“70?
DÉCADA
DO DIVINO MARAVILHOSO – DOC.MUSICAL”
(A ORDEM É NÃO MEXER
NO TIME QUE ESTÁ GANHANDO.
ou
UM ESPETÁCULO TÃO
ESPERADO E DESEJADO.
ou
SE “RECORDAR É VIVER”,
VIVAMOS!)
ou
“ABRA SUAS ASAS, / SOLTE SUAS
FERAS, /
CAIA NA GANDAIA, / ENTRE
NESTA FESTA!”.)
Inicio esta crítica com três informações: a
primeira é a de que ela foi escrita em “doses homeopáticas”, por vários
motivos, todos alheios à minha vontade; a segunda é a de que se preparem para ler MUITO e, praticamente, apenas comentários positivos; a terceira é a de
que, embora não fosse meu desejo inicial, serei obrigado a estabelecer algumas comparações, poucas, em julgamentos, com o espetáculo
“60! Uma Década de Arromba – Doc.Musical”,
dos mesmos idealizadores deste, que
ora passo a analisar: FREDERICO REDER e MARCOS NAUER. Não posso me
furtar a repetir os subtítulos que apliquei à crítica de “60”, aplicáveis, também, ao espetáculo
em tela:
QUE VIAGEM!
QUE PRIMOR!
QUE ENCANTO!
QUE ESPETÁCULO!
UM ESPETÁCULO FEITO SÓ POR PROTAGONISTAS,
NO QUAL NÃO HÁ ESPAÇO PARA COADJUVANTES!
A ideia inicial é repetir, mais
ou menos, a estrutura textual da escrita utilizada na crítica a “60”.
Procurarei produzir uma análise tão detalhada quanto à daquela vitoriosa montagem.
Prometo não ser omisso, com relação a tudo o que merece destaque neste grande espetáculo,
mais uma superprodução, da BRAIN +, agora associada à QUARTA
DIMENSÃO, contando com a Direção Geral de Produção de MARIA SIMAN,
porém, obviamente, não posso falar de tudo o que se vê e se ouve no palco.
Com “60!”, criado para
ficar alguns meses em cartaz, acabando por se manter em cena por quase dois
anos, cumprindo longas temporadas, no Rio de Janeiro (duas) e em São
Paulo, além de uma turnê, por vários estados brasileiros, visitando dez
cidades e tendo sido visto por mais de 100.000 espectadores, REDER
e NAUER inauguraram uma nova categoria de espetáculo
teatral, o “documento musical” (doc.musical), um formato que parece ter vindo para
ficar.
Este trabalho,
na mesma linha, é o segundo de uma tetralogia,
que nos brindará, ainda, com outros dois, explorando as décadas de 80 e 90. São, pelo menos, planos dos autores. Sabe-se lá
se virão outros, uma vez que talento e garra para produzi-los e apresentá-los é
o que não falta, da mesma forma como sobra interesse por parte do público, que
tem a certeza de que assistirá sempre a grandes produções.
Não há a menor
dúvida de que a década de 70 foi uma
das mais explosivas e profícuas, no Brasil
e no resto do mundo, plantando sementes para uma “revolução”, em todos os
sentidos, com fatos e aspectos muito relevantes, os quais marcaram, indelevelmente,
as pessoas, em vários campos: política,
moda, costumes, comportamento,
ciências, esportes e arte, em
geral, tudo muito bem esmiuçado, nesta encenação,
graças à profunda e meticulosa pesquisa
de MARCOS NAUER, que, além de pesquisador, é o roteirista e dramaturgo de
“70?”. Nada escapou aos olhos de
lince da dupla NAUER / REDER. E
tanto é assim que é preciso assistir à peça
mais de uma vez, de verdade, para que possam ser assimilados todos os detalhes
nela contidos, muitos dos quais se fazem presentes simultaneamente: enquanto números musicais são interpretados,
muitas projeções acontecem, nos
vários telões, centrais e laterais, além, algumas vezes de encenações e muita coreografias
juntas. São toneladas de informação
ao mesmo tempo. Assisti à peça três vezes e confesso que, ainda deixei
de observar muitos detalhes, em função desse excesso, positivo, de referências, auditivas e visuais. E vão, aqui, uma
observação e uma crítica negativa, de leve: Em “60!”, o enfoque voltava-se mais para o comportamento social, geral, das sociedades, no Brasil e no mundo; em “70?”,
pareceu-me que o foco maior recai sobre o aspecto
político, principalmente no Brasil
(Não que isso seja ruim.). De negativo, em “70?”,
um aspecto que prejudica um pouco o espetáculo
é que o fato de as informações serem projetadas em seis telões, três em cada
lateral da plateia – e não são todas simultâneas – obrigando o espectador a prestar
atenção a três lugares, ao mesmo tempo: as citadas laterais e o centro do
palco, onde ocorrem as cenas e também outras projeções.
O musical se divide em dois atos, como num LP de vinil, ícone daquela década,
correspondendo aos anos de 1970 a 1976 ao
lado A e, de 1977 a 1979, ao lado B. Um evento multimídia, como este, reúne, no palco do Theatro NET Rio (VER SERVIÇO.), de forma
cronológica, depoimentos, fotografias e vídeos, material garimpado por NAUER,
24 jovens talentos (atores, cantores e
dançarinos), três remanescentes do
grupo AS FRENÉTICAS, uma orquestra de dez músicos, 20 cenários, 300 figurinos, uma
quantidade incalculável de perucas e calçados, toneladas de luz e som e mais
de 100 profissionais dedicados a criar o espetáculo.
