sábado, 13 de maio de 2023

 CÁRCERE OU

PORQUE AS

MULHERES

VIRAM BÚFALOS”

ou

(A PERIFERIA

TEM VEZ E VOZ.

E COMO TEM!!!)

 

NOTA: Em função da grande quantidade de críticas a serem escritas, entre espetáculos que fizeram parte do “31º FESTIVAL DE CURITIBA” e outros, assistidos no Rio de Janeiro e em São Paulo, por algum tempo, fugirei à minha característica principal, como crítico, de mergulhar, “abissalmente”, nos espetáculos, e vou me propor a ser o mais objetivo e sucinto possível (VOU TENTAR.), numa abordagem mais “na superfície”, até que seja atingido o fluxo normal de espetáculos a serem analisados.




Um dos espetáculos mais aguardados, na mais recente edição do “FESTIVAL DE CURITIBA”, um dos meus favoritos, dos que mais me impactaram, não era uma super produção, mas um super espetáculo, que acabara de conquistar mais duas premiações, no “33º Prêmio Shell – São Paulo”, nas categorias Dramaturgia (DIONE CARLOS) e Música (ALISSON AMADOR, AMANDA ABÁ, DENISE OLIVEIRA e JENNIFER CARDOSO, pela execução ao vivo.). Foi mais um excelente espetáculo a que não tive a oportunidade de assistir antes – e queria muito – e, graças ao “FESTIVAL”, pude realizar aquele meu desejo.




Adoro quando me proponho a assistir a um espetáculo teatral com uma expectativa, a melhor possível, sempre, e o que me é dado ver supera, em muito, a que eu levava. A sensação de que valeu muito a pena ter ido ao TEATRO não tem preço. E foi o que me aconteceu naquela noite de 4 de abril (2023), no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná.




A minha curiosidade por assistir à peça era por conta dos muitos elogios que ouvira e lera sobre ela, muitas críticas favoráveis, e, mais ainda, quando, na noite de 21 de março próximo passado, estando eu, como convidado, presente na cerimônia/festa de premiação do “Prêmio Shell”, vi, na hora em que foram anunciadas as duas categorias em que a peça se consagrou vencedora, pelo júri de São Paulo, a reação de todos os presentes, incluindo os indicados concorrentes, vibrando e celebrando as premiações. Aquilo me comoveu bastante.





 SINOPSE:

As irmãs gêmeas Maria das Dores (JUCIMARA CANTEIRO), mãe do personagem Gabriel (DANYEL FREITAS), e Maria dos Prazeres (DALMA RÉGIA, que também interpreta a Búfala.) têm a vida marcada pelo encarceramento dos homens da família: primeiro, o pai; depois, o companheiro de uma; agora, o filho da outra.

Uma família de mulheres que, há três gerações, convive com seus encarcerados, cada um por uma razão ou falta dela.

Dentro do presídio, o jovem Gabriel, que sonha em ser desenhista, aprende as estratégias de sobrevivência, para lidar com as disputas internas de poder e a falta de perspectivas inerente ao sistema carcerário.

Naquele microcosmo, a violência dita as regras e não poupa os considerados fracos ou rebeldes.

Fora dali, em suas comunidades, as mulheres – mães, filhas, afilhadas – buscam alternativas para, ao menos, tentar romper os ciclos de opressão que as aprisionam em existências sem futuro.

Outros horizontes são possíveis?

Os saberes ancestrais resistiram à barbárie e atravessaram os séculos nos corpos, nas vozes e nas crenças dos africanos, os quais, escravizados, fizeram a travessia do Atlântico.

IansãRainha Oyá, deusa guerreira dos ventos, das tempestades e do fogo, não abandonou seu povo.

Ela permanece iluminando caminhos e inspirando fabulações, para que seus filhos e filhas experimentem, por fim, a liberdade. 

 



    A encenação tem como objetivo maior um aprofundamento sobre as pessoas mantidas nas prisões brasileiras, sob a custódia do Estado, num sistema penitenciário perverso e injusto, que, ao invés de oferecer condições para a reintegração, na sociedade, dos indivíduos que violaram, de alguma forma, as leis, mais os faz chafurdar na lama, investigando quem são esses indivíduos, como se sentem numa prisão, os impactos da superlotação nos presídios em suas vidas, o abandono pelo Estado e as consequências do encarceramento para seus familiares, principalmente as mulheres.




Todos sabemos quão “torto” é o sistema carcerário, retrato do elevado nível de criminalização da miséria. “Interessa, à COMPANHIA, investigar a indústria do cárcere, para que serve e a quem interessa o encarceramento em massa. Também busca um olhar mais próximo e específico, para compreender como a dinâmica carcerária afeta os moradores de Heliópolis e a sociedade, como um todo.”.




