terça-feira, 20 de junho de 2023

WICKED”

ou

(“A HISTÓRIA

NÃO CONTADA

DAS BRUXAS 

DE OZ”.)

ou

(NÃO DEVEMOS

NADA AOS “GRINGOS”.)

ou

(UMA “LOA” À AMIZADE!)








    Meu primeiro contato com “WICKED” não foi no Teatro, mas ouvindo o CD da trilha sonora da montagem da Broadway, que ganhei de um casal amigo, recém-chegado de Nova Iorque, em 2015. Perguntaram-me, antes de viajar, se eu queria que comprassem algo para mim. Pedi-lhes o CD da trilha sonora do musical “Um Violinista no Telhado”, que eles não encontraram e, “para que eu não ficasse triste”, e sem nem saber do que tratava “WICKED”, se era um espetáculo bom ou ruim, acharam a capa bonita (Risos.) e, como sabem do meu “fanatismo” por musicais, decidiram que seria a minha “lembrancinha”. “Lembrancinha” que nada! Que presentão! Passei a ouvir, diariamente, da manhã até a noite, aquela trilha, apaixonado pelas canções, com letras e melodias compostas por STEPHEN SCHWARTZ, e passei a sonhar com uma possível montagem no Brasil.


(Capa do CD.)


(Fabi Bang e Myra Ruiz.)


Curiosamente, não foi aqui que assisti ao musical, pela primeira vez. Isso se deu em 2015 mesmo, quando me belisquei, para ter a certeza de que não sonhava, dentro do “Apollo Victoria Theatre”, na “West End”, em Londres, onde o musical estreou em 2006 e está em cartaz até hoje. Fiquei encantado com tudo, embora não tenha compreendido bem o enredo, a trama, ainda que entendesse o idioma inglês. A história era, para mim, meio nebulosa, um pouco confusa, porque remetia a “O Mágico de Oz”. Eu me “embananei” bastante, confesso, mas valeu muito a pena cada pence de libra esterlina pago pelo ingresso.







      Em 2016, vi a primeira montagem do musical, no Brasil, no Teatro Renault, produção da Time For Fun”, numa longa temporada, que se estendeu de março a dezembro daquele ano, trazendo, nos papéis principais, FABI BANG, como Glinda, e MYRA RUIZ, como Elphaba, as mesmas que protagonizam a atual produção, do “Instituto Artium de Cultura”, em parceria com o “Atelier de Cultura”, no Teatro Santander. Naquela noite, saí do Teatro Renault extremamente encantado com tudo o que vira, até porque, pude entender todo o enredo. Foi, também, quando assumi a afirmação, que mantenho até hoje, de que “NÃO DEVEMOS NADA AOS ‘GRINGOS’”, quando o assunto é montagens de musicais da Broadway e de West End. Foi com os mesmos sentimento e pensamento de 2016 que deixei o Santader, naquela tarde de 23 de abril (2023).




    Sinto um prazer e uma alegria imensa, incapazes de serem descritos, ao escrever sobre esta montagem, que, já de saída, classifico como uma OBRA-PRIMA, ao mesmo tempo que é uma responsabilidade muito grande, visto que eu teria motivos de sobra para escrever centenas de linhas, mas preciso - e tenho que – me policiar, para dizer o máximo com o mínimo de caracteres possível, o que, para mim, é uma tarefa das mais difíceis, já sabendo que não conseguirei “domar” meus “dedos nervosos”. Também sei que, terminada a escrita, terei de ler e reler, muitas vezes, esta crítica, para “cortar as gorduras” e, também, ver se não deixei de mencionar nada de relevante, porque só há coisas relevantes, nesta montagem.


 


 

 SINOPSE: 

Pode-se dizer que o musical é “a história não contada das bruxas de Oz”.

Muito antes de Dorothy, a protagonista de “O Mágico de Oz”, ser levada, por um tornado, ao mundo esmeralda, em referência ao clássico filme, de 1939, as bruxas Elphaba (MYRA RUIZ) e Glinda (FABI BANG), vivem uma das melhores histórias do TEATRO MUSICAL.

Elphaba é uma jovem que foge, completamente, aos padrões “comuns” de um ser humano, por ter nascido com a pele verde esmeralda. É inteligente e incompreendida por todos, desde o seu nascimento, a começar pelo próprio pai, pela cor da pele e por sua concepção ter sido fruto de um caso extraconjugal de sua mãe.