O
primeiro musical, da tetralogia, “60!”, era, quanto ao aspecto musical, calcado, acima de
tudo, no movimento da Jovem Guarda,
motivo pelo qual a cereja do bolo era representada pela cantora Wanderléa, a qual provocava um delírio
indescritível, no público, de todas as idades, a cada uma de suas aparições, Para
iconizar a década de 70, muito
marcada pelo movimento da música
dançante, enfeitam o bolo, para serem saboreadas bem devagar, três
“cerejas”, das seis cantoras que formaram o grupo AS FRENÉTICAS, fenômeno fonográfico daquela época: DHU MORAES, LEILOCA NEVES e SANDRA PÊRA,
as quais dominam o segundo ato (Perdão, o lado B!), quando relembram
os seus grandes sucessos, cantados e dançados nas discotecas de todo o Brasil, tendo tudo começado no Rio de Janeiro, na boate “Frenetic Dancing Days”, onde, até
então, desempregadas, foram contratadas para um trabalho de garçonetes, tendo
sido alçadas à categoria de cantoras.
E o público vai à loucura, cantando e
dançando com as três.
De
acordo com FREDERICO REDER, a
proposta do espetáculo, neste
formato, é reunir teatro, documentário e música, utilizando várias
mídias e “propor um novo olhar para a forma de se fazer um espetáculo musical”.
Nessa proposta, não há a exploração da biografia de nenhum artista da época,
especificamente, uma vez que, segundo MARCOS
NAUER, “o olhar está no coletivo, no grupo, numa época; portanto, é, de fato,
a música a grande protagonista”.
Vale
a pena chamar a atenção do leitor/espectador para um detalhe, ligado ao sinal de pontuação que se segue ao
numeral, no início dos dois títulos: “60!” (ponto de exclamação) e “70?”
(ponto de interrogação). Apesar do golpe militar de 1964, a nefasta ditadura cruel e sangrenta, que levou o país a um retrocesso, torturando e assassinando tanta gente, havia um certo “glamour” por trás de tudo, como uma cortina de fumaça, por meio da
qual o "poder dominante”, representado, deforma canastrona, pelos “milicos”, tentava, e até conseguia,
junto a muitas pessoas, passar um clima de ufanismo, por ter “livrado
a Nação do perigo representado pelos comunistas”. O ponto de exclamação traduz sentimentos,
ao final de frases exclamativas; dentre outros, os de surpresa, admiração,
indignação, raiva, espanto, susto e exaltação. Sim,
“exaltação”. Na década de 70,
porém, o povo começou a se conscientizar de que não dava mais para suportar
aquele regime de exceção, tanta barbaridade, e começou a ir às ruas e a clamar
por liberdade de expressão, contando
com a liderança dos artistas,
principalmente gente ligada ao TEATRO,
ao cinema e à música. Mas tudo ainda era muito reprimido; tudo era incerteza,
tudo era uma grande interrogação,
uma incógnita. Até onde iríamos, conseguiríamos ir? Teríamos força para lutar? Que
conquistas alcançaríamos? A interrogação,
no título, “propõe questionamentos sobre as dualidades do período”, a
julgar por um vídeo, apresentado na abertura da peça, narrado pelo jornalista Cid
Moreira, referindo-se aos anos 70
como “uma década de incertezas”.
As ditaduras
“faziam a festa”, em toda a América Latina.
Consequentemente, a censura era, cada vez mais, implacável, e burra, cerceando
a liberdade de expressão. Só não sucumbimos, de vez, graças à arte, que liberta e salva. “Os
anos 70 mostraram vários caminhos possíveis por meio da arte, da música e da
dança. E, em todos eles, era preciso ser forte, para sonhar com um mundo novo e
melhor”, acrescenta NAUER. “Foram
anos de muita luta e força. Há canções que captam essa aura, mas há, também,
muitas outras de muita beleza e aquela explosão de alegria, com o surgimento da
‘disco music’”, acrescenta REDER.
A
“play list” que embala o espetáculo é bastante eclética, incluindo
sucessos do movimento tropicalista, do
“glam rock”, do “punk”, do “reggae”, de
outros ritmos e gênertos, e, como não poderia faltar, da MPB, principalmente. São lembrados, por exemplo, ícones da época,
como os Novos Baianos, David Bowie, Raul Seixas, Led Zeppelin,
Os Mutantes, Queen, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Milton
Nascimento, Secos & Molhados,
Donna Summer, Bob Marley, Sex Pistols,
Elis Regina e, obviamente, AS FRENÉTICAS, dentre tantos outros.
O espetáculo não poupa o público de
lembrar, aos que viveram a época, e de informar, com detalhes, aos mais jovens,
tudo de ruim, de terrível, que aconteceu naquela década. Nada é varrido para
debaixo do tapete, entretanto, apesar de toda a repressão, de tanto sofrimento,
também foi uma década que merece ser comemorada, por várias conquistas que
alcançamos, de várias ordens. “70?”
também é “uma ode à superação, à beleza, à alegria, à capacidade criativa de um
povo, que jamais se deixa abater”, trecho extraído do “release”, enviado pela assessoria de imprensa (DOBBS SCARPA).
A “DÉCADA DO DIVINO MARAVILHOSO”. “DIVINO MARAVILHOSO, titulo irônico, um
alerta, em forma de canção, composta por Caetano
Veloso e Gilberto Gil,
eternizada na voz de Gal Costa:
“ATENÇÃO,
AO DOBRAR UMA ESQUINA!
UMA
ALEGRIA.
ATENÇÃO,
MENINA!
VOCÊ VEM.
QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?
ATENÇÃO!
PRECISA
TER OLHOS FIRMES,
PARA ESTE
SOL, PARA ESTA ESCURIDÃO!
ATENÇÃO!
TUDO É PERIGOSO!
TUDO É
DIVINO MARAVILHOSO!
ATENÇÃO PARA O REFRÃO:
É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE!
NÃO TEMOS
TEMPO DE TEMER A MORTE!”
Por ser um espetáculo dividido em vários blocos,
um para cada ano da década, subdivididos em microtemas e cenas,
farei, adiante, comentários relativos aos momentos mais marcantes, para mim, em
cada um desses blocos, porém, antes disso, tecerei comentários direcionados a
cada um dos vários segmentos que sustentam a encenação, os quais, unidos, atuando em conjunto, dão forma a este
grandioso espetáculo.
