quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A GIGANTEA


(UMA OBRA-PRIMA
DO GÊNERO
TEATRO DE BONECOS.)






            Tive quase de “fazer milagre” e “fabricar” um tempinho, para escrever sobre um espetáculo que me arrebatou de tal forma, que seria uma injustiça eu não tecer mínimos comentários, que fossem, sobre ele, ainda que esteja extremamente assoberbado de trabalhos. É, apenas, um registro, mais que merecido.

            Na primeira fila, gritei “BRAVI!” inúmeras vezes e fiquei com as palmas das mãos vermelhas e doloridas, de tantos aplausos efusivos.

           O espetáculo a que me refiro chama-se “A GIGANTEA” (com pronúncia fechada do “E”) e, infelizmente, chegou ao Rio de Janeiro para cumprir uma meteórica temporada de dois finais de semana (apenas seis sessões).

          A peça, que pertence ao gênero Teatro de Bonecos, mas que não é, propriamente, voltada para o público infantil (Para o infantojuvennil, sim; e adultos, ainda que crianças, bem orientadas, previamente, pelos pais, também consigam “curtir” o espetáculo.), é um trabalho da companhia franco-brasileira LES TROIS CLÉS e aborda temas universais, como a falta de água e o recrutamento de crianças-soldados.











SINOPSE:

O espetáculo se passa em um cenário desértico de um país imaginário, onde o menino MAKOU vive com a sua mãe.
Todos os dias, ele sai, à procura de água.
Certa manhã, MAKOU é sequestrado por um tirano, líder de um exército de seres híbridos – metade homem, metade bestas -, que o recrutam, à força, e o transformam em um menino-soldado.
Começa, então, a sua luta por sobrevivência. 
Com o tempo, a inocência o abandona, mas, em sonho, ele deseja reconquistar a infância e reencontrar a GIGANTEA, a árvore que fornece água.





           O espetáculo tem dramaturgia e direção de EROS P. GALVÃO e ALEJANDRO NUÑEZ FLORES e conta com a atuação dos atores/manipuladores ALEXANDRE SCALDINI, BRENDA VILLATORO, ERIC MEIRELES, LEANDRO VIEIRA e VANESSA DIAS.
        Aproprio-me de parte do detalhado e cuidadoso “release”, que me foi enviado por LYVIA RODRIGUES (AQUELA QUE DIVULGA – ASSESSORIA DE IMPRENSA): “Por meio de uma linguagem poética, a companhia se utiliza do TEATRO DE FORMAS ANIMADAS, para contar suas histórias. Em “A GIGANTEA”, bonecos construídos de cabaças guiam a narrativa, que vai além das palavras e dos diálogos, para tratar de temas universais, como a falta de água e o recrutamento de crianças-soldados. O título do espetáculo é uma referência à Biblis Gigantea, planta símbolo da vida, que brota em terras áridas e encontra-se, atualmente, em risco de extinção”.




A montagem estreou em 2007, na Nova Caledônia, e, em 2009, obteve o apoio e a parceria da Anistia Internacional, passando a circular por festivais de vários países, como França, Romênia, Alemanha, Espanha e Chile. Em 2015, recebeu o Prêmio Especial do Júri de Melhor Espetáculo, no Festival de Avignon (França). Em 2016, a peça foi remontada, no Brasil, com um elenco genuinamente brasileiro, e já se apresentou em dezenove estados do país, passando por capitais e cidades do interior.
O propósito da companhia é fazer com que, “a partir de elementos cênicos, como o corpo, o boneco e a música, criem um espetáculo, que busca alinhar a dramaturgia a temas que sejam importantes de serem discutidos. O espectador é colocado em reflexão, por meio da arte, que tem esse papel de instigar a sociedade”. Acreditam seus componentes que é sempre importante unir o olhar poético ao político, em suas criações. E quantas mensagens lindas e importantes a peça nos passa!!!


