quarta-feira, 16 de janeiro de 2019


“70?
DÉCADA DO DIVINO MARAVILHOSO – DOC.MUSICAL”


(A ORDEM É NÃO MEXER
NO TIME QUE ESTÁ GANHANDO.
ou
UM ESPETÁCULO TÃO
ESPERADO E DESEJADO.
ou
SE “RECORDAR É VIVER”,
VIVAMOS!)
ou
“ABRA SUAS ASAS, / SOLTE SUAS FERAS, /
CAIA NA GANDAIA, / ENTRE NESTA FESTA!”.)






Inicio esta crítica com três informações: a primeira é a de que ela foi escrita em “doses homeopáticas”, por vários motivos, todos alheios à minha vontade; a segunda é a de que se preparem para ler MUITO e, praticamente, apenas comentários positivos; a terceira é a de que, embora não fosse meu desejo inicial, serei obrigado a estabelecer algumas comparações, poucas, em julgamentos, com o espetáculo “60! Uma Década de Arromba – Doc.Musical”, dos mesmos idealizadores deste, que ora passo a analisar: FREDERICO REDER e MARCOS NAUER. Não posso me furtar a repetir os subtítulos que apliquei à crítica de “60”, aplicáveis, também, ao espetáculo em tela:







QUE VIAGEM!

QUE PRIMOR!

QUE ENCANTO!

QUE ESPETÁCULO!

UM ESPETÁCULO FEITO SÓ POR PROTAGONISTAS,
NO QUAL NÃO HÁ ESPAÇO PARA COADJUVANTES!




 


A ideia inicial é repetir, mais ou menos, a estrutura textual da escrita utilizada na crítica a “60”. Procurarei produzir uma análise tão detalhada quanto à daquela vitoriosa montagem. Prometo não ser omisso, com relação a tudo o que merece destaque neste grande espetáculo, mais uma superprodução, da BRAIN +, agora associada à QUARTA DIMENSÃO, contando com a Direção Geral de Produção de MARIA SIMAN, porém, obviamente, não posso falar de tudo o que se vê e se ouve no palco.

Com “60!”, criado para ficar alguns meses em cartaz, acabando por se manter em cena por quase dois anos, cumprindo longas temporadas, no Rio de Janeiro (duas) e em São Paulo, além de uma turnê, por vários estados brasileiros, visitando dez cidades e tendo sido visto por mais de 100.000 espectadores, REDER e NAUER inauguraram uma nova categoria de espetáculo teatral, o “documento musical” (doc.musical), um formato que parece ter vindo para ficar.

Este trabalho, na mesma linha, é o segundo de uma tetralogia, que nos brindará, ainda, com outros dois, explorando as décadas de 80 e 90. São, pelo menos, planos dos autores. Sabe-se lá se virão outros, uma vez que talento e garra para produzi-los e apresentá-los é o que não falta, da mesma forma como sobra interesse por parte do público, que tem a certeza de que assistirá sempre a grandes produções.






Não há a menor dúvida de que a década de 70 foi uma das mais explosivas e profícuas, no Brasil e no resto do mundo, plantando sementes para uma “revolução”, em todos os sentidos, com fatos e aspectos muito relevantes, os quais marcaram, indelevelmente, as pessoas, em vários campos: política, moda, costumes, comportamento, ciências, esportes e arte, em geral, tudo muito bem esmiuçado, nesta encenação, graças à profunda e meticulosa pesquisa de MARCOS NAUER, que, além de pesquisador, é o roteirista e dramaturgo de “70?”. Nada escapou aos olhos de lince da dupla NAUER / REDER. E tanto é assim que é preciso assistir à peça mais de uma vez, de verdade, para que possam ser assimilados todos os detalhes nela contidos, muitos dos quais se fazem presentes simultaneamente: enquanto números musicais são interpretados, muitas projeções acontecem, nos vários telões, centrais e laterais, além, algumas vezes de encenações e muita coreografias juntas. São toneladas de informação ao mesmo tempo. Assisti à peça três vezes e confesso que, ainda deixei de observar muitos detalhes, em função desse excesso, positivo, de referências, auditivas e visuais. E vão, aqui, uma observação e uma crítica negativa, de leve: Em “60!”, o enfoque voltava-se mais para o comportamento social, geral, das sociedades, no Brasil e no mundo; em “70?”, pareceu-me que o foco maior recai sobre o aspecto político, principalmente no Brasil (Não que isso seja ruim.). De negativo, em “70?”, um aspecto que prejudica um pouco o espetáculo é que o fato de as informações serem projetadas em seis telões, três em cada lateral da plateia – e não são todas simultâneas – obrigando o espectador a prestar atenção a três lugares, ao mesmo tempo: as citadas laterais e o centro do palco, onde ocorrem as cenas e também outras projeções.




O musical se divide em dois atos, como num LP de vinil, ícone daquela década, correspondendo aos anos de 1970 a 1976 ao lado A e, de 1977 a 1979, ao lado B. Um evento multimídia, como este, reúne, no palco do Theatro NET Rio (VER SERVIÇO.), de forma cronológica, depoimentos, fotografias e vídeos, material garimpado por NAUER, 24 jovens talentos (atores, cantores e dançarinos), três remanescentes do grupo AS FRENÉTICAS, uma orquestra de dez músicos, 20 cenários, 300 figurinos, uma quantidade incalculável de perucas e calçados, toneladas de luz e som e mais de 100 profissionais dedicados a criar o espetáculo.