Glinda seria o seu oposto: uma moça linda e alegre, além de ser a mais popular da Universidade Shiz, onde as duas se conheceram.

Tão logo chegou à Universidade, Elphaba começou a sofrer “bullying”, por ser “diferente”, e acabou dividindo o quarto com Glinda, que a recebeu numa atitude de hostilidade.

De cara, as duas não se suportaram, e um sentimento de ódio mútuo tomou conta delas, sempre que se encontravam, alimentado, mais ainda, pelo povo de Oz, o que levou Elphaba a ser tornar a Bruxa Má do Oeste.

Elphaba, nascida com pele verde esmeralda, esperta, impetuosa e incompreendida “versus” Glinda, bonita, ambiciosa e muito popular.

E, enquanto Glinda estava determinada a se manter a sua popularidade, Elphaba focava em não querer trair seus valores morais.

Inevitavelmente, suas vidas tomaram rumos muito diferentes.

O espetáculo propõe-se a contar a história de uma extraordinária odisseia em que entra em jogo a amizade improvável de Elphaba, a Bruxa Má do Oeste, e Glinda, a Bruxa Boa do Norte.

Elphaba sonhava em conhecer seu maior ídolo, o grande Mágico de Oz (MARCELO MÉDICI), mas a moça sofreu uma grande decepção, quando as verdadeiras intenções do Mágico são reveladas.

Após o tão sonhado encontro com o Mágico de Oz, Elphaba e Glinda se veem obrigadas a tomar uma decisão.

O musical aborda questões ligadas à injustiça, ao preconceito e à corrupção, embora também se abra a um pouco de comicidade e a emocionar, deixando clara a mensagem de que há sempre, pelo menos, dois pontos de vista para uma mesma história.

É ver, para crer.

E se deliciar!


 



Para dar forma a esta crítica, apoiei-me no completíssimo “release” que me chegou às mãos, via GUILHERME OLIVEIRA (Agência TAGA), pelo que muito agradeço. Enganam-se, redondamente, aqueles que acharem que o musical só comporta beleza e muitas surpresa agradáveis, que é voltado, especificamente, ao público infantil e infantojuvenil. Basta ler, antes de assistir ao espetáculo, o antepenúltimo parágrafo da SINOPSE supra e, depois, conferir sua veracidade, assistindo ao “show”. Por oportuno, é bom lembrar que os grandes autores, no TEATRO, no cinema e na literatura, sempre usaram as “histórias infantis”, para fazerem denúncias e críticas, de forma velada, metafórica, nas entrelinhas, como uma forma de fugir à censura, em períodos em que esta tenta calar vozes que precisam, e merecem, ser ouvidas. Não acontece nada diferente disso, em “WICKED”, excetuando-se a questão da censura. Para os adultos, fica muito perceptível a presença de um discurso de fundo político, no sentido mais amplo do termo, voltado para as questões éticas e sociais. Discutem-se, do início ao fim da história, os conceitos, bem relativos, de “bem” e “mal”, assim como nos é chamada a atenção para o modo como devemos enxergar nossos “heróis”, nossos “mitos”, e de que maneira devemos controlar nossas idolatrias, o que faltou bastante, nos últimos quatro anos, a uma boa parcela do povo brasileiro. Mas isso “são águas passadas” (Ou será que “ainda estão passando”?).  





“WICKED”, é considerado, pela imprensa mundial – E por que não pelos espectadores também, nos quais me incluo? –, “o maior sucesso da Broadway, escrito no século 21”, além de ter sido declarado “o melhor musical da década”, pela consagrada revista semanal norte-americana “Entertainment Weekly” e “um fenômeno cultural”, pela “Variety”, publicação norte-americana voltada ao mercado de entretenimento. A produção original da Broadway é vencedora de mais de 50, dos maiores prêmios internacionais, incluindo o “Grammy Award” e três “Tony Award”. Quando de sua primeira montagem no Brasil, em 2016, a peça foi assistida por mais de 340 mil pessoas. Não vejo a hora de poder assistir, no cinema, a uma produção cinematográfica, em curso, sob a responsabilidade da Universal Pictures”. Na verdade, são dois filmes musicais que levarão a história de Elphaba e Glinda às telonas, com estreias previstas para 2024 e 2025.