Não há muito
que falar sobre o texto, uma vez que
ele é o que menos interessa na peça,
a não ser o teor de cada notícia, de cada informação, da letra de cada canção. Não há uma dramaturgia clássica,
encontrada nos musicais, sejam eles
biográficos ou ficcionais. O que se vê e se ouve é documental, real. Diz MARCOS NAUER: “Não
há personagens definidos, o elenco, em cena, são todas as ‘pessoas que viveram
aquela época’. As músicas cantadas aparem na cronologia em que foram lançadas e
fizeram sucesso. O espectador acompanha a narrativa do espetáculo, ano a ano,
relembra sua história e descobre novos acontecimentos”. Os aplausos
que caberiam ao texto devem ser
transferidos ao impecável trabalho de
pesquisa de NAUER.
FREDERICO REDER, na direção, repete todos os acertos que
atingiu com “60!”, numa prova de que
“não se deve mexer em time que está ganhando”.
Dosa, na medida certa, o sério, as críticas e o bom humor, demonstrando
criatividade e bom gosto nas soluções encontradas para cada cena, tendo, como competente diretora assistente, LUIZA CASTRO.
Muitos dos colaboradores de “60!” estão presentes na ficha técnica de “70?”, como a jovem e talentosa cenógrafa NATÁLIA LANA, que projetou soluções cenográficas bem diferentes do trabalho
anterior, abusando do uso de neons e “leds”, nas laterais da plateia, onde
também foram afixados três pequenos telões, de cada lado do palco, também de
“led”, além de dois bem grandes, localizados no próprio palco. São, ao todo, 20 ótimos cenários, que desfilam no
espaço cênico, totalmente adequados a cada cena a que se incorporam. Todos os elementos cenográficos, sem a menor exceção,
são necessários e de um acabamento de fazer gosto.
Outra “figurinha carimbada”, que reaparece, em “70?”, com seu irretocável trabalho é BRUNO PERLATTO, o
qual assina os cerca de 300 figurinos do
espetáculo, sem que um, sequer,
mereça algum senão. São roupas
belas, requintadas e exuberantes, engraçadas e criativas, a depender de cada
situação, e com um acabamento perfeito. Tudo o que os atores vestem é cheio de detalhes, com destaque para tudo: roupas, sapatos, perucas e adereços. Um especial aplauso vai para
todos os trajes usados por DHU MORAES,
LEILOCA NEVES e SANDRA PÊRA, elegantes ou irreverentes. Vou repetir o que já havia
escrito na crítica a “60!”: Deveriam
os figurinos ficar expostos, numa espécie de
“museu”, quando o espetáculo
fechasse as cortinas pela última vez.
Para
atingir todos os climas que cada cena exige, CÉSIO LIMA e MARIANA PITTA
criaram belas combinações de luz, que
evidenciam as cenas alegres e procuram sombrear as que se revestem de mais
seriedade, concentradas no intimismo. Um belo trabalho de iluminação da dupla!
A parte musical, que capitaneia todo o espetáculo, da primeira à última cena, está sob a responsabilidade
de um dos mais talentosos profissionais ligados a esse segmento: JULES VANDYSTADT, um nome dos mais
requisitados, para musicais, responsável
por muitas das melhores direções
musicais dos últimos tempos e que entra, na equipe, para somar, para
contribuir, com toda a sua competência e bom gosto, assinando a parte musical deste “70?”. Seus arranjos, musicais e vocais,
são de arrepiar, incluindo uma de suas “especialidades”, a meu juízo, os “mushups”. JULES já foi premiado e indicado a prêmios, por seu valioso
trabalho, além de ser merecedor do respeito e admiração de seus pares. São,
simplesmente, sensacionais, os seus arranjos, a ideia de mesclar canções, a
desconstrução dos arranjos originais de conhecidas canções, mudando-lhes,
inclusive, os ritmos.
Outro nome, de “60!”, que não poderia faltar, nesta produção, é o de VICTOR MAIA, responsável pela coreografia e direção de movimento do espetáculo. Acho muito engraçado, quando FREDERICO REDER diz que “Tudo o que é humano e se mexe, em cena, é trabalho do VICTOR”. Mas é a mais pura verdade. Trata-se, sem a menor sombra de dúvida, de um profissional de um talento indiscutível, contando com a valiosa assistência de CLARA COSTA, outra “fera”. As coreografias passam longe da mesmice que estamos acostumados a ver. São bastante arrojadas e provocativas. A cada nova cena, uma agradável surpresa. É claro que, quanto à questão de a coreografia dar certo, não se pode omitir o talento do elenco, para a dança, que conta com o nome de LARISSA LANDIM, como “dance captain”.
É
preciso que não sejam omitidos outros nomes da equipe, os quais, “cada um no
seu quadrado”, também deixam sua marca de talento, para que seja atingido o excelente resultado final deste trabalho:
TALITA KURODA e THIAGO CHAVES (tambén faziam parte da equipe de “60”), responsáveis pelo correto desenho de som, que nos permite captar
tudo o que é dito e cantado em cena, com total pureza de som.
THIAGO STAUFFER (também estava em “60!”) / STUDIO PRIME, na produção do fantástico trabalho de videografismo.
VAGNER MAYER, atuando como maestro e na Direção Musical, como residente.
THIAGO TRAJANO, ocupando-se da orquestração.
ADRIANA ALMEIDA, assinando o visagismo, detalhe muito importante em
espetáculos de época, e a perucaria.
BÁRBARA LANA, responsável pela direção de arte, com a produção de um dos mais completos, lindos e requintados programas
de peças que já me passaram pelas mãos. Um verdadeiro catálogo de luxo. São 40
páginas – dei-me o trabalho de contar -, fora as capas, em papel grosso,
com fotos magníficas, textos sensacionais e uma diagramação do maior bom
gosto, onde também está presente o trabalho de designer, feito por LETICIA
ANDRADE. Continuo achando que, nos Prêmios
de Teatro, deveria ser incluída a categoria “programação visual”. Se já existisse, não haveria concorrentes
para BÁRBARA e LETÍCIA, em 2018.