            O primeiro musical, da tetralogia, “60!”, era, quanto ao aspecto musical, calcado, acima de tudo, no movimento da Jovem Guarda, motivo pelo qual a cereja do bolo era representada pela cantora Wanderléa, a qual provocava um delírio indescritível, no público, de todas as idades, a cada uma de suas aparições, Para iconizar a década de 70, muito marcada pelo movimento da música dançante, enfeitam o bolo, para serem saboreadas bem devagar, três “cerejas”, das seis cantoras que formaram o grupo AS FRENÉTICAS, fenômeno fonográfico daquela época: DHU MORAES, LEILOCA NEVES e SANDRA PÊRA, as quais dominam o segundo ato (Perdão, o lado B!), quando relembram os seus grandes sucessos, cantados e dançados nas discotecas de todo o Brasil, tendo tudo começado no Rio de Janeiro, na boate “Frenetic Dancing Days”, onde, até então, desempregadas, foram contratadas para um trabalho de garçonetes, tendo sido alçadas à categoria de cantoras. E o público vai à loucura, cantando e dançando com as três.












            De acordo com FREDERICO REDER, a proposta do espetáculo, neste formato, é reunir teatro, documentário e música, utilizando várias mídias e “propor um novo olhar para a forma de se fazer um espetáculo musical”. Nessa proposta, não há a exploração da biografia de nenhum artista da época, especificamente, uma vez que, segundo MARCOS NAUER, “o olhar está no coletivo, no grupo, numa época; portanto, é, de fato, a música a grande protagonista”.






        Vale a pena chamar a atenção do leitor/espectador para um detalhe, ligado ao sinal de pontuação que se segue ao numeral, no início dos dois títulos: “60!” (ponto de exclamação) e “70?” (ponto de interrogação). Apesar do golpe militar de 1964, a nefasta ditadura cruel e sangrenta, que levou o país a um retrocesso, torturando e assassinando tanta gente, havia um certo “glamour” por trás de tudo, como uma cortina de fumaça, por meio da qual o "poder dominante”, representado, deforma canastrona, pelos “milicos”, tentava, e até conseguia, junto a muitas pessoas, passar um clima de ufanismo, por ter “livrado a Nação do perigo representado pelos comunistas”. O ponto de exclamação traduz sentimentos, ao final de frases exclamativas; dentre outros, os de surpresa, admiração, indignação, raiva, espanto, susto e exaltação. Sim, “exaltação”. Na década de 70, porém, o povo começou a se conscientizar de que não dava mais para suportar aquele regime de exceção, tanta barbaridade, e começou a ir às ruas e a clamar por liberdade de expressão, contando com a liderança dos artistas, principalmente gente ligada ao TEATRO, ao cinema e à música. Mas tudo ainda era muito reprimido; tudo era incerteza, tudo era uma grande interrogação, uma incógnita. Até onde iríamos, conseguiríamos ir? Teríamos força para lutar? Que conquistas alcançaríamos? A interrogação, no título, “propõe questionamentos sobre as dualidades do período”, a julgar por um vídeo, apresentado na abertura da peça, narrado pelo jornalista Cid Moreira, referindo-se aos anos 70 como “uma década de incertezas”.


 


As ditaduras “faziam a festa”, em toda a América Latina. Consequentemente, a censura era, cada vez mais, implacável, e burra, cerceando a liberdade de expressão. Só não sucumbimos, de vez, graças à arte, que liberta e salva. “Os anos 70 mostraram vários caminhos possíveis por meio da arte, da música e da dança. E, em todos eles, era preciso ser forte, para sonhar com um mundo novo e melhor”, acrescenta NAUER. “Foram anos de muita luta e força. Há canções que captam essa aura, mas há, também, muitas outras de muita beleza e aquela explosão de alegria, com o surgimento da ‘disco music’”, acrescenta REDER.

            A “play list” que embala o espetáculo é bastante eclética, incluindo sucessos do movimento tropicalista, do “glam rock”, do “punk”, do “reggae”, de outros ritmos e gênertos, e, como não poderia faltar, da MPB, principalmente. São lembrados, por exemplo, ícones da época, como os Novos Baianos, David Bowie, Raul Seixas, Led Zeppelin, Os Mutantes, Queen, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Milton Nascimento, Secos & Molhados, Donna Summer, Bob Marley, Sex Pistols, Elis Regina e, obviamente, AS FRENÉTICAS, dentre tantos outros.

O espetáculo não poupa o público de lembrar, aos que viveram a época, e de informar, com detalhes, aos mais jovens, tudo de ruim, de terrível, que aconteceu naquela década. Nada é varrido para debaixo do tapete, entretanto, apesar de toda a repressão, de tanto sofrimento, também foi uma década que merece ser comemorada, por várias conquistas que alcançamos, de várias ordens. “70?” também é “uma ode à superação, à beleza, à alegria, à capacidade criativa de um povo, que jamais se deixa abater”, trecho extraído do “release”, enviado pela assessoria de imprensa (DOBBS SCARPA).

A “DÉCADA DO DIVINO MARAVILHOSO”. “DIVINO MARAVILHOSO, titulo irônico, um alerta, em forma de canção, composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil, eternizada na voz de Gal Costa:





“ATENÇÃO, AO DOBRAR UMA ESQUINA!
UMA ALEGRIA.
ATENÇÃO, MENINA!
VOCÊ VEM.
 QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?
 ATENÇÃO!
PRECISA TER OLHOS FIRMES,
PARA ESTE SOL, PARA ESTA ESCURIDÃO!
 ATENÇÃO!
 TUDO É PERIGOSO!
TUDO É DIVINO MARAVILHOSO!
 ATENÇÃO PARA O REFRÃO:
 É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE!
NÃO TEMOS TEMPO DE TEMER A MORTE!”







Por ser um espetáculo dividido em vários blocos, um para cada ano da década, subdivididos em microtemas e cenas, farei, adiante, comentários relativos aos momentos mais marcantes, para mim, em cada um desses blocos, porém, antes disso, tecerei comentários direcionados a cada um dos vários segmentos que sustentam a encenação, os quais, unidos, atuando em conjunto, dão forma a este grandioso espetáculo.