O espetáculo mostra, de forma crua e direta, o retrato de uma família e adjacências como um microcosmo, dando conta tanto dos dramas pessoais quanto de seu entorno. Heliópolis representa um grão de areia num deserto chamado Brasil.




     As duas personagens principais da trama, nascidas e criadas numa favela, têm muita coisa em comum, a começar pelo fato de serem filhas de um homem que, por conta de um deslize, perdeu muitos anos de sua vida, trancafiado numa cela do, “no popular”“Carandiru”, a Casa de Detenção de São Paulo”, de triste lembrança, desativada em 2002, tendo se transformado num espaço que, hoje, abriga o “Parque da Juventude” e o “Museu Penitenciário Paulista”.




Ambas, como tantas outras que habitam aquele universo, parecem ter nascido com as marcas da dor, do sofrimento, da humilhação, da exclusão, da invisibilidade e, para suportar tudo isso e conseguir sobreviver a todas as “intempéries”, a resiliência e a coragem, como uma espécie de compensação, sem, contudo, poder evitar que um ciclo de “maldição” lhes assombre, vinte e quatro horas por dia. É só considerar que Gabriel, filho de Maria das Dores, também é um detento, preso injustamente, devido a uma denúncia errônea nas redes sociais (Facebook), como também o marido Maria dos Prazeres, este por motivo justo, por ser um homem de temperamento agressivo e chegado à pratica de um relacionamento abusivo, tipo de indivíduo tão presente, ultimamente, nos noticiários policiais. Sempre atravessaram a vidas dessas mulheres a segregação racial, a desigualdade social, a humilhação, o descrédito, a desvalorização e a violência.





       Fazia tempo, muito tempo mesmo, não via um texto tão forte, que jogasse muita luz sobre a mulher, fazendo dela um instrumento de clamor por justiça e igualdade social. Em especial, a mulher periférica, pobre e negra. A excelente dramaturgia, de DIONE CARLOS, é uma preciosidade, uma história ficcional – “até a página 5” -, visto que foi nascendo, à medida que a dramaturga entrevistava mulheres que viveram, na pele, e vivem até hoje (E até quando continuarão vivendo?) o horror de ver os homens de suas famílias encarcerados, justa ou injustamente, pagando uma dívida a uma sociedade que não lhes concede o direito à cidadania, um paradoxo desmedido.




       Essas mulheres, guerreiras e estoicas, têm suas vidas totalmente descontruídas, destruídas, e se veem desorientadas, alquebradas, quando esses homens se tornam presidiários. Isso mexe com elas em vários aspectos. Sentem-se ameaçadas, não sem motivo, na sua segurança física, sem alguém mais forte, fisicamente, que as possa defender de possíveis perigos; também no aspecto econômico, já que é menos uma parcela da renda familiar que deixa de entrar, para honrar os compromissos financeiros; no afetivo, no emocional, dispensa qualquer comentário. Por necessidade, da qual é impossível fugir, essas mulheres, que, naturalmente, já trabalham fora, têm que se “virar nos 30”, ampliando sua força de trabalho, tirando resistência e coragem, nem elas sabendo de onde, para garantir o sustento e a sobrevivência da família.





      Durante um bom tempo do limiar da minha infância, já entrando na pré-adolescência, ao me deslocar, aos domingos, até a casa de minha avó materna, para o tradicional almoço em família, passava, de ônibus, com meus pais e meus irmãos, na porta de um presídio, no Rio de Janeiro, e sempre via uma enorme fila de mulheres, a grande maioria, esperando o “salvo-conduto” para o ingresso naquele lugar, que eu imaginava sombrio, porém menos do que, realmente é, com o objetivo de visitar seus “homens”. Mulheres de todas as idades, que pareciam “sem-identidade” - esposas, mães, irmãs, avós, tias, namoradas, “rolos”, amigas – mulheres prontas à submissão e humilhação de uma revista íntima.




Embora moleque, eu me perguntava como deveria ser a vida delas e não deixava de me questionar sobre aquela triste situação. O tempo se encarregou de responder à minha pergunta, por tantas obras “ficcionais” que me chegaram, por várias mídias, por reportagens e matérias a que eu assistia, nos telejornais, nas notícias que lia na imprensa...