Tudo acontece,
em cada sessão, sem problemas, graças aos valiosíssimos trabalhos de “back stage” de MARIA SIMAN, na direção de
produção, e de ALEX FELIPPE,
como produtor executivo.
Mas há, ainda,
um batalhão de profissionais, que não aparecem em cena, dando o seu suor e sua
dedicação, para que o espetáculo
aconteça e agrade tanto. Minha homenagem a todos, cujos nomes não relaciono,
por serem muitos.
E o que dizer do elenco? Não
sei. Sinceramente, não sei!!! O óbvio, na verdade, numa superprodução: IMPECÁVEL!!!
Como já disse, não há espaço, neste espetáculo, para amadores. A coadjuvação cede a
vez, totalmente, ao protagonismo, sem exceções. Quanta gente bonita e talentosa!!! Não há como elogiar, individualmente,
cada um dos 24 artistas em cena, porque
TODOS SÃO DE UM TALENTO INCOMENSURÁVEL
e cada um tem a oportunidade de mostrar, em momentos próprios, seu potencial artístico,
individualmente. Em ordem alfabética, são eles: AMANDA DÖRING, AMAURY SOARES,
AQUILES NASCIMENTO, BÁRBARA FERR, BRUNO BOER, CAMILA BRAUNNA, DÉBORA
PINHEIRO, DIEGO MARTINS, ERIKA AFFONSO, FERNANDA BIANCAMANO, LARISSA LANDIM, LAURA BRAGA, LEANDRO
MASSAFERRI, LEILANE TELES, LEO ARAÚJO, NANDO MOTTA, PEDRO NAVARRO, PEDRO ROLDAN, RANY HILSTON, RODRIGO
MORURA, RODRIGO NAICE, RODRIGO SERPHAN, ROSANA CHAYIN e TAUÃ
DELMIRO.
Alguns já haviam feito parte do elenco de “60!”. “70?” contou com
o reforço de outros magníficos atores/cantores,
que vieram somar, alguns oriundos de espetáculos
musicais de grande sucesso, encenados em São Paulo, em 2018, como
“A Pequena Sereia” e “Peter Pan”, por exemplo. Excelentes aquisições!!!
A despeito da presença, em cena, dAS FRENÉTICAS, com toda a sua
exuberância, alegria, talento e nome conquistado, na mídia, à custa de anos de
trabalho, TODOS OS DEMAIS, EM CENA, SÃO, TAMBÉM, CONSIDERADOS POR MIM,
PROTAGONISTAS e todos brilham, nos seus momentos de solo, sem que um
tente apagar o foco dos demais colegas. Todos reúnem seus talentos, em prol da
qualidade de um dos mais alegres e
profissionais espetáculos musicais a que tive o prazer e a alegria de assistir
nos últimos anos.
Não
me perdoaria, se não citasse os nomes (em ordem alfabética) dos dez exímios músicos, que formam a banda: ANDRÉ DANTAS, BETO BONFIM, DIOGO GOMES, EVELYNE GARCIA, GILBERTO
PEREIRA, LEO BANDEIRA, TASSIO RAMOS, THAIS FERREIRA, VAGNER
MAYER e WALLACE CRISTÓVÃO.
Trata-se de
uma ficha técnica de peso mesmo.
Por MARCOS NAUER (adaptado): “Os
anos 70 foram marcados pela busca da liberdade, juventude e quebra de tabus.
Naquela
época, também surgiu a defesa do meio ambiente, as corridas espacial e
armamentista se encerraram.
Mulheres
assumiram posição de liderança e os movimentos de minorias da década anterior
se tornaram mais fortes.
Música,
moda e comportamento, unidos, fizeram a ‘black music’, o ‘reggae’, o ‘punk’ e,
claro, a ‘disco music’, mudar, para sempre, a atitude de jovens e adultos.
No
Brasil, a TV a cores começava a chegar ao país e um seleto grupo de
telespectadores pôde ver Jairzinho, Tostão, Gérson, Pelé, Rivelino, Carlos
Alberto Torres e o técnico Zagallo conquistarem o tricampeonato mundial de
futebol.
Na
música, foi a diversidade de estilos e sonoridades que embalou a década.
A
evolução do ‘rock’ dos anos 60 lançou bandas, como Queen, Pink Floyd, Led
Zeppelin, Kiss, Black Sabbath e se multiplicou em vários estilos, como o niilista
‘punk rock’; o ‘soft rock’, de Elton John e The Carpenters; e o andrógino ‘glam
rock’, de David Bowie.
No
Brasil, estourou o ‘rock’ de Raul Seixas e Mutantes, a poesia dos Secos &
Molhados, a irreverência do grupo Dzi Croquettes, o ‘swing’ dos Novos Baianos,
o ‘pop dançante’ de Sidney Magal, os românticos (considerados, hoje,
“bregas” – comentário meu) Waldick Soriano, Nelson Ned, Reginaldo
Rossi e Odair José; a reunião de estrelas, no grupo Doces Bárbaros (Maria
Bethânia, Gilberto Gil, Gal Costa E Caetano Veloso); e a estreia de uma nova
geração de grande talento, como Tim Maia, Belchior, Gonzaguinha, Djavan e Ivan
Lins.
O
cinema brasileiro vivia o ‘boom’ do erotismo, com a pornochanchada, que
representou uma época de prosperidade para o mercado cinematográfico nacional e
o surgimento de grandes artistas.
Nas
telas de todo o mundo, o inesquecível filme ‘Os Embalos De Sábado À Noite’
transformou John Travolta no galã do momento.