Não há muito que falar sobre o texto, uma vez que ele é o que menos interessa na peça, a não ser o teor de cada notícia, de cada informação, da letra de cada canção. Não há uma dramaturgia clássica, encontrada nos musicais, sejam eles biográficos ou ficcionais. O que se vê e se ouve é documental, real. Diz MARCOS NAUER: “Não há personagens definidos, o elenco, em cena, são todas as ‘pessoas que viveram aquela época’. As músicas cantadas aparem na cronologia em que foram lançadas e fizeram sucesso. O espectador acompanha a narrativa do espetáculo, ano a ano, relembra sua história e descobre novos acontecimentos”. Os aplausos que caberiam ao texto devem ser transferidos ao impecável trabalho de pesquisa de NAUER.

FREDERICO REDER, na direção, repete todos os acertos que atingiu com “60!”, numa prova de que “não se deve mexer em time que está ganhando”. Dosa, na medida certa, o sério, as críticas e o bom humor, demonstrando criatividade e bom gosto nas soluções encontradas para cada cena, tendo, como competente diretora assistente, LUIZA CASTRO.




            Muitos dos colaboradores de “60!” estão presentes na ficha técnica de “70?”, como a jovem e talentosa cenógrafa NATÁLIA LANA, que projetou soluções cenográficas bem diferentes do trabalho anterior, abusando do uso de neons e “leds”, nas laterais da plateia, onde também foram afixados três pequenos telões, de cada lado do palco, também de “led”, além de dois bem grandes, localizados no próprio palco. São, ao todo, 20 ótimos cenários, que desfilam no espaço cênico, totalmente adequados a cada cena a que se incorporam. Todos os elementos cenográficos, sem a menor exceção, são necessários e de um acabamento de fazer gosto.

Outra “figurinha carimbada”, que reaparece, em “70?”, com seu irretocável trabalho é BRUNO PERLATTO, o qual assina os cerca de 300 figurinos do espetáculo, sem que um, sequer, mereça algum senão. São roupas belas, requintadas e exuberantes, engraçadas e criativas, a depender de cada situação, e com um acabamento perfeito. Tudo o que os atores vestem é cheio de detalhes, com destaque para tudo: roupas, sapatos, perucas e adereços. Um especial aplauso vai para todos os trajes usados por DHU MORAES, LEILOCA NEVES e SANDRA PÊRA, elegantes ou irreverentes. Vou repetir o que já havia escrito na crítica a “60!”: Deveriam os figurinos ficar expostos, numa espécie de “museu”, quando o espetáculo fechasse as cortinas pela última vez.

            Para atingir todos os climas que cada cena exige, CÉSIO LIMA e MARIANA PITTA criaram belas combinações de luz, que evidenciam as cenas alegres e procuram sombrear as que se revestem de mais seriedade, concentradas no intimismo. Um belo trabalho de iluminação da dupla!


 


            A parte musical, que capitaneia todo o espetáculo, da primeira à última cena, está sob a responsabilidade de um dos mais talentosos profissionais ligados a esse segmento: JULES VANDYSTADT, um nome dos mais requisitados, para musicais, responsável por muitas das melhores direções musicais dos últimos tempos e que entra, na equipe, para somar, para contribuir, com toda a sua competência e bom gosto, assinando a parte musical deste “70?”. Seus arranjos, musicais e vocais, são de arrepiar, incluindo uma de suas “especialidades”, a meu juízo, os “mushups”. JULES já foi premiado e indicado a prêmios, por seu valioso trabalho, além de ser merecedor do respeito e admiração de seus pares. São, simplesmente, sensacionais, os seus arranjos, a ideia de mesclar canções, a desconstrução dos arranjos originais de conhecidas canções, mudando-lhes, inclusive, os ritmos.

            Outro nome, de “60!”, que não poderia faltar, nesta produção, é o de VICTOR MAIA, responsável pela coreografia e direção de movimento do espetáculo. Acho muito engraçado, quando FREDERICO REDER diz que “Tudo o que é humano e se mexe, em cena, é trabalho do VICTOR”. Mas é a mais pura verdade. Trata-se, sem a menor sombra de dúvida, de um profissional de um talento indiscutível, contando com a valiosa assistência de CLARA COSTA, outra “fera”. As coreografias passam longe da mesmice que estamos acostumados a ver. São bastante arrojadas e provocativas. A cada nova cena, uma agradável surpresa. É claro que, quanto à questão de a coreografia dar certo, não se pode omitir o talento do elenco, para a dança, que conta com o nome de LARISSA LANDIM, como “dance captain”.






         É preciso que não sejam omitidos outros nomes da equipe, os quais, “cada um no seu quadrado”, também deixam sua marca de talento, para que seja atingido o excelente resultado final deste trabalho:

TALITA KURODA e THIAGO CHAVES (tambén faziam parte da equipe de “60”), responsáveis pelo correto desenho de som, que nos permite captar tudo o que é dito e cantado em cena, com total pureza de som.

THIAGO STAUFFER (também estava em “60!”) / STUDIO PRIME, na produção do fantástico trabalho de videografismo.

VAGNER MAYER, atuando como maestro e na Direção Musical, como residente.

THIAGO TRAJANO, ocupando-se da orquestração.

ADRIANA ALMEIDA, assinando o visagismo, detalhe muito importante em espetáculos de época, e a perucaria.






BÁRBARA LANA, responsável pela direção de arte, com a produção de um dos mais completos, lindos e requintados programas de peças que já me passaram pelas mãos. Um verdadeiro catálogo de luxo. São 40 páginas – dei-me o trabalho de contar -, fora as capas, em papel grosso, com fotos magníficas, textos sensacionais e uma diagramação do maior bom gosto, onde também está presente o trabalho de designer, feito por LETICIA ANDRADE. Continuo achando que, nos Prêmios de Teatro, deveria ser incluída a categoria “programação visual”. Se já existisse, não haveria concorrentes para BÁRBARA e LETÍCIA, em 2018.