   Sobre a segunda parte do título da peça, por que aquelas mulheres “viram búfalos”? Acho muito pertinente a metáfora. O búfalo, mamífero ruminante, da família dos bovídeos, é um animal rústico, silvestre. A princípio, selvagens, embora, hoje em dia, a grande massa da sua população já esteja domesticada. São extremamente fortes e, paradoxalmente, dóceis, desde que não lhes façam mal. Sabe-se que, em condições de escassez de alimento, fome, eles resistem bastante. Cientistas especialistas no estudo desses animais, através da etologia, ciência que estuda o comportamento e o bem estar animal, chegaram à conclusão de que, quanto aos sentimentos, “as búfalas apresentam manifestações semelhantes aos humanos, tais como: carinho, amor, raiva, ciúme, discriminação, entre outros”. E mais: As búfalas são muito amorosas para com os seus filhos e, mesmo depois de anos separadas deles, voltam a andar juntos, em família.”. Creio ter explicado, e justificado, o porquê de minha simpatia por aquela parte do título. São palavras da dramaturga: “Aquelas mulheres transmutam as energias de violência e morte e reinventam realidades.”.






    Quisera eu ter a “verve” de outros críticos, cujas excelentes críticas à peça tive a oportunidade de ler, e tempo também, para direcionar meus escritos, sobre “CÁRCERE...”, para uma visão sociológica, antropológica ou religiosa, com bastante profundidade, porém, cônscio de minhas limitações, nessas áreas, limito-me a apenas comentários gerais, dedicando mais espaço a análise de uma obra teatral, no todo.




     A peça pode, e deve, ser vista, sim, como um "tratado" sobre o negro na sociedade brasileira, hoje e através dos tempos, e sua condição de “pária”marginalizado, como consequência de uma política totalmente errada e perversa, que o tornou “livre, sem perder a condição de escravizado”.



       Foi bastante longa a caminhada da dramaturga, cerca de um ano, até chegar ao texto final da peça, fruto de muito trabalho de pesquisa e de procura por uma fórmula que fosse bem popular, no sentido de atingir o maior número de espectadores de todas as origens e níveis de educação e cultura, sem apelar para o óbvio, o “chão” e a vitimização. Nada do que é mostrado no palco foge ao nosso conhecimento, entretanto sempre é necessário voltar ao tema, com o objetivo de sensibilizar a opinião pública, até que surja uma mudança de comportamento do opressor sobre o oprimido, até que a justiça e o senso de cidadania possam abraçar a todos.




     Com a assinatura de mais um texto, DANI CARLOS vê seu talento reconhecido e seu trabalho valorizado, com muita justiça, por ser a dramaturgia de “CÁRCERE...” tão dura quanto poética.



  Como diretor do espetáculo, MIGUEL ROCHA, muito acertadamente, joga bastante luz na força e na coragem da mulher negra, pobre e favelada. São palavras dele: “São elas que carregam o fardo, que são acometidas pelos desdobramentos do encarceramento de seus parceiros ou familiares, tendo a vida emocional, a segurança física e a situação financeira abaladas. A mulher se torna a força e o sustentáculo da família e, também, daquele que está em situação de cárcere. Nosso propósito é apresentar uma obra que trace o percurso dessas mulheres, pretas e pobres, cujo destino é atrelado ao cárcere. Não é defender a criminalidade, mas refletir sobre a situação limite em que o condenado se insere, além de mostrar que o modelo prisional vigente é cruel, discriminatório e não presta à ressocialização.”. Não poderia ser mais feliz, completo e claro em suas palavras.







      Não tenho conhecimento acerca da formação profissional de cada ator ou atriz do elenco da peça. Sei, entretanto, que, por força de um aprendizado acadêmico ou por intuição, todos demonstram que abraçaram, acertadamente, o ofício para o qual nasceram. Em todos, enxerguei muita verdade cênica, muita entrega e vontade de acertar. É comovente ver JUCIMARA CANTEIRO, na pele de sua personagem, como uma leoa, defendendo a cria, a todo custo, enfrentando o sistema jurídico, com o firme propósito de provar a inocência de seu filho, tanto quanto é tocante testemunhar o talento de DALMA RÉGIA, como Maria dos Prazeres (“Prazeres” só no nome.), também “prisioneira”, mas de um “amor bandido”, por sua ligação com o antigo companheiro, ameaçada de morte, por este, caso se decida pelo direito de tentar reconstruir sua vida, ao lado de um outro homem. Isso é muito mais comum do que possamos imaginar. Ambas as personagens, de uma certa forma, também se encontram “encarceradas”. Todo o elenco merece aplausos e aproveito para fazer um destaque à ingênua presença de uma jovem atriz mirim, ISABELLE ROCHA, graciosa e já demonstrando intimidade com o ato de representar.






    Para a encenação de “CÁRCERE...”, o espaço cênico se apresenta nu, com a entrada, em cena, muito raramente, de alguns objetos cênicos, apenas para sugerir alguma locação. ELISEU WEIDE optou por uma cenografia parcimoniosa: paredes, ao fundo, em tons de cinza, ajudando na construção do aspecto sombrio das prisões, com portas e janelas, que se abrem e fecham, servindo às intenções que algumas cenas sugerem. Merece destaque, no cenário, um singelo objeto, gaiolas, as quais nos reportam à ideia de privação da liberdade.




