A GIGANTEA
(UMA OBRA-PRIMA
DO GÊNERO
TEATRO DE BONECOS.)
Tive
quase de “fazer milagre” e “fabricar” um tempinho, para escrever sobre um espetáculo que me arrebatou de tal
forma, que seria uma injustiça eu não tecer mínimos comentários, que fossem,
sobre ele, ainda que esteja extremamente assoberbado de trabalhos. É, apenas, um registro, mais que merecido.
Na
primeira fila, gritei “BRAVI!”
inúmeras vezes e fiquei com as palmas das mãos vermelhas e doloridas, de tantos
aplausos efusivos.
O
espetáculo a que me refiro chama-se “A GIGANTEA” (com pronúncia fechada do “E”) e, infelizmente, chegou ao Rio de Janeiro para cumprir uma
meteórica temporada de dois finais de
semana (apenas seis sessões).
A
peça, que pertence ao gênero Teatro de Bonecos, mas que não é,
propriamente, voltada para o público infantil (Para o infantojuvennil, sim; e
adultos, ainda que crianças, bem orientadas, previamente, pelos pais, também
consigam “curtir” o espetáculo.), é
um trabalho da companhia franco-brasileira LES TROIS CLÉS e aborda
temas universais, como a falta de água
e o recrutamento de crianças-soldados.
SINOPSE:
O espetáculo se passa em um cenário desértico de um país
imaginário, onde o menino MAKOU vive
com a sua mãe.
Todos os dias, ele sai, à
procura de água.
Certa manhã, MAKOU é sequestrado por um tirano,
líder de um exército de seres híbridos – metade homem, metade bestas -, que o
recrutam, à força, e o transformam em um menino-soldado.
Começa, então, a sua luta
por sobrevivência.
Com o tempo, a inocência o
abandona, mas, em sonho, ele deseja reconquistar a infância e reencontrar a GIGANTEA, a árvore que fornece água.
O espetáculo tem dramaturgia e direção de
EROS P. GALVÃO e ALEJANDRO NUÑEZ FLORES e conta com a atuação dos atores/manipuladores ALEXANDRE
SCALDINI, BRENDA VILLATORO, ERIC MEIRELES, LEANDRO VIEIRA e VANESSA
DIAS.
Aproprio-me de parte
do detalhado e cuidadoso “release”,
que me foi enviado por LYVIA RODRIGUES
(AQUELA QUE DIVULGA – ASSESSORIA DE IMPRENSA): “Por meio de uma linguagem
poética, a companhia se utiliza do TEATRO DE FORMAS ANIMADAS, para contar suas
histórias. Em “A GIGANTEA”, bonecos construídos de cabaças guiam a narrativa,
que vai além das palavras e dos diálogos, para tratar de temas universais, como
a falta de água e o recrutamento de crianças-soldados. O título do espetáculo é
uma referência à Biblis Gigantea, planta símbolo da vida, que brota em terras
áridas e encontra-se, atualmente, em risco de extinção”.
A montagem estreou em 2007,
na Nova Caledônia, e, em 2009, obteve o apoio e a parceria da Anistia Internacional, passando a
circular por festivais de vários
países, como França, Romênia, Alemanha, Espanha e Chile. Em 2015, recebeu o Prêmio
Especial do Júri de Melhor Espetáculo, no Festival de Avignon (França). Em 2016, a peça foi
remontada, no Brasil, com um elenco
genuinamente brasileiro, e já se apresentou em dezenove estados do país, passando por capitais e cidades do
interior.
O propósito da companhia é fazer
com que, “a partir de elementos cênicos,
como o corpo, o boneco e a música, criem um espetáculo, que busca alinhar a dramaturgia
a temas que sejam importantes de serem discutidos. O espectador é colocado em
reflexão, por meio da arte, que tem esse papel de instigar a sociedade”. Acreditam seus componentes que é sempre
importante unir o olhar poético ao político, em suas criações. E quantas mensagens lindas e importantes a peça nos passa!!!
Embora a CIA tenha sido fundada em 2006 e contando com quatro espetáculos no seu repertório, é
a primeira vez que tive o grato prazer de conhecer seu trabalho, digno de todo o
meu respeito e admiração, pelo apuro como se aplicam na arte de encenar uma peça teatral, utilizando bonecos. TEATRO DE BONECOS, por aí, existe ao montes, porém não com a
qualidade da CIA LES TROIS CLÉS, que
valoriza menos a palavra e mais os movimentos.