Tudo acontece, em cada sessão, sem problemas, graças aos valiosíssimos trabalhos de “back stage” de MARIA SIMAN, na direção de produção, e de ALEX FELIPPE, como produtor executivo.

Mas há, ainda, um batalhão de profissionais, que não aparecem em cena, dando o seu suor e sua dedicação, para que o espetáculo aconteça e agrade tanto. Minha homenagem a todos, cujos nomes não relaciono, por serem muitos.






E o que dizer do elenco? Não sei. Sinceramente, não sei!!! O óbvio, na verdade, numa superprodução: IMPECÁVEL!!! Como já disse, não há espaço, neste espetáculo, para amadores. A coadjuvação cede a vez, totalmente, ao protagonismo, sem exceções. Quanta gente bonita e talentosa!!! Não há como elogiar, individualmente, cada um dos 24 artistas em cena, porque TODOS SÃO DE UM TALENTO INCOMENSURÁVEL e cada um tem a oportunidade de mostrar, em momentos próprios, seu potencial artístico, individualmente. Em ordem alfabética, são eles: AMANDA DÖRING, AMAURY SOARES, AQUILES NASCIMENTO, BÁRBARA FERR, BRUNO BOER, CAMILA BRAUNNA, DÉBORA PINHEIRO, DIEGO MARTINS, ERIKA AFFONSO, FERNANDA BIANCAMANO, LARISSA LANDIM, LAURA BRAGA, LEANDRO MASSAFERRI, LEILANE TELES, LEO ARAÚJO, NANDO MOTTA, PEDRO NAVARRO, PEDRO ROLDAN, RANY HILSTON, RODRIGO MORURA, RODRIGO NAICE, RODRIGO SERPHAN, ROSANA CHAYIN e TAUÃ DELMIRO.






Alguns já haviam feito parte do elenco de “60!”. “70?” contou com o reforço de outros magníficos atores/cantores, que vieram somar, alguns oriundos de espetáculos musicais de grande sucesso, encenados em São Paulo, em 2018, como “A Pequena Sereia” e “Peter Pan”, por exemplo. Excelentes aquisições!!!

A despeito da presença, em cena, dAS FRENÉTICAS, com toda a sua exuberância, alegria, talento e nome conquistado, na mídia, à custa de anos de trabalho, TODOS OS DEMAIS, EM CENA, SÃO, TAMBÉM, CONSIDERADOS POR MIM, PROTAGONISTAS e todos brilham, nos seus momentos de solo, sem que um tente apagar o foco dos demais colegas. Todos reúnem seus talentos, em prol da qualidade de um dos mais alegres e profissionais espetáculos musicais a que tive o prazer e a alegria de assistir nos últimos anos.

            Não me perdoaria, se não citasse os nomes (em ordem alfabética) dos dez exímios músicos, que formam a banda: ANDRÉ DANTAS, BETO BONFIM, DIOGO GOMES, EVELYNE GARCIA, GILBERTO PEREIRA, LEO BANDEIRA, TASSIO RAMOS, THAIS FERREIRA, VAGNER MAYER e WALLACE CRISTÓVÃO.

Trata-se de uma ficha técnica de peso mesmo.






Por MARCOS NAUER (adaptado): “Os anos 70 foram marcados pela busca da liberdade, juventude e quebra de tabus.
Naquela época, também surgiu a defesa do meio ambiente, as corridas espacial e armamentista se encerraram.
Mulheres assumiram posição de liderança e os movimentos de minorias da década anterior se tornaram mais fortes.
Música, moda e comportamento, unidos, fizeram a ‘black music’, o ‘reggae’, o ‘punk’ e, claro, a ‘disco music’, mudar, para sempre, a atitude de jovens e adultos.
No Brasil, a TV a cores começava a chegar ao país e um seleto grupo de telespectadores pôde ver Jairzinho, Tostão, Gérson, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto Torres e o técnico Zagallo conquistarem o tricampeonato mundial de futebol.
Na música, foi a diversidade de estilos e sonoridades que embalou a década.
A evolução do ‘rock’ dos anos 60 lançou bandas, como Queen, Pink Floyd, Led Zeppelin, Kiss, Black Sabbath e se multiplicou em vários estilos, como o niilista ‘punk rock’; o ‘soft rock’, de Elton John e The Carpenters; e o andrógino ‘glam rock’, de David Bowie.
No Brasil, estourou o ‘rock’ de Raul Seixas e Mutantes, a poesia dos Secos & Molhados, a irreverência do grupo Dzi Croquettes, o ‘swing’ dos Novos Baianos, o ‘pop dançante’ de Sidney Magal, os românticos (considerados, hoje, “bregas” – comentário meu) Waldick Soriano, Nelson Ned, Reginaldo Rossi e Odair José; a reunião de estrelas, no grupo Doces Bárbaros (Maria Bethânia, Gilberto Gil, Gal Costa E Caetano Veloso); e a estreia de uma nova geração de grande talento, como Tim Maia, Belchior, Gonzaguinha, Djavan e Ivan Lins.