Embora a CIA tenha sido fundada em 2006 e contando com quatro espetáculos no seu repertório, é a primeira vez que tive o grato prazer de conhecer seu trabalho, digno de todo o meu respeito e admiração, pelo apuro como se aplicam na arte de encenar uma peça teatral, utilizando bonecos. TEATRO DE BONECOS, por aí, existe ao montes, porém não com a qualidade da CIA LES TROIS CLÉS, que valoriza menos a palavra e mais os movimentos.
O espetáculo é universal e tem condições de ser compreendido e aplaudido em qualquer parte do mundo, uma vez que os atores/manipuladores se valem de seus talentos, para concretizar uma narrativa, baseada 99% nos movimentos, oriundos das manipulações e de suas expressões corporais, e 1% de emissão de sons. Além de sons meio ininteligíveis ou ditos numa “língua”, que, a meu juízo, pareceu-me assemelhar-se ao alemão, mas parece ter sido “inventada” – isso em raros momentos -, o que mais se ouve é a palavra “MAKUN”, o nome do protagonista, e algo que se aproxima de “MÃE”, que parte do menino para a sua mãe.


A força e o grande mérito deste espetáculo pode ser dividido, de forma igual, entre alguns outros elementos, e o dificílimo trabalho dos atores. Manipular, com perfeição, bonecos, ainda mais de grande porte, e conciliar os sons, a voz e os movimentos corporais é tarefa que exige muito treino e dedicação, além de bastante vigor físico. Todos os meus aplausos para o quinteto de exímios artistas.
Acrescentem-se a isso uma trilha sonora fantasticamente fabulosa (DENIS VERDIER), de fazer arrepiar; uma iluminação impecável (GUILHERME MIRANDA); os formidáveis cenários (Não revelado o nome do/da artista.); a confecção dos bonecos (Concepção de EROS P. GALVÃO E ALEJANDRO NUÑES FLORES) e de todos os elementos cenográficos, “acessórios” (ARIANO SIQUEIRA e MARCELO VARGAS SILVA, com colaboração de FÁBIO SIMÕES); os extremamente criativos figurinos, de MARIA ADÉLIA, também responsável pela confecção da máscara e dos adereços, ao lado de SIGFRIDO RIVERA e CLAUDINE MESSONNIER.


Valorizo, por demais, este tipo de TEATRO e fico muito feliz quando uma companhia teatral consegue atingir um extremo nível de excelência, como a CIA LES TROIS CLÉS e nos oferece a oportunidade de exercitar a nossa capacidade de reconhecer o talento alheio e de valorizar um trabalho artístico.





FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia e Direção: Eros P. Galvão e Alejandro Nuñez Flores 

Elenco:  ALEXANDRE SCALDINI, BRENDA VILLATORO, ERIC MEIRELES, LEANDRO VIEIRA e VANESSA DIAS.

Trilha Sonora: Denis Verdier
Concepção dos Bonecos: Eros P. Galvão e Alejandro Nuñez Flores
Confecção dos Bonecos e Acessórios: Adriano Siqueira e Marcelo Vargas Silva, com a colaboração de Fábio Simões
Figurinos: Maria Adélia
Adereços / Máscara: Maria Adélia, Sigfrido Rivera e Claudine Messonnier
Programador Visual  e Fotos: Daniel Barboza
Luz: Guilherme Miranda
Som: Pedro Quintaes
Produção: Pagu Produções Culturais
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues (Aquela Que Divulga)  







SERVIÇO:
Temporada: De 04 a 13 de janeiro de 2019.
Local: Teatro Nelson Rodrigues (Caixa Cultural).
Endereço: Avenida República do Chile, 230 – Centro – Rio de Janeiro (Metrô e VLT Estação Carioca).
Dias e Horário: De 6ª feira a domingo, às 19h. 
Informações: (21) 3980-3815.
Horário de Funcionamento da Bilheteria: de 3ª feira a domingo, das 13h às 20h.
Valor dos Ingressos: Plateia: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia entrada); Balcão: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia entrada). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia entrada.
Duração: 55 minutos.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Capacidade: 400 lugares (Mais 8, para cadeirantes).
Acesso para pessoas com limitação de mobilidade.




 


Jamais sairá da minha retina e da minha memória afetiva o que vi naquele início de noite de um sábado, 5 de janeiro de 2019.
Lamento, profundamente, não dispor do tempo que merecem esses fabulosos artistas, que fosse suficiente, para eu discorrer, detalhadamente, sobre o espetáculo, como é meu feitio, entretanto o mais importante foi feito: o registro do meu agradecimento pela oportunidade de conhecer esse brilhante trabalho.
Que os DEUSES DO TEATRO entrem em cena, para que haja uma outra temporada desta OBRA-PRIMA!!!




E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!



 
O elenco.





(FOTOS: DANIEL BARBOZA.)










































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