As
boates e bailes se multiplicaram pelo país, colocando todo mundo para dançar,
quebrando preconceitos, ao unir brancos e negros, héteros e ‘gays’ na mesma
colorida pista de dança.
Na TV, a novela ‘Dancing Days’ influenciava o
comportamento, a moda e a música.
Estourando
na parada de sucesso, as divertidas, apimentadas, escandalosas, irreverentes e
atrevidas AS FRENÉTICAS! São tantos os adjetivos que descrevem essas mulheres
poderosas! Reunidas por um anjo louco, no ‘Frenetic Dancing Days’, ascenderam
ao estrelato total. Juntas, elas incendiaram o Brasil, com humor picante,
figurino repleto de plumas, brilhos, lantejoulas e de pernas de fora, ao som
eletrizante da discoteca. O grupo fez história e deixou a sua marca. Ninguém
conseguiu segurar as meninas, seis locomotivas esfuziantes em direção ao
sucesso! AS FRENÉTICAS, perigosíssimas, enfrentaram os anos 70, abrindo um
caminho mais divertido, o prazer e o humor para mudar mentalidades”.
O ESPETÁCULO, ANO A ANO, PASSO A PASSO, COM SEUS DESTAQUES:
LADO A (DE 1970 A 1976):
1970:
O musical se
inicia com a entrada de alguns atores, pela plateia, enquanto outros já
estão posicionados no palco, todos usando lindos figurinos brancos,
interpretando “Bandeira Branca”, grande sucesso de Dalva de Oliveira,
marca do final da famosa briga musical, entre a cantora e seu ex-marido, Herivelto
Martins. É uma proposta que se estende a todos: PAZ!!!
Um detalhe importante é
uma projeção do locutor e apresentador CID MOREIRA, falando dos anos
70: “A história que começamos a recordar daqui a pouco tem muito a ver com
você, com a nossa vida. E a história de todos nós, das nossas vitórias e das
nossas derrotas, das nossas tristezas e das nossas alegrias. Vamos começar a
reviver a grande aventura do homem dos anos 70. A década de todas as incertezas.
Véspera e esperança de um mundo novo e melhor”.
Os grandes destaques deste ano vão para as
imagens da banda The Beatles, assinando os papéis para acabar com
o grupo. Quanta tristeza (Senti-me órfão. E quem não?)!!! Há, ainda, alusões ao Clube da
Esquina, com destaque para Milton
Nascimento, e uma bela e merecida homenagem aos Beatles.
Merece uma citação a
projeção de um discurso, do presidente norte-americano Richard Nixon, no qual ele já dizia, há quase 50 anos: “A grande questão dos anos setenta é:
devemos nos render ou devemos fazer as pazes com a natureza e começar a reparar
o dano que fizemos ao nosso ar, à nossa terra e à nossa água?”. Um
profeta do “após-calipso”.
Gostei
muito do número musical, ao vivo, homenageando Sir Elton John (“Your Song”) e o grupo The Carpenters (“Close To You”), e do tributo a Tim Maia, com um “medley” de alguns de seus maiores “hits”, interpretados por um grupo, caracterizado na linha “black power”.
1971:
Aqui,
Chico Buarque debocha da Censura Federal, gravando canções de
sua autoria, com o pseudônimo de Julinho
da Adelaide. Essas letras, se tivessem sido registradas como da autoria de Chico, certamente, seriam censuradas;
mas a Censura era burra e
incompetente, e não percebia muita coisa.
Não poderia faltar o verão, no Píer de Ipanema, e seus famosos e polêmicos frequentadores, no auge do movimento “hippie”. A cena é interessantíssima, ao som de canções do grupo Os Mutantes (“Balada do Louco” e “Ando Meio Desligado”) e de uma troca de canções, feitas de um para o outro: “Como Dois e Dois” (De Caetano Veloso para Roberto Carlos) e “Debaixo dos Caracóis Dos Teus Cabelos” (deste, para aquele). Achei muito interessante a utilização de elásticos na construção da coreografia, feita de movimentos suaves e harmoniosos, como pedem as canções.
Na
sequência de cenas relativas a este ano, destaco a interpretação de “Imagine” (solos e coro) e a de “Vapor Barato”, na esplêndida voz de PEDRO NAVARRO, sensação no musical “Peter Pan”, que veio brilhar em “70?”.
1972:
Neste ano, há várias
cenas de destaque, como a que traz um “medley”, com canções do Clube
da Esquina; outra, que homenageia Luiz Gonzaga, o Gonzagão;
uma sequência que revive os grandes sucessos do irreverente e desafiador grupo Os
Novos Baianos, com os atores incentivando a plateia a engrossar o
coro; a excelente cena, envolvendo extraterrestres, com destaque para a
androginia de David Bowie, o psicodelismo em cena.
Na parte musical, os
destaques, nesta cena, vão para DIEGO MARTINS, bela “importação” de
São Paulo, onde era a atração maior, na versão paulista de “Beatles
Num Céu De Diamantes”, e BRUNO BOER.
1973:
Neste
ano, há um enfoque maior à atuação da Censura,
que agia, totalmente, sem critérios, de forma arbitrária e burra, como se
pudesse haver algum que justificasse algo tão abominável como censurar arte.
É marcante o discurso de Bibi Ferreira, em defesa de seu pai, Procópio Ferreira, quanto às exigências
que lhe faziam, para provar que era ator, depois de uma longa e vitoriosa carreira, um nome conhecido em todo o Brasil e, até mesmo, no exterior,e teria direito a uma aposentadoria.
A cena mais emblemática,
com relação à atuação da maléfica Censura
é a interpretação da canção “Tatuagem”,
de Chico Buarque e Ruy Guerra, que
faz parte da trilha sonora de seu
musical “Calabar: O Elogio da Traição”, censurado no dia de sua estreia. Do
mesmo musical, fazia parte a canção “Cálice”,
que é interpretada numa cena bem emblemática, encerrada com a abertura de
uma grande faixa, na qual se pode ler “AFASTA
DE MIM”.