O cinema brasileiro vivia o ‘boom’ do erotismo, com a pornochanchada, que representou uma época de prosperidade para o mercado cinematográfico nacional e o surgimento de grandes artistas.
Nas telas de todo o mundo, o inesquecível filme ‘Os Embalos De Sábado À Noite’ transformou John Travolta no galã do momento.
As boates e bailes se multiplicaram pelo país, colocando todo mundo para dançar, quebrando preconceitos, ao unir brancos e negros, héteros e ‘gays’ na mesma colorida pista de dança.
 Na TV, a novela ‘Dancing Days’ influenciava o comportamento, a moda e a música.
Estourando na parada de sucesso, as divertidas, apimentadas, escandalosas, irreverentes e atrevidas AS FRENÉTICAS! São tantos os adjetivos que descrevem essas mulheres poderosas! Reunidas por um anjo louco, no ‘Frenetic Dancing Days’, ascenderam ao estrelato total. Juntas, elas incendiaram o Brasil, com humor picante, figurino repleto de plumas, brilhos, lantejoulas e de pernas de fora, ao som eletrizante da discoteca. O grupo fez história e deixou a sua marca. Ninguém conseguiu segurar as meninas, seis locomotivas esfuziantes em direção ao sucesso! AS FRENÉTICAS, perigosíssimas, enfrentaram os anos 70, abrindo um caminho mais divertido, o prazer e o humor para mudar mentalidades”.


 





O ESPETÁCULO, ANO A ANO, PASSO A PASSO, COM SEUS DESTAQUES:

LADO A (DE 1970 A 1976):

1970:

           O musical se inicia com a entrada de alguns atores, pela plateia, enquanto outros já estão posicionados no palco, todos usando lindos figurinos brancos, interpretando “Bandeira Branca”, grande sucesso de Dalva de Oliveira, marca do final da famosa briga musical, entre a cantora e seu ex-marido, Herivelto Martins. É uma proposta que se estende a todos: PAZ!!!

        Um detalhe importante é uma projeção do locutor e apresentador CID MOREIRA, falando dos anos 70: “A história que começamos a recordar daqui a pouco tem muito a ver com você, com a nossa vida. E a história de todos nós, das nossas vitórias e das nossas derrotas, das nossas tristezas e das nossas alegrias. Vamos começar a reviver a grande aventura do homem dos anos 70. A década de todas as incertezas. Véspera e esperança de um mundo novo e melhor”.

            Os grandes destaques deste ano vão para as imagens da banda The Beatles, assinando os papéis para acabar com o grupo. Quanta tristeza (Senti-me órfão. E quem não?)!!! Há, ainda, alusões ao Clube da Esquina, com destaque para Milton Nascimento, e uma bela e merecida homenagem aos Beatles.




Merece uma citação a projeção de um discurso, do presidente norte-americano Richard Nixon, no qual ele já dizia, há quase 50 anos: “A grande questão dos anos setenta é: devemos nos render ou devemos fazer as pazes com a natureza e começar a reparar o dano que fizemos ao nosso ar, à nossa terra e à nossa água?”. Um profeta do “após-calipso”.

          Gostei muito do número musical, ao vivo, homenageando Sir Elton John (“Your Song”) e o grupo The Carpenters (“Close To You”), e do tributo a Tim Maia, com um “medley” de alguns de seus maiores “hits”, interpretados por um grupo, caracterizado na linha “black power”.



           
1971:

            Aqui, Chico Buarque debocha da Censura Federal, gravando canções de sua autoria, com o pseudônimo de Julinho da Adelaide. Essas letras, se tivessem sido registradas como da autoria de Chico, certamente, seriam censuradas; mas a Censura era burra e incompetente, e não percebia muita coisa.

      Não poderia faltar o verão, no Píer de Ipanema, e seus famosos e polêmicos frequentadores, no auge do movimento “hippie”. A cena é interessantíssima, ao som de canções do grupo Os Mutantes (“Balada do Louco” e “Ando Meio Desligado”) e de uma troca de canções, feitas de um para o outro: “Como Dois e Dois” (De Caetano Veloso para Roberto Carlos) e “Debaixo dos Caracóis Dos Teus Cabelos” (deste, para aquele). Achei muito interessante a utilização de elásticos na construção da coreografia, feita de movimentos suaves e harmoniosos, como pedem as canções.




            Na sequência de cenas relativas a este ano, destaco a interpretação de “Imagine” (solos e coro) e a de “Vapor Barato”, na esplêndida voz de PEDRO NAVARRO, sensação no musical “Peter Pan”, que veio brilhar em “70?”.


1972:

Neste ano, há várias cenas de destaque, como a que traz um “medley”, com canções do Clube da Esquina; outra, que homenageia Luiz Gonzaga, o Gonzagão; uma sequência que revive os grandes sucessos do irreverente e desafiador grupo Os Novos Baianos, com os atores incentivando a plateia a engrossar o coro; a excelente cena, envolvendo extraterrestres, com destaque para a androginia de David Bowie, o psicodelismo em cena.

Na parte musical, os destaques, nesta cena, vão para DIEGO MARTINS, bela “importação” de São Paulo, onde era a atração maior, na versão paulista de “Beatles Num Céu De Diamantes”, e BRUNO BOER.




1973:

       Neste ano, há um enfoque maior à atuação da Censura, que agia, totalmente, sem critérios, de forma arbitrária e burra, como se pudesse haver algum que justificasse algo tão abominável como censurar arte.

É marcante o discurso de Bibi Ferreira, em defesa de seu pai, Procópio Ferreira, quanto às exigências que lhe faziam, para provar que era ator, depois de uma longa e vitoriosa carreira, um nome conhecido em todo o Brasil e, até mesmo, no exterior,e teria direito a uma aposentadoria.

A cena mais emblemática, com relação à atuação da maléfica Censura é a interpretação da canção “Tatuagem”, de Chico Buarque e Ruy Guerra, que faz parte da trilha sonora de seu musical “Calabar: O Elogio da Traição”, censurado no dia de sua estreia. Do mesmo musical, fazia parte a canção “Cálice”, que é interpretada numa cena bem emblemática, encerrada com a abertura de uma grande faixa, na qual se pode ler “AFASTA DE MIM”.