     A montagem em tela reúne o que há de melhor, em termos de elenco de musicais, representantes do imenso talento dos artistas brasileiros, que NADA DEVEM AOS ESTRANGEIROS. Além das duas grandes protagonistas, MYRA e FABI, dividem o palco com elas TIAGO BARBOSA, interpretando o príncipe FiyeroDIVA MENNER, como Madame MorribleMARCELO MÉDICI, que dá vida ao Mágico de Oz; e CLETO BACCIC, interpretando o Dr. Dillamond, todos com trabalhos marcantes em musicais anteriores.





       Trata-se, inegavelmente, de uma superprodução, para a qual os produtores brasileiros não mediram esforços nem fizeram economias. Ao todo, o elenco é composto por 35 artistas e a orquestra por 18 músicos, sob a regência da maestrina VÂNIA PAJARESIsso é algo - um incomensurável empreendimento artístico-cultural - que merece ser celebrado em grande estilo!!!




     Que fique bem claro que, a despeito de a produção nacional “estar sob as asas” da que foi levada à cena na Broadway (Entenda-se: A atual montagem trouxe mais de 30 profissionais internacionais para a produção do espetáculo.), não se trata de uma réplica; é, sim, uma montagem inédita, criada, exclusivamente, para o Brasil, e bem diferente da nossa primeira versão, de 2016, graças ao incansável e brilhante trabalho de JOHN STEFANIUK .




Para quem nunca assistiu a “WICKED”, tudo é recebido como uma deliciosa experiência singular, no entanto os que assistiram à montagem brasileira anterior encontram as mesmas versões, do texto e das letras das canções, feitas por MARIANA ELISABETSKY e VICTOR MÜHLETHALER, duas das maiores referências nesse ofício, decisão que considero corretíssima, não só pela ótima qualidade do trabalho como também porque, sem perder a essência, estavam bem moldadas ao gosto brasileiro. Agora, até um pouco mais ainda, a julgar, por exemplo, por algumas coisas ditas pelo Mágico e por Glinda, totalmente “brazucas”, como Não pira, miga. Cê tá muito loka!”. Já ouvi alguns comentários negativos sobre isso, mas foram raros e continuo firme na opinião de que nada de errado há nisso. No que concerne, porém, à cenografia, aos figurinos, à iluminação, à maquiagem e a outros elementos de criação e suporte, tudo é, absolutamente, novidade.



A teoria do “menos é mais” passa muito ao largo do que pode ser visto no Teatro Santander. Nesta montagem de “WICKED”, aplicou-se o conceito de que “mais é pouco; o bom é muito mais”. Se, com “mais”, já fica bom, com “muito mais”, fica ótimo. Presente aqui, de forma mais marcante, a tecnologia mais avançada, no campo do entretenimento, foi empregada e super bem explorada, culminando com um monumental voo da personagem Elphaba, até quase o meio da plateia, o que jamais se viu no Teatro, no Brasil. É de tirar o fôlego! MYRA RUIZ, ao chegar ao extremo de onde a leva o referido voo, ainda desce, quase à altura dos espectadores, permanecendo alguns segundos no ar. Por conta de uma felicíssima coincidência, eu era o espectador sentado na poltrona que fica bem no lugar em que a personagem parece que vai “pousar”, no auditório. E aquilo que eu jamais poderia ter sonhado acontecer comigo, um dia, aconteceu: por um pequeno tempo, que não consigo mensurar, mas que guardarei na memória e no coração, fiz coro com os mais de dois mil espectadores, crianças e adultos, que lotavam o Santander, aplaudindo, freneticamente – uma quase “histeria coletiva” (Ou será que já o era?), aquele prodígio, chorando, de tanta emoção, e gritando sei lá o quê. Que “voo catártico” foi aquele!     