O espetáculo é universal e tem condições de ser compreendido e aplaudido
em qualquer parte do mundo, uma vez que os atores/manipuladores
se valem de seus talentos, para concretizar uma narrativa, baseada 99% nos movimentos, oriundos das manipulações e de suas expressões corporais, e 1% de emissão de sons. Além de sons
meio ininteligíveis ou ditos numa “língua”, que, a meu juízo, pareceu-me
assemelhar-se ao alemão, mas parece ter sido “inventada” – isso em raros
momentos -, o que mais se ouve é a palavra “MAKUN”,
o nome do protagonista, e algo que
se aproxima de “MÃE”, que parte do
menino para a sua mãe.
A força e o grande mérito deste espetáculo pode ser dividido, de forma
igual, entre alguns outros elementos, e o dificílimo
trabalho dos atores. Manipular, com perfeição, bonecos, ainda mais de
grande porte, e conciliar os sons, a voz e os movimentos corporais é tarefa que
exige muito treino e dedicação, além de bastante vigor físico. Todos os meus aplausos para o quinteto de
exímios artistas.
Acrescentem-se a isso uma trilha sonora fantasticamente fabulosa
(DENIS VERDIER), de fazer arrepiar; uma iluminação impecável (GUILHERME MIRANDA); os formidáveis cenários (Não revelado o nome do/da artista.); a confecção dos bonecos (Concepção de EROS P. GALVÃO E ALEJANDRO
NUÑES FLORES) e de todos os elementos
cenográficos, “acessórios” (ARIANO
SIQUEIRA e MARCELO VARGAS SILVA,
com colaboração de FÁBIO SIMÕES); os
extremamente criativos figurinos, de
MARIA ADÉLIA, também responsável pela
confecção da máscara e dos adereços,
ao lado de SIGFRIDO RIVERA e CLAUDINE MESSONNIER.
Valorizo, por demais, este tipo de
TEATRO e fico muito feliz quando uma
companhia teatral consegue atingir
um extremo nível de excelência, como a CIA
LES TROIS CLÉS e nos oferece a oportunidade de exercitar a nossa capacidade
de reconhecer o talento alheio e de valorizar um trabalho artístico.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia e Direção: Eros P. Galvão e Alejandro Nuñez
Flores
Elenco: ALEXANDRE SCALDINI, BRENDA VILLATORO, ERIC
MEIRELES, LEANDRO VIEIRA e VANESSA DIAS.
Trilha Sonora: Denis Verdier
Concepção dos Bonecos: Eros P. Galvão e Alejandro Nuñez
Flores
Confecção dos Bonecos e
Acessórios: Adriano Siqueira e
Marcelo Vargas Silva, com a colaboração de Fábio Simões
Figurinos: Maria Adélia
Adereços / Máscara: Maria Adélia, Sigfrido Rivera e
Claudine Messonnier
Programador Visual e Fotos: Daniel Barboza
Luz: Guilherme Miranda
Som: Pedro Quintaes
Produção: Pagu Produções Culturais
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues (Aquela Que Divulga)
SERVIÇO:
Temporada: De 04 a 13
de janeiro de 2019.
Local: Teatro Nelson
Rodrigues (Caixa Cultural).
Endereço: Avenida
República do Chile, 230 – Centro – Rio de Janeiro (Metrô e VLT Estação Carioca).
Dias e Horário: De 6ª feira a domingo, às 19h.
Informações: (21) 3980-3815.
Horário de
Funcionamento da Bilheteria: de
3ª feira a domingo, das 13h às 20h.
Valor dos Ingressos: Plateia: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia
entrada); Balcão: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia entrada). Além dos casos
previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia entrada.
Duração: 55 minutos.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Capacidade: 400 lugares (Mais 8, para
cadeirantes).
Acesso para
pessoas com limitação de mobilidade.
Jamais sairá da minha retina e da
minha memória afetiva o que vi naquele início de noite de um sábado, 5 de janeiro de 2019.
Lamento, profundamente, não dispor
do tempo que merecem esses fabulosos
artistas, que fosse suficiente, para eu discorrer, detalhadamente, sobre o espetáculo, como é meu feitio,
entretanto o mais importante foi feito: o
registro do meu agradecimento pela oportunidade de conhecer esse brilhante
trabalho.
Que os DEUSES DO TEATRO entrem em cena, para que haja uma outra temporada
desta OBRA-PRIMA!!!
E VAMOS AO
TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS
SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
O elenco.
(FOTOS: DANIEL BARBOZA.)
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