O toque de leveza e humor, nesta década, vai para a alusão ao “transgressor” grupo “Secos & Molhados”, que, em dois anos, apenas, desafiou os homens da ditadura e encantou legiões de fãs, tendo emplacado vários sucessos. Aqui, são cantadas “Rosa de Hiroshima”, “Sangue Latino” e “O Vira”. Os atores que fazem parte da cena vestem figurinos bem debochados, como fazia Ney Matogrosso, solista do grupo, figurinos estes que os deixam com as nádegas totalmente à mostra. Há, na cena, uma mistura muito “louca” e criativa, na qual um “andrógino” invade a cena, como um pato, ao som da canção, de João Gilberto“O Pato”, um dos maiores sucessos do movimento da Bossa-Nova. O tom do humor debochado atravessa toda a parte final da cena, com PEDRO NAVARRO, travestido de Liza Minelli, cantando “Cabaret”, e TAUÃ DELMIRO e RODRIGO NAICE, interpretando canções “bregas”, já com o acréscimo de alguns “cacos” bem engraçados.


1974:

            Nesta década, uma cena muito interessante é referente à canção “Jorge Maravilha”, em que Chico Buarque, na pele de Julinho da Adelaide, num disco inteiramente gravado com "canções assinadas por Julinho da Adelaide" (“Sinal Fechado”, título muito sugestivo, zombava do ditador da época, cujo nome nem merece ser citado. A canção trazia como refrão: “Você não gosta de mim, / Mas sua filha gosta”.

Dois destaques musicais, neste ano, vão para “All By Myself”, linda e emocionantemente interpretada por LEANDRO MASSAFERRI, e “Killing Me Softly”, num belísimo dueto entre PEDRO RONDAN e CAMILA BRAUNNA. Na parte musical, destaque, também, para um “medley” de sucessos de Raul Seixas: “Gita”, “Metamorfose Ambulante” e “Sociedade Alternativa”.
  

1975:

            Neste ano, há a cena mais linda e comovente, para mim, do musical, quando, ao falar da banda Queen, há uma interpretação inesquecível da emblemática canção “Bohemian Raphsody”, que permite ao ator BRUNO BOER demonstrar todo o seu potencial artístico. É de arrepiar essa cena!!! De fazer chorar!!!




Também, neste ano, as mulheres ganham a sua oportunidade de brilhar, num número em que são homenageadas as grandes cantoras brasileiras da época, como, por exemplo, Gal Costa, Clara Nunes, Elis Regina e Beth Carvalho, por exemplo, dentre outras.




E, para retomar a emoção, provocada pelo “Queen”, anteriormente, ainda temos RODRIGO NAICE, numa comovente interpretação de “O Sonho Impossível”, tema principal do musical “O Homem de La Mancha”.


1976:

         Neste ano, em que o enfoque maior é o empoderamento feminino, a mulher começando a lutar por seu espaço e suas conquistas, um grande destaque vai para a bela cena em que LEO ARAÚJO interpreta a canção “Gota D’Água”, composta por Chico Buarque e Oduvaldo Viana Filho, para o musical do mesmo nome.

Também há interessantes números musicais, com canções de compositores que estavam iniciando carreiras e que viriam a ser brilhantes, ídolos até hoje, como Djavan, Luiz Melodia, Belchior, Cassiano e Ednardo, dentre tantos outros.

Aqui, também, ocorre o início do domínio da “disco music”, com um delicioso “medley” do inesquecível grupo “Abba”, destaque para o grande “hit” “Dance Queen”, que a plateia inteira acompanha, cantando, junto com o elenco, no último volume, e “Mamma Mia”, nas mesmas condições. É contagiante esse momento!!!


FIM DO PRIMEIRO ATO

          FREDERICO REDER, com base no grande sucesso que fez a dupla TAUÃ DELMIRO e RODRIGO NAICE, em “60!”, quando, para distrair o público, durante o intervalo, e para aguardar os retardatários, faziam um número de plateria, como duas freiras, muito hilárias e “fora da casinha”, interagindo com o público, repete a dose, colocando os dois ótimos atores como duas garçonetes, que tentam ensinar às pessoas uma coreografia, para a canção “Stayin Alive”, sucesso da banda Bee Gees. O sucesso de interação com o público é enorme, como já era de se esperar.


1977:

         Chega o momento tão esperado no espetáculo: a participação dAS FRENÉTICAS. Elas entram, para a sua primeira aparição, cantando “Prazer em conhecer” / Somos as tais Frenéticas. / E um anjo doido fez / A gente se encontrar no ‘Dancing Days’. / Elétricas! / Somos a mistura de mil sons, / De muita cor e muito amor. / Frenéticas!”.

Emendam com “Perigosa”: “Sei que eu sou bonita e gostosa / E sei que você me olha e me quer. / Eu sou uma fera, de pele macia. / Cuidado, garoto! Eu sou perigosa! / Eu tenho veneno no doce da boca, / Eu tenho um demônio guardado no peito, / Eu tenho uma faca no brilho dos olhos, / Eu tenho uma louca dentro de mim. / Sei que eu sou bonita e gostosa / E sei que você me olha e me quer. / Eu sou uma fera, de pele macia. / Cuidado, garoto! Eu sou perigosa! / Eu posso te dar um pouco de fogo, / Eu posso prender você, meu escravo, / Eu faço você feliz e sem medo. / Eu vou fazer você ficar louco, / Muito louco, / Muito louco, / Dentro de mim”.


           

Aqui, começa a força da “disco music” e das discotecas, com destaques para Lady Zu, Patti Labelle, Bee Gees, Donna Summer, Carl Douglas, Village People (sequência de “hits”, como as imbatíveis “Y.M.C.A e “Macho Man”.), Gloria Gaynor (“I Will Survive”, uma apoteose; a plateia vai ao delírio e “solta as suas feras”), Stevie Wonder, James Brown e o “reggae”, de Bob Marley.