     A “superlatividade” que marca, e marcará, indelevelmente, esta encenação, comprovando, mais uma vez, ser ela uma superprodução, é traduzida em números e fatos surpreendentes, que procurarei resumir, começando pela cenografia, das coisas mais arrojadas e belas que já vi sobre um palco, pesando 38 toneladas – 35 cenário diferentes -, o que demandou a necessidade de um reforço na estrutura do palco, para poder comportá-la, assim como, da mesma forma, o teto do Teatro passou por um considerável ajuste, a fim de sustentar 8 toneladas de equipamentos, principalmente os de luz e os destinados aos voos. Não sei se haveria, no Brasil, um outro Teatro com a mesma estrutura tecnológica do Teatro Santander, para receber esta produção; creio que não. Trata-se, indubitavelmente, do maior investimento em cenários e efeitos visuais, no país. Há muitos destes, tecnológicos, de projeção, na cenografia, o que é merecedor de críticas negativas, não para esta peça, especificamente, por parte de algumas pessoas, que chegam até a alegar que as projeções cenográficas podem causar o “desemprego dos cenógrafos e cenotécnicos”, o que julgo ser um exagero. Os cenários físicos jamais serão substituídos por projeções, entretanto, sim, estas existem, e devem existir sempre, para agregar valores positivos ao cenário, tornando-o mais agradável aos olhos.





      A cenografia de “WICKED”, criada e desenvolvida por MORGAN LARGE, um dos mais requisitados “designers” de palcos do mundo, com muitas premiações, tendo assinado cenários e figurinos para alguns dos mais icônicos musicais dos últimos anos, é algo que “assusta”, não no sentido real do adjetivo, mas metaforicamente, por suas dimensões, peculiaridades e “ousadia”. Os elementos cênicos se espalham por todo o grande palco e sobem, pela boca de cena, atingindo uma descomunal altura, a ponto me fazer sentir um grão de areia num deserto. Além de lindos, são de um perfeito acabamento e "coalhados" de mínimos detalhes.



 (Foto: Gilberto Bartholo.)


(Foto: Gilberto Bartholo.)


Os efeitos especiais – voos e ilusionismo – são um ponto de grande destaque do musical. Para os voos, de Elphaba e Glinda, são usados 4 sistemas independentes de voo, importados de Las Vegas, da empresa com mais experiência nesse tipo de efeito especial, um sistema de voo nunca utilizado, anteriormente, no Brasil. Quanto aos de ilusionismo, são mais de 15 diferentes, desenvolvidos em Nova Iorque, pelo consultor de ilusionismo da peça “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, o que, convenhamos, é uma referência de peso.








      E o que dizer dos números aplicados à rubrica figurinos, também assinados por MORGAN LARGE? Para a confecção de todas as peças usadas pelo elenco, foram utilizados mais de 4000 metros de tecido, sendo que 970 metros foram trazidos de Londres, São mais de 200 padronagens diferentes de tecidos. Para a confecção de tantas vestes, trabalharam, ao todo, 37 costureiras e alfaiates. Não tive acesso ao número exato de peças de vestuário que são trocadas, por todo o elenco, durante uma sessão, assim como a quantidade de perucas e acessórias, porém posso afirmar que são algarismos que vão dos dois aos três dígitos, tudo muito lindo, bem acabado e adequando a cada personagem, com muitos toques de humor e criatividade.




       Toda a magia deste “show” é realçada pela força e “energia” (Sem trocadilho!) concentrada na iluminação, experiência da qual não me tenha vindo à mente outra do mesmo “grosso calibre”. Que profusão de luzes e cores, intensidade e matizes, sempre mudando na hora certa, adequada a cada momento da peça! Os responsáveis por esse encantador trabalho são BEN CRACKNELL (“Design” de Luz), BETHANY GUPWELL (“Design” de Luz Associado) e DANIEL STREET (Programação de Luz). A parafernália utilizada para criar todos os efeitos de luz é “surreal”, a ponto de o Teatro Santander, que já possui um acervo de iluminação dos mais modernos, ter que apelar para uma transferência de energia, de outro local, “para manter os equipamentos em constante funcionamento”, visto que “não havia energia elétrica suficiente, para atender à demanda da peça”. Haja força energética que atenda à ação de mais de 500 “moving lights” e “spots” fixos de iluminação; mais de 2 quilômetros de fitas de LED e 1.200 pontos de luzes automatizadas instaladas no cenário; 793 painéis de LED embutidos no cenário, além de projetores de laser de última geração. O principal painel de LED pesa 8 toneladas e tem 160m².





