quarta-feira, 2 de outubro de 2013

(1) NA COXIA, COM... - JÚLIA SPADACCINI
 
 
           Carioca, Júlia Spadaccini é formada em Artes Cênicas e Psicologia e pós-graduada em Arteterapia.  Além de uma das melhores autoras de teatro do momento, atua como roteirista de TV e histórias em quadrinhos.  Atualmente, compõe a equipe de redatores do seriado TAPAS & BEIJOS, grande sucesso da TV. 
           É autora de mais de 15 peças, entre as quais "NÃO VAMOS FALAR SOBRE ISSO AGORA", "O MESMO SOL""OS ESTONIANOS", "O CÉU ESTÁ VAZIO""A PORTA GIRATÓRIA", "QUEBRA-OSSOS", "AOS DOMINGOS", "UM DIA QUALQUER" e "A PORTA DA FRENTE" .  Desde 2005, trabalha com a Cia Casa de Jorge.

           Sem a menor dúvida, é uma dramaturga em ascensão, já tendo recebido várias indicações a prêmios.  Só neste ano, já foi indicada ao Prêmio Shell e ao Prêmio Cesgranrio, por um mesmo texto: "AOS DOMINGOS".
 
           JÚLIA SPADACCINI inaugura, para a minha alegria e honra, esta seção do blog O TEATRO ME REPRESENTA - MERDA! (OTMRM)
          
(OTMRM)  -  Com três textos elogiadíssimos pela crítica e pelo público, só no primeiro semestre deste ano, AOS DOMINGOS, UM DIA QUALQUER e A PORTA DA FRENTE, você acha que, mesmo ainda tão jovem, já atingiu sua maturidade profissional?
JS  -  Sinto que ainda estou muito longe disso.  Aprendo muito a cada peça escrita.  Sei que já ganhei mais força na estrutura, nos diálogos, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido e isso me deixa bastante animada.
(OTMRM)  -  Quais são os temas que mais mexem com você, a ponto de motivá-la a escrever uma peça?
JS  -  As estruturas familiares e o rompimento com essas estruturas tão arraigadas em cada um de nós.  Também gosto de encontros inusitados e das situações cotidianas.
(OTMRM)  -  O que é que pode render um bom texto?
 
JS  -  Qualquer situação pode render um bom texto, desde que o autor consiga criticá-la com competência e, por consequência, fazer com que o público se identifique com ela.
(OTMRM)  -  Além de escrever para o TEATRO, você também escreve para a TV, para histórias em quadrinhos...  É fácil fazer tudo isso simultaneamente?
JS  -  Escrever nunca é fácil, mas é divertido poder participar de coisas tão diferentes ao mesmo tempo.  Cada uma delas me dá um prazer específico e uma ajuda na criação da outra.
          
(OTMRM)  -  O seu método de criação obedece a alguma disciplina, com relação a tempo.  Em outras palavras, você tem hora para escrever?  Qual a sua rotina de trabalho?
 
JS  -  Gosto de escrever das 7hs às 12hs. Esse é o horário que minha cabeça funciona melhor, mas é claro que tenho que escrever em qualquer horário. Só a madrugada não funciona pra mim.
(OTMRM)  -  O que você acha de trabalhar por encomenda?  Para um dramaturgo, ou escritor, de um modo geral, isso pode ser um obstáculo à criação?
JS  -  Não é o que mais gosto de fazer.  Prefiro ter a liberdade pra criar o que quiser, mas já fiz boas parcerias que nasceram de encomendas.  O importante é que as pessoas tenham a consciência de que o autor não consegue ser apenas um datilógrafo de ideias alheias.  Se a parceria for fértil e respeitosa, pode dar muito certo.
(OTMRM)  -  Qual foi o seu primeiro texto e qual o primeiro a fazer sucesso?
JS  -  Meu primeiro texto foi “Na Geladeira”, com a interpretação do Alex Mello.  Bem, sucesso, pra mim, é casa cheia, e isso só começou a acontecer agora.
(OTMRM)  -  Hoje, você já é uma referência entre as pessoas que gostam de teatro e entre os atores e atrizes.  Qual a sensação de ter um texto seu indicado para um prêmio de melhor do ano, como foi o caso de QUEBRA-OSSOS e, este ano, AOS DOMINGOS, por enquanto?
JS  -  Acho que, agora, as pessoas estão se aproximando do meu trabalho.  Então, de alguma forma, essas indicações significam que meus trabalhos estão sendo vistos por mais pessoas.  Nesse sentido, é muito bom.
(OTMRM)  -  Quando escreve uma peça, você já pensa em atores ou atrizes para dar vida aos seus personagens?
JS  -  Penso.  Várias vezes, tive o prazer de realizar minha imaginação em cena.  Pra minha sorte, todos os atores me surpreenderam positivamente.
(OTMRM)  -  Qual será o próximo texto da Júlia Spadaccini a ser encenado?  Pode fornecer alguns detalhes sobre ele?
JS  -  Ainda está tudo muito no começo para divulgar alguma coisa.  Estou colhendo ideias, reparando o mundo, as situações.  Todos os dias, algo novo aparece, mas só começo a escrever quando a ideia cresce, de tal maneira, que não tenho como guardar os detalhes na cabeça.  Ainda não aconteceu.  O que posso dizer é que, mais uma vez, os próximos trabalhos serão com três artistas que adoro: Jorge Caetano, Alex Mello e Bruce Gomlevsky.
(OTMRM)  -  Qual a sensação de ver um(a) ator/atriz dando vida às palavras que, antes, estavam só no papel?
JS  -  É tão espetacular, que não consigo descrever a sensação.  Ver o que você imaginou sendo encenado é tão grandioso, que fico muito agradecida todas as vezes que presencio isso.
(OTMRM)  -  Que dicas você daria a quem gosta de escrever e gostaria de se iniciar numa carreira de dramaturgo?
JS  -  Para escrever, só uma dica: escreva todos os dias.
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 

3 comentários:

  1. ADOREI essa nova seção do blog. Para nós, simples mortais, é muito bom saber sobre os autores, atores, técnicos, enfim os personagens que fazem parte dessa mágica chamada TEATRO.
    Lendo a entrevista de Júlia Spadaccini até parece fácil escrever!
    Valeu!

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  2. Merecidamente premiada como melhor autora pelo trabalho "PORTA DA FRENTE", Julia é o máximo!

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