Apoiadas na “Lei do Divórcio”, que passa a existir, no Brasil, AS FRENÉTICAS cantam, com muito humor, o bolero/cha-cha-chá “VINGATIVA”, um grande deboche, de Rita Lee, provocando muitas gargalhadas na plateia.

Dando sequência ao humor escrachado, surge a dupla TAUÃ / NAICE, para cantar “Não Se Vá!”, da dupla “brega” Jane & Herondy.

Belo número musical é o que junta as interpretações de “My Way”, em alusão à morte de Elvis Presley, e “Smile”, um preito a Charles Chaplin, pelo mesmo motivo. Número emocionante!!!


1978:

      Um dos destaques deste ano, e que mexe muito com a plateia, é a interpretação dAS FRENÉTICAS para dois de seus maiores sucessos, que foram tema de abertura, no mesmo ano, para duas novelas, “Dancing Days” e “Feijão Maravilha”, sendo aquela um dos marcos da televisão brasileira.

         Emocionante, para mim, por ligações muito afetivas e particulares, é a alusão ao musical “Jesus Cristo Superstar”, um dos meus favoritos nesse ramo.

        Bastante lindo e comovente é o número que homenageia o mestre Cartola, quando um ator e duas atrizes, NANDO MOTTA, ROSANA CHAYIN e BÁRBARA FERR, quase no proscênio, emendam, num belo arranjo musical e vocal, “O Mundo É Um Moinho”, “Acontece” e “As Rosas Não Falam”.




          Neste ano, ocorre, no espetáculo, um grande momento, de catarse, para mim, pelo menos, por meio de uma ode a Caetano Veloso, com os atores cantando “Terra”, “Sampa”, “Odara”, “Tigresa” e “Força Estranha”.


1979:

Neste ano, que encerra a década, um momento de rara emoção é quando, apenas, se ouve uma parte da gravação, feita por Elis Regina, para a canção “O Bêbado e o Equilibrista”, de João Bosco e Aldyr Blanc, que se tornou uma espécie de hino de resistência contra a ditadura militar, com imagens projetadas da cantora. É o que basta, para arrebatar o público, emocioná-lo ao extremo.

     Novamente, desta vez, como a indicar o encerramento do espetáculo, surgem AS FRENÉTICAS, para incendiar o público, com as canções “Ai, Se Eles Me Pegam Agora” e “É Que Nesta Encarnação Eu Nasci Manga”, seguindo-se todo o elenco, cantando “Divino Maravilhoso”. E o público sente que o sonho está chegando ao seu final.

         Após um breve texto, dito pelAS FRENÉTICAS, elas retomam o lugar de grande atração do espetáculo, cantando mais dois de seus sucessos, “Fonte Da Juventude” e “A Felicidade Bate À Sua Porta”, seguidas por um “gran finale”, em que elas e todo o elenco cantam um “medley”, com as canções “Balancê”, “Realce”, “Não Existe Pecado Ao Sul Do Equador”, “Não Quero Dinheiro” e “O Amanhã”, o inesquecível samba-enredo da Escola de Samba União da Ilha do Governador.

            E, para encerrar, com chave de ouro, o alegre musical, como uma grande comemoração, os atores descem à plateia e convidam os espectadores ao palco, para alguns minutos, juntos, num grande congraçamento, dançando “hits” da “disco music”.

Os embalos de qualquer dia à noite voltaram.









FICHA TÉCNICA:

Um musical de Frederico Reder e Marcos Nauer

Idealização, Direção e Produção Geral: Frederico Reder
Pesquisa, Dramaturgia e Roteiro: Marcos Nauer
Diretora Assistente: Luiza Castro
Produção Geral: Juliana Reder e Frederico Reder

Participação especial dAS Frenéticas: Dhu Moares, Leiloca Neves e Sandra Pêra

Elenco (por ordem alfabética): Amanda Döring, Amaury Soares, Aquiles Nascimento, Bárbara Ferr, Bruno Boer, Camila Braunna, Débora Pinheiro, Diego Martins, Erika Affonso, Fernanda Biancamano, Larissa Landim, Laura Braga, Leandro Massaferri, Leilane Teles, Léo Araújo, Nando Motta, Pedro Navarro, Pedro Roldan, Rany Hilston, Rodrigo Morura, Rodrigo Naice, Rodrigo Serphan, Rosana Chayin e Tauã Delmiro.

Músicos (por ordem alfabética): André Dantas, Beto Bonfim, Diogo Gomes, Evelyne Garcia, Gilberto Pereira, Leo Bandeira, Tássio Ramos, Thais Ferreira, Vagner Mayer e Wallace Cristóvão.

Direção Musical e Arranjos: Jules Vandystadt
Direção Musical Residente e Maestro: Vagner Mayer
Orquestração: Thiago Trajano

Coreografia e Direção de Movimento: Victor Maia
Coreógrafa Assistente: Clara Costa
Dance Captain: Larissa Landim

Cenografia: Natália Lana
Cenógrafa Assistente / Produtora de Cenografia: Gisele Batalha
Assistente de Cenografia: Kadu Lobato
Estagiário de Cenografia: Weslley Souza

Figurino: Bruno Perlatto
Figurinista Assistente: Teresa Abreu
Assistente de Figurino: Luísa Marques
Estagiárias de Figurino: Júlia Roliz

Iluminação: Césio Lima e Mariana Pitta

Designer de Som: Talita Kuroda e Thiago Chaves

Visagismo e Perucaria: Adriana Almeida

Direção de Cenografia Digital (Videografismo): Thiago Stauffer / Studio Prime e Marcos Nauer

