quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024


“BOSSA NOVA

CABARET BAR”

ou

(A VELHA E BOA

BOSSA NOVA

NO TEATRO.)

ou

(OS VELHOS TEMPOS

ESTÃO DE VOLTA.)

 


 

         No ano passado, ouvi ótimas referências a um espetáculo que estava fazendo muito sucesso em São Paulo. Era “BOSSA NOVA CABARET BAR”, uma produção do GRUPO CIRCO GRAFITTI, companhia cujo trabalho, salvo engano, eu não conhecia, e fiquei muito curioso para assistir à peça, o que consegui, no último dia da minha mais recente estada na capital paulista (28 de janeiro de 2024). Trata-se de um musical que fica em cartaz apenas até o próximo domingo, 04 de fevereiro, no Teatro do SESI-SP (Centro Cultural FIESP) (Ver SERVIÇO.), já tendo sido assistido por cerca de 20.000 pessoas.

 

 



 

 

 SINOPSE:

“BOSSA NOVA CABARET BAR” é uma comédia de variedades, retratada em formato de um “show”, no fictício Copacabana Cabaret Bar, conduzido por uma trupe de comediantes cantores. 

Livremente inspirado em fatos, personagens e músicas da Bossa Nova, o espetáculo apresenta as canções emblemáticas do movimento cultural, artístico-musical, que floresceu, no Brasil, entre o final de 1958 e 1963, justamente os anos que marcam os primeiros álbuns de João Gilberto, considerado o “Pai da Bossa Nova”.

A encenação se apresenta em forma de números de mágica, quadro de bonecos, números de cortina com vedetes interagindo com a plateia, paródias, bem como variadas performances musicais, com o rearranjo das composições.

Com o selo de qualidade do GRUPO CIRCO GRAFITTI, o espetáculo busca, além de entreter e divertir, por meio de um humor refinado, cumprir a função social de mostrar, ao público, uma COMÉDIA MUSICAL BRASILEIRA, por seu conteúdo temático, estilo ou construção composicional, em oposição a fórmulas importadas de entretenimento cultural.

 

 

 

 



 

         Quando me proponho a assistir a um espetáculo teatral, gosto de ir bem informado sobre o que irei ver, no que incluo conhecer a SINOPSE da peça. Ao final da sessão, a primeira coisa que pergunto a mim mesmo é se o que vi corresponde, fidedignamente, à referida SINOPSE. Nem sempre o que as assessorias de imprensa nos enviam corresponde ao que foi encenado. Respondendo pelo espetáculo em tela, afirmo, peremptoriamente, que sim; nem mais, nem menos. E isso é muito bom.

 

 


 

         “BOSSA NOVA CABARET BAR” é um espetáculo dos que costumam ser rotulados, sem nenhum demérito, como “digestivo”, ou seja, que não tem maiores pretensões, além de divertir, de forma alegre, simples, agradável e bem feita. Não traz grandes mensagens nem o escopo de fazer refletir, criticar o que quer, ou quem quer, que seja e, menos ainda, fazer denúncias. Não é para se pensar; é para se saborear e se divertir. E o GRUPO atinge seu objetivo. A prova disso é a resposta do público e da crítica especializada.

 

 


 

         A peça aqui analisada veio a público depois de um hiato de quinze anos, de atividades da companhia, segundo apurei, e sua estreia ocorreu no dia 12 de outubro de 2023, no Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp, onde permanece até hoje. Como uma digital do trabalho do GRUPO, esta montagem traz o estilo de décadas de atuação do CIRCO GRAFFITI: “ênfase na COMÉDIA MUSICAL, o texto inédito, e muita música com arranjos inéditos. No caso do novo espetáculo, foi criada uma carnavalização da Bossa Nova sob o filtro do humor e do lirismo.”.

 

 



 

         Diverti-me à farta com a encenação, que tem texto e direção geral de dois fundadores do CIRCO GRAFFITI, HELEN HELENE e PEDRO PAULO BOGOSSIAN, os quais criaram um espetáculo de quadros, no molde dos “shows” de cabarés, tendo como locação um fictício bar, situado em Copacabana, Rio de Janeiro. “Cada cena traz um elemento teatral, circense ou de cabaré, misturando a linguagem sofisticada da bossa nova com o escracho, a poesia, as cores e a alegria do carnaval, se comunicando com públicos de diferentes idades e situações de vida.” (Trecho extraído do “release” que me foi enviado por DANI VALÉRIO – Canal Aberto – Assessoria de Imprensa.).

 

 




 

         Não se trata de nenhuma montagem sofisticada, porém é feita com muito acerto e simplicidade, visando a atingir, fácil e diretamente, o grande público. É um espetáculo direcionado a todas as classes sociais, desde que o espectador goste de TEATRO e de música e saiba apreciar um bom espetáculo teatral.

 

 


 

         O elenco é bastante homogêneo e numeroso, para os padrões de hoje em dia, contrariando o que estamos acostumados a ver, nos últimos tempos, por questões de “praticidade”, eufemismo para “questão econômica”: ROSI CAMPOS, HELEN HELENE, RACHEL RIPANI, LUCIANO SCHWAB, CONRADO CAPUTO, DANILO MARTHO, DIEGO GAZIN, EFRAIM RIBEIRO, FLÁVIA TEIXEIRA, JOÃO PEDRO ATTUY, LARISSA GARCIA, NAIARA DE CASTRO e PALOMA RODRIGUES, numa “mistura de gerações de atores, com suas diferentes características e experiências, para falar de amor e de música”.