     Com referência à caracterização dos atores, muitos aplausos para JOE DULUDE II, a quem cabe o “Design” de Maquiagem, e para FELICIANO SAN ROMAN, pelo “Design” de Perucas, para quem já não consigo encontrar adjetivos elogiosos, sem que fosse repetitivo, por tantos trabalhos irretocáveis em muitos dos melhores espetáculos de TEATRO, principalmente musicais, a que já assisti em São Paulo, em termos de visagismo. A novidade, nessa área, em “WICKED”, aliás, mais uma curiosidade, diz respeito à pintura no corpo de MYRA RUIZ, até que se transforme na personagem Elphaba: são mais de 15kg de maquiagem verde, ao longo da temporada.





       Sempre repito, nas minhas críticas, que é imperdoável qualquer falha de som, não importa qual seja o espetáculo de TEATRO, o que se torna mais “robusto”, se for num musical, visto que tudo o que se diz em cena tem que chegar, de forma cristalina, aos ouvidos dos espectadores. Isso é muito importante, porque o texto falado, geralmente, chega bem, mas a questão crucial são as letras das canções, considerando-se que estas fazem parte do texto da peça, as quais ajudam a contar a história e, por esse motivo, não podem ser “indecodificáveis”, de forma alguma. Fico muito triste e chateado quando isso acontece, até certo ponto, com alguma frequência, mas esse tipo de prejuízo não acontece em “WICKED”, por conta do belo trabalho de GASTÓN BRISKI (“Design” de Som) e ALEJANDRO ZAMBRANO (“Design” de Som Associado). Para que o público que superlota o Teatro Santander, um dos maiores do Brasil, com capacidade para 2085 espectadores, possa ouvir tudo naturalmente, são utilizadas mais de 150 caixas de som.




      Já que estou falando de “estatísticas”, cabe, aqui, a informação de que, antes da estreia, em pré-venda, o espetáculo já somava mais de 40.000 ingressos vendidos. E, desde quando as cortinas foram abertas, ao público, pela primeira vez, em 9 de março do ano em curso, os ingressos, para todas as sessões, se esgotam. Não tenho notícia de um sucesso de vendas tão grande anteriormente por estas bandas.



        Ainda no campo dos “números”, volto a falar dos 53 artistas no palco: 35 atores e 18 músicos, algo quase inacreditável, em termos de TEATRO, no Brasil.



Com relação à música, nada de errado pode ser apontado, desde a qualidade das canções, de STEPHEN SCHWARTZ, passando pela direção musical, envolvendo arranjos, musicais e vocais, sob a responsabilidade de VÂNIA PAJARES, que ainda rege a orquestra, e chegando ao trabalho dos 18 excepcionais músicos.



     A atuação do elenco, irretocável, impecável, em todos os aspectos – interpretação, canto e dança – é o melhor indicativo de que a sua montagem seguiu, à risca, a orientação de reunir alguns atores e atrizes dentre os que há de maior conceito e experiência em TEATRO MUSICAL, quer por meio de convites, quer via audições. Pela grande cumplicidade cênica e pelo conhecido talento que envolve os nomes de FABI BANG e MYRA RUIZ, não poderia ter sido melhor a ideia de convidar a dupla, que já havia feito grande sucesso na montagem de há 7 anos. Tudo o que eu escrevesse sobre FABI e MYRA seria, sempre, insuficiente, para celebrar o trabalho das duas. Muitas premiações, para ambas, é o que espero ver, ao final da temporada teatral de 2023.



    Outro acertadíssimo convite foi o endereçado a MARCELO MÉDICI, para interpretar o Mágico de Oz. MARCELO é um ator muito versátil, embora seu nome sempre esteja mais ligado a papéis cômicos, por seu talento para a COMÉDIA, entretanto, como agora, ele “marca muitos gols” em qualquer espetáculo musical de que participa. Seu Mágico é apresentado com “um aspecto mais maligno, cruel e manipulador, ao mesmo tempo que traz elementos típicos da cultura latino-americana”, segundo o próprio, “um mágico mais latino, mais visceral”. TIAGO BARBOSA, como Fiyero, é outra grande atração desta montagem, já consagrado em musicais brasileiros e com marcante atuação, também, no exterior. Destaques merecem, ainda, DIVA MENNER, como Madame Morrible, CLETO BACIC, o Dr. Dillamond, NAYARA VENÂNCIO, interpretando Nessarose, e DANTE PACCOLA, no papel de Boq. Para os bons atores, não há pequenos papéis, de modo que todos os demais do elenco, 27, ao todo, por menores que sejam suas participações, neste “show”, justificam os espaços que estão, merecidamente, ocupando.