Comunicação Visual (Direção de Arte): Bárbara Lana
Designer: Letícia Andrade

Diretor de Marketing: Maurício Tavares

Coordenação Artística e Diretora Residente: Cris Fraga

Direção Executiva de Produção: Leo Delgado

Direção Geral de Produção: Maria Siman
Produtor Executivo: Alex Felippe
Produtor Assistente: Felipe Valle
Estagiário de Produção: Aldebaran Oliveira
Estagiário de Direção / Assistente de Produção: Gabriel Pardella

Produtor de Comunicação e Conteúdo Online: Allan Fernando
Fotos: Robert Schwenck

Assessoria de Comunicação: Dobbs Scarpa

Realização: Brain + e Quarta Dimensão





 





SERVIÇO:

Temporada: De 15 de novembro até 27 de janeiro de 2018.
Local: Theatro Net Rio – Sala Tereza Rachel.
Endereço: Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana (Shopping Cidade Copacabana) - Rio de Janeiro.
Dias e Horários: 5ªs e 6ªs feiras, às 20h30min; sábados, às 17h e às 21h; domingos, às 18h.
Valores dos Ingressos: 5ªas e 6ªs feiras, R$160,00 (plateia e frisas), R$120,00 (balcão), R$45,00 (balcão com visão parcial); sábados R$220,00 (plateia e frisas), R$180,00 (balcão), R$45,00 (balcão com visão parcial); domingos, R$200,00 (plateia e frisas), R$160,00 (balcão) R$45,00 (balcão com visão parcial).
Direito à meia entrada e descontos: http://www.theatronetrio.com.br/pt-br/bilheteria.html
Telefone do Teatro: (21) 2147 8060 / 2148 8060
Vendas pela Internet: www.ingressorapido.com.br ou pelo Aplicativo do Ingresso Rápido.
Vendas pelo Telefone: Informações e Compra Ingresso Rápido - (11) 4003-1212
Atendimento Pós-Venda Ingresso Rápido - (11) 4003–2051
Capacidade do Teatro: 649 lugares.
Classificação Etária: 14 anos.
Duração: 150 minutos.

Temporada em São Paulo, de 14 de março a 02 de junho, no Theatro Net SP: Rua Olimpíadas, 360, Piso Térreo - Shopping Vila Olímpia - Itaim Bibi.






            “70? DÉCADA DO DIVINO MARAVILHOSO – DOC.MUSICAL” é um espetáculo, tecnicamente, impecável, de fazer divertir e emocionar, de levar o público, de todas as idades ao delírio e, até, às lágrimas. Um musical que traz, à tona, lembranças de uma década de sonhos e incertezas, que leva o público a sentir saudade do que que foi bom e ficou na memória. A peça é, de verdade, uma viagem no tempo, na qual nada do que ocorreu de mais marcante, durante a riquíssima década de 70, ficou de fora, graças a meses de trabalho, num mergulho em águas profundas, em jornais, revistas, vídeos, gravações e tudo mais que pudesse servir de documento. 

            Espero que ninguém vá ao Theatro NET Rio com o objetivo de comparar o espetáculo a qualquer outro musical. Não há termos de comparação. É tudo inovador, no rastro de “60!” e da melhor qualidade. Não é um musical romântico, não é uma comédia musical, não é uma musical biográfico, não é um musical dramático... É um musical que trocou a dramaturgia tradicional por uma sequência cronológica de imagens e sons, em suas versões originais, alternando-se com canções e coreografias ao vivo, tudo feito por gente da maior competência.






          É possíve dizer que o LADO A (1º ato) da peça tem a Censura e a resistência artística, como pano de fundo, ao passo que o LADO B (2º ato) mostra a libertação da alma, por meio da música. “‘Extravasar’ é a palavra! Cor, brilho, Lurex e sintéticos. A pista de dança é a grande atração. Não pode parar jamais!”.

No dia da sessão especial, que caiu numa 2ª feira, acho que três dias depois da estreia para o público em geral, a chamada “sessão VIP” (detesto o termo), na qual só estavam presentes pessoas ligadas à classe artística, além de amigos, parentes dos envolvidos no projeto e gente da imprensa, o espetáculo foi ovacionado, da primeira à última cena, e elogiado por todos, alguns se manifestando mais efusivamente. Mas, para quem possa estar pensando que tal fato se deu, devido ao componente afetivo e, talvez, corporativista, de uma classe, que poderia haver naquele dia, quero deixar bem claro que a manifestação da plateia, composta de pagantes, três dias depois, numa 5ª feira, quando voltei para ver o musical pela segunda vez, foi igual ou, até mesmo, superior à daquela sessão para convidados. Viam-se muitas pessoas visivelmente emocionadas, velhos e jovens, estes, à saída, comentando que voltariam e que levariam a mãe, o pai, o avô, a tia Fulana, a empregada, os amigos da faculdade ou do colégio... Sim, é um espetáculo para a família, é um espetáculo para quem não tem vergonha de se emocionar e ser feliz, é um espetáculo para quem não se preocupa em reprimir o choro. É um espetáculo que não precisa de mídia, uma vez que o “de boca em boca” é mais que suficiente para lotar o Theatro NET Rio, por meses.






Contando com alguns pequenos cortes, no roteiro, feitos desde logo após a estreia, são quase três horas de total divertimento e emoção. Em determinadas cenas, o chão parece desaparecer, flutuamos, assim como o ar se torna difícil de nos entrar pela narinas. As lágrimas, por vezes, nos visitam e o coração é testado, cena a cena, minuto a minuto.







             Vida longa ao espetáculo!!!




AS FRENÉTICAS, cercadas pelos idealizadores do espetáculo: 
Frederico Reder e Marcos Nauer.


E VAMOS AO TEATRO!!!


OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!


A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!


RESISTAMOS!!!


COMPARTILHEM ESTE TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,

POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!




 



(FOTOS: ROBERT SCHWENCK.)
















































































































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