O toque de leveza e humor,
nesta década, vai para a alusão ao “transgressor” grupo “Secos & Molhados”, que, em dois anos, apenas, desafiou os
homens da ditadura e encantou legiões de fãs, tendo emplacado vários sucessos.
Aqui, são cantadas “Rosa de Hiroshima”,
“Sangue Latino” e “O Vira”. Os atores que fazem parte da cena vestem figurinos bem debochados, como fazia Ney Matogrosso, solista do grupo, figurinos estes que os deixam com as nádegas totalmente à mostra. Há,
na cena, uma mistura muito “louca” e criativa, na qual um “andrógino” invade a
cena, como um pato, ao som da canção, de João
Gilberto, “O Pato”, um dos maiores
sucessos do movimento da Bossa-Nova.
O tom do humor debochado atravessa toda a parte final da cena, com PEDRO NAVARRO, travestido de Liza Minelli, cantando “Cabaret”, e TAUÃ DELMIRO e RODRIGO NAICE,
interpretando canções “bregas”, já com o acréscimo de alguns “cacos” bem engraçados.
1974:
Nesta
década, uma cena muito interessante é referente à canção “Jorge Maravilha”, em que Chico
Buarque, na pele de Julinho da
Adelaide, num disco inteiramente gravado com "canções assinadas por Julinho da Adelaide" (“Sinal Fechado”, título muito sugestivo, zombava do ditador da
época, cujo nome nem merece ser citado. A canção trazia como refrão: “Você
não gosta de mim, / Mas sua filha gosta”.
Dois destaques musicais,
neste ano, vão para “All By Myself”,
linda e emocionantemente interpretada por LEANDRO
MASSAFERRI, e “Killing Me Softly”,
num belísimo dueto entre PEDRO RONDAN e CAMILA BRAUNNA. Na parte musical,
destaque, também, para um “medley”
de sucessos de Raul Seixas: “Gita”, “Metamorfose Ambulante” e “Sociedade
Alternativa”.
1975:
Neste ano, há a
cena mais linda e comovente, para mim, do musical, quando, ao falar da
banda Queen, há uma interpretação inesquecível da emblemática canção “Bohemian
Raphsody”, que permite ao ator BRUNO BOER demonstrar todo o seu
potencial artístico. É de arrepiar essa cena!!! De fazer chorar!!!
Também, neste ano, as
mulheres ganham a sua oportunidade de brilhar, num número em que são
homenageadas as grandes cantoras brasileiras da época, como, por exemplo, Gal
Costa, Clara Nunes, Elis Regina e Beth Carvalho, por
exemplo, dentre outras.
E, para retomar a
emoção, provocada pelo “Queen”, anteriormente, ainda temos RODRIGO
NAICE, numa comovente interpretação de “O Sonho Impossível”, tema
principal do musical “O Homem de La Mancha”.
1976:
Neste
ano, em que o enfoque maior é o empoderamento feminino, a mulher começando a
lutar por seu espaço e suas conquistas, um grande destaque vai para a bela cena
em que LEO ARAÚJO interpreta a
canção “Gota D’Água”, composta por Chico Buarque e Oduvaldo Viana Filho, para o musical
do mesmo nome.
Também há interessantes
números musicais, com canções de compositores que estavam iniciando carreiras e
que viriam a ser brilhantes, ídolos até hoje, como Djavan, Luiz Melodia, Belchior, Cassiano e Ednardo,
dentre tantos outros.
Aqui, também, ocorre o
início do domínio da “disco music”,
com um delicioso “medley” do
inesquecível grupo “Abba”, destaque
para o grande “hit” “Dance Queen”, que a plateia inteira
acompanha, cantando, junto com o elenco,
no último volume, e “Mamma Mia”, nas
mesmas condições. É contagiante esse momento!!!
FIM DO PRIMEIRO ATO
FREDERICO REDER, com base no grande
sucesso que fez a dupla TAUÃ DELMIRO
e RODRIGO NAICE, em “60!”, quando, para distrair o público,
durante o intervalo, e para aguardar os retardatários, faziam um número de
plateria, como duas freiras, muito hilárias e “fora da casinha”, interagindo
com o público, repete a dose, colocando os dois ótimos atores como duas garçonetes, que tentam ensinar às pessoas uma coreografia, para a canção “Stayin Alive”, sucesso da banda Bee Gees. O sucesso de interação com o
público é enorme, como já era de se esperar.
1977:
Chega o momento
tão esperado no espetáculo: a participação dAS FRENÉTICAS.
Elas entram, para a sua primeira aparição, cantando “Prazer em conhecer” / Somos as tais Frenéticas. / E um
anjo doido fez / A gente se encontrar no ‘Dancing Days’. / Elétricas! / Somos a
mistura de mil sons, / De muita cor e muito amor. / Frenéticas!”.
Emendam com “Perigosa”: “Sei que eu sou bonita e gostosa
/ E sei que você me olha e me quer. / Eu sou uma fera, de pele macia. / Cuidado,
garoto! Eu sou perigosa! / Eu tenho veneno no doce da boca, / Eu tenho um
demônio guardado no peito, / Eu tenho uma faca no brilho dos olhos, / Eu tenho
uma louca dentro de mim. / Sei que eu sou bonita e gostosa / E sei que você me
olha e me quer. / Eu sou uma fera, de pele macia. / Cuidado, garoto! Eu sou
perigosa! / Eu posso te dar um pouco de fogo, / Eu posso prender você, meu
escravo, / Eu faço você feliz e sem medo. / Eu vou fazer você ficar louco, / Muito
louco, / Muito louco, / Dentro de mim”.
Aqui, começa a força da “disco music” e das discotecas, com
destaques para Lady Zu, Patti Labelle, Bee Gees, Donna Summer, Carl Douglas, Village People (sequência de “hits”,
como as imbatíveis “Y.M.C.A e “Macho Man”.), Gloria Gaynor (“I Will Survive”,
uma apoteose; a plateia vai ao delírio e “solta as suas feras”), Stevie Wonder, James Brown e o “reggae”,
de Bob Marley.