Marcelo Médici.


Tiago Barbosa.


Diva Menner.


Cleto Baccici.


      Na a direção geral do espetáculo, que reúne 38 cenas, mais uma vez, contamos com JOHN STEFANIUKN, já nosso velho conhecido, por ter exercido a mesma função em “O Rei Leão” (2013), Billy Elliot” (2019)“Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate” (2021)“Evita Open Air” (2022). A extensão de seu currículo é proporcional ao seu talento para musicais, o que STEFANIUCKN prova, mais uma vez, com a assinatura da direção de “WICKED”. O diretor optou por um espetáculo “mais sombrio e assustador do que o da versão original de 2003”. Trabalhando ao lado dele, FLORIANO NOGUEIRA é o responsável pela direção associada e também assina a coreografia da peça, com números bastante vibrantes e criativos. Como “regentes” desta obra, ambos merecem os meus mais efusivos aplausos.




 

 

 FICHA TÉCNICA:

Letras e Músicas: Stephen Schwartz

Texto: Winnie Holzman

Baseado no Romance de Gregory Maguire

Produção Original na Broadway de Marc Platt, David Stone e Universal Stage Productions

Produção Original na Broadway dirigida por Joe Mantello

Orquestração: William David Brohn

Arranjos Musicais: Alex Lacamoire e Stephen Oremus

Direção Geral: John Stefaniuk

Direção Musical: Vânia Pajares

Versão Brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler


Elenco: Atores convidados: Myra Ruiz (Elphaba), Fabi Bang (Glinda), Tiago Barbosa (Fiyero) e Marcelo Médici (Mágico de Oz)Diva Menner (Madame Morrible), Cleto Bacic (Dr. Dillamond), Nayara Venâncio (Nessarose), Dante Paccola (Boq)Em ordem alfabética: Alicio Zimmermann (Ensemble e Magic Captain), Aline Serra (Ensemble e Cover Glinda), Amanda Bamonte (Swing), Amanda Döring (Ensemble e Cover Nessarose), Bia Castro (Ensemble e Cover Elphaba), Bruno Ospedal (Chistery e Ensemble), Cláudia Rosa (Ensemble), Danilo Martho (Ensemble), Danilo Santana (Ensemble), Diego Velloso (Ensemble), Éri Correia (Ensemble), Gabi Germano (Ensemble), Giselle Alfano (Ensemble), Larissa Grajauskas (Ensemble), Marco Azevedo (Ensemble), Mari Rosinski (Ensemble e Cover Madame Morrible), Mariana Montenegro (Enemble), Moira Osório (Swing), Murilo Ohl (Ensemble e Cover Boq), Pâmela Rossini (Ensemble e Cover Elphaba), Paulo Grossi (Ensemble, Cover Dr. Dillamond e Cover Mágico de Oz), Rafá Barbosa (Swing)  Renan Rosiq (Ensemble e Cover Fiyero), Robson Kabelo (Ensemble e Cover Fiyero), Tiago Dias (Swing), Verônica Goeldi (Ensemble e Cover Glinda) e Vinícius Cafer (Ensemble)


Assistência de Direção Musical e Preparação Vocal: Andréia Vitfer

Cenário e Figurino: Morgan Large

Figurino Associado: Lee Tassie

Coreografia e Direção Associada: Floriano Nogueira

Coreografia Associada: Anelita Gallo e Andrew Riley

“Design” de Luz: Ben Cracknell

“Design” de Luz Associado: Bethany Gupwell

Programação de Luz: Daniel Street

“Design” de Vídeo: Aaron Rhyne

“Design” de Vídeo Associado: Caleb Ngoh

Programação de Vídeo: Don Cieslik

“Design” se Som: Gastón Briski

“Design” de Som Associado: Alejandro Zambrano

"Produce Stage Manager": David Brenon

Direção Técnica Executiva: Gary Beestone

Direção Técnica e "Producion Manger": Andy Reader

Mágica e Ilusionismo: Skylar Fox

“Design” de Maquiagem: Joe Dulude II

“Design” de Perucas: Feliciano San Roman

Voo: Fly By Foy

 

 

 


 SERVIÇO:

Apresentado por Ministério da Cultura e Comgás.