 

 





 

         Como, da primeira à última cena, toda a ação se passa num fictício “Copacabana Cabaret Bar”, é obvio que a cenografia teria que ser algo que lembrasse tal espaço. Seu responsável é ATTILIO MARTIÑS. No palco, ao fundo, numa das laterais, fica o quinteto de músicos, os quais tocam ao vivo; na outra extremidade, o típico balcão de um bar e um letreiro em neon, como o nome do estabelecimento. A parte central e a anterior do palco ficam livres para os números musicais e a coreografia. Vez por outra, entram contrarregras com mesas e cadeiras, para o apoio cenográfico a algumas cenas, e alguns outros elementos cenográficos.

 

 




         ATTILIO também assina os figurinos, bastante coloridos, alegres e criativos, alguns um pouco mais “exuberantes e exóticos”, com pinceladas circenses, próximas ao “clown”, seguindo uma estética, segundo soube, que é marca registrada do GRUPO, sendo que o conjunto, tendo como aliado o visagismo, de ANDERSON BUENO, realçado pela maquiagem, ajuda a criar a atmosfera da proposta: um espetáculo de cabaré, nos moldes, por exemplo, da Alemanha dos anos 1930 e também com tintas do TEATRO DE REVISTA BRASILEIRO.

 

 


 

         Completando o time de artistas criativos, GUILHERME BONFATTI responde pelo desenho de luz da peça, preciso na escolha de tonalidades e intensidades, e JC VIOLLA pensou em coreografias leves e graciosas.

 

 


 

         Todos do elenco fazem um ótimo trabalho, cada um sabendo aproveitar seus momentos de protagonismo, arrancando muitos risos e gargalhadas da plateia. Reservo um destaque para um trio feminino, formado por ROSI CAMPOS, HELEN HELENE e RACHEL RIPANI. Além de interpretar vários personagens, todos dançam e cantam os maiores “hits” do repertório da bossa nova, acompanhados pelo agradável som de uma banda: PEDRO PAULO BOGOSSIAN (piano), GIULLIA ASSMANN (contrabaixo), RODRIGO MARDEGAN (bateria), JESUM BIASIN (percussão) e JULIENE BELLINGERI (sax e flauta).

 

 



 

 

 FICHA TÉCNICA:

Texto: Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian

Direção Geral: Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian

Direção de Atores: Helen Helene

Assistência de Direção: Sandra Mantovani

Direção Musical: Pedro Paulo Bogossian

Assistência de Direção Musical: Pedro Ascaleta

 

Elenco: Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro e Paloma Rodrigues

 Músicos: Pedro Paulo Bogosian (piano), Ana Eliza Colomar (sax / flauta), Giullia Assmann (contrabaixo), Jesum Biasin (percussão) e Rodrigo Mardegan (bateria)

 

Cenografia: Attilio Martiñs

Figurinos: Attilio Martiñs

“Design” de Luz: Guilherme Bonfatti

Coreografia: JC Violla

Assistência de Coreografia: Nelly Guedes

Visagismo: Anderson Bueno

Adereços de Cenário e Figurino: Sidnei Caria

“Design” de Bonecos: Sidnei Caria

Preparação e Tradução de LIBRAS: Mirian Caxilé

Assistência e Operação de Luz: Francisco Turbiani

Operação de Seguidor: Lays Ventura

“Design” de Som: Luciano Manson e Gabriel Bocutti

Operador de Mesa: Gilbel Silva

Microfonista: Adriana Lima

Coordenador de Palco: Flávio Rodriguez

Camareiros: Ana Lúcia Arruda e Wellington Oliveira

Contrarregras: Flores Ayra e Sérgio Sasso

Roadie: Roupa Nova

Assessoria de Comunicação: Canal Aberto

Fotografia: Ary Brandi

Direção de Planejamento e Produção: Fá Almeida

Coordenação de Produção: Karina Cardoso

Produção Executiva: Daniel Aureliano

Assistência de Produção: Eduardo Barros

Assistência Jurídica: F&R Advogados 

Realização: Grupo Circo Grafitti e Diorama Casa de Produção 

 

 


 



 

 

SERVIÇO:

Temporada: de 18 de outubro de 2023 a 04 de fevereiro de 2024.

Local: Teatro do Sesi-SP (Centro Cultural FIESP).

Endereço: Local: Avenida Paulista, nº 1313, Bela Vista - São Paulo (Em frente ao Metrô Trianon-MASP).

Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 20h; aos domingos, às 19h. 
Sessões com interpretação em Libras e audiodescrição: 29/10, 26/11, 03 e 23/12/23; e 28/01/24.
Valor dos Ingressos: GRATUITOS. Reservas antecipadas pelo site: 
sesisp.org.br/eventos
As reservas abrem todas as segundas-feiras, a partir das 08h, para as apresentações que acontecem na mesma semana. Verifique a disponibilidade.
Classificação indicativa: 12 anos.
Duração: 100 minutos.
Gênero: MUSICAL / COMÉDIA 

+Informações:
centroculturalfiesp.com.br


 


 


 

         “BOSSA NOVA CABARET BAR” é um bom programa para a família e merece ser visto, porque, além de divertido, resgata um dos momentos mais profícuos da cultura brasileira, marcado pelo grande acontecimento que foi o movimento da bossa nova. Gostei muito de ter encerrado a minha primeira maratona teatral de 2024 em São Paulo com este espetáculo, o qual, obviamente, recomendo.

 

 

 

 

FOTOS: ARY BRANDI

 e

KARIM KAHN

 

 

 

 

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