Apoiadas na “Lei do Divórcio”, que passa a existir,
no Brasil, AS FRENÉTICAS cantam,
com muito humor, o bolero/cha-cha-chá “VINGATIVA”,
um grande deboche, de Rita Lee,
provocando muitas gargalhadas na plateia.
Dando sequência ao humor
escrachado, surge a dupla TAUÃ / NAICE,
para cantar “Não Se Vá!”, da dupla
“brega” Jane & Herondy.
Belo número musical é o
que junta as interpretações de “My Way”,
em alusão à morte de Elvis Presley,
e “Smile”, um preito a Charles Chaplin, pelo mesmo motivo.
Número emocionante!!!
1978:
Um
dos destaques deste ano, e que mexe muito com a plateia, é a interpretação dAS
FRENÉTICAS para dois de seus maiores sucessos, que foram tema de
abertura, no mesmo ano, para duas novelas, “Dancing Days” e “Feijão
Maravilha”, sendo aquela um dos marcos da televisão brasileira.
Emocionante,
para mim, por ligações muito afetivas e particulares, é a alusão ao musical “Jesus Cristo Superstar”, um dos meus
favoritos nesse ramo.
Bastante
lindo e comovente é o número que homenageia o mestre Cartola, quando um ator
e duas atrizes, NANDO MOTTA, ROSANA CHAYIN e BÁRBARA FERR, quase no proscênio, emendam, num belo arranjo musical e
vocal, “O Mundo É Um Moinho”, “Acontece”
e “As Rosas Não Falam”.
Neste
ano, ocorre, no espetáculo, um
grande momento, de catarse, para mim, pelo menos, por meio de uma ode a Caetano Veloso, com os atores cantando “Terra”, “Sampa”, “Odara”, “Tigresa” e “Força Estranha”.
1979:
Neste ano, que encerra a década, um momento de rara emoção é
quando, apenas, se ouve uma parte da gravação, feita por Elis Regina, para a canção “O
Bêbado e o Equilibrista”, de João
Bosco e Aldyr Blanc, que se
tornou uma espécie de hino de resistência contra a ditadura militar, com
imagens projetadas da cantora. É o que basta, para arrebatar o público,
emocioná-lo ao extremo.
Novamente,
desta vez, como a indicar o encerramento do espetáculo,
surgem AS FRENÉTICAS, para incendiar
o público, com as canções “Ai, Se Eles
Me Pegam Agora” e “É Que Nesta
Encarnação Eu Nasci Manga”, seguindo-se todo o elenco, cantando “Divino Maravilhoso”. E o público sente
que o sonho está chegando ao seu final.
Após
um breve texto, dito pelAS FRENÉTICAS, elas retomam o lugar de
grande atração do espetáculo,
cantando mais dois de seus sucessos, “Fonte
Da Juventude” e “A Felicidade Bate À
Sua Porta”, seguidas por um “gran
finale”, em que elas e todo o elenco
cantam um “medley”, com as canções “Balancê”, “Realce”, “Não Existe
Pecado Ao Sul Do Equador”, “Não
Quero Dinheiro” e “O Amanhã”, o
inesquecível samba-enredo da Escola de
Samba União da Ilha do Governador.
E,
para encerrar, com chave de ouro, o alegre
musical, como uma grande comemoração, os atores descem à plateia e convidam os espectadores ao palco, para
alguns minutos, juntos, num grande congraçamento, dançando “hits” da “disco music”.
Os embalos de qualquer dia à noite voltaram.
FICHA TÉCNICA:
Um
musical de Frederico Reder e Marcos Nauer
Idealização,
Direção e Produção Geral: Frederico Reder
Pesquisa,
Dramaturgia e Roteiro: Marcos Nauer
Diretora
Assistente: Luiza Castro
Produção
Geral: Juliana Reder e Frederico Reder
Participação
especial dAS Frenéticas: Dhu Moares, Leiloca Neves e Sandra Pêra
Elenco
(por ordem alfabética): Amanda Döring, Amaury Soares, Aquiles Nascimento, Bárbara
Ferr, Bruno Boer, Camila Braunna, Débora Pinheiro, Diego Martins, Erika
Affonso, Fernanda Biancamano, Larissa Landim, Laura Braga, Leandro Massaferri,
Leilane Teles, Léo Araújo, Nando Motta, Pedro Navarro, Pedro Roldan, Rany
Hilston, Rodrigo Morura, Rodrigo Naice, Rodrigo Serphan, Rosana Chayin e Tauã
Delmiro.
Músicos
(por ordem alfabética): André Dantas, Beto Bonfim, Diogo Gomes, Evelyne Garcia,
Gilberto Pereira, Leo Bandeira, Tássio Ramos, Thais Ferreira, Vagner Mayer e Wallace
Cristóvão.
Direção
Musical e Arranjos: Jules Vandystadt
Direção
Musical Residente e Maestro: Vagner Mayer
Orquestração:
Thiago Trajano
Coreografia
e Direção de Movimento: Victor Maia
Coreógrafa
Assistente: Clara Costa
Dance
Captain: Larissa Landim
Cenografia:
Natália Lana
Cenógrafa
Assistente / Produtora de Cenografia: Gisele Batalha
Assistente
de Cenografia: Kadu Lobato
Estagiário
de Cenografia: Weslley Souza
Figurino:
Bruno Perlatto
Figurinista
Assistente: Teresa Abreu
Assistente
de Figurino: Luísa Marques
Estagiárias
de Figurino: Júlia Roliz
Iluminação:
Césio Lima e Mariana Pitta
Designer
de Som: Talita Kuroda e Thiago Chaves
Visagismo
e Perucaria: Adriana Almeida
Direção
de Cenografia Digital (Videografismo): Thiago Stauffer / Studio Prime e Marcos
Nauer
Comunicação
Visual (Direção de Arte): Bárbara Lana
Designer: Letícia Andrade
Diretor
de Marketing: Maurício Tavares
Coordenação
Artística e Diretora Residente: Cris Fraga
Direção
Executiva de Produção: Leo Delgado
Direção
Geral de Produção: Maria Siman
Produtor
Executivo: Alex Felippe
Produtor
Assistente: Felipe Valle
Estagiário
de Produção: Aldebaran Oliveira
Estagiário
de Direção / Assistente de Produção: Gabriel Pardella
Produtor
de Comunicação e Conteúdo Online: Allan Fernando
Fotos:
Robert Schwenck
Assessoria
de Comunicação: Dobbs Scarpa
Realização:
Brain + e Quarta Dimensão
SERVIÇO:
Temporada:
De 15 de novembro até 27 de janeiro de 2018.