Patrocínio: Esfera, Santander Seguros e Previdência, Sem Parar, Eurofarma e Prosegur.

Apoio: Hyundai Financiamentos, Unisys, Sensodyne e Rio Branco.

Hotelaria Oficial: Radisson Blu São Paulo.

"Catering" Oficial: Dona Deôla

Uma coprodução Atelier de Cultura

Realização: Instituto Artium de Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal

 

Temporada: De 9 de março a 23 de julho de 2023.
Local: Teatro Santander.

Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041 (Shopping JK Iguatemi) – Vila Olímpia – São Paulo.
Dias e Horários: Sessões: 5ªs e 6ªs feiras, às 19h30; sábados e domingos, às 15h e às 19h30min.

Valor dos Ingressos: De R$50,00 (inteira) a R$400,00 (inteira), variando de acordo com a localização (setor e assentos).

Venda “online” Via Sympla. Bilheteria “online” (com taxa de conveniência): wickedbrasil.com

Bilheteria física (sem taxa de conveniência): Teatro Santander.

Horário de funcionamento: Todos os dias, das 12h às 18h.

Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por dia.

Capacidade: 1.080 pessoas.

Duração: 150 minutos e 15 minutos de intervalo.

Classificação Etária: Livre. (ATENÇÃO! Menores de 12 anos, apenas acompanhados de responsável.)
Gênero: Teatro Musical

DESCONTOS:

1) 50% DE DESCONTO (MEIA-ENTRADA): obrigatória a apresentação do documento previsto em lei, que comprove a condição de beneficiário.

2) 30% DE DESCONTO: CLIENTE SANTANDER - Na compra de ingressos realizada por clientes Santander, limitado a 20% da lotação do teatro. Não cumulativo com meia­-entrada. Limitados a 02 (dois) ingressos por CPF.

 

VERIFIQUE EM QUAL SETOR O DESCONTO ESTÁ DISPONIVEL.

 

Assessoria de Imprensa - Agência TAGA

Guilherme Oliveira – guilherme@agenciataga.com.br

Diogo Locci – diogo@agenciataga.com.br

 

Assessoria de Imprensa Teatro Santander - MARRA COMUNICAÇÃO

Vinícius Oliveira: vinicius@paulomarra.com.br - 11 95946-2063

Paulo Marra: paulo@paulomarra.com.br - 11 99255-3149

Isabella Fonte: isabella@paulomarra.com.br – 11 99329-4056

Redação: redacao@paulomarra.com.br – 11 3258-4780

Site: http://marracomunica.com.br

 

 


 


 


A negociação de direitos do espetáculo, para esta temporada, durou 5 anos, e só estamos tendo acesso a ele, graças aos patrocinadores, apoiadores e à garra, coragem, sonho e espírito empreendedor dos representantes do “Instituto Artium de Cultura”, CARLOS CAVALCANTI e VINÍCIUS MUNHOZ, e “Atelier de Cultura”, CLETO BACCIC.



Uma montagem como esta é digna de todo o nosso respeito e elogio, não só por sua grandiosidade e qualidade, em si, motivo de um imenso orgulho para os brasileiros – de minha parte, TOTAL -, mas também por gerar 277 empregos diretos e outros 1.662 indiretos e, ainda, distribuir 30.163 ingressos gratuitos, para a população de baixa renda e instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social.




Ainda nutro a esperança de rever este magnífico “show”, quando retornar a São Paulo, na última semana de julho deste ano, sonhando com uma possível prorrogação da atual temporada, que se encerrará, oficialmente, no dia 23 de julho, para o que não faltaria público interessado. A atual encenação merecia uma temporada mais longa ainda que a da anterior, que já era ótima.


 


 



FOTOS: JOÃO CALDAS Fº 

(cena)

E

JAIRO GOLDFLUS 

(estúdio)

 

 

 

GALERIA PARTICULAR

(Fotos: Leonardo Soares Braga.)

 






 


VAMOS AO TEATRO!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS

DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI,

SEMPRE!

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO,

PARA QUE, JUNTOS,

POSSAMOS DIVULGAR

O QUE HÁ DE MELHOR

NO TEATRO BRASILEIRO!














































Nenhum comentário:

Postar um comentário