      SAMARA COSTA saiu-se muito bem na criação dos figurinos, sem querer “inventar a roda”, partindo para soluções simples e bem dentro do contexto do espetáculo. São trajes simples, com espaço garantido para os “trajes dos santos” e uma bela composição da indumentária da “Búfala”.



    O desenho de luz, criado por MIGUEL ROCHA e TONINHO RODRIGUES, colabora para a construção de ambientes bem distintos, para o que também ganha um peso considerável a trilha sonora original, de RENATO NAVARRO, executa, ao vivo, por quatro competentes musicistas. Toda a parte musical está condicionada à direção musical do próprio RENATO.




    ERIKA MOURA é responsável por uma excelente direção de movimentos “a partir da qual o corpo sintetiza tanto processos históricos de embrutecimento quanto a pulsão subjetiva de libertação. E, assim, ajuda a abrir as janelas da montagem.”MIGUEL ROCHA, o “maestro” da encenação diz que “a música e a coreografia têm a força de expor a concretude, a precariedade e a desestrutura do espaço onde o enredo se desenvolve”.




 FICHA TÉCNICA:

Texto: Dione Carlos

Encenação: Miguel Rocha

Assistência de Direção: Davi Guimarães

Direção Musical: Renato Navarro

Assistência de Direção Musical: César Martini 

 

Elenco (por ordem alfabética): Antônio Valdevino, Dalma Régia, Danyel Freitas, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto e Walmir Bess 

 

Musicistas: Alisson Amador (percussão), Amanda Abá (violoncelo), Izandra Machado (violino) e Jennifer Cardoso (viola) 

 

Cenografia: Eliseu Weide

Cenotecnia: Wanderley Silva

Figurino: Samara Costa

Assistência de Figurino: Clara Njambela

Costureira: Yaisa Bispo

Iluminação: Miguel Rocha e Toninho Rodrigues  

Operação de Som: Lucas Bressanin

Operação de Luz: Nicholas Matheus 

Provocação Vocal, Arranjos e Composição da Música da “Manifesto das mulheres”: Bel Borges 

Provocação Vocal, Orientação em Atuação-Musicalidade e Arranjos Percussão “Chamado de Iansã”: Luciano Mendes de Jesus

Estudo da Prática Corporal e Direção de Movimento: Érika Moura 

Provocação Cênica: Bernadeth Alves, Carminda Mendes André e Maria Fernanda Vomero 

Comentadores: Bruno Paes Manso e Salloma Salomão

Mesas de Debates: Juliana Borges, Preta Ferreira, Roberto da Silva e Salloma Salomão – com Mediação de Maria Fernanda Vomero 

Orientação de Dança Afro: Janete Santiago 

Fotos: Rick Barneschi, Tiggaz e Wesley Barba

Direção de Produção: Dalma Régia

Produção Executiva: Davi Guimarães e Miguel Rocha. 

Idealização e Produção: Companhia de Teatro Heliópolis 

 

 




  O espetáculo foi concebido para comemorar os 20 anos da “COMPANHIA DE TEATRO HELIÓPOLIS”, completados em 2020. É mister dizer que a “COMPANHIA” fica localizada numa das maiores favelas da América Latina, a maior de São Paulo, e tem sua pesquisa cênica calcada na realidade e nas identidades presentes na comunidade de Heliópolis, com cerca de 200.000 habitantes, população superior à de muitas cidades brasileiras de destaque. Também não poderia ocultar o fato de que a CIA. DE TEATRO HELIÓPOLIS” foi fundada com o objetivo de ampliar o universo cultural e artístico da comunidade. Desde então, desenvolve uma pesquisa sobre a violência e suas reverberações. Ao longo desses 20 anos, já realizou 11 espetáculos, todos criados em diálogo com as vivências que permeiam a realidade local.





   Preciso dizer que assistir a este espetáculo me enriqueceu sobremaneira e me deixou muito feliz e orgulhoso dos artistas de uma periferia brasileira, tanto quanto crente na força da educação e da cultura, para tornar melhor um país e sua população.

 

 


 



FOTOS (Oficiais): 

RICK BARNESCHI,

TIGGAZ

e

WESLEY BARBA.

GILBERTO BARTHOLO

e

NANDA ROVERE.



GALERIA PARTICULAR

(FOTOS: GILBERTO BARTHOLO.)


Coletiva de imprensa.


Coletiva de imprensa.

 

 

 

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