Local:
Theatro Net Rio – Sala Tereza Rachel.
Endereço:
Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana (Shopping Cidade Copacabana) -
Rio de Janeiro.
Dias
e Horários: 5ªs e 6ªs feiras, às 20h30min; sábados, às 17h e às 21h; domingos,
às 18h.
Valores
dos Ingressos: 5ªas e 6ªs feiras, R$160,00 (plateia e frisas), R$120,00
(balcão), R$45,00 (balcão com visão parcial); sábados R$220,00 (plateia e
frisas), R$180,00 (balcão), R$45,00 (balcão com visão parcial); domingos, R$200,00
(plateia e frisas), R$160,00 (balcão) R$45,00 (balcão com visão parcial).
Direito
à meia entrada e descontos: http://www.theatronetrio.com.br/pt-br/bilheteria.html
Telefone
do Teatro: (21) 2147 8060 / 2148 8060
Site:
www.theatronetrio.com.br
Vendas
pela Internet: www.ingressorapido.com.br ou pelo Aplicativo do Ingresso Rápido.
Vendas
pelo Telefone: Informações e Compra Ingresso Rápido - (11) 4003-1212
Atendimento
Pós-Venda Ingresso Rápido - (11) 4003–2051
Capacidade
do Teatro: 649 lugares.
Classificação
Etária: 14 anos.
Duração:
150 minutos.
Temporada em São Paulo, de 14 de março a 02 de junho, no
Theatro Net SP: Rua Olimpíadas, 360, Piso Térreo - Shopping Vila Olímpia -
Itaim Bibi.
“70?
DÉCADA DO DIVINO MARAVILHOSO – DOC.MUSICAL” é um espetáculo, tecnicamente,
impecável, de fazer divertir e emocionar, de levar o público, de todas as
idades ao delírio e, até, às lágrimas. Um musical que traz, à tona,
lembranças de uma década de sonhos e incertezas, que leva o público a sentir saudade
do que que foi bom e ficou na memória. A peça é, de verdade, uma viagem
no tempo, na qual nada do que ocorreu de mais marcante, durante a
riquíssima década de 70, ficou de fora, graças a meses de trabalho,
num mergulho em águas profundas, em jornais, revistas, vídeos, gravações e tudo
mais que pudesse servir de documento.
Espero
que ninguém vá ao Theatro NET Rio com o objetivo de
comparar o espetáculo a qualquer
outro musical. Não há termos de
comparação. É tudo inovador, no rastro
de “60!” e da melhor qualidade. Não é um musical romântico, não é uma
comédia musical, não é uma musical biográfico, não é um musical dramático... É
um musical que trocou a dramaturgia tradicional por uma
sequência cronológica de imagens e sons, em suas versões originais,
alternando-se com canções e coreografias ao vivo, tudo feito por gente da maior
competência.
É
possíve dizer que o LADO A (1º ato) da
peça tem a Censura e a resistência artística, como pano de
fundo, ao passo que o LADO B (2º ato) mostra a libertação da alma, por meio da
música. “‘Extravasar’ é a palavra! Cor, brilho, Lurex e sintéticos. A pista de
dança é a grande atração. Não pode parar jamais!”.
No dia da sessão especial, que caiu numa 2ª feira, acho que três dias depois da
estreia para o público em geral, a chamada “sessão
VIP” (detesto o termo), na qual só estavam presentes pessoas ligadas à classe
artística, além de amigos, parentes dos envolvidos no projeto e gente da
imprensa, o espetáculo foi ovacionado,
da primeira à última cena, e elogiado por todos, alguns se manifestando mais
efusivamente. Mas, para quem possa estar pensando que tal fato se deu, devido
ao componente afetivo e, talvez, corporativista, de uma classe, que poderia
haver naquele dia, quero deixar bem claro que a manifestação da plateia,
composta de pagantes, três dias depois, numa 5ª feira, quando voltei para ver o musical
pela segunda vez, foi igual ou, até mesmo, superior à daquela
sessão para convidados. Viam-se muitas pessoas visivelmente emocionadas, velhos
e jovens, estes, à saída, comentando que voltariam e que levariam a mãe, o pai,
o avô, a tia Fulana, a empregada, os amigos da faculdade ou do colégio... Sim,
é um espetáculo para a família, é um espetáculo para quem não tem vergonha de
se emocionar e ser feliz, é um espetáculo para quem não se preocupa em reprimir
o choro. É um espetáculo que não precisa de mídia, uma vez que o “de
boca em boca” é mais que suficiente para lotar o Theatro NET Rio,
por meses.
Contando com alguns pequenos
cortes, no roteiro, feitos desde logo após a estreia, são quase três horas de total
divertimento e emoção. Em determinadas cenas, o chão parece desaparecer,
flutuamos, assim como o ar se torna difícil de nos entrar pela narinas. As
lágrimas, por vezes, nos visitam e o coração é testado, cena a cena, minuto a
minuto.
Vida
longa ao espetáculo!!!
E VAMOS AO
TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS
SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
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TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
(FOTOS: ROBERT
SCHWENCK.)
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