.

 

 

 

 
FICHA TÉCNICA:
 
Texto e Direção: Simone Kalil
Direção Musical, Trilha Original e Arranjos: Renato Frazão
Elenco: Ester Freitas, Flora Borges, João Vitor Novaes, Marcelo De Paula e Paula Sholl
Cenário e figurinos: Caká Oliveira
Ilustração: Dolores Marques
Design Gráfico: Leandro Carvalho
Orientação de Canto: Flora Borges
Caracterização e Visagismo: Paula Sholl
Iluminação: Lívia Ataíde
Supervisão de Movimento: Jefferson Almeida
Marceneiro: José Antônio
Assessoria de Comunicação: Minas de Ideias
Fotos: Victor Noronha
Direção de Produção: Sandro Rabello
Realização: Diga Sim! Produções e Mabruk Produções
 





 
 

 
SERVIÇO:
 
Local: Centro Cultural da Justiça Federal – CCJF
Endereço: Av. Rio Branco, 241 – Centro – em frente à estação do metrô Cinelândia
Tel: (21) 3261-2550
Temporada: De 16 de janeiro a 20 de março de 2016
Dias e Horários: Sábados e domingos, às 16h  
Ingressos: R$30 (inteira). R$15,00 (meia-entrada)
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos
 

 

 

 


O elenco e a plateia.

 

 


O elenco e a autora e diretora.

 

 

Dos melhores espetáculos infantis em cartaz, no momento, no Rio de Janeiro (Está difícil encontrar um!!!), recomendo “CAIXA DE FERRAMENTAS”, que fica em cartaz por apenas mais um final de semana.

 

            Esperemos que outras pautas surjam, pois “o show de todo artista tem de continuar”, principalmente quando é bom.

 

 

 

 

 

(FOTOS: VICTOR NORONHA.)

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